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Psic: revista da Vetor Editora

versão impressa ISSN 1676-7314

Psic v.8 n.1 São Paulo jun. 2007

 

EDITORIAL

 

Gostaríamos de compartilhar com todos os autores da Revista Psic o fato de que as revistas científicas de Psicologia foram novamente avaliadas em 2007 pela Comissão Editorial CAPES/ANPEPP e foi classificada como A Nacional. Isso, sem dúvida alguma, se deve à contribuição dos profissionais da área que contribuíram conosco, como também das reformulações implementadas ao longo dos dois anos de trabalho pela nova Comissão. Entretanto, esse fato deve ser considerado apenas como um novo patamar alcançado, mas há outros e, para isso, mais do que nunca, estamos certos que contaremos com o apoio daqueles que produzem conhecimento em Psicologia.

Este número conta com a colaboração de autores nacionais e estrangeiros. Os temas são diversos e cada um, em sua forma particular de análise, está contribuindo para a formação de uma literatura brasileira de psicologia.

Nesse contexto, Luiz Gustavo Silva Souza, Zeidi Araújo Trindade, Sabrine Mantuan dos Santos Coutinho, Maria Cristina Smith Menandro relataram seus achados com base em uma experiência vivida em uma oficina de orientação profissional no texto Sentidos atribuídos ao sucesso pessoal e profissional em estudantes do ensino médio. Os resultados indicaram uma forte concepção liberal, consubstanciada em dinheiro, bens e status, que foi questionada durante o debate crítico promovido.

Estudando as concepções pessoais de inteligência, Luísa Faria analisou os resultados de pesquisa em Concepções pessoais de inteligência: na senda de um modelo organizador e integrador no domínio da motivação. Seus resultados indicaram que os alunos portugueses com mais escolarização e melhor nível socioeconômico se revelaram mais dinâmicos. Também, estudos interculturais evidenciaram que alunos italianos conceberam a inteligência de forma menos estáticas que os alunos portugueses.

No texto Evidência de validade de critério para o Teste de Criação de Metáforas, Monalisa Muniz, Fabiano Koich Miguel, Gleiber Couto, Ricardo Primi, Tatiana Freitas da Cunha, Débora Pereira Barros e Maria Beatriz Zanarella Cruz hipotetizaram que profissionais publicitários apresentariam produções consideradas melhores metaforicamente e, conseqüentemente, mais criativas. Seus resultados confirmaram sua hipótese, constando-se, assim, uma evidência de validade de critério para esse teste.

Vitor Cruz apresentou o Sistema de Avaliação Cognitiva (SAC) de Naglieri e Das em O Cognitive Assessment System como instrumento de avaliação psicológica. Caracterizou-o como modelo de avaliação da inteligência baseado na teoria de processamento cognitivo, constituído por quatro componentes, que seriam a planificação, atenção, processamento sucessivo e processamento simultâneo. Destacou que essas funções cognitivas formariam um sistema complexo e seria mais adequado para pessoas entre os cinco e os dezoito anos de idade.

Maria Lúcia Tiellet Nunes, Roselaine Berenice Ferreira da Silva e Fernanda Lopes, em seu texto Diferentes sistemas de aplicação e interpretação do Teste Gestaltico Visomotor de Bender, apresentaram uma revisão teórica dos sistemas de correção e interpretação disponíveis no âmbito nacional e internacional. Abordaram os estudos de validação e apontaram uma grande diversidade de sistemas que preocupou as autoras em relação aos profissionais sobreporem sistemas.

Os resultados das análises de Raquel Ávila Maia de Oliveira e Katya Luciane de Oliveira sobre a compreensão de leitura e as condições de estudo foi relatada em Leitura e condições de estudo em universitários ingressantes. Seus resultados indicaram uma baixa habilidade de leitura e diferenças entre cursos. Ao lado disso, descreveram que eles se sentiam cansados, sonolentos e acreditavam em não dispersar a atenção com facilidade. Ao lado disso, não tinham bons hábitos de estudo.

Por sua vez, Adriana Cristina Boulhoça Suehiro, Neide de Brito Cunha e Acácia Aparecida Angeli dos Santos forneceram no texto Avaliação da escrita no contexto escolar entre 1996 e 2005 uma meticulosa análise da produção científica. Com grande concentração nos anos de 2003-2005 e nas instituições da região sudeste do país, a maioria das pesquisas usou delineamento correlacional e estatística inferencial e buscaram relações com outros constructos. O grande foco foi a criança, avaliada por meio de ditado, 28,1% deles não validados.

Sob o título Violência: a compreensão do conceito por jovens submetidos a medidas socioeducativas, Cláudia Barsanelli Costa e Elizabeth Oliveira Crepaldi de Almeida estudaram como dois jovens sob medida socioeducativa elaboraram o conceito de violência, participando em um grupo de discussão sobre o tema. Os dados, analisado pelo sistema teórico de Peirce, sugeriram que os participantes alcançaram nível de abstração e generalização simbólica.

Uma análise da literatura nas bases de dados Scielo, Medline, Cochrane, Lilacs e Ebsco entre 1995-2006 resultou no texto Eficácia de intervenções psicoterápicas no tratamento de depressão de autoria de Makilim Nunes Baptista, Arthur de Almeida Berberian, Fabián Javier Marín Rueda e Rosângela Maria de Carli Bueri Mattos. Concluíram que apesar das evidências de eficácia para várias abordagens elas indicaram a necessidade de cuidados, pois o método usado possibilitaram muitas críticas.

Para estudar os constructos traços de personalidade e agressividade Fermino Fernandes Sisto e Ana Francisca de Oliveira realizaram uma pesquisa relatada em Traços de personalidade e agressividade: um estudo de evidência de validade. Seus resultados forneceram várias correlações significativas em relação a psicoticismo, neuroticismo, sociabilidade e as medidas de agressividade, o que possibilitou estabelecer outras possibilidades de interpretação de amos os testes.

Com o interesse voltado para a intersecção entre psicanálise e trânsito, Alessandra Sant'Anna Bianchi em seu texto Édipo encontra seu pai: um conflito de trânsito?, desenvolveu seu estudo com base em uma revisão de literatura. Argumentou que o problema do trânsito não seria outra expressão da constituição psicológica do sujeito, e defendeu a necessidade de aumentar o desprazer do comportamento perigoso no trânsito. Dessa forma, uma derivação nos caminhos neurais seria traduzida em um comportamento diferente ao volante.

Neste número há também a colaboração advinda de resenhas. Assim, Maiana Farias Oliveira Nunes tece comentários interessantes sobre a obra DiGestão de pesoas: uma dieta saudável para sua carreira; enquanto que Anelise Silva Dias sugere a leitura de Facetas do fazer em Avaliação Psicológica; e, finalmente, Nelimar Ribeiro de Castro sugere a visita ao livro Afetividade e dificuldades de aprendizagem: uma abordagem psicoeducacional.