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Cadernos de Psicopedagogia

versão impressa ISSN 1676-1049

Cad. psicopedag. v.6 n.10 São Paulo  2006

 

ARTIGOS

 

Foco e estratégia da supervisão clínica em psicoterapia breve

 

Focus and strategy of the clinical supervision on brief psychotherapy

 

 

Cleusa Kazue Sakamoto1

Universidade Presbiteriana Mackenzie, Faculdade de Psicologia, Departamento dePsicologia Clínica

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Encaminharmos a presente discussão, apresentamos uma relação de estudos sobre oassunto e uma pesquisa realizada com nossos alunos-estagiários de um semestreletivo, sobre suas experiências de estágio. Os dados oferecem subsídios para o debateem relação ao trabalho da supervisão.Como supervisora clínica no contexto da Clínica-Escola com a abordagem daPsicoterapia Breve, temos refletido sobre a situação de ensino-aprendizagem emPsicologia Clínica, sobre a técnica da Psicoterapia Breve e sobre o papel dasupervisão clínica na formação do Psicólogo. Introduzimos as idéias de Foco eEstratégias da supervisão em Psicoterapia Breve, fundamentalmente relacionadas aoenquadramento da situação de supervisão, retomando questões acerca do queestamos fazendo e para quem ou com quem estamos fazendo o que fazemos. Para encaminharmos a presente discussão, apresentamos uma relação de estudos sobre oassunto e uma pesquisa realizada com nossos alunos-estagiários de um semestreletivo, sobre suas experiências de estágio. Os dados oferecem subsídios para o debateem relação ao trabalho da supervisão.

Palavras-chave: Psicoterapia breve, Supervisão clínica, Formação do psicólogo.


ABSTRACT

As clinical supervisor within the context of the Clinical School regarding BriefPsychotherapy, we have given consideration to the situation of the teachingapprenticeshipon Clinical Psychology, to the Brief Psychotherapy technique and tothe role of the clinical supervision in the development of a Psychologist. We haveintroduced the ideas of Focus and Strategies of the Brief Psychotherapy supervision,related principally to the shaping of the supervision situation, reverting backquestions as to what we are doing and to whom or with whom we are doing what weare doing. In order to orient this discussion, we present a series of studies on thesubject, plus a research performed with our students during an academic semester,about their training experiences. This data provides subsidies for the discussionrelated to the supervision work.

Keywords: Brief psychotherapy, Clinical supervision, Psychologist background.

 

 

A nossa experiência como supervisora clínica no contexto da Clínica-Escola com a abordagem da Psicoterapia Breve, têm nos levado à refletir sobre ascaracterísticas peculiares: a) da situação de ensino-aprendizagem em PsicologiaClínica; b) da técnica da Psicoterapia Breve; e, c) do trabalho da supervisão clínicanos estágios curriculares da formação do Psicólogo.

Existe no nosso entender, uma rede de específicos elementos queparticipam da experiência de atendimento clínico, realizado pelo aluno do Curso dePsicologia na última etapa de sua formação profissional, que nos leva de encontro àuma série de reflexões sobre a prática clínica dentro da abordagem da PsicoterapiaBreve e sobre a função da supervisão clínica a ela associada.

Em linhas gerais e em primeiro plano, devemos considerar que a experiênciade estágio clínico realizado pelo aluno, envolve um terapeuta iniciante (que nemsempre possui interesse em atuar na área clínica, como referem Aguirre et al., 2000),que possui duas principais motivações: 1) a tarefa profissional do atendimentoclínico de seu paciente e, 2) a realização (consciente ou não), de um árduo e densotrabalho, não mais adiável, de elaboração e sínteses teórico-técnicas que oferecerãoos contornos de uma identidade profissional necessariamente emergente nestemomento. Sendo assim, temos considerado que este estágio da formaçãouniversitária possui caracteristicamente, finalidades criativas, que irão mobilizar ofuturo Psicólogo para questões que transcendem as situações imediatas dos estágiosclínicos. Expectativas sobre a competência profissional, fantasias e desejos acerca desuas condutas impotentes ou onipotentes, ansiedades frente à situação profissionalnova e desconhecida, são bons exemplos dos matizes das vivências que seapresentam para este “aprendiz” de psicoterapeuta, que através do exercícioprofissional do estágio em Psicologia Clínica, poderá reunir subsídios para umaescolha futura mais consciente sobre sua área de atuação e/ou no mínimo, enriquecersua bagagem acadêmica.

