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Psic: revista da Vetor Editora

Print version ISSN 1676-7314

Psic vol.3 no.2 São Paulo Dec. 2002

 

ARTIGOS

 

Avaliação da Orientação Profissional no desenvolvimento da maturidade na escolha da profissão

 

 

Lucy Leal Melo-Silva *; Josiane Calixto de Oliveira **; Reginaldo de Souza Coelho ***

Universidade de São Paulo

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente estudo objetiva avaliar a influência do processo de Orientação Profis-sional no desenvolvimento da maturidade para escolha de carreira em adolescentes que participaram do atendimento em uma clínica-escola. Foram avaliados 63 sujeitos, de 15 a 19 anos, ambos os sexos, estudantes provenientes do ensino médio de escolas públicas (N=27) e particulares (N=36). Utilizou-se a Escala de Maturidade para Escolha Profis-sional (EMEP) como pré e pós-teste. A EMEP é uma escala multifatorial composta de cinco subescalas: Determinação, Responsabilidade, Independência, Autoconhecimento e Conhecimento da Realidade. Os resultados obtidos nas duas avaliações foram compa-rados estatisticamente por meio do teste t de Student e o teste não-paramétrico de Wilcoxon (p = < 0.05) para dados que não pos-suíam distribuição normal. Os resultados do total da amostra mostraram diferença significativa nas dimensões: Determinação, Autoconhecimento, Conhecimento da Realidade, Independência e no Total das subescalas, indicando avanço na maturidade para a escolha da carreira.

Palavras-chave: Maturidade profissional, Avaliação em orientação profissional, Escolha da carreira.


ABSTRACT

In Brazil a career must be chosen early, and this causes a lot of psychological problems, what calls for investigation in this area. This work aims to evaluate the influence of the career guidance process on the development of maturity to make a career decision in adolescents that participated in a career guidance service. Sixty-three subjects have participated in this study, both male and female, between 15 and 19 years old, coming from public (N=27) and private (N=36) schools. The Maturity Scale for Professional Choice (EMEP) was used as an evaluation tool before and after career guidance. EMEP is a multi-factorial scale with five sub-scales: Determination, Responsibility, Independence, Self-knowledge, and Knowledge of Reality. The findings of the two tests, were statistically compared with the Student's T test and the Wilcoxon non-parametrical test (p<0.05) for the data with not normal distribution. The total results of the samples showed significant dimension differences in Determination, Self-knowledge, Knowledge of Reality, and Independence, indicating development in the participants' maturity for career choice.

Keywords: Professional maturity, Evaluation on career guidance, Career choice.


 

 

Introdução

O modo de produção capitalista está passando por profundas e velozes mutações nas últimas décadas. Temas como emprego, desemprego, empregabilidade, reengenharia, qualidade total; alterações nos contratos de trabalho, nos sistemas de previdência, nas relações de trabalho; baixos salários, custo de vida e outros, fazem parte do cotidiano das pessoas e estão presentes na mídia. Tais situações afetam diretamente adultos e adolescentes em seus projetos de vida. Qual família não tem um caso, ou vários, de pessoas desempregadas, subempregadas, não realizadas profissionalmente? Inúmeras famílias vivem a situação estressante de tomadas de decisões profissionais de seus filhos em busca da sobrevivência e da realização pessoal.

Nesse contexto é possível para os adolescentes fazerem a transição da situação de dependência e imaturidade para o acesso ao mundo adulto com tranqüilidade? Indubitavelmente esse processo não é fácil em decorrência de todas as mudanças que ocorrem nessa fase, marcada por fortes transformações físicas e psicológicas. É tempo de agitação interna e manifestações externas. Observa-se maior domínio das emoções e do inconsciente e uma vida imaginativa muito rica. Ao mesmo tempo, as manifestações de angústia e os afetos se exprimem com maior intensidade (Klein, 1981). O adolescente e seus pais se esforçam para uma ruptura e ao mesmo tempo resistem a ela. É um período de ambivalência dual, tanto em relação aos pais como em relação aos filhos. Aqui o adolescente se move alternadamente entre duas culturas, a dos adultos e a de seus companheiros. Ele deseja ser estimado e popular, segue moda, usa gírias na companhia de seus pares. Há necessidade de descolar-se da monótona geração dos mais velhos e a fantasia permite preencher o vazio da espera.

