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Psic: revista da Vetor Editora

versão impressa ISSN 1676-7314

Psic v.4 n.1 São Paulo jun. 2003

 

ARTIGOS

 

Formação do psicólogo: a contribuição da orientação profissional

 

 

Lucy Leal Melo-Silva

USP - Ribeirão Preto

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Considerando a importância da avaliação das estratégias utilizadas no ensino superior, este estudo objetiva descrever as contribuições de um estágio profissionalizante em Orientação Profissional em um Curso de Psicologia de uma universidade pública brasileira. Trata-se de um relato de experiência que será apresentado em três partes. Na primeira parte, descrevem-se as disciplinas e os estágios oferecidos na área da Orientação Profissional. A segunda consiste na descrição da prática desenvolvida no Serviço de Orientação Profissional, do método de intervenção e do papel do psicólogo-estagiário. Na terceira parte a aprendizagem dos estagiários é focalizada na visão dos mesmos. Os resultados obtidos evidenciaram a relevância da aprendizagem relativa ao treino: (1) no atendimento em grupo com base no referencial de grupo operativo de Pichon-Rivière; (2) na realização de entrevista de triagem; (3) na aplicação e análise do Teste de Fotos de Profissões (BBT - Berufsbilder Test) de Achtnich. Nas considerações finais destaca-se a relevância de estratégias que possam enfrentar os novos desafios colocados para a formação do psicólogo/orientador profissional.

Palavras-chave: Formação do psicólogo, Formação do orientador profissional, Estágio profissionalizante.


ABSTRACT

Considering the importance of strategy assessment in upper education, this study aims at describing the findings from a training period in Occupational Guidance, in a Psychology Course at a Brazilian State University. This experience statement will be presented in three parts. The first describes the subject matters. The second describes the training period in Occupational Guidance, that is, the intervention methods and the role of the trainee in Psychology. The third part shows the students' view on their training period. The results pointed out the relevance of learning from the training period in relation to: (1) group attendance based on the Pichon- Rivière approach; (2) interviewing and assessment of patients; and (3) application and analysis of Achtnich Test of Photos of Occupations (BBT- Berufsbilder Test). The conclusion shows that strategies to cope with the new challenges posed for education of psychologists/occupational counselors are relevant.

Keywords: Psychologists' education, Occupational counselor's education, Training.


 

 

Introdução

A Orientação Profissional é uma das atribuições do psicólogo prevista na legislação que regulamenta o exercício da profissão (Lei 4119, art. 4, parág. 009253). É um campo de atividade no qual o psicólogo pode contribuir com uma intervenção de natureza psicoprofilática, como apontou Bleger (citado por Bohoslavsky, 1971/1991), ou de promoção de saúde, como destacaram Bock e Aguiar (1995). A orientação profissional é um campo de atividade de cientistas sociais que inclui o psicólogo, o pedagogo, o sociólogo, o professor secundário, entre outros. Nesse campo, entretanto, algumas atividades são específicas da atuação do psicólogo, ou seja, o "diagnóstico e solução de problemas que os indivíduos têm em relação a seu futuro, como estudantes e profissionais, no sistema econômico da sociedade a que pertencem" (Bohoslavsky, 1971/1991, p. 28).

Desde 1949, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), fórum privilegiado de relações de trabalho em todo o mundo, adotou a Recomendação (87) sobre a orientação profissional (Ministério do Trabalho, 1994). Na legislação brasileira esta atividade está assegurada por meio de leis que regulamentam tanto a profissão do psicólogo, conforme mencionado anteriormente, como a profissão do orientador educacional, conforme decreto nº 72.846/73 (Bruns, 1992), a despeito das tentativas do Conselho Federal de Medicina de subordinar a Psicologia e outras profissões à Medicina, no passado com Projeto Julianelli, e atualmente com o Ato Médico em curso no Senado Federal.

Embora estabelecido em leis, o serviço de Orientação Profissional continua não sendo oferecido nas escolas, sobretudo nas públicas (Bruns, 1992), com raríssimas exceções em alguns municípios. Quanto às escolas particulares, estas têm oferecido, predominantemente, atividades relacionadas a informações sobre as carreiras e sobre o vestibular ou exame seletivo para ingresso na universidade. Poucas escolas realizam um trabalho mais aprofundado sobre as questões da "escolha" da careira.