A nossa experiência de supervisão do trabalho clínico do atendimentopsicoterápico breve desenvolvido pelos estagiários do 5o. ano, há algum tempo, temintensificado uma antiga preocupação em relação às efetivas colaborações quepodemos oferecer ao aluno durante o estágio, que representem auxílio para adesenvoltura no desempenho do papel terapêutico. Esta preocupação mostra-se deimediato, associada à idéia acerca da importância de avaliar o processo e o “sucesso”em Psicoterapia Breve e à percepção da situação de desafio que enfrenta o nossoaluno-estagiário.

Em relação à situação peculiar do aluno-estagiário, Simon (1981) nos oferececontribuições ao debater a Formação do Psicoterapeuta para a Realidade Brasileira.Ele menciona a necessidade do “candidato à Psicoterapeuta” apresentar “disciplinamental” requerida “para lidar com abstrações complexas” e, “experiência de vida”.Acrescenta que estas duas aquisições tomam parte natural do momento e processosinerentes ao desenvolvimento do curso universitário e, afirma: “O aprendizado dapsicoterapia não é apenas teórico. É sobretudo baseado na vivência pessoal, e estaainda é muito incipiente no adolescente que inicia aos 18 anos o curso de graduaçãouniversitária.” (p.68). Para o autor, a formação do Psicoterapeuta “deveria fazer-seem curso de especialização, após o candidato ter sido graduado em curso demedicina ou psicologia” e deveria adequar-se à realidade brasileira, no sentido deresponder à suas características e demandas. Neste sentido, conclui que “dado o vultoe a urgência de atendimentos da população, as espécies de tratamento apropriadasseriam as chamadas psicoterapia suportiva e psicoterapia breve (Wolberg, 1967).”(p.70).

Nossa concordância é plena em relação ao pensamento de Simon (1981)sobre a necessidade indiscutível da bagagem de vida pessoal para o exercício dafunção terapêutica e sendo assim, acreditamos fundamental que o trabalho dasupervisão clínica tenha em conta não apenas os aspectos teóricos e técnicos e o seuinterjogo, mas considere também o preparo pessoal do aluno-estagiário em sua experiência como terapeuta iniciante. Temos considerado que o preparo evidenciadona atitude de compromisso por parte do terapeuta-estagiário é tão importante quantoo compromisso do paciente com o atendimento psicoterapêutico, somado a outrosfatores tão bem lembrados pelos diferentes autores estudiosos da Psicoterapia Breve,como a motivação do paciente para o trabalho psicoterápico, a capacidade dopaciente em relacionar fatos e significados e a sua abertura para considerar novasinterpretações apresentadas na situação do atendimento clínico (Sakamoto, 2000).

Na medida em que nos encontramos portanto, frente a uma experiência destamagnitude, consideramos que uma boa dose de atenção e dedicação específicas noofício da supervisão, constituem-se pilares estruturais determinantes. Dentro destaperspectiva de visão, temos considerado que a nossa atenção na situação daSupervisão, também é necessária e caracteristicamente, uma atenção seletiva queorganiza e encaminha a experiência, tornando-a produtiva e válida. Nodesenvolvimento desta idéia, nos ocorre então, propormos que a supervisão clínicaem Psicoterapia Breve possui explícita ou implicitamente, um Foco e, faz uso deEstratégias, em consonância às propostas fundamentais da abordagem dapsicoterapia praticada &– a Psicoterapia Breve.

A idéia de Foco e de Estratégias da supervisão em Psicoterapia Breve seapresenta basicamente relacionada neste sentido, a questões que nos remetem aoenquadramento da situação de supervisão, retomando reflexões sobre o que estamosfazendo e para quem ou com quem estamos fazendo o que fazemos. Nesta situaçãode estágio em Psicologia Clínica, muitos propósitos se sobrepõem e se entrelaçam: aexperiência clínica do aluno, o atendimento psicológico do paciente, a supervisão dotrabalho clínico realizado pelo aluno, o processo terapêutico em questão, a formaçãoprofissional do aluno, a dedicação e competência do supervisor. Deste modo, nasituação de supervisão, parecem concomitantes a existência de tarefas nas quais osupervisor se vê dando algo para o aluno e momentos em que ele se vê construindoalgo com o aluno. Estas instâncias do relacionamento de ensino-aprendizagem entresupervisor e aluno-estagiário conferem sem dúvida, à situação de supervisão clínica,peculiaridades e inegável profundidade na experiência, que nos estimulam umaampla discussão que pretendemos dar início nesta oportunidade.

O ser terapeuta é fruto de um longo caminho de construção pessoal solitária ecompartilhada voltada a um ofício de ajuda e, o nosso trabalho de supervisão é umatarefa que toma parte deste processo e que busca, tomando emprestadas as palavrasde Maud Mannoni (1989/1992), evitar os “riscos do controle” e o exercício da“função de vigilância” e, acompanhar o terapeuta a tomar ciência das “referênciascom as quais funciona, a colocá-las em confronto com outras referências, ajudandooa encontrar um estilo próprio que não seja pura imitação da habilidade de umoutro.” (p.38).

