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Cógito

versão impressa ISSN 1519-9479

Cogito vol.13  Salvador nov. 2012

 

EDITORIAL

 

Diferentemente da linha editorial seguida nos últimos números da Cógito, este volume não foi projetado para privilegiar nenhum tema em especial, nem tampouco os trabalhos apresentados em uma jornada específica, como sempre foi a vocação principal da revista: divulgar a produção das jornadas.

Os variados temas aqui reunidos refletem um momento especial e o esforço dos trabalhadores decididos a contribuir com a expansão da reflexão psicanalítica em sua articulação com outros discursos.

Para isso, encontramos colaboradores, a quem agradecemos, que se dispuseram a partilhar conosco seus frutos, compondo, assim, uma coletânea na qual o leitor poderá encontrar desde o tema da criminalidade até as questões relativas à sublimação e à estética. Apesar da variedade, como se poderá notar na sequência dos textos, um substrato comum perpassa a todos, como não poderia deixar de ser quando se fala a partir do ponto de vista psicanalítico – a subjetividade.

Aqui tratada de uma forma "ex-cêntrica", ela vai aparecer em cada articulação proposta pelos autores, nas questões eminentemente presentes na contemporaneidade, como: a criminalidade e a importância da psicologia criminal; o suicídio na forma do "homem-bomba", cada vez mais frequente na atualidade; o estigma social; a sublimação, o saber, o "externalismo" de Putnam; os corpos como mural expressivo; a toxicomania; a irrealidade do Cogito como marca da relação do sujeito com o mundo. Todos estes temas nos levam a tecer relações com a subjetividade.

Além da diferença já apontada, outros motivos me levam a considerar este volume 13 como a expressão de um momento diferenciado na trajetória da Revista e do Círculo Psicanalítico da Bahia. Um deles é que desejo tomá-lo como veículo de uma homenagem à nossa amiga e colega que até aqui esteve presente como protagonista e testemunha do percurso desta instituição – Eny Lima Iglesias – que muito em breve se transferirá para outras terras, deixando mais uma falta nesse grupo.

Lembramos quantos dos seus textos compuseram os volumes da Cógito, quantas de suas participações em jornadas, congressos, núcleos de estudos e turmas de formação do Círculo – Brasileiro e da Bahia – enriqueceram o nosso saber. Jamais poderemos esquecer o papel fundamental que Eny desempenhou na história e no percurso do Círculo Psicanalítico da Bahia, sempre presente e generosa em sua disposição de colaborar em qualquer empreitada necessária. Seu nome e seu legado de trabalho institucional e profissional estão gravados nesses 40 anos de existência, através da sua participação constante e incansável, não apenas nas atas institucionais, mas principalmente nas referências pessoais de tantos analistas que foram seus analisantes e de tantos alunos desta instituição que com ela se iniciaram nesse ofício.

Pessoalmente, gostaria de agradecer a Eny Iglesias todo o incentivo e o apoio com os quais contei nesses anos em que trabalhei nesta publicação, assim como nas outras tantas atividades que desempenhei dentro do Círculo Psicanalítico da Bahia com a sua amigável parceria.

Em homenagem a esta psicanalista da primeira geração, — sem a qual o Círculo não seria o "arquivo" que é, como diria Jairo Gerbase, seria outro "arquivo", uma diferente ontologia, com outras referências — todo o trabalho de criação da Cógito n.13 está dedicado a Eny Lima Iglesias.

 

Cibele Prado Barbieri