O tema central nessa fase é a descoberta de si mesmo (Stone & Church, 1969). Valores, julgamentos e regras são influenciados pelo grupo. Há necessidade de definir-se como personalidade: eu-como-pessoa e eu-como-corpo. Vivencia a expectativa de ser alguém, de exercer determinada atividade profissional. Estudar e/ou trabalhar depende principalmente da situação socioeconômica da família.

Trata-se do futuro, da questão da sobrevivência financeira, da definição de um papel a ser desempenhado na sociedade, da definição da identidade pessoal e profissional. O adolescente em processo de transformação se vê em um mundo complexo precisando definir seu futuro e, para que isso aconteça, ele precisa comprometer-se, responsabilizar-se, cumprir certas tarefas de desenvolvimento, entre elas aumentar a auto-regulação (autocontrole), conseguir independência emocional dos pais e das figuras de autoridade, confiar em suas habilidades e definir seus interesses, preparar-se para a vida adulta em um mundo também em rápida metamorfose, com alterações visíveis do dia para a noite.

Nesse sentido, a ajuda de profissionais competentes e credenciados objetiva facilitar o percurso de decisões em um mundo caótico. Cabe ao orientador profissional auxiliar os orientandos no processo de tomada de consciência de suas necessidades (entre elas escolher a profissão), possibilitando-lhe falar sobre suas dificuldades, obstáculos, apreensões, temores, dúvidas, interesses, aptidões e desejos. Buscar fazê-lo responder "quem eu quero ser?" E, assim, assumir seu projeto de vida considerando seus interesses e a realidade social, política e econômica, visando ao exercício da cidadania, à participação na sociedade. Para escolher uma carreira, portanto, é necessário desenvolver a maturidade profissional, aprender a lidar com os obstáculos para superá-los.

Maturidade, do latim maturitate, é um substantivo feminino que significa, (1- psicologia) estado em que há maturação e, ainda (2), fase do ciclo vital de um lago na qual se registra certo equilíbrio entre o recebimento e a perda de suas águas (Ferreira, 1986).

O conceito de "maturidade profissio-nal" foi introduzido por Super em 1955 (Neiva, 1998, 1999, 2002) e refere-se ao conjunto de comportamentos e atitudes que um indivíduo deve empreender, visando a sua inserção no mundo profissional, ou seja, ao "grau de desenvolvimento individual desde o momento de escolhas precedentes de fantasias durante a infância, até decisões acerca da sua aposentadoria" (Crites, 1974, p. 119). A expressão maturidade para Japur (1988) inclui a seleção de um trabalho e as atitudes em face da tomada de decisão.

Neste estudo, a maturidade profissional é compreendida conforme conceito utilizado por Super. Quando a pessoa se torna madura para tomar decisões com relação ao mundo profissional significa que ela adquiriu comportamentos sociais e profissionais que proporcionarão o desenvolvimento de sua trajetória ocupacional" (Silva & Jacquemin, 2001). Ou seja, cumpriu com uma das tarefas de desenvolvimento vocacional e busca equilibrar-se entre ganhos e perdas como conseqüências de suas decisões ocupacionais, de seu amadurecimento.

 

Objetivo

Considerando o exposto, o objetivo deste estudo consiste em avaliar a influência da Orientação Profissional (OP) no desenvolvimento da maturidade para escolha de carreira em adolescentes que participaram de um processo de intervenção realizado em uma clínica-escola de uma universidade pública, de uma cidade de porte médio do interior do Estado de São Paulo.

 

Método

Sujeitos

Fizeram parte deste estudo 63 estudantes, de ambos os sexos, com idade variando entre 15 e 19 anos de idade, pois é nessa época que os conflitos vocacionais configuram-se com maior intensidade (Bohoslavsky, 1971/1991). São 27 estudantes oriundos de escolas públicas e 36 de escolas particulares, cursando o ensino médio ou curso pré-vestibular de uma cidade de porte médio e municípios da micro-região. A distribuição dos sujeitos por sexo, idade e escolaridade encontra-se nas Tabelas 1 e 2.

 

 

 

Instrumento

Utilizou-se como instrumento de medida da maturidade profissional a Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP)1, desenvolvida e validada por Neiva (1998,1999) que tem por finalidade avaliar os níveis de maturidade profissional e detectar pontos nos quais uma intervenção mostrar-se-ia mais necessária.

O modelo de Maturidade para a escolha Profissional de Neiva baseia-se nas idéias de Super e Crites. "Para atingir a maturidade para a escolha de uma profissão, é necessário o desenvolvimento de certas atitudes e aquisição de determinados conhecimentos" (Neiva, 1999, p. 9). Assim, atitudes e conhecimentos são duas dimensões que compõem a referida escala.

