SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 issue31From transference love to writing a love letterLinkings and unlinkings: overturns in psychoanalytical clinic author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Stylus (Rio de Janeiro)

Print version ISSN 1676-157X

Stylus (Rio J.)  no.31 Rio de Janeiro Oct. 2015

 

DIREÇÃO DO TRATAMENTO: LAÇOS E DESENLACES

 

Do significante da falta à falta de significante. A dimensão da causa no fundamento do desejo e do objeto na passagem do Seminário 8 ao Seminário 91

 

From the signifier of the lack to the lack of signifier. The dimension of the cause in groundwork of the notions of desire and object in the transition of Lacan's Seminar 8 to 9

 

 

Michele Roman Faria*

Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Desde os primeiros seminários, Lacan insiste na importância do simbólico como o registro fundamental para a compreensão do desejo, conceito-chave da teoria freudiana do inconsciente. A proposta deste artigo é lançar luz sobre um giro conceitual que, no Seminário 8, abre caminho para uma abordagem do desejo definido também em sua relação com o registro real. A presença de um novo termo para abordar o objeto, o agalma, e uma modificação na definição de S(), que de significante da falta passa a ser definido como a falta do significante, serão considerados a chave deste caminho de articulação do registro simbólico ao real, que resultará na definição do objeto a como causa do desejo no seminário do ano seguinte.

Palavras-chave: Significante da falta, Falta do significante, Objeto do desejo, Objeto causa do desejo, Simbólico e real.


ABSTRACT

Since his earliest seminars, Lacan lays stress on the symbolic as the crucial register for the understanding of the notion of desire, which is one of the key concepts of Freud's theory of the unconscious. This paper aims to shed some light on a conceptual change that opens pathways for a redefinition of the notion of desire in Seminar 8, now taking into account its connection with the register of the real. The link between the registers of the symbolic and the real can be seen in two different theoretical evidences: a new way of naming the object, the agalma, and a new description of S(), from the signifier of the lack to the lack of signifier, a change that will result in defining object a as object-cause-of-desire in the following year's seminar.

Keywords: Signifier of the lack, Lack of signifier, Object of desire, Object cause-of-desire, Simbolic, real.


 

 

No seminário sobre a transferência, Lacan propõe uma discussão sobre o amor. Segundo ele, "no começo da experiência analítica, vamos lembrar, foi o amor" (LACAN, 1960-61/1992, p. 12). Trata-se, neste seminário, de compreender a relação entre o amor e a transferência, tendo como suporte O Banquete, de Platão. Logo na primeira conferência do seminário, Lacan (Ibid., p. 24) anuncia, sobre o texto platônico:

Vou mostrar-lhes o que podemos encontrar aí, o que podemos deduzir daí, como marcos essenciais, até na história deste debate sobre o que realmente ocorreu na primeira transferência analítica. Penso que, quando o tivermos provado, vocês não vão duvidar de que possamos encontrar ali todas as chaves possíveis.

Lacan discutirá as concepções de amor que se apresentam em cada um dos discursos de O Banquete, dando ênfase especial ao amor de Alcibíades por Sócrates. Segundo Lacan (Ibid., p. 165):

Alcibíades mostra a presença do amor, mas mostra-a apenas na medida em que Sócrates, que sabe, pode enganar-se ali, e só a acompanha enganando-se. O logro é recíproco. Ele é tão verdadeiro para Sócrates, se este é um logro e se é verdade que ele é logrado, quanto é verdadeiro para Alcibíades que ele é tomado por este logro.

No amor, assim como na transferência, o que está em jogo é o logro, o engano da suposição de que aquilo que falta pode ser encontrado naquele que é amado. A metáfora do sileno, cuja função é esconder algo precioso e desejável, é reveladora da essência do amor e da transferência para Lacan: sua estrutura depende menos do objeto que da suposição de sua presença. Trata-se do objeto em sua ausência e da ilusão do que se esconde por trás dessa ausência.

A importância da falta como central na noção psicanalítica do objeto já vinha sendo trabalhada por Lacan desde o Seminário 4, ao longo do qual ele insistirá:

Um dos pontos mais essenciais da experiência analítica, e isso desde o começo, é a noção da falta de objeto. Jamais, em nossa experiência concreta da teoria analítica, podemos prescindir de uma noção da falta de objeto como central. Não é um negativo, mas a própria mola da relação do sujeito com o mundo" (LACAN, 1956-57/1995, p. 35).

