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Stylus (Rio de Janeiro)

versão impressa ISSN 1676-157X

Stylus (Rio J.)  no.25 Rio de Janeiro nov. 2012

 

ENSAIOS

 

Por uma prática sem valor: a suficiência e a conveniência poética do psicanalista

 

For a practice without value: the psychoanalyst's poetic sufficiency and convenience

 

 

Ana Laura Prates Pacheco

 

 


RESUMO

No Seminário L'insu (1976-1977) Lacan lança uma pergunta: seria o psicanalista poeta o suficiente? Esta é a provocação que ele nos deixa, afirmando a seguir que "apenas a poesia permite a interpretação". Em meu desenvolvimento, destacarei que a articulação entre interpretação e poesia – portanto, as leis da linguagem – está presente no ensino de Lacan pelo menos desde A instância da letra (1958). Lacan demonstrou – com Freud – que o sintoma, assim com o sonho, é uma cifra cuja lógica responde às mesmas leis que regem a combinatória significante: a metáfora e a metonímia. A estrutura metafórica, especificamente, produz um efeito de significação que é de poesia ou criação. Seria, então, a interpretação, homóloga à estrutura do inconsciente? Vou tentar encaminhar esta questão com base em três breves recortes: 1. Um significante irredutível; 2. Um dizer; 3. Um significante novo.

Palavras-chave: Interpretação, Função poética, Aturdito.


ABSTRACT

In the Seminar L'Insu (1976-77), Lacan poses a question: Would the Psychoanalyst be poet enough? This is the provocation he leaves us with, further affirming that "only poetry allows interpretation". In my development, I will highlight that the articulation between interpretation and poetry, and therefore the laws of language, are present in Lacan's teaching since at least The instance of the letter (1958). Lacan has demonstrated – with Freud – that the symptom, as well as the dream, is a metaphor, a code whose logic responds to the same laws which orient the significant combination: a metaphor and a metonym: the metaphoric structure, specifically, produces an effect of signification which is poetry or creation. Would the interpretation then be equal to the structure of the unconscious? I will try to work on this question departing from three short perspectives: 1) An irreducible significant; 2) A saying; 3) A new significant.

Keywords: Interpretation, Poetic function, Aturdito.


 

 

Na aula de 17 de maio de 1977 do Seminário 24 L'insu que sait de l'une bévue s'aile à mourre (1976-1977), Lacan lança uma pergunta: seria o psicanalista poeta o suficiente? Esta é a provocação que ele nos deixa, afirmando a seguir que "apenas a poesia permite a interpretação". Articular a interpretação à poesia e, portanto, às leis da linguagem não é exatamente uma novidade em seu ensino. Desde o início, Lacan demonstrou – com Freud – que o sintoma, assim com o sonho, é uma cifra cuja lógica responde às mesmas leis que regem a combinatória significante: a metáfora e a metonímia: "a estrutura metafórica, que indica que é na substituição do significante pelo significante que se produz um efeito de significação que é de poesia ou criação" (1957, p. 519). Seria, então, a interpretação, homóloga à estrutura do inconsciente? Vou tentar encaminhar esta questão com base em três breves recortes:

 

1. Um significante irredutível

Ora, não seria excessivo afirmar que a interpretação, enquanto resposta própria do psicanalista, funda a especificidade de seu discurso. Sendo solidária da transferência, é ela que permite ao psicanalista interferir, com seu ato, na tarefa do analisante, isto é, na associação livre. Mas qual seria a visada dessa resposta específica, que faz girar o discurso, fundando uma nova razão? Há, então, dois aspectos que se colocam de saída e de modo imbricado: a questão da verdade e a do sentido. Para Lacan, desde o início de seu ensino, a verdade revelada pela decifração está menos no nível semântico que responderia "o que isso quer dizer" e mais na estrutura de "como isso diz". Aqui, é patente o deslocamento do plano hermenêutico para o estrutural, já que não é possível encontrar o par ordenado entre interpretante e interpretado, objeto e representação.

Dessa forma, a interpretação é menos um método para se alcançar a verdade recalcada, ou uma técnica de decifração, do que a tática relativa a uma política de cura.

O tempo restrito me impedirá de demonstrar os problemas teórico-clínicos que foram se colocando, a partir de quando Lacan, fazendo Escola, inaugurou uma clínica "além da rocha da castração", com a criação do conceito de objeto a, causa do desejo e mais de gozar. Deixo apenas indicado que estas questões o levaram a se deparar com o impasse da fantasia, em relação ao qual sua resposta é a clínica do passe. E aponto, rapidamente, duas consequências específicas para a interpretação: a primeira delas, obviamente, é que a interpretação deve visar a essa causa. A segunda é tributária do debate com Laplanche, o qual reduz a proposta lacaniana de que a interpretação deve visar ao significante como sendo uma autorização para a polissemia infinita: a interpretação estaria aberta a qualquer sentido. A resposta de Lacan no Seminário 11 (1964) é contundente. Ele diz: "A interpretação não está aberta a todos os sentidos (...). Ela tem por efeito fazer surgir um significante irredutível" (p. 236).

