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Stylus (Rio de Janeiro)

versão impressa ISSN 1676-157X

Stylus (Rio J.)  no.29 Rio de Janeiro nov. 2014

 

ENSAIOS

 

A letra e o desejo em André Gide

 

The letter and the desire, in André Gide

 

 

Maria Lúcia Araújo*

Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano
Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

André Gide foi um escritor que dedicou sua vida à literatura. Segundo Jean Delay, autor de sua psicobiografia, a obra de Gide "(...) é um dos ensaios mais completos que fez um homem para se compreender e se explicar".4 O próprio André Gide em seu romance autobiográfico, Se o grão não morre, declarou: "Nesta idade inocente, na qual se quer que toda alma seja apenas transparente, terna e pura eu vejo em mim apenas a escuridão, a deformidade e a dissimulação".5 Sendo assim, interrogamos: O que escrever significou para Gide? Qual a contribuição da obra para a psicanálise? Teria André Gide superado a angústia graças à literatura? Neste texto busquei refletir sobre estas questões, sem esquecer que a premissa freudiana é de que a arte se adianta à psicanálise. Assim, me deixei ensinar pelos escritos de Gide.

Palavras-chave: Letra, Angústia, Jacques Lacan, Psicanálise.


ABSTRACT

André Gide was a writer who devoted his life to literature. According to Jean Delay, the author of Gide's psychobiography, the work of the writer "[...] is one of the most complete essays done by a man to understand and explain oneself". André Gide himself in his autobiographical novel, If it dies, affirmed: "At this innocent age in which we want every soul to be not only transparent, but tender, and pure, what I see in me is only darkness, deformity, and dissimulation". Based on this, we pose the following question: What did writing mean to Gide? Which would the contribution of such work for psychoanalysis? Would have André Gide overcome his anguish through literature? In this text I intended to reflect on these issues keeping in mind the Freudian premise which says that art comes before psychoanalysis. So, I let myself be taught by Gide's writings.

Keywords: Letter, Anguish, Jacques Lacan, Psychoanalysis.


 

 

André Gide foi um escritor que dedicou sua vida à literatura. Segundo Jean Delay, autor de sua psicobiografia, a obra de Gide "[...] é um dos ensaios mais completos que fez um homem para se compreender e se explicar"1 (LACAN, 1958/1998, p. 11).

O próprio André Gide em seu romance autobiográfico Si le grain ne meurt declarou: "Nesta idade inocente, na qual se quer que toda alma seja apenas transparente, terna e pura eu vejo em mim apenas a escuridão, a deformidade e a dissimulação". 2 Ele relata que quando criança passava rapidamente da alegria para a tristeza e do entusiasmo ao desespero. Seu temperamento era indeciso, hesitante, ambíguo, pleno de contradições e essencialmente instável. Nos termos de Gide, ele foi uma criança triste, aborrecida, não se relacionava com os colegas e que, no entanto, não poderia fazer de outro modo (GIDE, 1955, p. 10).

Sendo assim, interrogamos: O que escrever significou para Gide? Qual foi a contribuição da obra para a psicanálise? Teria André Gide superado a angústia, graças à literatura?

Neste texto, busquei refletir sobre essas questões, sem esquecer que a premissa freudiana é de que a arte se adianta à psicanálise.

Um dos principais enigmas do livro Si le grain ne meurt é o contraste entre a primeira e a segunda parte, pois na primeira temos um jovem extremamente religioso, tímido, seguidor da corrente dos huguenotes,3 e na segunda um imoralista, irreverente e audacioso.

Embora André Gide tenha praticado a pedofilia, isso não impediu que em 1947 recebesse o prêmio Nobel de literatura. Assim, o que nos interessa como psicanalista é nos despojarmos da ideia da perversão como maldade, perversidade, ou práticas de gozo perversas, e nos debruçarmos a pensar a perversão como estratégia de gozo do sujeito, onde o que está em jogo é negar a castração do Outro, construindo a mulher ideal.

