SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.3 issue1Integration criterion of Bender Test: exploring its validity evidencesRey Complex Figure validation for the brazilian population author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.3 no.1 Porto Alegre June 2004

 

ARTIGOS

 

Avaliação da criatividade verbal no contexto brasileiro

 

Assessing verbal creativity in brazilian context

 

 

Solange Muglia Wechsler

Pontifícia Universidade Católica De Campinas

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Esta pesquisa visou investigar a possibilidade de se avaliar a criatividade verbal, de forma válida e precisa, no contexto brasileiro. Dois estudos foram propostos, tendo o primeiro uma amostra composta por 128 pessoas, sendo 63 (32 M, 31 H) definidas como criativas e 65 (36 M, 29 H) considerados como não criativos ou regulares, e o segundo como participantes 53 estudantes (35 M, 18 H) do 2o Colegial. Os instrumentos utilizados foram o Teste de Pensamento Criativo de Torrance, forma verbal A (Torrance, 1990), e uma folha de dados sobre a produção criativa reconhecida ou não dos indivíduos. A Correlação de Pearson e o teste t foram as análises utilizadas. Os resultados demonstraram a validade preditiva e de construto dos indicadores criativos presentes no Teste de Torrance, (pd<0,05; pd<0,001), assim como a sua precisão, estabelecida por teste-reteste. Concluiu-se que este teste pode ser utilizado no Brasil pois atende aos parâmetros científicos necessários para os instrumentos psicológicos.

Palavras-chave: Testes, Criatividade verbal, Produção criativa, Avaliação psicológica.


ABSTRACT

The purpose of this study was to investigate the possibility of identifying verbal creativity in the Brazilian context through a valid and reliable way. Two studies were conducted to achieve this aim. In the first one the sample was composed by 128 persons (32 F, 31 M) considered as creative and non-creative , and in the second the subjects were 53 high school students ( 35 F, 18 M). The instruments were the Torrance Test of Creative Thinking (verbal form) and a questionnaire to collect data about recognized and not recognized creative production. Pearson Correlation as well as t test were performed. The results indicated the predictive as well as construct validity of the verbal creativity indicators in the Torrance test ( pd"0,05 to pd"0,001) as well as its reliability assessed through test-retest procedure. In conclusion, it was recommended the use of this test in Brazil considering it can meet the scientific standards for psychological instruments.

Keywords: Tests, Verbal creativity, Creative production, Psychological assessment.


 

 

A avaliação da criatividade é um dos maiores desafios enfrentados pelos pesquisadores na área. Tal fato se deve, em primeiro lugar, à dificuldade de ser encontrado consenso sobre a própria natureza do fenômeno criativo ora definido como um processo cognitivo, outras vezes como característica de personalidade, ou ainda pela qualidade do produto realizado, determinado por sua relevância ou impacto na sociedade (Parkhurst,1999). Deparamo-nos, portanto, com um construto complexo, que poderia ser melhor compreendido de uma maneira multidimensional, considerando que na criatividade estão unidos aspectos cognitivos, traços de personalidade assim como variáveis ambientais (Isaksen & Murdock, 1993, Runco, 1999)

Frente as inúmeras facetas do fenômeno criativo e a grande diversidade de formas de expressão criativa, coloca-se a questão se é possível medir um construto com tamanha amplitude. Para responder a esta questão, Puccio e Murdock (1999) revisaram os estudos sobre este tema desde 1950, quando houve o célebre discurso pronunciado por Guilford chamando a atenção para a necessidade de ser dedicada maior atenção ao estudo da avaliação da criatividade, e encontraram mais de 250 publicações tentando identificar a criatividade sob os mais diferentes procedimentos, tanto de forma qualitativa quanto quantitativa, tais como: observações, testes, entrevistas, questionários, biografias, indicações, auto-registros, etc. Embora tais dados nos apontem respostas positivas sobre a medida da criatividade, estes devem ser olhados com cautela, no sentido de verificar a qualidade científica dos instrumentos e procedimentos disponíveis e se os mesmos atendem aos parâmetros da Psicometria que exige a comprovação empírica da validade e precisão de todas as medidas psicológicas (International Testing Commission, 2000/2003)