A Orientação Profissional tem sido pouco privilegiada na prática do psicólogo e, menos ainda na do pedagogo que com os novos parâmetros curriculares precisa se preocupar com o desenvolvimento dos temas transversais, entre eles: educação e trabalho e "escolha da carreira", entre outros, e como trabalhá-los no contexto de sala de aula. Em decorrência dessa desvalorização, também os estudos, as pesquisas, as propostas de intervenção e as avaliações dos processos e resultados, tiveram poucos estímulos em um passado recente.

Quanto à motivação do aluno de graduação em Psicologia, em relação à disciplina Orientação Profissional, quando obrigatória, há indicadores empíricos de que as disciplinas da área clínica despertam maior interesse do que as de Orientação Profissional, provavelmente devido ao interesse do aluno em se especializar no modelo tradicional de atendimento diádico, objetivando atuar em consultórios particulares, como apontou a pesquisa do Conselho Regional de Psicologia (1995). Além disso, a Orientação Profissional parece ter suscitado menor interesse entre os alunos em formação, em decorrência de sua vinculação com a área da educação - considerada de menor prestígio -, a despeito das práticas nesta área ocorrerem inclusive em consultórios e clínicas-escola, fundamentadas na estratégia clínica de Bohoslavsky (1971/1991).

Com mudanças significativas no mundo do trabalho, a Orientação Profissional é chamada a intervir e propor soluções para os conflitos que afligem estudantes e trabalhadores empregados ou desempregados. Assim, a formação na área da Orientação Profissional passou a ser procurada com bastante interesse por parte de alunos e profissionais. E, a própria evolução e divulgação do conhecimento teórico e prático após a criação da Associação Brasileira de Orientadores Profissionais (ABOP) estão possibilitando um debate maior na comunidade sobre a necessidade de acesso aos serviços de Orientação Profissional.

Tornou-se, portanto, extremamente relevante avaliar a formação e a prática dos Orientadores Profissionais, tendo em vista o controle de qualidade e a responsabilidade (Hiebert, 1994).

Nesse sentido, o objetivo deste artigo consiste em relatar uma experiência sobre a formação do psicólogo como orientador profissional, no desenvolvimento de um estágio profissionalizante em um serviço gratuito desenvolvido em uma clínica-escola de uma universidade pública de uma cidade de porte médio do interior de São Paulo.

 

Desenvolvimento

O ensino profissionalizante da Orientação Profissional em um curso de Psicologia

A Orientação Profissional, no âmbito da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) vem sendo desenvolvida pelo Serviço de Orientação Profissional (SOP) na Clínica Psicológica do Centro de Psicologia Aplicada (CPA), tendo sido relatada a experiência quando as atividades profissionalizantes eram desenvolvidas em um estágio por Melo-Silva (1999b). O atendimento é realizado pelos estagiários do 9º e 10º semestres do curso de Psicologia, sob a supervisão da docente responsável pela área. A disciplina obrigatória "Orientação Profissional" (90 horas) continua sendo ministrada regularmente. Entretanto, mais recentemente a disciplina-estágio "Orientação Profissional II", semestral, foi desmembrada nas disciplinas-estágio optativas: "Grupo de Orientação Profissional I" (90 horas); "Grupo de Orientação Profissional II" (90 horas); "Intervenção Individual em Desenvolvimento de Carreira I" (90 horas); "Intervenção Individual em Desenvolvimento de Carreira II" (90 horas). As disciplinas I são oferecidas no primeiro semestre e as II no segundo semestre, como fruto do resultado da pesquisa realizada por Melo-Silva (1999a). Além disso, o estágio também é oferecido pelo Centro de Psicologia Aplicada (CPA), com duração variável, dependendo de plano previamente aprovado pelo Conselho Diretor do referido centro, o que tem possibilitado maior flexibilidade na carga horária e no atendimento à demanda.

O estágio é entendido como uma prática realizada na clínica-escola da Faculdade e em instituições da comunidade "através da execução de tarefas pertinentes à ocupação ou função que o indivíduo exerce ou irá exercer, sob supervisão e orientação específica" (Ministério do Trabalho, 1981, p. 24). Entende-se, portanto, que a profissão ensinada é a de psicólogo na função de orientador profissional, e que a aprendizagem nos estágios pode ser generalizada para atuações em grupos e individuais com populações de diferentes faixas etárias e necessidades.