Vemos aqui, antecipada de forma extraordinária, a escrita do discurso do analista, tal como Lacan apresenta no Seminário 17 O avesso da psicanálise (1969-1970), com o S1 no lugar da produção. Seria esse S1 o mesmo que, no discurso fundante da estrutura, o Discurso do Mestre, estava no lugar do agente da produção da causa do desejo?

 

 

2. Um dizer

Avancemos para o Lacan de 1972, para destacarmos esse ponto, que me parece essencial: "é a partir do discurso em que se funda a realidade da fantasia que aquilo que há de real nessa realidade se acha inscrito" (O Aturdito, p. 478). A questão, portanto, que orienta os últimos dez anos do ensino de Lacan é exatamente esta: como propor uma clínica que possa ser orientada pelo que há de real nessa realidade? No Seminário 20 (1972-1973), por exemplo, Lacan formula essa ousadia da clínica psicanalítica desse modo: "O sério (...) só pode ser o serial. Isto só se obtém depois de um tempo muito longo de extração, de extração para fora da linguagem, de algo que lá está preso" (p. 31).

Assim, por um lado, a interpretação deve visar extrair esse "algo" a partir da produção do UM determinante, tal como lemos na escrita do discurso do psicanalista. Por outro lado, e eis o paradoxo, não há como operar essa extração a não ser passando pelo sentido. Essa é a razão pela qual, no meu entender, Lacan precisará recorrer de modo simultâneo e indissociável a dois recursos: a criação de uma subversão no plano da lógica pela via do matema (sobretudo as fórmulas da sexuação), que corresponde à interpretação como apofântico; e a valorização do ato pela via do poema, que corresponde à interpretação como equívoco. Eu diria que a apresentação desse programa está declarada no texto O Aturdito (op. cit.), e que Lacan, em seus últimos seminários, nos deixa de herança várias indicações a respeito desses dois eixos – como eu disse, indissociáveis em nossa experiência – e em relação aos quais estamos nos havendo com as consequências, sobretudo no dispositivo do passe.

"É a prática do analista", ele nos diz, "que deve dar conta de que haja cortes do discurso tais que modifiquem a estrutura que ele acolhe originalmente" (Ibid. p. 479). Qual a estrutura que ele acolhe? Trata-se, justamente, da estrutura que possibilitou que um dizer passasse a ocupar o lugar de significante mestre para que os ditos pudessem articular-se à verdade, ainda que fantasmática. É dessa forma que o dizer se demonstra por escapar ao dito, e ex-siste em relação à verdade. Vejamos o que diz Lacan a esse respeito, no Seminário 23:

O que Freud sustenta como inconsciente supõe sempre um saber, e um saber falado. O inconsciente é inteiramente redutível a um saber. É o mínimo que supõe o fato de ele poder ser interpretado. É claro que esse saber exige no mínimo dois suportes, que denominamos termos, simbolizando-os por letras. Daí minha escrita do saber como tendo suporte no S com índice S2. A definição que dou do significante ao qual confiro o suporte S índice 1 é representar um sujeito como tal e representá-lo verdadeiramente. Verdadeiramente quer dizer, nesse caso, conforme a realidade. O verdadeiro é dizer conforme a realidade. A realidade, nesse caso, é o que funciona verdadeiramente. Mas o que funciona verdadeiramente não tem nada a ver com o que designo como real. (...) Em outros termos, a instância do saber renovada por Freud, quero dizer renovada sob a forma do inconsciente, não supõe obrigatoriamente de modo algum o real de que me sirvo (LACAN, 1975-1976, p. 127-128).

Assim, é graças à interpretação que o analista, com seu dizer apofântico, pode operar sobre os modos redutivos da demanda neurótica que envelopa o conjunto dos ditos e extrair daí um dizer. Aqui, é preciso tomar a etimologia da palavra apofântico: apo (embaixo) e phaos (luz). É curioso que Lacan, após afirmar que o dizer da interpretação tem o estatuto apofântico, retoma o fato de que ela incide sobre a causa do desejo. E completa: "causa que ela revela" – poderíamos acrescentar: mostra. E mais à frente, ele afirma que "a estrutura é o real que vem à luz na linguagem". A questão fundamental aqui colocada é que à extração do "um dizer" corresponde o ab-sens, o não senso, o sem sentido, e a não relação sexual. Por quê? Ora, afirma Lacan:

O essencial do que disse Freud, é que há a maior relação entre esse uso das palavras em uma espécie que tem palavras à sua disposição, e a sexualidade que reina nessa espécie. A sexualidade é inteiramente tomada nessas palavras, esse é o passo essencial que ele deu. É muito mais importante do que saber o que quer dizer (Conferência de Bruxelas em 26/02/1977).