A EMEP é uma escala multifatorial composta por cinco subescalas, sendo as primeiras relacionadas às atitudes dos sujeitos para a escolha, como descritas a seguir:

1. Determinação para a escolha profissional: objetiva avaliar o quanto o indivíduo está definido e seguro em relação à sua escolha.
2. Responsabilidade para a escolha profissional: verifica o quanto o indivíduo preocupa-se com a escolha profissional e, empreende ações para a efetivação desta escolha, responsabilizando-se por esta decisão.
3. Independência para a escolha profissional: que mede quanto o indivíduo está definindo sua escolha profissional de forma independente, sem influenciar-se pelas idéias de outras pessoas: familiares, amigos, professores, meios de comunicação, etc.
E as duas últimas relativas aos conhecimentos necessários para tomadas de decisões, compreendendo as subdimensões:
4. Autoconhecimento: que mede quanto o indivíduo conhece dos diferentes aspectos de sua pessoa que são importantes para a escolha profissional, tais como: características pessoais, interesses, habilidades, valores, etc.
5. Conhecimento da realidade educativa e socioprofissional: que mede quanto o indivíduo conhece dos diferentes aspectos da realidade socioprofissional e escolar, tais como: profissões, mercado de trabalho, nível salarial, instituições de ensino, etc. (Neiva, 1999, p. 9).

Cada uma das subescalas diz respeito a uma subdimensão e a medida de todas nos fornece um quadro diagnóstico da maturidade para a escolha profissional do orientando.

A escala é composta por 45 itens (23 positivos, indicadores de maturidade e 22 negativos, indicando imaturidade). É uma escala de tipo Likert de cinco pontos: (1) nunca, (2) raramente, (3) às vezes, (4) freqüentemente e (5) sempre2.

Neiva (1999) propõe a Escala de Maturidade para Escolha Profissional (EMEP) como instrumento objetivando:

a) detecção dos alunos que necessitam de Orientação Profissional;

b) diagnóstico para o planejamento do processo de Orientação Profissional;

c) avaliação do processo de Orientação Profissional e

d) com fins de pesquisa.

A fidedignidade e validade foram testadas em estudos anteriores, tendo alcançado bons níveis (Neiva, 1998). Neste estudo a EMEP foi utilizada como instrumento de diagnóstico e avaliação do processo de Orientação Profissional com fins de pesquisa e de feedback ao trabalho da equipe.

Procedimentos de coleta de dados

Os sujeitos deste estudo buscaram espontaneamente o Serviço de Orientação Profissional (SOP) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. A intervenção desenvolvida no referido serviço tem como base a estratégia clínica proposta por Bohoslavsky. De acordo com esse autor, o adolescente que escolhe pode se encontrar em diferentes situações determinadas pelo nível de "ansiedade, o tipo de conflitos e as defesas evidenciadas no comportamento do adolescente: predilemáticas, dilemáticas, problemá-ticas ou de resolução" (Bohoslavsky, 1971/1991, p. 70). A entrevista de triagem objetiva a compreensão da situação do adolescente no momento de sua procura pelo serviço. Assim, as informações obtidas nessa entrevista inicial possibilitam aproximações diagnósticas que auxiliam a equipe na definição das estratégias de atendimento.

Os participantes desse estudo foram atendidos em grupo ou individualmente em cerca de 10 a 12 sessões. Os sujeitos foram, em sua maioria, atendidos por meio da modalidade de intervenção em grupo. O processo ocorreu em sessões semanais, de duas horas de duração. As sessões individuais duravam 50 minutos. A estratégia de atendimento pautou-se na tentativa de suprir as necessidades dos orientandos, enfocando os eixos temáticos principalmente relativos ao processo da escolha profissional em si, ao autoconhecimento, ao mundo do trabalho, aos estudos e à informação sobre as carreiras. O processo teve enfoque dinâmico onde se buscava possibilitar ao adolescente problematizar e elaborar sua escolha, apropriando-se conscientemente dela.

Os resultados esperados da Orientação Profissional baseiam-se na possibilidade de mudança de situação ao término do processo, ou seja, de aumento no grau de maturidade para a escolha profissional.

Assim sendo, a EMEP tem sido muito útil no processo de Orientação Profissional, objetivando o diagnóstico inicial e a avaliação final das possíveis mudanças individuais e dos grupos de orientandos.

