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Stylus (Rio de Janeiro)

versão impressa ISSN 1676-157X

Stylus (Rio J.)  no.24 Rio de Janeiro jun. 2012

 

ENSAIOS

 

Interpretação: arte poética com alíngua

 

Interpretation: the poetic art with lalangue

 

 

Andréa Hortélio Fernandes*

Universidade Federal da Bahia

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente artigo trata da interpretação na psicanálise, tomando como ponto de partida a ex-sistência de alíngua para o ser falante. Mostra que desde Freud, assim como em Lacan, o não-senso presente na aquisição da linguagem convoca certa arte poética do analisando e do analista no que diz respeito à interpretação. Ilustra por meio de dois recortes clínicos como a interpretação por meio do equívoco significante é passível de intervir simbolicamente no real do sintoma para decantar, do inconsciente, o saber-fazer com alíngua.

Palavras-chave: Interpretação, inconsciente, alíngua, equívoco, poesia.


ABSTRACT

The article deals with interpretation in psychoanalysis departing from the ex-istence of lalangue to the speaking being. It shows that since Freud, as well as in Lacan, the no-sense present in language acquisition invites a certain poetic art on the side of the analysand  and the analyst in terms of interpretation. The article also illustrates through two clinic cases how the interpretation through the signifying equivocation is susceptible to intervene symbolically in the real of the symptom in order to decant, from the unconscious, the know-how-to do with lalangue.

Keywords: Interpretation, unconscious, lalangue, equivocation, poetry.


 

 

A interpretação na psicanálise convoca certa arte poética, tanto do analisando como do analista, para lidar com o que do inconsciente insiste e não cessa de não se escrever. Em Escritores Criativos e Devaneios (1908), Freud aproxima a literatura, em especial a poesia, ao brincar infantil, à fantasia e ao sintoma que têm em comum o fato de trançarem, por meio de metáforas e metonímias, o gozo do Um, gozo de alíngua, com o gozo do sentido, por meio do equívoco.

No Seminário 24, L'insu que sait de l'une-bévue s'aile à mourre (1977), afirma que somente a poesia permite a interpretação. A poesia é comparada às formações do inconsciente por trabalhar com as mesmas figuras de linguagem. Dentre as formações do inconsciente, Lacan deu ênfase para o fato de o sintoma conservar um sentido no real. Assim, a pergunta que norteia este trabalho é: como a interpretação na psicanálise ao se servir do equívoco significante, tal qual a poesia, pode vir a intervir simbolicamente no real?

Na primeira lição deste mesmo seminário, Lacan retoma o equívoco ao dizer que Freud se interessou pelas formações do inconsciente – sonhos, atos falhos, chistes e sintomas – por estarem ligadas à aquisição da linguagem. De acordo com Lacan, Freud, no Entwurf,trata disso por meio dos traços mnêmicos, que nada mais são do que a significantização do que é irrepresentável de das Ding. Dentro desta perspectiva, Lacan afirma que, contrariamente aos animais, que usam da memória para guardar as lembranças, o mesmo não acontece com o homem. A razão para isto deve-se à presença do recalque originário, de acordo com Freud; ou ao significante da falta no Outro, segundo Lacan.

Em O Aturdito (1973), Lacan retoma a tese já trabalhada, anteriormente em Radiofonia (1970), de que a linguagem é a condição para o inconsciente, o que se conecta com o fato de a psicanálise ter revelado que só no ser humano há inconsciente. Logo, a psicanálise, ao dar uma nova interpretação do inconsciente, mostra que "o falasser é uma forma de exprimir o inconsciente" (LACAN, 1974/2005, p. 72) e que o humano "não se safa de modo algum desse saber [...] que lhe é imposto" (1976-77, aula de 11/01/1977). E como o sujeito se vira com esse saber?

Esta pergunta abrange a lógica da interpretação,1 e busco respondê-la afirmando que a lógica da interpretação na psicanálise está atrelada ao fato de que para o ser falante, de início, não há linguagem, há alíngua. A linguagem seria posterior por ser uma elucubração de saber acerca de alíngua. De fato, a clínica revela que o inconsciente estruturado como uma linguagem é uma elucubração de saber, uma interpretação, acerca de alíngua.