Para Colette Soler, o valor da perversão diz respeito ao que podemos chamar "os impasses do gozo", onde o perverso retrocede menos que o neurótico, que é um covarde diante das pulsões. Assim, "Uma estrutura clínica se define na relação entre o sujeito barrado $, efeito da linguagem e o Outro" (SOLER, 2007, p. 49).

Além disso, a psicanálise nos ensina que a verdade se revela em uma estrutura de ficção. Nesse sentido, o que está em jogo é o que se fala e como se fala, ou seja, "a posição do sujeito na clínica do discurso" (LIMA, 2001, p. 38). Assim, Gide nos mostra todas as situações e todas as personagens de seu drama, onde sua obra será o desenlace. Ele colocou tanto de si em sua obra, que a vida e a obra se confundem.

O autor afirmou, certa vez, que escrevia por necessidade e que teria se suicidado se não pudesse escrever. Sua escrita é, como ele costumava dizer, "internamente motivada. Subjetiva". Ele transformava os momentos de profundo desespero, que o acompanhavam desde a infância, em literatura.

Como precisa Lacan em Ou pior (1971-72/2012, p. 71), Gide tinha uma questão com o desejo. "O negócio dele era ser desejado. Há pessoas a quem faltou na primeira infância serem desejadas."

Ainda, de acordo com Lacan, no texto:

Juventude de Gide ou a letra e o desejo, "[...] a mãe de Gide, não pôde conjugar amor e desejo. E, [...] no imaginário, ele se torna o filho desejado, [...] aquilo que lhe faltou na insondável relação que uniu o menino às ideias que cercaram sua concepção [...]. Há [...] um resíduo de uma subtração simbólica que se fez no lugar em que o menino, confrontado com a mãe, só pôde reproduzir a abnegação de seu gozo e o invólucro de seu amor. O desejo deixou ali somente sua incidência negativa, para dar forma ao ideal do anjo que não poderia ser roçado por um contato impuro" (LACAN, 1958/1998, p. 765).

Em relação à angústia, "Por três vezes o menino ouviu-lhes a voz pura". "[...] um tremor vindo do fundo do ser, um mar que tudo inundava, a Schaudern [...]", palavra que Gide emprestou de Schopenhauer. E que em alemão significa sobressalto, calafrio ou situação catastrófica. Onde claramente há emergência de angústia (LACAN, 1958/1998, p. 762). Gide relata ao longo da obra os três momentos em que sentiu a Schaudern: o primeiro momento foi por ocasião da morte de um priminho. Ele ouve a conversa dos pais, começa a chorar, entra em desespero e diz à sua mãe: "Eu não sou igual aos outros". Logo depois ele é inundado por esse sentimento, tal qual uma embriaguez dionísica, fonte de inspiração poética, mas que antes lhe trouxera o sentimento de não ser igual aos outros. O sentimento de ser excluído da relação com o semelhante.

O pequeno Gide não conhecia muito o primo, mas compreendia que ele estava morto, e em seu romance autobiográfico, Si le grain ne meurt, diz [...] "um oceano de desgosto irrompe, explode de repente em meu coração" (GIDE, 1955, p. 132). Sua mãe tenta acalmá-lo e diz que todos nós vamos morrer, que o pequeno priminho está no céu, que não sofria mais etc. Mas isto não o acalmava, pois não era precisamente pela morte do pequeno primo que ele chorava. Gide não sabia por que uma angústia indefinível o invadia.

O segundo momento ocorreu alguns meses depois da morte de seu pai, novamente a cena se repete, e se passa à mesa durante o café da manhã. Ele chorava, caía nos braços da mãe, tinha convulsões e sentia de novo a angústia inexplicável. Exatamente a mesma, sentida quando da morte do pequeno primo. E, de novo, ele não conseguia explicar o motivo exato de sua angústia (GIDE, 1955, p. 133).