Nesse estágio existe uma preocupação permanente em realizar avaliações sobre o serviço de extensão universitária, tendo em vista desenvolver intervenções criativas, conhecendo e realizando pesquisas na área. Busca-se incentivar a autonomia profissional do estagiário, estimulando-o a: tomar decisões durante os atendimentos; manter-se atualizado sobre as mudanças no mundo do trabalho e desenvolver sua identidade profissional. Discussões éticas perpassam todas as fases do estágio, sejam relacionadas aos clientes, aos colegas e aos supervisores, às estratégias de intervenção, sejam concernentes ao uso de dados sobre os atendimentos e cuidados com os prontuários.

Pesquisas vêm sendo realizadas, nessa instituição, sobre: os serviços oferecidos à comunidade (Melo-Silva & Dias, 1996, 1997); o perfil do usuário do SOP (Santos, Melo-Silva & Junta, 1997); a resolutividade do atendimento no SOP (Melo-Silva, Santos & Junta, 1997); o uso do BBT - teste de fotos de profissões - método projetivo para a verificação da inclinação profissional (Melo-Silva & Jacquemin, 1995, 1997; Melo-Silva & Santos, 1998); sobre a identidade profissional do psicólogo/orientador (Melo-Silva & Reis, 1997). Tais estudos objetivam a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, tripé da universidade. Além desses estudos, uma tese sobre avaliação de processos e resultados foi defendida por Melo-Silva (2000) e um livro foi publicado (Melo-Silva & Jacquemin (2001). Encontra-se em curso um Projeto de Pesquisa que objetiva avaliar a intervenção realizada: (1) da perspectiva dos ex-usuários que concluíram o atendimento, os desistentes e os abandonadores; (2) da de seus familiares; (3) da dos ex-psicólogos-estagiários; além de (4) avaliar especificamente a questão da escolha com uma amostra de participantes concluintes. Esse estudo longitudinal avalia a intervenção realizada no período de 1994 a 2000 (projeto financiado pela FAPESP).

O uso dos instrumentos é sempre avaliado visando a verificar sua adequação. O atendimento ao cliente e a aprendizagem do psicólogo-estagiário consistem em prioridades no Serviço.

Este artigo objetiva descrever o Serviço de Orientação Profissional e analisar a contribuição do estágio para a formação do psicólogo.

Descrição da prática desenvolvida no Serviço de Orientação Profissional (SOP)

A fim de realizar reflexões sobre a prática desenvolvida no SOP, é necessário informar sobre os objetivos do estágio, o funcionamento do serviço, a aprendizagem do estagiário, o processo de orientação profissional e o desenvolvimento da supervisão de estágio profissionalizante.

O estágio é realizado tendo em vista o desenvolvimento do aluno, em uma situação real de intervenção, na qual ele possa experimentar o papel de psicólogo/orientador, treinando o seu saber psicológico, experimentando a utilização de instrumentos e técnicas próprias da orientação profissional, aprendendo a lidar com os medos básicos - seu e de seus clientes - envolvidos nas relações interpessoais e a refletir criticamente sobre a realidade social, educacional, política e econômica do país e do mundo.

Conduz-se a supervisão com os objetivos descritos a seguir. Os objetivos gerais consistem em:

o possibilitar a prática da Orientação Profissional contribuindo para a aprendizagem de teorias e técnicas utilizadas na área;

o estimular a definição de uma postura profissional no campo da Orientação Profissional;

o oferecer um serviço especializado à comunidade.

Os objetivos específicos referem-se à formação teórica, prática e ética.

A formação teórica visa a:

o possibilitar ao estagiário a identificação de fatores socioeconômicos que influenciam a escolha e as decisões ocupacionais;

o capacitar o estagiário a estabelecer diagnóstico diferencial entre situações que evidenciam situação orientabilidade do cliente, para atendimento em grupo ou individual, e as que exigem encaminhamentos para outros tipos de atendimentos psicoterapia e psicodiagnóstico, por exemplo.