E em Momento de concluir (1977-1978), ele acrescenta: "O sexo é um dizer. Isso vale quanto pesa. O sexo não define uma relação. Foi o que enunciei com a fórmula: não há relação sexual". Assim, podemos afirmar: "que se diga" é equivalente a "não há relação sexual".

 

3. Um significante novo

Vejam, portanto, que não basta a redução ao UM determinante, e a extração da causa, já que é preciso se perguntar, ainda, como viver depois? É preciso se virar (savoir y faire). Eu gosto bastante dessa tradução do savoir y fair por "se virar": aponta, por um lado, para uma decisão ativa, para um improviso, para a solidão do ato no final da análise. Por outro, inclui o reviramento (do toro),1 a virada pelo avesso, necessária para desfazer o envelopamento do simbólico. E ainda, porta a conotação sexual, na origem chula da gíria "se vira", apontando para um consentimento com um modo sexuado de gozo implicado na identificação ao sinthoma – ao contrário do gozo (a)sexuado da fantasia. Lacan é sensível ao fato clínico de que esse "se virar" não seja algo automático, muito menos espontâneo. Entre a extração do "que se diga" e o "se virar" há um ato que instaura dois tempos. Além disso, o sujeito sempre poderá promover, ainda, uma retenção ao UM como chancela pseudoparanoica (saída não tão rara, inclusive no movimento psicanalítico) ou forjar um cinismo relativista, sustentado no redobramento da consistência de seu modo de gozo. Se coloco a questão assim de modo um pouco dramático é porque é dessa forma que essa passagem se apresenta na clínica. A questão aqui é sempre a mesma, formulada de várias formas: "E agora, o que é que eu faço com isso?", questão que aponta para o ato, e que convoca o analista e o analisante a terem que se posicionar eticamente.

Esta é, assim me parece, a visada de Lacan quando nos provoca, nos convocando a responder com nossa suficiência poética: a pó(ética) do ato. Aqui, o paradigma é a interpretação pelo equívoco, na qual se privilegiam a homofonia, as brincadeiras e jogos com a língua. Mas, atenção, pois há aqui uma precisão importante: são eles, os jogos de linguagem, que jogam conosco, exceto – como observa Lacan – "quando os poetas os calculam e o psicanalista se serve deles onde convém" (O Aturdito, p. 493). À homofonia poderíamos acrescentar também a homonímia e o próprio jogo inter-línguas diferentes, cujo paradigma é o texto de Joyce.

Neste ponto, eu gostaria de fazer uma observação que me parece importante e que diz respeito ao cálculo poético. Frequentemente ouvimos que o texto de Joyce não tem sentido. Talvez pudéssemos corrigir essa afirmação, dizendo que, se nos ativermos apenas à semântica, talvez ela fracasse na significação (Bedeutung). Mas quanto ao sentido, o que encontramos é uma proliferação tão grande, que ele perde o valor (lembrem-se do valor de verdade da fantasia), apontando então para o ab-sens. Cada frase de Joyce foi construída como uma escultura, de modo totalmente artificial e calculado. Não se trata de uma escrita automática. Considero esse ponto importante, porque me parece que Lacan faz disso uma espécie de paradigma metodológico, apresentado no próprio título do Seminário L'insu (op. cit.).

Assim, me parece que Lacan está propondo em ato (pó)ético a mostração (para além da demonstração) do que ele chamou no Seminário 23 (op. cit.) de usar até gastar. A questão inicial da relação entre a verdade e o sentido desloca-se para a de como "se virar" de forma inédita com a não relação entre o real e o sentido que o sinthoma escreve. Lacan apela à topologia da planificação dos nós – rodinhas de barbante (ronds de ficelles) que em francês também quer dizer "truque" – justamente para realizar a "mostração" da impossibilidade de aceder ao "peso do real" sem os "sedimentos de linguagem". Não nos esqueçamos que no "nó bo" o sentido está no enodamento do imaginário e do simbólico, já que o real ex-siste ao sentido. Usá-lo até gastar! Eis a escroqueria, a trapaça do psicanalista.