O terceiro foi quando ele descobriu que Bernard, um dos coleguinhas de escola, estava interessado nas prostitutas (GIDE, 1955, p. 133). Ocorre que a mãe de Gide havia recomendado que ele evitasse passar pela rua do Havre, pois era um lugar extremamente mal frequentado. Ele escuta as palavras da mãe como algo muito grave e pergunta a Bernard: "Bernard, quando você sair da escola você não vai passar pela rua do Havre, não é?". Bernard não disse nem sim, nem não e perguntou a Gide o que este pedido queria dizer. Então, Gide é tomado pela angústia e relata: "De repente alguma coisa de enorme, de religiosa, de pânico, invadia meu coração, como a morte do pequeno Raul, [...] eu me precipitava aos joelhos de meu amiguinho. 'Bernard! Oh! Eu te suplico: não vá'" (GIDE, 1955, p. 133).

Outro fato relevante em relação à morte foi que Gide acreditava que levara o pai à morte pela mágoa causada por sua expulsão da escola, por causa dos "maus hábitos", isto é, a masturbação. Ele considerava a morte um castigo vindo por alguma culpa e assim une erotismo à morte. A isto veio acrescentar a censura do tio Charles, irmão do pai, que interferia na educação do menino autorizado por sua mãe. Tio Charles, quando descobriu o interesse do jovem por uma prostituta, e como consequência a perda da virgindade, julgou a atitude de Gide escandalosa.

De acordo com Lacan o menino Gide, entre a morte e o erotismo masturbatório, só teve do amor a fala que protege e a que interdita; a morte levou com seu pai aquela que humaniza o desejo. Por isso é que o desejo fica, para ele, confinado ao clandestino. Gide dizia que o que ele não tinha era o sentimento de realidade, quando ela se tornava desagradável ele se punha a flutuar "[...] eu não colo, nunca pude colar perfeitamente à realidade" (LACAN, 1958/1998, p. 764).

Ora, sabemos que é a função paterna que sustenta o sujeito na realidade; se ela vacila, tudo cai no semblante. Quando Gide se confrontava com a castração, com a lei ele tentava driblar, tergiversar a realidade. "Na perversão o campo da realidade é profundamente perturbado por imagens" (LACAN, 1957-58/1998, p. 169).

A partir destas considerações, interrogamos: para dirigir o tratamento, como o analista pode ter a precisão de que está diante de um sujeito de estrutura perversa?

De acordo com minha pesquisa e apoiada nos textos de Freud e Lacan, suponho que uma indicação clínica fundamental, no tratamento do sujeito perverso, inclui precisar o fetiche como conceito, tirando-o da trivialidade e do senso comum.

O fetiche, como prova clínica da estrutura perversa, aparece como um ponto de verdade do sujeito mantendo a existência do falo, ainda que deslocado. Não há falo, mas pode haver outra coisa, por exemplo, o brilho no nariz no caso do paciente de Freud, as cartas fetiche de Gide. Algo visível que substitui a ausência do órgão, além de ser o instrumento que permite localizar o trajeto até o Outro.

Pode-se dizer ainda que o fetiche é uma criação inconsciente e está articulado a significantes. Aparece como desejo inconsciente, onde falta o índice de gozo, o ponto de verdade, onde se revela a castração do Outro. O perverso sabe que o Outro é castrado e por meio do mecanismo do desmentido se esforça para que ele, o Outro, apareça não castrado. Como? Colocando o fetiche, no lugar onde poderia aparecer a falta, a castração. De acordo com Lacan, o fetiche não é um significante. É um objeto e representa uma proteção contra a angústia de castração.

O perverso vive na ambiguidade, por um lado aceita a castração e por outro a recusa. Seu lema é "Sei, mas mesmo assim...". Desse modo, o fetiche se constitui como causa do desejo e tem função separadora. No tratamento da perversão, o analista sabe que existe uma lógica de pensamento; e ao tocar esta lógica, que governa estes pensamentos, ele pode tocar a verdade do sujeito.

Para André Gide, colocar sua correspondência, isto é, as cartas como algo que completava o corpo de sua mulher, Madeleine e, pelo mesmo ato lhe oferecer o que ele considerava sua verdade, era dar às cartas fetiche um estatuto corporal, pois estas cartas tinham valor na relação de Gide com sua esposa. Além de ser um objeto inanimado como quer a perversão (MANDIL, 2003, p. 37).