A formação prática visa a facilitar o desenvolvimento da competência para intervir focalizando a questão da escolha para os "estudos e/ou trabalho", ou seja:

o capacitar o estagiário na realização de práticas que promovam o desenvolvimento de um projeto profissional da clientela atendida, tornando-o capaz de tomar decisões livres e autônomas;

o possibilitar reflexões sobre as condições nas quais se realizam "escolhas" ocupacionais;

o realizar intervenções que possam contribuir para a clarificação de inclinações profissionais da clientela e para a compreensão da dinâmica do mundo do trabalho.

A formação ética é essencial no desenvolvimento da competência do Psicólogo/Orientador Profissional. Dessa forma, a supervisão é desenvolvida objetivando:

o facilitar o planejamento da intervenção realizada pelo psicólogo-estagiário, visando a incorporar à tarefa de Orientação Profissional uma dimensão ética que considere o ser humano sujeito de suas escolhas;

o estimular o desenvolvimento de atitudes psicológicas que considerem os seguintes aspectos éticos: a relação com a clientela atendida; o registro do atendimento e o arquivamento da documentação; a relação com a equipe de supervisão e as demais recomendações do Código de Ética dos Psicólogos.

O serviço funciona nas instalações físicas da clínica-escola da FFCLRP que administra as inscrições dos candidatos aos atendimentos psicológicos. Pessoas acima de 14 anos podem se inscrever no serviço de Orientação Profissional, ocasião em que recebem um impresso para ser assinado pelo usuário e um de seus responsáveis - quando com idade inferior a 18 anos. Esse documento dá ciência do atendimento a ser realizado e os signatários nele autorizam a eventual utilização dos dados para a realização de pesquisas, cujos resultados poderão ser divulgados e utilizados em aulas, preservando-se o sigilo sobre a identidade do orientado.

As inscrições, atualmente, são realizadas nos meses de fevereiro, para atendimento no primeiro semestre e em junho para atendimentos no segundo semestre.

O usuário, seguindo a ordem de inscrição, é chamado para uma entrevista de triagem realizada individualmente por um dos estagiários da equipe, objetivando investigar os motivos da consulta, as expectativas sobre o atendimento, os dados pessoais, familiares, escolares, de trabalho e de saúde, incluindo antecedentes de atendimento psicológico. O serviço é apresentado ao candidato explicitando-se o funcionamento, a duração e as modalidades de atendimento, os instrumentos e as técnicas utilizadas. Concluída a entrevista, o estagiário faz as anotações necessárias, registra se é situação de orientabilidade, conceito este empregado por Bohoslavsky (1971/1991) e faz sua indicação para orientação profissional individual ou em grupo, modalidade que dispõe de maior número de vagas. Quando necessário, procede-se ao encaminhamento de casos para psicodiagnóstico e/ou psicoterapia na própria clínica-escola ou na comunidade.

Há intercâmbio entre o SOP e os demais serviços oferecidos na clínica-escola: o de triagem de adolescentes e adultos, o de atendimento psicoterápico e o de psicodiagnóstico, sob a supervisão de outros docentes, objetivando atender melhor a demanda e proceder aos encaminhamentos necessários. As indicações são realizadas em comum acordo com o candidato a cliente, considerando suas possibilidades e disponibilidades. Quando há indicação para a psicoterapia, mas o candidato afirma desejar, prioritariamente, fazer a Orientação Profissional, tal solicitação é respeitada. Nesse caso, ele é atendido em Orientação Profissional individual, focalizando-se mais o autoconhecimento, e as estratégias de intervenção são planejadas tendo em vista a sensibilização para a realização de uma psicoterapia posteriormente.

A aprendizagem do estagiário tem, portanto, início na realização das triagens, ocasião em que é treinado a realizar entrevista clínica, a diferenciar necessidades de orientação profissional (individual ou em grupo), de psicoterapia ou psicodiagnóstico, visando a maiores esclarecimentos sobre a dinâmica do candidato ao serviço. Nesse serviço "a escuta" do orientador é da perspectiva psicológica, tendo em vista observar e diagnosticar ainda as possibilidades de intervenção em grupo.