A EMEP foi aplicada, individual ou coletivamente, durante a primeira e a última sessão do processo de Orientação Profissional com duração média de 15 a 20 minutos e os resultados obtidos são objeto do presente estudo.

Tratamento dos dados

Os resultados obtidos nas duas ava-liações (pré e pós-OP) foram comparados estatisticamente por meio do teste t de Student para dados pareados, em que as amostras apresentavam distribuição normal e o teste não-paramétrico de Wilcoxon (p = < 0.05) para dados que não possuíam distribuição normal.

Os dados foram divididos de forma a terem três tratamentos diferentes: sujeitos de escolas públicas (27 orientandos), de escola particular (36 orientandos) e total da amostra (63 orientandos). Tais tratamentos são demonstrados, respectivamente, nas Tabelas 3, 4 e 5.

Alguns dados não apresentaram distribuição normal, sendo utilizado para essas o teste não-paramétrico para análise de dados pareados de Wilcoxon. Referem-se às escalas: Independência (p = 0,0112) de escolas particulares e as escalas Independência (p = 0,0136), Autoconhecimento (p = 0,0417) e Conhecimento da Realidade (p = 0,0384) da amostra total. Onde havia distribuição normal foi utilizado o teste t de Student, para dados pareados. Optou-se por demonstrar as tabelas com os dados das médias, medianas e nível de significância da diferença entre a primeira e a segunda aplicação, objetivando avaliar os resultados.

 

Resultados

A Tabela 3 apresenta os resultados com os sujeitos provenientes de escolas públicas e a Tabela 4 os resultados com a amostra proveniente das escolas particulares. Observou-se que houve diferença significativa, entre pré e pós OP, nas subescalas Determinação, Autoconhecimento, Conhecimento da Realidade e no Total, nos dois grupos. Os resultados quantitativos confirmam a resolutividade observada na avaliação clínica (qualitativa) realizada na entrevista final. Cumpre destacar que os adolescentes buscam o serviço objetivando escolher uma carreira, aspectos que são tratados explicitamente no processo e que por sua vez podem alterar o resultado.

 

 

 

 

Na análise dos resultados da amostra total (N=63), como mostra a Tabela 5, verificou-se mudança nas subescalas: Determinação, Autoconhecimento, Conhecimento da Realidade, Independência e no Total das subescalas. Aqui se observa que a subescala Independência também apresentou diferença significativa, o que pode sinalizar que o número de sujeitos pode ter sido pequeno quando a amostra foi analisada em dois grupos.

Os dados permitem observar que o processo de Orientação Profissional influencia positivamente o desenvolvimento da maturidade para a escolha profissional, o que confirma tanto a eficácia da estratégia de intervenção quanto a conveniência da utilização do instrumento para avaliar resultados. Parece importante observar que o nível de maturidade total dos clientes teve aumento significativo nas três análises, tendo obtido índice de significância p < 0,0001 nas duas amostras: escola pública versus particular, assim como na amostra total.

A subescala de Responsabilidade foi a única em que não houve mudanças em nenhuma das três análises obtendo os índices p = 0,8444 (pública), p = 0,9539 (particular) e p = 0,9301 (total). Uma hipótese levantada trata-se do fato de que as pessoas que concluem o processo, como foi o caso desse estudo, já chegam ao serviço com um nível elevado de responsabilidade sobre sua escolha, fato que pode ser comprovado pela pontuação alta nas médias e medianas na situação de pré-teste (sempre acima de 40 pontos). Acredita-se que são participantes comprometidos com o futuro e a assunção do papel adulto, pois concluem o processo de intervenção. Assim, intervir na questão da responsabilidade não se constitui como necessidade. Trata-se de uma dimensão que dispensa intervenção. Pode-se concluir que o grupo empreende ações para a efetivação da escolha e responsabiliza-se com a sua decisão.

Sobre a subescala Independência, que só apresentou diferença significativa na Tabela 5 - relativa aos dados da amostra total - cumpre refletir sobre algumas hipóteses. A primeira hipótese consiste no fato de que na adolescência os jovens são de fato dependentes em diversos sentidos da família (legalmente, economicamente, afetivamente, ideologicamente...) e da opinião e influência de seus pares, dos meios de comunicação, entre outros, pois se encontram em fase de construção da identidade pessoal. Em situações nas quais os jovens encontram-se tentando efetuar a separação da família, observa-se maior vinculação com os pares e, nesse sentido, apenas muda a situação de dependência, segunda hipótese, passando a ser em relação à opinião dos colegas. A terceira hipótese refere-se à intervenção. Cumpre refletir se tal atitude não estaria sendo pouco trabalhada no processo de intervenção em Orientação Profissional, que se centra mais na tomada de decisão profissional independente do grau de dependência e da idade dos clientes. Uma quarta hipótese refere-se ao número de participantes das duas amostras, avaliadas separadamente, de escolas públicas e particulares (N = 27 e N = 36, respectivamente) que pode ser considerado baixo. Assim, apenas quando o número aumentou (N = 63) na amostra total, a subescala Independência apresentou diferença significativa.