Segundo Mandil:

No nível do significante, por exemplo, jamais seria possível perceber a natureza de fetiche das cartas enviadas por Gide a Madeleine, pois sua dimensão de fetiche não estava no conteúdo das cartas, mas no valor que tinham para Gide para além das mensagens nela veiculadas (MANDIL, 2003, p. 48).

Quando Gide descobriu a destruição, ou a queima das cartas que endereçara a Madeleine, foi tomado pelo desespero, e só pôde ver a verdade da mutilação no nível do corpo da mulher amada, evidenciando a ruptura de seu caráter significante, pondo em primeiro plano a circulação de gozo ali envolvida, assinalada pela angústia desencadeada.

Nas considerações de Fleig:

A posição de Gide e de seus personagens em relação à mulher idealizada e dessexualizada que ocupa o lugar do objeto supremo do amor, preenchendo o furo do amor sem desejo, manifesta sua verdade quando se desvela a imagem mutilada do eu. A identificação com sua prima Madeleine constitui então o momento crucial de precipitação de uma posição que se torna a marca de toda sua existência (FLEIG, 2008, p. 81).

Em um dos mais belos textos escritos por Gide, depois da morte de sua mulher, "Et nunc Manet in te", ele narra como foi o acontecimento referente à queima das cartas por Madeleine:

Alguns dias, algumas noites, eu me sentia esmagado pela recordação destas cartas destruídas. Era nelas principalmente que eu esperava sobreviver. Isto significava um tipo de contrato sobre o qual a outra parte não tinha sido consultada; um contrato que eu lhe impunha; e que minha natureza me impunha. Nunca teve correspondência mais bela, nunca escrevi assim a ninguém (GIDE, 1947, p. 90).

André Gide reconhece que na sua relação com Madeleine havia uma espécie de contrato que sua natureza lhe impunha. Ora, sabemos que na perversão o sujeito faz uso de sua relação com o outro para usá-lo como depositório de suas pulsões. A questão gira ao redor da necessidade e não do desejo. Se na relação do sujeito ocorrer demanda de articular desejo e lei, a parceria é quebrada. O perverso precisa sempre do contrato que segue um ritual e que é necessário que seja mantido em segredo. Rudge afirma que: "No discurso perverso, o desejo do outro não deve se manifestar, nem levantar questões. Os [...] contratos perversos [...] são também recursos para evadir a lei do desejo do Outro" (RUDGE, 2005, s.p.).

As cartas, diz Gide, eram frutos de seu amor por Madeleine. Ele narra que durante uma semana, após descobrir que elas foram queimadas, ele chorou de manhã à noite. "É verdade, eu perdi o testemunho de minha vida. Foi o melhor de mim que desapareceu e que não contrabalançará jamais o pior" (GIDE, 1947).

Lacan conclui que a carta, que tem a natureza de fetiche, toma o lugar do qual o desejo se retirou e apresenta como prova a última frase de Et nunc Manet in te, em que Gide se detém diante da imagem de seu eu mutilado, "que não oferece mais que um buraco no lugar ardente de um coração", que representa o lugar deixado vazio pelas cartas, e não pela morte de Madeleine (PORGE, 2003, p. 30).

Cabe agora retomar a questão do início do texto: teria André Gide superado a angústia graças à literatura?

Para responder não podemos deixar de levar em conta que o motivo da queima das cartas, realizada por Madeleine, deveu-se ao fato de Gide ter empreendido uma viagem com Marc Allégret por quem estava apaixonado. De acordo com Millot:

Graças a mil ardis, conseguiu levá-lo para viajar na Suíça, depois na Inglaterra. Seu diário traz a explosão que ele conheceu. "Uma imensa alegria me enternece e me exalta" (GIDE, 1889/1939, pp. 275-276). A escrita representa um modo de realização de um desejo, que, por aí se esgota. Gide utilizava, além disso, em a Tentativa amorosa, o procedimento do brasão que consiste, no primeiro, em pôr um segundo em abismo, este não reproduzindo o primeiro de modo idêntico, mas invertendo seus valores. A construção em abismo serve aqui ao propósito de Gide de acrescentar à báscula de um polo ao outro a inclusão em cada polo, de seu oposto, conjugando assim a alternância e a simultaneidade, e juntando assim mais estreitamente os contrários.