Freqüentemente são atendidos na modalidade individual usuários que não dispõem de horário compatível com o dos grupos ou solicitam atendimento individual ou apresentam uma dinâmica de funcionamento com dificuldades para participação do processo em grupo. Nessa modalidade também são atendidos os que já iniciaram um ou alguns cursos universitários, os que estão na faixa etária acima da média dos adolescentes inscritos (15 a 19 anos) e aqueles que trabalham e relatam queixas de insatisfação no emprego ou estão desempregados. Ainda são atendidas individualmente pessoas que apresentam, como ponto central em sua busca por Orientação Profissional, questões relativas à necessidade de preparar-se para as mudanças no mundo do trabalho.

Apenas em 2003 foi possível organizar grupos de jovens adultos e adultos, devido à elevada procura pelo serviço e, portanto, maiores possibilidades de agrupar pessoas com horários compatíveis, que inclusive manifestaram desejo de participar do atendimento em grupo. Essas experiências estão sendo fundamentais para o serviço e serão objetos de estudo após a conclusão dos processos.

O processo de Orientação Profissional, tanto individual como em grupo, é realizado com um número médio de 10 a 12 sessões, podendo variar. O atendimento em grupo ocorre semanalmente, em encontros de duas horas, com cerca de 9 a 20 integrantes. O individual pode ser realizado em uma ou duas sessões semanais, com a duração de 50 minutos cada.

Intervenções com número menor de encontros também são realizadas para atender demandas específicas de grupos de alunos que trabalham no período diurno e estudam no noturno e freqüentam curso pré-vestibular gratuito. Denominados "Vivências em Orientação Profissional", tais encontros são planejados de acordo com a necessidade da população-alvo, do número de participantes e das condições do local.

Os eixos temáticos que perpassam todo o processo de orientação profissional, individual ou em grupo, são cinco: escolha, autoconhecimento, estudos, mundo do trabalho e informação sobre as carreiras. A seqüência e o tempo em cada eixo temático é flexível e varia conforme a situação da pessoa ou do grupo. Freqüentemente na modalidade individual o número de sessões em autoconhecimento é maior e, nestes casos, a intervenção localiza-se na interface com a psicoterapia. Os subtemas que mais emergem têm sido: a ansiedade diante do vestibular e do processo seletivo para ingresso na universidade; influência dos pais e amigos; o medo de errar na escolha; o medo da universidade; a globalização; o subemprego e o desemprego; a necessidade de maiores e melhores informações sobre as carreiras; as responsabilidades do mundo adulto; o namoro ou casamento; o hobby; a diferença entre escola pública e privada; como estudar com eficiência.

O referencial teórico utilizado é o Clínico-operativo de Müller (1988) que integra o referencial de Bohoslavsky e de Pichon-Rivière, visando à compreensão das necessidades humanas, tendo em vista a articulação de um projeto de vida pessoal e profissional, tanto nas intervenções em grupo, como nas individuais. Tal referencial é compatível com o do BBT que auxilia na clarificação das necessidades da pessoa. As necessidades de relação e de produção social são válidas para os seres humanos tanto em seu desenvolvimento histórico como espécie, quanto para o seu desenvolvimento individual. Assim, o planejamento das estratégias de intervenção no estágio visa sempre à produção do grupo e/ou do indivíduo na realização da tarefa da "escolha" da carreira.

Na primeira sessão trabalham-se as expectativas em relação ao serviço e contrato. As sessões dos atendimentos seguintes são analisadas e planejadas conforme emergentes das sessões anteriores, visando à adequação na definição dos temas a serem trabalhados e na escolha de técnicas e instrumentos a serem utilizados. No atendimento individual o mais importante é a entrevista clínica, o que caracteriza o atendimento diádico. Técnicas e testes podem ser utilizados, se necessário, conforme critérios previamente analisados.

Nas intervenções realizadas em grupo, o desenvolvimento dos encontros fundamenta-se no Esquema Conceitual Referencial Operativo (ECRO) de Pichon-Rivière (1994, 1995) Quiroga (1994), assim o treino é na função de coordenador de comunicação grupal focalizando a questão da escolha da carreira e os temas de interface que são emergentes. As técnicas empregadas baseiam-se sobretudo em Soares-Lucchiari (1993), Pelletier, Noiseux e Bujold (1982), mas também em outros autores que desenvolveram e sistematizaram técnicas de grupo. Os estagiários são estimulados na criação de técnicas grupais previamente supervisionadas e que tenham objetivos claramente definidos e correspondam às necessidades da clientela, visando a atender ao emergente grupal.