Sobre alíngua, Lacan afirma que os seus efeitos já estão lá como saber, e no ser falante vão bem mais longe de tudo o que ele é suscetível de enunciar. Tanto que no Seminário 22, R.S.I. (1974-75), Lacan propõe a interpretação como um dito que repercute mais longe que o dizer ou a fala do sujeito, é nisto que a interpretação demonstra a ex-sistência de alíngua.

É por contingência, neste contexto, que para um sujeito em análise, algo pode vir a se escrever (S2) e é o que faz função de real no saber. Aí está, então, a razão de Lacan propor o saber no lugar da verdade (a/S2) como a estrutura da interpretação, no discurso do analista.

De início temos alíngua descrita como um exame de significantes, "um enxame que zumbe" (1972-73/2005, p. 196), que propomos aproximar do significante fora da cadeia, fora sentido, como um todo só, errático, do S1(S1(S1(S1 → S2))). O sujeito não advém como saber, ele terminará por se presentificar no campo do gozo, da substância gozante. Zona marcada pelo equívoco significante e pela criação, por um engendrar-se como sujeito e onde a interpretação pode vir a operar. Foi nesta zona que Freud extraiu a experiência do fort-da do seu neto.

O retorno a Freud revela que ele já trazia contribuições que caminham na mesma direção do que Lacan vem formular como alíngua. Em A Interpretação dos Sonhos, Freud fala dos "truques linguísticos feitos pelas crianças que inventam novas línguas e novas formas sintáticas artificiais" (O trabalho da condensação, 1900-1980, p. 323). Nelas, encontram-se tanto a metonímia como a metáfora operando na construção de novas palavras criadas em meio ao equívoco significante.

Também, no texto O inconsciente (1915), quando Freud retoma sua antiga monografia sobre as afasias há alusões ao que Lacan propõe como alíngua. Ele diz que na aquisição da fala, as crianças usam uma linguagem que elas mesmas constroem. Elas "associam diversos sons verbais" vindos do Outro "a um único som produzido" (1915/1980, p. 241) por elas. Esta aquisição envolve essa zona de criação, e a interpretação tem um papel importante na clínica com as crianças que estão no processo de aquisição da linguagem.

Trago um recorte clínico. Uma criança de três anos pega alguns bonecos dos quais retira as cabeças, e em seguida joga-os atrás do divã e emite os vocábulos: "cair, cair, cair-se". A analista intervém sobre os ditos da criança por meio de um equívoco por homofonia. Então, a analista repete: "cai, cai, Clarice", nome de uma pessoa próxima da criança que ela já havia trazido em sessões anteriores. Ao ouvir "Clarice" a criança olha para a analista e sorri. Esta mesma criança costumava fazer desenhos marcados por um puro gozo do rabisco, passa então a fazer algumas formas, caracóis e as nomeia: "papai, Pepeu e Rafa".

Este exemplo ilustra como a linguagem é a condição do inconsciente e para a manifestação do inconsciente. Contudo, a referência da linguagem para o inconsciente escapa à linguística, ao campo da semântica, da significação. Para Lacan, a linguagem é feita de alíngua e ela não está a serviço da comunicação. O balbucio como expressão primeira de alíngua mostra que ela não se dirige a nada, não há nenhuma forma de demanda ao Outro.

Alíngua demarca a ex-sistência do real inapreensível do sujeito e faz com que Lacan proponha que a interpretação ao levar em consideração o inconsciente deverá operar no sentido de "fazer surgir elementos significantes irredutíveis, non-sense, feitos de não-senso" (1964/1985, p. 236). Há aí uma aproximação ao inconsciente real, irredutível. E, também, um convite a pensar a interpretação como fazer poesia com alíngua.

Fazer poesia com alíngua retrata a definição de neurose dada por Lacan, no Seminário 24, segundo a qual a neurose "consiste em jogos de palavras" (1976-77, aula de 17/05/76) ou equívocos entre significantes. Isto não passou despercebido a Breuer ao tratar Anna O. Ele percebeu que após ela falar, durante a hipnose, despertava; e já mais calma, dizia: "gehälglich", um significante novo criado por ela que faz equívoco com "behaglich", que significa confortável.