Clivagem, alternância e clandestinidade formam um nó. A alternância, respondendo a uma dualidade interna, põe-se a serviço da dissimulação, a qual caminha junto com uma divulgação velada que joga com as oposições ser-parecer, verdade-mentira, realidade-ficção, com a qual se tece igualmente a criação literária. De modo significativo, o princípio de alternância ao qual sua produção obedecia será abandonado por Gide no momento em que o encontro com Marc Allégret tornará, por um lado, caduca a clivagem íntima pela qual desejo e amor eram, para ele, radicalmente separados (MILLOT, 2004, p. 54).

A partir destas considerações, concluímos com Lacan (1958/1998, p. 495) que "[...] devemos levar em conta essa obra, pois ela acrescenta alguma coisa ao equilíbrio do sujeito". E, além disso, salientamos que tanto a literatura como a conjunção de amor e desejo, na vida de Gide, contribuíram para o tratamento da angústia. Todavia, ressaltamos que isto só foi possível porque ele se responsabilizou por seu gozo o que implicou uma posição ética.

 

Referências

DELAY, J. La jeunesse d'André Gide. André Gide avant André Walter 1869-1890. Paris: Éditions Gallimard, 1956.         [ Links ]

DELAY, J. La jeunesse d'André Gide. D'André Walter à André Gide 1890-1895. Paris: Éditions Gallimard, 1957.         [ Links ]

FLEIG, M. O desejo perverso. Porto Alegre: CMC Editora, 2008.         [ Links ]

GIDE, A. Si le grain ne meurt. Paris: Editions Gallimard. Collection Folio, 1955.         [ Links ]

GIDE, A. Les Faux-Monnayers. Paris: Editions Gallimard, 1925.         [ Links ]

GIDE, A. Et nunc Manet in te – suivi de Journal intime. Neuchatel e Paris: Ides et calendes. Copyright by Richard Heyd, 1947.

GIDE, A. 1889-1939, Journal op. cit., pp. 275-276. Inédito. Nota de rodapé retirada do Livro: La Jeunesse D'André Gide. Éditions Gallimard, 1957.         [ Links ]

LACAN, J. (1958). Juventude de Gide ou a letra e o desejo. Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998, pp.749-775. Tradução: Vera Ribeiro.         [ Links ]

LACAN, J. (1957-1958). O Seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.         [ Links ]

LACAN, J. (1958-1959). O seminário, livro 6: o desejo e sua interpretação. Inédito. Publicação: Circulação interna da Asociação Psicanalítica de Porto Alegre.         [ Links ]

LACAN, J, (1971-1972). O Seminário, livro 19: ...ou pior. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2012.         [ Links ]

LIMA, M. M. Gozo e perversão. Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo: IPUSP, 2001.         [ Links ]

MANDIL, R. Os efeitos da letra – Lacan leitor de Joyce. Opção lacaniana, n. 3. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria/UFMG, 2003, p. 48.

MILLOT, C. Gide, Genet, Mishima: inteligência da perversão. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2004.         [ Links ]

PORGE, E. Jacques Lacan, um psicanalista – Percurso de um ensino. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006.

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SOLLER, C. A qué se le llama Perversión? La perversión, como estructura clínica. Associón Foros Del Campo Lacaniano Medellín. Medellín, 2007.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
E-mail: araujomalu@uol.com.br

Recebido: 03/02/2014
Aprovado: 03/07/2014

 

 

* Psicóloga. Psicanalista. Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano. Membro do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo.
1 DELAY, JEAN. La jeunesse d'André Gide, Paris: Gallimard, 1956.
2 GIDE, ANDRÉ. Si le grain ne meurt, Paris: Gallimard, 1955, p. 10.
3 Huguenote – seguidor do protestantismo de orientação calvinista.
4 DELAY, JEAN. La jeunesse d'André Gide, Paris: Gallimard, 1956.
5 GIDE, ANDRÉ. Si le grain ne meurt, Paris: Gallimard, 1955, p. 10.

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