No primeiro encontro, realiza-se uma técnica de apresentação dos integrantes, as expectativas de orientação são levantadas e discutidas. Nesse encontro o contrato de trabalho é estabelecido, enfatizando-se o enquadre do atendimento.

Em geral, entre a 5ª e 8ª sessão, quando o grupo atingiu um grau mais aprofundado nas discussões, realiza-se a aplicação do Teste de Fotos de Profissões (BBT): método projetivo para a clarificação da inclinação profissional (Achtnich, 1991). Esse método tem sido empregado visando ao maior conhecimento e aprofundamento do orientador sobre a dinâmica interna e motivacional do orientado. No entanto, observam-se benefícios do cliente mesmo antes da entrevista final quando os resultados do BBT são mais trabalhados. Como se trata de um método projetivo no qual o cliente explora as fotos, organiza grupos: positivos, neutros e negativos; reagrupa de acordo com o que têm em comum; classifica os grupos e fotos; faz associações de cada foto e a história das cinco fotos preferida; o cliente já realiza um trabalho de cristalização e especificação de escolhas. É em articulação com as demais necessidades do cliente que os resultados desse instrumento são trabalhados no grupo e na entrevista individual.

Vale ressaltar que as técnicas utilizadas cumprem sempre o objetivo de facilitar o processo de Orientação Profissional, tendo em vista a realização de "escolhas" ocupacionais conscientes e autônomas, considerando tanto a realidade interna como a externa e o significado do trabalho na sociedade capitalista.

A aprendizagem dos psicólogos-estagiários

A hipótese deste estudo consiste na premissa de que o estágio em Orientação Profissional contribui para a formação profissional do psicólogo, notadamente para intervir como orientador profissional. Para verificar essa hipótese, realizou-se uma pesquisa (Melo-Silva, 1999b), com alguns psicólogos-estagiários atuantes nas atividades de orientação profissional desenvolvidas em três anos (1997, 1998 e 1999), quando o estágio incluía tanto o atendimento em grupo como o individual. Participaram daquele estudo 12 psicólogos-estagiários (43% dos questionários foram respondidos em situação de anonimato). A amostra é pequena e os dados podem ser considerados como pontos para reflexão, não como representativos. Excertos daquele estudo são aqui apresentados objetivando refletir sobre a formação do psicólogo na área da Orientação Profissional, suas visões inicialmente estereotipadas e as mudanças decorrentes da capacitação e desenvolvimento na área.

Os motivos para a escolha do estágio foram: (1) expectativa de ampliação das possibilidades profissionais no mercado de trabalho do psicólogo; (2) ter experiência no atendimento ao adolescente; e (3) atuar em grupo e aprender técnicas. Observou-se preocupação com o desenvolvimento profissional enquanto psicólogo. Como os estagiários estão no último ano do curso de Psicologia os conflitos vocacionais são reeditados (Bohoslavsky, 1971/1991) e estagiar na área responderia à necessidade de reparação da própria escolha vocacional.

A visão de psicólogos-estagiários sobre a orientação profissional antes de realizarem a disciplina e o estágio consistia na expectativa de aplicação de testes e de questionários de interesses, objetivando indicar uma profissão e, portanto, na perspectiva da modalidade estatística de intervenção, situação na qual o orientador atua como agente ativo na relação. Considerável responsabilidade pelo desprestígio da Orientação Profissional cabe tanto à qualidade questionável das intervenções realizadas quanto à denominação equivocada das práticas instituídas. Muitas vezes a representação que as pessoas fazem da Orientação Profissional é decorrente de algumas experiências, por exemplo, de intervenções que reduzem a Orientação Profissional à informação sobre as carreiras ou à aplicação de questionários realizados por meio de programas de informática.

O que permaneceu e o que modificou nessa visão após a realização do estágio? A visão dos estagiários modificou-se, eles compreenderam que os testes são só um instrumento para ajudar no processo. O papel do orientador, visto como diretivo ou ativo, na questão anterior, passou a ser considerado como facilitador do processo de escolha profissional ou de planejamento de carreira, em que o orientador não iria indicar caminho, mas auxiliar a própria pessoa a trilhar seus possíveis caminhos, na perspectiva da modalidade clínica de Bohoslavsky (1971/1991). No processo de ensino-aprendizagem é relevante diferenciar os objetivos da Orientação profissional em relação aos da Psicoterapia e ao mesmo tempo analisar a interface existente entre os dois campos de atividade, considerando que é importante trabalhar a "escolha profissional" contextualizada no desenvolvimento da identidade pessoal. O problema, na maioria das vezes, não apenas de "escolher" uma profissão, mas de identificar o que impede a pessoa de definir um projeto de vida, de organizar-se e planejar objetivos para serem alcançados a curto, médio e longo prazo. Em muitas situações o problema será lidado de maneira mais eficaz em abordagens psicológicas.