Deste ângulo, o Foco da supervisão, no nosso entendimento, é atender àsdemandas das integrações teórico-técnicas da prática clínica envolvidas noatendimento, às demandas da prática clínica específica da psicoterapia breve e ainda,auxiliar o aluno em seu processo de formação profissional colaborando na aquisiçãode uma identidade profissional. A possibilidade de nos colocarmos comoconhecedores do processo em questão e, a partir daí atualizarmos o sentido de umarelação de respeito humano, pode gerar um conforto emocional que participa construtivamente da situação de experiência pessoal do aluno em sua tarefa dedesenvolvimento profissional.

Para concluirmos a presente discussão, iremos referir as escassas informaçõesque encontramos ao procurarmos localizar o tema da supervisão clínica na abordagem da Psicoterapia Breve no campo da investigação científica e finalmente,apresentar uma pesquisa realizada com nossos alunos-estagiários acerca de suasexperiências de estágio.

 

As Pesquisas Atuais sobre a Supervisão Clínica em Psicoterapia Breve

Embora o assunto sobre o trabalho da supervisão clínica em PsicoterapiaBreve seja da maior relevância, encontramos nos últimos seis anos, apenas setetrabalhos que abordam o assunto e dentre eles, apenas dois que dizem respeito àsupervisão enquanto situação de treinamento do psicoterapeuta. Ambos de 1999, oprimeiro deles de Levenson & Strupp, apresenta o resultado de dois levantamentosde “praticantes e supervisores de treinamento de estagiários” e refere que “há umnúmero considerável de terapias breves sendo ministradas” que “Entretanto, (...) nãoparecem ser adequados”, menciona onze recomendações tais como o “estudo deprocessos e desenlaces do treinamento” ou o uso de gravações do trabalho clínico emvídeo para o ensino e a supervisão e, conclui sobre a importância deaprofundamentos na área; o segundo estudo, de Binder, sugere que as “ciênciascognitivas” oferecem melhores recursos “teórico-empíricos” do que a “estratégiapedagógica tradicional” das teorias clínicas psicanalíticas, “para entender a períciaterapêutica e pode ser aplicada para desenvolver métodos de ensino psicoterapêuticosaperfeiçoados” e, descreve uma “forma de ensino baseada na tecnologia docomputador multimídia” que “preenche uma falha entre o curso didático e asupervisão terapêutica”. Os demais trabalhos, menos diretamente relacionados aoassunto, são: a) um deles que aborda a competência de um grupo de terapeutas quepossuem “diagnóstico de ansiedade” e utilizam a proposta da STAPP ou PsicoterapiaBreve Provocadora de Ansiedade; b) três trabalhos da área psiquiátrica, na qual umdeles apresenta uma discussão sobre o “impacto” da existência de deficiência físicano psiquiatra-residente praticante da psicoterapia breve, nos processos transferenciaise na supervisão; um outro, que é um “guia” de “leituras básicas em psiquiatria”; e, oterceiro, que aborda o trabalho de “orientação” ao invés do “tratamento” em tempolimitado, de pacientes “severamente perturbados”; finalmente, c) um trabalho querefere que a terapia breve com supervisão clínica pode oferecer resultadossignificativos desde que haja o cumprimento de três premissas: que o supervisorapresente uma compreensão psicanalítica e uma atitude psicanalítica clara e, oorientando apresente um “enfoque psicanalítico”, que permitirão ao orientando“identificar os aspectos inconscientes do conflito central do paciente” e “acreditar emsuas sensações inconscientes”.

Constatamos assim, que existe evidentemente uma significativa lacuna emtermos de um debate que promova aprofundamentos necessários sobre o assunto eque encaminhe uma construção deste conhecimento tão fundamental, principalmentese o apreciarmos do prisma da formação do psicólogo clínico.

 

Uma pesquisa sobre a experiência do aluno no estágio clínico

Dentro da perspectiva de buscar estratégias que melhor atendam aospropósitos envolvidos no trabalho de supervisão clínica em Psicoterapia Breve,temos introduzido, a utilização de “Formulários de Apoio ao Atendimento Clínico”que são voluntariamente usados por nossos alunos e que consistem em um recursoauxiliar, que instrumentaliza o terapeuta-iniciante fornecendo-lhe algumas sínteses eindicações úteis de seu trabalho de atendimento clínico ao paciente. Na tentativa demonitorar a validade destes Formulários e compreender melhor a experiência dosalunos-estagiários, temos investigado o uso destes Formulários e a experiência deestágio em Psicologia Clínica de nossos alunos-supervisionandos.

