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Cógito

versão impressa ISSN 1519-9479

Cogito v.7  Salvador  2006

 

EDITORIAL

 

 

Este número 07 da CÓGITO reúne, entre outros, trabalhos apresentados na nossa XVII Jornada, que teve como tema os "Meandros e caminhos do desejo" e aconteceu nos dias 28 e 29 de outubro de 2005.

O Desejo, mesmo sendo um dos temas mais estudados pelos psicanalistas, sempre nos permite a possibilidade de muitas articulações, suscitando novas reflexões, principalmente no que ele aponta para as questões relacionadas ao final de análise. A psicanálise desde Freud aponta a criação como possibilidade de sublimação e alcança em Lacan uma formalização quando ele toma o objeto criado ao nível de representação da Coisa. Por isso nos interessa a discussão que põe em jogo o desejo e o processo criativo. Os textos reunidos tratam da criação como processo psíquico, ligada ao mecanismo da sublimação e da criação na arte e na literatura.

Neste sentido agradecemos a participação das artistas convidadas Phill Moreno e Maria Constança de Carvalho Maia que, trazendo sua experiência viva sobre a criação, acrescentaram ingredientes fundamentais à nossa teorização.

Destacamos o encontro com os colegas de outras instituições psicanalíticas locais que sempre enriquece a troca de idéias e tem sido uma prática salutar do CPB, pois privilegia a pluralidade e liberdade de pensamento como marca distintiva desta instituição. Por isso agradecemos especialmente a colaboração de Lúcia Azevedo, que nos trouxe sua elaboração a respeito da obra de James Joyce, e de Antônio Carlos Caires, que articula os efeitos de gozo na clínica. Afinal, é justamente em oposição ao gozo que o desejo deve operar ao final de uma análise, tornando possível sua retificação.

Não poderia faltar neste momento o viés criativo do cinema que assiduamente comparece na exploração do psiquismo humano. A leitura psicanalítica da arte cinematográfica torna-se cada vez mais frequente nos nossos dias e não raro vemos representados nas ficções conceitos psicanalíticos como pano de fundo ou como base da própria construção de personagens.

Incluímos neste número duas resenhas e comentários, entre eles a homenagem de Carlos Pinto ao nosso colega falecido recentemente Roberto Bittencourt que foi membro do Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul e do Círculo Brasileiro de Psicanálise - sessão Rio de Janeiro. Roberto Bittencourt faz parte da história do CBP para a qual muito contribuiu e estará guardado na lembrança de todos que com ele tiveram a oportunidade de conviver.

 

 

Cibele Prado Barbieri

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