As aprendizagens teóricas mais marcantes do estágio foram: (1) a aplicação e análise do BBT (Achtnich, 1991); (2) a estratégia clínica de Bohoslavsky como importante aprendizagem; (3) a compreensão o processo grupal segundo Pichon-Rivière (1994, 1995); (4) as discussões sobre o mundo do trabalho. O BBT e a Técnica de Grupo Operativo constituem instrumentos interessantes que podem ser utilizados com eficácia em outros campos da Psicologia. Essa interpretação confere especial significado ao estágio, uma vez que a carreira profissional do estagiário está em construção, contribuindo, assim, com o desenvolvimento de habilidades e competências específicas para o exercício da profissão de psicólogo, em diversas ocupações, particularmente na de orientador profissional.

A avaliação da supervisão foi considerada importante para esclarecer alguns obstáculos, que não puderam ser percebidos durante os atendimentos devido à falta de prática, sendo dessa forma considerada de grande auxílio, embora exaustiva. O que levou ao desdobramento do estágio em dois: um para a intervenção individual e outro para intervenção grupal. Mencionaram-se como positivos: a oportunidade de discussão sobre os atendimentos, o acesso à bibliografia pertinente e a disponibilidade da supervisora no suporte fornecido ao estagiário no exercício do papel profissional, podendo, assim, experimentar suas capacidades e limites. Foi apontado ainda como positivo o relacionamento com pessoas e a troca de experiências profissionais que enriqueceram o processo de aprendizagem.

Observou-se que limitações ou dificuldades com a supervisão deixaram de ser apontadas. A tendência geral em pesquisas de avaliação é a do entrevistado responder de acordo com o que, consciente ou inconscientemente, julga que seria a expectativa do pesquisador. Na tentativa de obter dados sobre os aspectos desfavoráveis ao estágio a questão seguinte foi planejada.

As sugestões para a realização de outros estágios foram: (1) ampliação do serviço de extensão; (2) realização do estágio anualmente, objetivando a realização de dois grupos e dois atendimentos individuais; (3) que os atendimentos grupais deveriam contemplar a realização de todos os encontros de Orientação Profissional na Técnica de Grupo Operativo; (4) que os momentos de supervisão poderiam ocorrer no enquadre e Grupo Operativo; (5) o treinamento das técnicas específicas de orientação profissional e o estudo aprofundado sobre o trabalho e as profissões também devem ser contemplados; (6) a necessidade do orientador estar bem-informado sobre as carreiras, sobre as transformações que estão ocorrendo não só no mundo do trabalho e sobre as formas de ingresso na universidade. Um participante disse que não teria nada a acrescentar mas a conservar, referindo-se à semana de treinamento de coordenador de comunicação grupal. Manteria, ainda, o encontro entre estagiários e profissionais por considerá-lo muito rico. Mas, acrescentaria outros estilos de grupo e coordenação além do operativo.

A avaliação na perspectiva do psicólogo-estagiário foi considerada importante por possibilitar a sistematização, ponto por ponto, dos itens do estágio e ainda por verificar que o mesmo está atingindo seus objetivos para a formação do psicólogo, capacitando-o a intervir em Orientação Profissional. O que leva a reconhecer que o estágio, de maneira geral, está indo ao encontro das expectativas dos psicólogos-estagiários. Considerou-se pertinente a sugestão da realização do estágio em dois semestres, pois indica a motivação do estagiário pela área, diferentemente da visão na disciplina obrigatória Orientação Profissional I. Para eles o estágio cumpriu sua função, ou seja, a de ampliar suas idéias nesse campo. Assim como em outras áreas da psicologia a supervisão tem a "ampliação da consciência" como seu maior objetivo.