A problemática da avaliação da criatividade quanto aos pré-requisitos de validade e precisão tem sido colocada por vários pesquisadores da área (Torrance, 1966, Treffinger & Paggio, 1972; Wechsler, 1999; Alencar, 1996). Questiona-se assim qual o conteúdo que um teste de criatividade deveria abranger, face à dificuldade de ser encontrada uma definição consensual deste construto, ou ainda, que critérios deveriam ser utilizados para se investigar a validade preditiva de uma medida de criatividade, se existem dúvidas sobre quais seriam produtos ou comportamentos criativos. A respeito da precisão de um teste, debate-se ainda se a criatividade seria um traço humano estável, ou seja, que poderia ser avaliado de maneira consistente em um certo período de tempo.

Medidas de criatividade, tais como redações e desenhos livres, realizadas por estudantes de diferentes faixas etárias, têm sido comparadas com avaliações de seus professores quanto à demonstração de comportamentos criativos em suas salas de aula. Os resultados têm indicado que os professores têm mais facilidade em identificar criatividade na área verbal do que na área figurativa, possivelmente porque este é o tipo de produto mais solicitado na sala de aula (Dawson, D'Andrea, Affinito & Westby,1999). Da mesma forma, ao se observar o consenso entre especialistas ao serem chamados para avaliar produtos criativos, em forma de textos e cartazes produzidos por estudantes universitários, verificou-se que o acordo entre os peritos era maior para modalidade verbal (Morais, 2001).

A avaliação por consenso de juizes ou peritos na área é considerada por Amabile (1983) como sendo o critério mais válido para se julgar a criatividade de um produto. Assim sendo, ela questiona os testes de criatividade por não apresentarem uma definição clara do construto que estão avaliando , além de estarem mais medindo diferenças individuais do que o impacto de uma invenção para uma determinada. Embora a avaliação por juízes possa certamente oferecer preciosas informações sobre a qualidade da produção, este tipo de julgamento sofre também de limitações, pois pode ser influenciado por outras variáveis, como por exemplo, a existência de informações sobre a idade das pessoas avaliadas, notando-se, principalmente, maiores notas ou maior aceitação de produção quando esta é atribuída a crianças, como apontou Hennessey (1994).

A avaliação da criatividade por meio de testes psicométricos, teve no seu maior expoente a contribuição de Guilford, que propôs que o pensamento divergente faria parte de um modelo teórico de estrutura de pensamento, composto de 120 habilidades e que as capacidades distintas de fluência, flexibilidade, originalidade e elaboração seriam os componentes principais deste tipo de pensamento (Isaksen & Murdock, 1993, Plucker & Renzulli, 1999; Munford, 2001). Estas medidas cognitivas da criatividade tiveram grande influência nos trabalhos posteriores de outros pesquisadores, tais como os testes de criatividade para crianças de Wallack e Kogan (1965), os testes figurativo e verbal de Torrance (1966), tarefas de pensamento ideativo de Runco, Plucer e Lim, (2001) ou de pensamento divergente de Berna, Zaragozza e Donolo (2003).

Os testes de criatividade sofreram muitas críticas no sentido de sua capacidade de predizer criatividade na vida real, fora dos parâmetros dos ambientes escolares onde geralmente são feitos estudos com estas medidas. (Hocevar & Bachelor, 1989).Além disto, tais instrumentos tenderiam a apresentar tarefas bizarras, eliciando assim respostas diferentes, que nada teriam a ver com a criatividade na vida real, questiona Cooker (1991). Talvez o problema a ser colocado, como acrescenta Romo (2003) seria justamente o de se esperar que um teste tenha relação com um produto externo, quando, na verdade, deveria ser avaliado o processo de se pensar para se compreender um fenômeno tão complexo como é a criatividade.