E ainda, a poesia, ao jogar com o efeito de sentido e o efeito de furo, aproxima-se do uso feito pela metáfora no sintoma. No caso de Fräu Cäcilie M., Freud examina o uso da língua na gênese dos sintomas histéricos. Cäcilie sofria de nevralgia e dores no calcanhar. Ela relata a Freud que durante uma discussão com o marido, uma observação feita por ele foi sentida por ela como um áspero insulto. Nesse momento, ele leva a mão à bochecha, solta um grito de dor e diz ter sido como uma bofetada no rosto. Freud nos diz que a descrição foi tomada em seu sentido literal, que "o histérico não toma liberdade com as palavras" (1892/1980, p. 230), pois restaura o significado original das palavras nas suas conversões, entendidas como uma expressão somática de uma ideia ou de um significante.

Para Gerbase, "as conversões histéricas são metáforas, traduções de frases em sintomas físicos, do mesmo modo como se faz na poesia, com a eventual substituição de uma palavra pela outra" (2011, p. 97). Entretanto, há uma singularidade no uso da metáfora pelo sintoma, pois está em jogo uma substituição de um termo ausente, de um termo elidido por um termo presente.

Ainda sobre a metáfora ou a substituição significante, Lacan, no Seminário XXIV (1976-77), dirá que o significante, ao representar o sujeito para outro significante, por aí passa toda uma série infinita de sentidos os quais se fecham imediatamente e ficam em impasse, pois o sujeito não advém enquanto saber, S2. Logo, o sentido não resolve o sintoma, pelo contrário, o faz prosperar. Nesta mesma lição Lacan pergunta: o que fazer para que a psicanálise seja, algumas vezes, eficaz?

Para tentar responder a esta questão, retomo o Seminário XX (1973-73), em que Lacan chama a atenção para o fato de que "o inconsciente é um saber, um saber-fazer com alíngua. E o que se sabe fazer com alíngua ultrapassa de muito o que podemos dar conta com o título de linguagem" (1972-73, p. 190). Acredito que é neste sentido que Soler vem a defender que "analisar é procurar o analfabeto", visto que o sintoma é escrito em letras do inconsciente-alíngua, que é sempre analfabeto e, portanto, ignora a escrita ortográfica (2009, p. 40). Ela joga com o equívoco homofônico na língua francesa entre analphabète e analphabête,2 neologismo para situar que o sintoma é um significante sem significação, fora sentido e contingente.

Voltando à poesia para tratar o sintoma, no Seminário 24 (ibid.) Lacan diz que a boa poesia joga com efeito de sentido e o efeito de furo. Manoel de Barros, com o poema Apanhador de desperdícios (2003), serve aqui como ilustração ao declarar: "uso as palavras para compor meus silêncios" (ibid.). Aí estaria uma poética forma de descrever o real como aquilo que não cessa de não se escrever e retorna no simbólico, na neurose, ou no real, na psicose.

Nos anos setenta e mais especificamente em O Aturdito (1973), Lacan diz que a interpretação é do sentido que vai contra a significação. A interpretação promove equívoco por ser um dizer nada, no qual o sentido foge, desliza sobre o que se diz. Logo, a aproximação entre a interpretação e as formações do inconsciente está ligada ao fato de elas fazerem exatamente a mesma coisa: equívocos. Elas são sempre produções de um efeito de sentido que faz corte na significação.

Como se sabe, com base em Instância da Letra (1957), Lacan marca a determinação do significado pelo significante. No lugar do significado vem, sem dúvida, a significação – gramatical –, mas nenhuma significação esgota o significado, há sempre um excedente de significado que podemos chamar de sentido. Entre o significado como significação e o significado como sentido há sempre uma lacuna que é irredutível.