 

Conclusão

O uso da EMEP para a avaliação do processo trouxe dados importantes e permite acréscimos à avaliação executada no contexto e durante o processo. Como instrumento de pesquisa, a EMEP pode ser uma forma de padronizar os dados de resultado da OP, visando a conhecer sua eficácia, adicionada a outros instrumentos.

Durante a intervenção, as análises facilitaram a compreensão sobre o desenvolvimento da maturidade de cada cliente e serviram como fonte de dados que foram trabalhados com os jovens. E, coletivamente, a sistematização dos resultados serviu para nortear o planejamento, a execução e a avaliação do serviço, buscando sempre aperfeiçoar o atendimento prestado pelo Serviço de Orientação Profissional (SOP), da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP.

Notadamente na questão da subescala Independência, o presente estudo contribui para sugerir outras possibilidades de investigações a fim de colocar mais luz à questão da dependência versus independência e, principalmente, para debater sobre a época em que o sistema educacional vigente em nosso país exige que jovens decidam sobre seu futuro na escolha da carreira para a qual deverá prestar o exame vestibular.

 

Referências

Bohoslavsky, R. (1991). Orientação vocacional: a estratégia clínica. (8ª ed., J. M. V. Bogart, Trad.). São Paulo: Martins Fontes.        [ Links ]

Crites, J. O. (1974). Psicologia vocacional. (N. Dottori & S. Vetrano, Trad.). Buenos Aires, Argentina: Editorial Paidos.        [ Links ]

Ferreira, A. B. H. (1986). Novo dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.        [ Links ]

Japur, M. (1988). Estudo sobre as qualidades psicométricas do Formulário de Aconselhamento (B-1) da Escala de Atitudes do Career Maturity Inventory (CMI) de J.O. Crites. Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia, USP, São Paulo.        [ Links ]

Klein, M. (1981). Psicanálise da criança. São Paulo: Ed. Mestre Jou.        [ Links ]

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Silva, L. L. M., & Jacquemin, A. (2001). Intervenção em orientação vocacional/profissional: avaliando processos e resultados. São Paulo: Vetor Editora.        [ Links ]

Stone, J., & Church, J. (1969). Infância e adolescência. Belo Horizonte: Ed. do Prof. Ind & Com. Ltda.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
E-mail: lucileal@fclrp.usp.br

Encaminhado em 24/03/03
Aceito em 27/03/03

 

 

Sobre os autores:

* Lucy Leal Melo-Silva é Docente e Supervisora da área de Orientação Profissional do Depto. de Psicologia e Educação da FFCLRP-USP.
** Josiane Calixto de Oliveira é Psicóloga, Orientadora Profissional e Pesquisadora do Programa Vita do Depto. de Psicologia e Educação da FFCLRP-USP.
*** Reginaldo de Souza Coelho é Psicólogo, Orientador Profissional e Pesquisador do Programa Vita do Depto. de Psicologia e Educação da FFCLRP-USP.
1 A EMEP é editada e comercializada pela Vetor Editora Psico-Pedagógica Ltda. Recomenda-se a consulta ao manual para aprofundamento.
2 Cumpre destacar que durante a análise dos dados, observaram problemas com o item 29: Tenho facilidade em separar as atividades que me interessam daquelas que não. Conforme crivo de conversão de itens negativos esse item deve ser convertido; no entanto, o enunciado tem significado positivo. Em contato por e-mail com a autora ela verificou o erro de impressão e orientou que se proceda à anulação da resposta dada a este item utilizando o mesmo procedimento para respostas em branco ou com duplo assinalamento, ou seja, atribuir o valor de resposta três, que corresponde ao valor intermediário (cf. Neiva, 1999, p. 21). Tal orientação é pertinente caso a folha de resposta contenha o enunciado acima expresso, pois a autora e a Vetor Editora já providenciaram a correção do enunciado 29 nas folhas que estão em comercialização. O que reforça a importância das pesquisas, da divulgação dos achados e da troca profícua de experiência entre os pesquisadores.