No Seminário 5, voltará a insistir na importância dessa noção, articulando a falta do objeto à estrutura simbólica do complexo de Édipo para, no Seminário 6, mostrar que o desejo, que pode ser escrito topologicamente em um grafo, é a articulação significante que se estrutura em torno da falta, ele é sua interpretação. Finalmente, no ano seguinte, tomará a ética como tema do seminário em que irá propor que a análise se sustenta na ética do desejo. Qual seria o interesse de Lacan em retornar à questão do desejo em sua relação com a falta no Seminário 8, uma vez mais?

Há, evidentemente, um interesse clínico. O destaque dado por Lacan ao papel de Sócrates em O Banquete permite extrair, da resposta a Alcibíades, uma importante lição clínica: o analista, como Sócrates, não deve responder desde o lugar em que é colocado. Cabe a ele mostrar que o que se passa no amor, assim como na transferência, é da ordem do engano, da ilusão. A análise deve caminhar, portanto, no sentido inverso da ilusão do amor, buscando desvelar a verdade que essa ilusão encobre: há falta. Se a castração tem um lugar no final da análise, como indicava Freud, é na medida em que o desejo não pode encontrar na análise outra resposta a não ser a verdade daquilo que o sustenta como tal.

É justamente neste ponto que parece estar a indicação de uma novidade na abordagem do tema do desejo por Lacan no Seminário 8. Sua questão parece se deslocar sutilmente da pergunta sobre o que é o desejo – respondida exaustivamente do Seminário 4 até o Seminário 7 com os recursos que lhe permitiram mostrar sua estrutura simbólica – para a localização de sua causa, mais além da falta simbólica que o sustenta. Tal deslocamento indica o ponto de abertura para a articulação entre os registros simbólico e real, que começa a se delinear2. Quais seriam estes pontos de abertura?

O primeiro é o termo agalma, cujo "valor de enigma" (Ibid., p. 139) é destacado por Lacan do texto de Platão. Objeto desejável a ser supostamente encontrado no interior do sileno, o agalma nomeia a ilusão que sustenta o amor de Alcibíades por Sócrates (cf. Ibid., p. 142). Para Lacan, o que define esse objeto é justamente seu caráter ilusório, a ilusão de que há algo ali, algo misterioso e desejável. Ora, por que não chamar esse objeto de falo, já que esse é o conceito que aparece na teoria para abordar o tema do desejo e da falta desde o Seminário 4? Teria este objeto ilusório, que supostamente seria encontrado no fundo do desejo, um estatuto diferente daquele atribuído ao falo até este momento do ensino de Lacan? Referências ao Che vuoi? (Ibid., p. 142), à fantasia (Ibid., p. 150) e ao próprio a, ainda definido neste seminário como objeto do desejo (Ibid., p. 50), parecem importantes indicações da abertura para a reflexão sobre a função do real como causa ligada ao objeto que, a partir da estrutura do desejo, adquire um estatuto simbólico.

A segunda indicação desta abertura, explorada por Lacan também neste seminário, é a distinção entre o que ele até então vinha nomeando significante da falta no Outro e o que ele chamará de falta do significante no Outro.

Para abordar essa distinção, Lacan parte de um terreno já bem explorado, o campo da linguagem, retomando ao que vinha afirmando desde seus primeiros seminários: do ponto de vista da bateria significante, nada falta. "Quantas vezes eu já lhes disse que, uma vez dada a bateria do significante [...] nada falta?" (LACAN, 1960-61/1992, p. 236). E ele insiste: "toda bateria significante pode lhes dizer que aquilo que ela não pode dizer, nada significará no lugar do Outro. Ora, tudo o que significa para nós se passa sempre no lugar do Outro" (Ibid., p. 237). É essa a razão pela qual o Outro pode ser definido como o tesouro ou a bateria dos significantes: "para que alguma coisa signifique, é preciso que ela seja traduzível no lugar do Outro" (Ibid., p. 237). Nessa perspectiva, todos os significantes estão lá – e é somente nessa perspectiva que se deve considerar que nada falta ao campo da linguagem.

Por outro lado, Lacan lembrará que quando se trata do sujeito, é necessário considerar que há um limite: não há significante capaz de responder pelo ser, de dizer daquilo que se é. Tal é a realidade da condição humana lembrada insistentemente por Lacan desde o Seminário 7: condição humana ligada à angústia, ao desamparo [Hilflosigkeit], ao desarvoramento absoluto a ser encontrado no final da análise (cf. LACAN, 1959-60/1991, p. 364).

Ou seja: embora tudo o que é significável se encontre do lado do Outro, daí não se pode deduzir que tudo seja significável. Há um limite, este em que o sujeito se depara com a não resposta do lado do significante. É necessário considerar, portanto, na perspectiva do sujeito, a falta do significante. Mas como abordar esse limite da linguagem? É justamente neste ponto que o recurso à linguística revelase limitado e impreciso.