E como fica o sujeito com relação ao saber irredutível? Lacan, no Seminário 24 (ibid.), diz que o sujeito não sabe fazer com o saber, pois o saber em questão é um saber sem-sujeito, o que remete à ex-sistência de alíngua. O saber em questão é sem-sujeito, pois no balbucio o sujeito é suposto pelo Outro e está assujeitado aos significantes do Outro. Logo, o inconsciente só pode ser abordado na análise onde  não é  questão se lembrar do que se sabe, mas de um "não me lembro mais disso. Não me reencontro nisso" (LACAN, 1967/2003, p. 337).

Nesta perspectiva, ao conservar um sentido no real, o sintoma exclui o sentido por ser feito de alíngua. É nisso que o sintoma como "modo como o sujeito goza do inconsciente, na medida em que o inconsciente o determina" (LACAN, 1975-75, aula de 18/02/1975) interpreta o analisando e faz dele seu intérprete. Contudo, se todos os significantes do falasser são sempre recebidos, o manejo do sintoma na clínica estaria associado a levar o sujeito a inventar um significante novo que, como o real, não teria espécie alguma de sentido? De fato, na análise, o analisando é convidado a saber-fazer com inconsciente-alíngua, para daí decantar o analphabête que pode se manifestar nas formações do inconsciente.

Trago um recorte clínico de um lapso para ilustrar e finalizar este texto. Um sujeito que fica impossibilitado de se apresentar em público, duvidando da sua PROFICIÊNCIA, faz um lapso – PROLEADO. Este significante novo, significante de alíngua, significante sem significação, faz equívoco com PROLETARIADO. PROLEADO substitui PROLETARIADO, mas nesta substituição há um termo que fica ausente, elidido, TARI, que ao ser evocado pela analista como um dizer que diz nada, promove novas associações que levam aos significantes: TRAIR, TARADO que remetem a uma traição. Ao mesmo tempo, quando pensa que não pode ser visto, o sujeito associa que "isso é da ordem do ilegal", do que é clandestino e não é PRÓ, positivo, conveniente. O sintoma, com a série metonímica do PRO, que é um fonema, "realiza simultaneamente a função metafórica e a função metonímica que fixa o gozo do sintoma" (GERBASE, 2011).

No caso em questão, o sintoma revela a presença de dois fora-sentidos que se enodam por meio do equívoco promovido pelo lapso. O do gozo do Um, próprio à substância gozante, aponta para o gozo que exclui o sentido. Aqui cabe lembrar que no que tange à substância gozante, Lacan mostrou que a pulsão tomada como eco no corpo para que ela ressoe é preciso que o sujeito conceda. E de fato, este sujeito esquivava-se da pulsão escópica, considerava não ser APROPRIADO, PRÓ, legal, conveniente ser visto, daí decorre que o seu sintoma é não poder se apresentar em público, logo, obrigava-se a não se PROJETAR, a estar fora da mira do olhar.

O outro fora-sentido é do campo de alíngua. O lapso PROLEADO traz uma multiplicidade de elementos que não veiculam nenhum sentido em particular, cada um deles pode receber uma pluralidade de sentidos em razão das construções linguageiras. Por exemplo: PROLEADO, o fonema PRO está presente em: PROLETARIADO, PROFICIÊNCIA, PROLE etc., mas nenhum deles representa a condição suficiente de abarcar todo o sentido.

Estes dois fora-sentido conjugam o PRO, que ao mesmo tempo é um elemento verbal do inconsciente e elemento da substância gozante. Concluindo, este caso revela que a interpretação ao visar tratar o real do sintoma deve levar em conta o inconsciente-alíngua que fará com que o analisando seja convocado a fazer poesia com alíngua.

 

Referências Bibliográficas

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Endereço para correspondência
Andréa Hortélio Fernandes
E-mail: ahfernandes@terra.com.br

Recebido em: 08/02/2012
Aprovado em: 01/04/2012

 

 

Notas

* Psicóloga. Doutora em Psicopatologia e Psicanálise (Paris 7), Professora Adjunta da Graduação e Pós-Graduação em Psicanálise da Universidade Federal da Bahia. AME da EPFCL - Brasil/ Fórum Salvador. Membro da Associação Científica Campo Psicanalítico em Salvador.
1 Tema do Encontro Nacional dos Fóruns do Campo Lacaniano, realizado em Salvador (BA), em novembro de 2011.
2 Bête – ininteligente.