Na conferência proferida em Bruxelas (op. cit.), Lacan volta às histéricas, realçando que foi o Discurso da Histérica e seu encontro com o psicanalista que criou um laço social sem precedentes na história: o Discurso do Psicanalista. "Elas, as histéricas, evidentemente não sabem o que dizem com seu blá blá blá e seu chiqué, sua metidez", sua verdade mentirosa – como dirá Lacan em outro lugar. Eis o inconsciente Une-bévue, corpo de palavras, que nada tem a ver com as representações. Nessa mesma conferência ele afirma que a psicanálise não tem outra saída a não ser passar pelo sentido e, necessariamente, pelas palavras. Lacan diz que aí chega Freud nos Estudos sobre a histeria (1893-1895): "é com palavras que isso se resolve e é com palavras da própria paciente que o afeto se evapora".

Eis, no meu entender, o que faz com que em Momento de concluir (op. cit.) ele diga que a Psicanálise é a "prática da tagarelice", e uma prática – ressalta – eficaz. E indague: "Como é preciso que o analista opere para ser um retórico conveniente?".

Vimos que Lacan já havia advertido que o analista usa os jogos de linguagem, assim como os poetas, quando lhes convém. Como sabemos, Lacan não é inocente. Ele, que vinha havia um bom tempo definindo a psicanálise como práxis – ou seja, a modalidade de ato na qual, para Aristóteles o agente, a finalidade e a produção são indissociáveis –, nos últimos seminários cria um neologismo (pouâte) que articula o ato com o poeta, remetendo então a poiesis (Arte), cuja característica, para Aristóteles, é justamente a de uma produção (obra) que apresenta um caráter externo em relação ao agente. Esse é um terreno fértil para ser explorado, sobretudo no que diz respeito à relação entre o papel do saber, o tipo de formação e experiências implicadas em cada uma dessas ações, bem como o lugar da intenção e da deliberação em cada uma delas, e ainda como as modalidades (necessário, possível e contingente) aí comparecem.

Parece-me, entretanto, que mais uma vez Lacan está aqui operando uma subversão nessa separação aristotélica. É evidente, também, que a poiesis aristotélica não se restringe à poesia e que, por outro lado, Lacan está nesse momento conversando com Jakobson, para quem "qualquer tentativa de reduzir a esfera da função poética à poesia, ou de confinar a poesia à função poética seria uma simplificação excessiva e enganadora" (1969 p. 128). Na função poética, a ênfase é dada na mensagem em si e não no que ela comunica.2 Aqui, Lacan pontua o efeito poético não pela via da criação de sentido como havia feito em A instância da letra (op. cit.). Aqui, prioriza-se a ressonância, o som: "o forçamento por onde um psicanalista pode fazer ressoar outra coisa que o sentido" (L'insu, aula de 19/04/1977). Eis a suficiência poética do psicanalista que está, desde sempre, no cálculo tático e na conveniência da resposta à orientação real do "nó bo", que foraclui o sentido apontando para o ab-sens. Essa outra ressonância, afirma Lacan, nada tem a ver com o belo: "Uma prática sem valor, eis o que trataria para nós de instituir" (Ibid.).

 

Referências

JAKOBSON, R. Linguística e poética. (1969). In: _______ Linguística e comunicação. São Paulo: Editora Cultrix, 1969, 118 p.         [ Links ]

LACAN, J. (1957). A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud. In: _________. Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998, p. 496-533.         [ Links ]

_________. (1964). O Seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Tradução de M. D. Magno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985. 269p.         [ Links ]

_________. (1969). O Seminário, livro 17: O avesso da psicanálise. Tradução de Ary Roitman. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1992. 209p.         [ Links ]

_________. (1972-73). O Seminário, livro 20: Mais ainda. Tradução de M. D. Magno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985. 201p.         [ Links ]

_________. (1973). O Aturdito. In: LACAN, J. Outros Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003, p. 448-497.         [ Links ]

_________. (1975-76). O Seminário, livro 23: o sinthoma. Tradução de Sergio Laia; revisão André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007, 249 p.         [ Links ]

_________. O Seminário: L'insu que sait de l'une-bévue s'aile à mourre. (1976-77) Inédito.         [ Links ]

_________. Conferência de Bruxelas. (1977). Inédita.         [ Links ]

_________. O Seminário: Momento de concluir. (1977-78). Inédito.         [ Links ]

 

 

Recebido: 16/02/2012
Aprovado: 26/02/2012

 

 

1 Remeto ao texto de Conrado Ramos "Considerações topológicas da passagem do sintoma ao sinthoma". In Stylus n. 23.
2 Para um maior aprofundamento nesta questão, tomei por referência a conferência de Silmia Sobreira, apresentada nas Conferências de AME do FCL-SP: "Um significante novo: por que não?".