É o que fica evidente no Seminário 8, na passagem em que Lacan recorre ao símbolo falo para definir o "significante do ponto onde o significante falta" (LACAN, 1960-61/1992, p. 230), o "símbolo inominável" (Ibid., p. 233), cujo sentido é ser o "símbolo no lugar onde se produz a falta de significante" (Ibid., p. 234). Lacan se encontrará diante do paradoxo de tentar descrever, com um recurso extraído do registro simbólico (o símbolo), justamente o que se encontra fora do alcance do simbólico. Como definir, com recursos da linguística, o que está fora do alcance da linguagem?

Será necessário recorrer a expressões como "presença real do desejo" (Ibid., p. 244) para abordar esse limite da linguagem que funciona como causa onde o desejo vem habitar:

Esta presença real, trata-se no entanto de situá-la em alguma parte, em um outro registro que não o do imaginário. Digamos que seja na medida em que lhes ensino a situar o lugar do desejo com relação à função do homem enquanto sujeito que fala, que podemos entrever que o desejo vem habitar o lugar da presença real e povoá-lo com seus fantasmas (Ibid., p. 256).

O cuidado de Lacan para esclarecer o uso do termo símbolo parece revelador da dificuldade que ele começa a enfrentar, a de encontrar um recurso teórico que permita abordar o que se encontra fora do alcance da própria linguagem. "A introdução do símbolo Φ, o que a justifica, já que o dou como aquilo que vem no lugar do significante faltoso? O que quer dizer que um significante falta?" (Ibid., p. 236). A pergunta que se impõe neste momento é: será o significante faltoso o mesmo que o falo, significante da falta? Ou o que está em questão é o registro em que o significante falta?

No Seminário 8, às voltas com esse impasse, Lacan definirá o símbolo falo como "o único significante a merecer, em nosso registro, e de uma maneira absoluta, o título de símbolo" (Ibid., p. 234), e isso porque ele remete, diferentemente de outros símbolos, justamente ao que não é representável. Trata-se do esforço de Lacan para situar um limite da linguagem, limite que ele já havia indicado com um recurso matemático, a (cf. LACAN, 1960/1998, p. 833) e com o matema, S(), um dos mais importantes e enigmáticos elementos do grafo do desejo, construído ao longo do quinto e sexto seminários.

Em Subversão do sujeito, Lacan (1960/1998, p. 833) afirmará, sobre S():

Quanto a nós, partiremos do que a sigla S() articula, por ser antes de tudo um significante. Nossa definição do significante (não existe outra) é: um significante é o que representa o sujeito para outro significante. Esse significante, portanto, será aquele para o qual todos os outros significantes representam o sujeito: ou seja, na falta desse significante, todos os demais não representariam nada.

Ainda que se trate do significante, deve-se considerá-lo enquanto comportando uma particularidade: S() é um significante que não apenas remete, paradoxalmente, ao irrepresentável, como tem uma função diferente dos demais. Sem ele, os outros significantes não representariam nada. Ou seja: esse irrepresentável tem a função essencial de sustentar a própria cadeia significante. Ele é o significante que funda a cadeia, o traço a partir do qual um sujeito pode contar-se.

Lacan dá o passo necessário em direção à articulação que passará ao centro de sua preocupação nos anos seguintes, a do registro real como motor, como causa. Se o irrepresentável relativo à falta de um significante no Outro é o nada angustiante a que se reduziria o ser em sua condição de desamparo (destacada por Lacan no Seminário 7), ele é também o real funcionando como causa, produzindo o lugar vazio onde se instala a estrutura simbólica que permite ao neurótico encobrir essa verdade, tratando-a enquanto significante da falta no Outro – é o que dá sustentação ao desejo enquanto sua interpretação (cf. LACAN, 1958-59/1999).

No Seminário 9, o recurso à topologia será de grande auxílio para mostrá-lo, especialmente na figura do toro, que permite articular, em um só objeto topológico, a não resposta do Outro à demanda, e o lugar vazio que essa não resposta produz, lugar a partir do qual o desejo adquire sua função significante. Com a figura topológica do toro, Lacan mostrará não apenas que demanda e desejo estão articulados à falta, mas que essa falta só ganha consistência como tal quando a demanda é decepcionada, a partir da não resposta do Outro (cf. LACAN, 1961-62, lição de 30/05/1962). O desejo, como resposta à dimensão simbólica em que a falta do Outro é tratada, pode então ser articulado ao real da não resposta do Outro, desamparo do sujeito diante de um limite do campo da linguagem, S().