Em nossa iniciativa de investigação, temos constatado alguns benefíciosrelatados pelos alunos com o uso dos Formulários e observado a importância doenquadre estabelecido da supervisão e de outras estratégias utilizadas.

A título de ilustração, apresentaremos a seguir um estudo realizado com osnossos alunos-estagiários dos grupos de supervisão clínica em Psicoterapia Breve deAdultos e de Crianças e seus Pais, de um semestre letivo.

O estudo envolveu 29 alunos-estagiários que voluntariamente participaram dapesquisa e, utilizou um questionário com seis perguntas abertas sobre diferentesaspectos da experiência de estágio. Apreciaremos aqui, duas das questões que sereferem: 1) aos ganhos atribuídos ao estágio e, 2) às falhas e dificuldadesvivenciadas.

As respostas de cada aluno para as duas questões foram classificadas portemas conforme suas idéias principais e o conjunto das respostas do grupo de alunospara cada questão, foi reunida em categorias que se constituem nos dados para nossadiscussão. Na Tabela 1, podemos apreciar a qualidade das respostas obtidas aoquestionário sobre a relação de ganhos reconhecidos pelos alunos na experiência deestágio e na Tabela 2, podemos apreciar a relação de dificuldades identificadas naexperiência.

 

 

 

Conforme observamos na Tabela 1 sobre os ganhos do estágio, temos umtotal de 69 respostas que representam praticamente duas e meia respostas por aluno ena Tabela 2 sobre as dificuldades da experiência, temos um total de 31 respostas queeqüivaleriam a uma resposta por aluno, ainda que levemos em conta que dois dosalunos não tenham respondido à questão. Mediante estes dados podemos considerarque referir ganhos é mais estimulante ou menos dificultoso que mencionardificuldades nesta situação de experiência ou que, o aluno, além da dificuldadepreponderante “do medo de errar”, mostra uma dificuldade para identificar suasdificuldades.

Em linhas gerais, temos em termos dos ganhos atribuídos ao estágio, ummaior número de referência dos alunos à aquisição de experiência e conhecimento,seguida do enriquecimento da situação de supervisão em grupo na qual se têm apossibilidade de contato com variadas maneiras de procedimento clínico e daconquista de uma maior segurança profissional e do sentimento de valor profissional.

Podemos considerar ainda, que embora tenhamos constatado respostasespecíficas em relação a ganhos de “crescimento pessoal e melhor percepção de simesmo” ou mesmo, sobre a existência de frutos como o “prazer e a satisfação deexpectativas do estágio”, que a quase totalidade das respostas menciona ganhos quesugerem uma face pessoal à situação que é claramente descrita e identificada comoprofissional. Diante destes dados, somos levados a pensar que o processo subjacentede desenvolvimento pessoal na experiência profissional durante a realização doestágio clínico, pode estar mais presente ou consciente para os alunos do quesupomos teoricamente. De qualquer forma, a possibilidade de verificarmos que osalunos-estagiários reconhecem a importância do crescente preparo pessoal para abem sucedida formação profissional, pode sem dúvida contribuir para que elespossam vir a identificarem melhor suas dificuldades nesta situação de aprendizageme a partir daí, possam ter enriquecidos seus processos de formação profissional.

 

Referências

Aguirre, A.M.B. et al.(2000) A Formação da Atitude Clínica no Estagiário de Psicologia. Psicologia USP. v.11, n.1, pp.49-62.        [ Links ]

Mannoni, M. (1992) A Supervisão em Psicanálise. Trad. Eliana Borges Pereira Leite.1a. ed. São Paulo: Editora Escuta.         [ Links ]

Psycinfo: journal articles (1994-2000) chapters & books [on line]. Washington, DC:American Psychological Association .        [ Links ]

Sakamoto, C.K. (2000) Considerações sobre o Manejo Técnico em Psicoterapia Breve [Apresentado no 2o. Encontro de Psicoterapia Breve de Adultos e de Crianças da Faculdade Presbiteriana Mackenzie e do Núcleo de Estudos e Pesquisas emPsicoterapia Breve, São Paulo, 2000]        [ Links ]

Simon, R. (1981) A Formação do Psicoterapeuta na Realidade Brasileira. Boletim dePsicologia da Sociedade de Psicologia de São Paulo. v.33, n.8, pp.67-73.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Faculdade de Psicologia,
Departamento de Psicologia Clínica
Rua da Consolação, 896 - prédio 38
Consolação
01302-907 - Sao Paulo, SP - Brasil
Telefone: (11) 32566827
Fax: (11) 3256621
E-mail psicoclinica@mackenzie.br

Recebido: 02/01/2006
Aceito: 29/03/2006

 

 

1 Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo.

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