 

Conclusão

A experiência com a supervisão de estágios na área da Orientação Profissional tem sido importante principalmente pelo papel da supervisão, ou seja, o de acompanhar o psicólogo-estagiário no desenvolvimento de sua identidade profissional, além de atender à demanda que busca espontaneamente o Serviço de Orientação Profissional.

Em relação à prestação de serviços à comunidade, outra perspectiva necessária dirige-se a viabilizar projetos que atendam ao interesse das populações em idade adulta. Com as velozes mudanças no mundo do trabalho, a Orientação Profissional está sendo desafiada a intervir com projetos de planejamento de carreira destinados a trabalhadores e desempregados. A questão das mudanças nas regras da aposentadoria e os programas de demissão voluntária, as atividades ocupacionais informais e, principalmente, o aumento da taxa de desemprego no Brasil e no mundo apontam em direção a outras demandas de atendimento.

A Orientação Profissional encontra-se em um momento peculiar em seu processo, com possibilidade de expansão de suas atividades; entretanto, é preciso muito cuidado para não realizar intervenções que se limitem a delinear o perfil do profissional para o atual milênio ou indicar as carreiras em alta e as em via de extinção. Além disso, é preciso contextualizar a maneira como a globalização vem sendo tratada, indagando como a sociedade chegou ao momento atual de organização, ou seja, quem lucra e quem perde com esse modelo econômico mundial. Nesse sentido, autores como Gorz (1987), Rifkin (1995) e Whitaker (1997), entre outros, constituem leituras recomendáveis para reflexões acerca da compreensão e busca de soluções aos problemas atuais e futuros.

Considera-se como papel do orientador o de facilitar o conhecimento da dinâmica da economia local e mundial, buscando possibilidades de inserção consciente no mundo do trabalho e evitando posturas ingênuas ou desesperadas. Nesse sentido, cabe à equipe manter-se atualizada sobre as profundas mudanças no mundo do trabalho, objetivando tanto o atendimento como o desenvolvimento do próprio orientador. O autoconhecimento e as informações sobre as profissões sempre foram, e continuam sendo, relevantes na Orientação Profissional. O elemento diferenciador nas intervenções deverá decorrer agora do aprofundamento das questões relativas às mudanças no mundo do trabalho e o significado do trabalho em nossa realidade, como já destacava Ferretti (1988). É preciso destacar esse aspecto nos estágios dos cursos de Psicologia porque neles o profissional está mais atento às condições internas do orientando, aos seus desejos e motivações. O espaço para trabalhar o autoconhecimento é extremamente relevante para o cliente, a ressalva é de que ele não pode ser descolado da realidade política, social, educacional e econômica.

Os objetivos gerais do estágio, relativos ao treino na utilização de instrumentos e técnicas específicas do campo da Orientação Profissional, também estão sendo alcançados, notadamente no tocante à aprendizagem do papel de coordenador de grupo, à aplicação e interpretação do BBT e à realização de entrevistas de triagem, capacitando os psicólogos-estagiários para a realização do diagnóstico de orientabilidade.

A preocupação dos psicólogos com a temática do mundo do trabalho atinge o objetivo de estimular a definição de uma postura profissional fundamentada na consciência crítica sobre a realidade social.

Além disso, é objetivo da formação prática oferecer condições para que os supervisionandos possam exercitar o papel de psicólogo/orientador profissional, identificando seus limites e suas possibilidades e que a partir daí possam também perceber as dificuldades e possibilidades dos orientandos. Este estudo visou a contribuir com tais reflexões.

A supervisão em Orientação Profissional constitui uma atividade complexa. Assim como no processo de atendimento, o orientador lida o tempo todo com a subjetividade do orientando, na supervisão o supervisor lida com a subjetividade dos estagiários. A avaliação do o estágio passa pela subjetividade do aprendiz, ou seja, pela percepção de seu processo de aprendizagem. Valendo ressaltar que, em toda a sua complexidade, a avaliação foi considerada válida e fundamental.

Finalizando, considera-se que o objetivo do presente estudo foi alcançado, tendo em vista as reflexões sobre a prática profissional. Além disso, constituiu-se em uma oportunidade de compartilhar com outros supervisores os resultados desta avaliação.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
lucileal@ffclrp.usp.br

Encaminhado em 27/06/03
Aceito em 08/07/03