Não apenas Lacan começa a delimitar com mais clareza esse limite no campo da linguagem, como começam a surgir novos recursos teóricos, especialmente a partir do Seminário 9, para mostrar que o próprio sujeito é efeito dessa não resposta do campo da linguagem.

Ao mencionar, no Seminário 8, o S() para situar não a falta fálica (onde ele se define enquanto um significante da falta no Outro, falo simbólico, Φ), mas a falta de significante no Outro, limite da linguagem que indicará que nem tudo é linguagem no inconsciente, Lacan abrirá, portanto, um importante caminho para delimitar cada vez mais claramente o lugar do real em sua articulação com os registros simbólico e imaginário.

Aliás, Lacan insistirá com frequência, no Seminário 8, na indicação da importância dos três registros – real, simbólico e imaginário – a fim de distinguir o que se deve atribuir de verdade e de ilusão para localizar as questões que envolvem a transferência (cf. LACAN, 1960-61, p. 42).

Mais adiante, no Seminário 12, Lacan (1964-65, lição de 12/05/65, [grifos nossos]) esclarecerá que se deve buscar a origem do sujeito não na cadeia significante, mas no irrepresentável que a faz funcionar:

Não é enquanto suporte suposto de um conjunto harmonioso de significantes do sistema que o sujeito se funda, mas na medida em que em algum lugar há uma falta que eu articulo para vocês como sendo a falta de um significante, porque é essa articulação que nos permite reunir da maneira mais simples a articulação freudiana para dela desprendermos a força essencial.

Concluindo: o lugar dado por Lacan, no Seminário 8, à distinção entre o significante da falta no Outro e a falta de significante no Outro, ainda que sutil, consiste em uma chave importante para a compreensão da função central que o real e o objeto a passarão a ter na articulação dos problemas clínicos e na concepção da constituição do sujeito nos anos seguintes, quando o esforço de Lacan (com o auxílio da lógica e da topologia) passará a se mostrar como a falta de significante no Outro (que possa responder pelo ser) pode ser situada como o real que funciona como causa que funda o sujeito, dando lugar tanto à ilusão da identidade que o registro imaginário oferece para dar consistência ao ser, como à estrutura simbólica enquanto aquela em torno da qual o desejo se sustenta enquanto enigma cuja resposta poderia ser encontrada, se ela existisse, do lado do significante da falta no Outro.

 

Referências

FREUD, S. (1937). Análise terminável e interminável. In: FREUD, Sigmund. Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1980.         [ Links ]

LACAN, J. (1956-57). O seminário, livro 4: A relação de objeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.         [ Links ]

__________. (1957-58). O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.         [ Links ]

__________. (1958-59). O seminário, livro 6: O desejo e sua interpretação. Inédito. Publicação não comercial para circulação interna da Associação Psicanalítica de Porto Alegre. Março/2002.         [ Links ]

__________. (1959-60). O seminário, livro 7: A ética da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.         [ Links ]

__________. (1960). Subversão do sujeito e dialética do desejo. In: LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.         [ Links ]

__________. (1960-61). O seminário, livro 8: A transferência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992.         [ Links ]

__________. (1961-62). O seminário, livro 9: A identificação. Inédito. Publicação não comercial para circulação interna do Centro de Estudos Freudianos do Recife, 2003.         [ Links ]

__________. (1964-65). O seminário, livro 12: Problemas cruciais para a psicanálise. Inédito. Publicação não comercial para circulação interna do Centro de Estudos Freudianos do Recife, outubro/2006.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
E-mail: michelefaria@terra.com.br

Recebido: 24/05/2015
Aprovado: 10/08/2015

 

 

* Psicanalista. Psicóloga clínica com graduação, Mestrado e Doutorado pelo Instituto de Psicologia da USP. Atualmente desenvolve pesquisa de pós-Doutorado no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp sobre O real, o simbólico e o imaginário nos seminários de Lacan. É autora de Constituição do sujeito e estrutura familiar. O complexo de Édipo, de Freud a Lacan (São Paulo: Cabral, 3a ed., 2014) e de Introdução à psicanálise de crianças: o lugar dos pais (São Paulo: Hacker, 1998). Atua como psicanalista em consultório particular e como docente em cursos de pós-graduação.
1 Este artigo é produto de um trabalho de cartel apresentado no Debate com Cartel coordenado por Silvana Pessoa, no Fórum do Campo Lacaniano-SP, em 28 de setembro de 2013.
2 E que terá no Seminário 9 um de seus mais importantes desdobramentos, com a utilização da topologia e da figura do toro para mostrar como desejo e demanda dependem de uma relação com o objeto que articula o registro simbólico ao real (cf. LACAN, 1961-62, lição de 11/04/1962 e lição de 30/05/1962).

Creative Commons License