Os testes de pensamento criativo desenvolvidos por Torrance (1966), em suas formas figurativa e verbal, têm sido os mais pesquisados na literatura internacional para avaliar criatividade em diferentes áreas (Torrance, 1996, Puccio & Murdock, 1999). Embora durante muito tempo este autor tenha se baseado nas quatro dimensões cognitivas da criatividade propostas por Guilford, ou seja, fluência, flexibilidade, originalidade, elaboração, e tivesse demonstrado a validade de construto das mesmas, relacionando-as com produções de crianças e avaliação de seus professores, ainda estava descontente com a limitação destas medidas, procurando-as ampliar para outros indicadores que estariam também relacionados com a criatividade (Torrance, 1990). Assim sendo, iniciou estudos longitudinais que pudessem comprovar quais das características criativas presentes no seu teste figurativo estariam relacionadas com a produtividade na vida real, fazendo assim um seguimento de sujeitos que responderam a seu teste em 1958 para avaliar a sua produção criativa após 14 anos, depois após 23 anos e finalmente após 30 anos da primeira aplicação dos testes. Estes importantes estudos demonstraram que existiam relações significativas entre vários indicadores da criatividade figurativa nos seus testes com a quantidade e a qualidade da produção na vida real dos indivíduos, demonstrando a validade preditiva dos seus testes e que os mesmos poderiam ser auferidos de maneira precisa (Torrance,1972, 1981,1992). Tal fato, levou a reformulação da correção da avaliação do seu teste figurativo para inclusão não só de componentes cognitivos mas também afetivos (Torrance & Ball,1981; Torrance, Ball & Safter,1990) totalizando assim mais 13 indicadores de criatividade figurativa a saber: expressão de emoções, contextualização das idéias, presença de movimento, expressividade de títulos, combinações de estímulos, perspectiva incomum, perspectiva interna, extensão de limites, títulos expressivos e extensão de limites, humor, riqueza de imagens, expressividade de idéias

Apesar de que Torrance (1972) tenha apontado a necessidade de encontrar indicadores que pudessem também ampliar a avaliação da criatividade verbal em seu teste, foi somente nos estudos desenvolvidos por Wechsler (1985) que foi demonstrada a possibilidade de serem adicionados outros indicadores válidos para se identificar a criatividade em palavras. Esta autora demonstrou que existiam características nas respostas dos sujeitos aos testes de criatividade verbal de Torrance que estariam relacionados com criatividade na vida real, não só para amostras norte-americanas como também brasileiras, em estudo que comparou o desempenho nestes testes por estudantes e profissionais de Teatro, Jornalismo e Psicologia com a quantidade de produções criativas reconhecidas e não reconhecidas no decorrer de suas vidas.Desta maneira, foi proposta a inclusão de mais quatro dimensões para avaliar a criatividade verbal: fantasia, elaboração, perspectiva incomum e analogias.

Nas publicações brasileiras, nota-se a preponderância de estudos de natureza qualitativa, com visão psicanalítica, para a compreensão da criatividade de uma maneira mais global (Wechsler & Nakano, 2002). Quanto as medidas mais utilizadas, observa-se que os Testes de Pensamento Criativo de Torrance (Torrance, 1966,1974) têm sido as medidas mais utilizadas para se avaliar a criatividade, tanto na área verbal como na figurativa, com amostras de indivíduos das mais diversas faixas etárias, como apontou Wechsler (1995,1999,2001). Nota-se, entretanto que, apesar da considerável quantidade de teses e publicações com os testes de Torrance, estes ainda são corrigidos somente pelas quatro variáveis de natureza cognitiva, ou seja, fluência, flexibilidade, originalidade e elaboração, consideradas como limitadores pelo próprio autor do teste (Torrance, 1990). Por outro lado, as publicações brasileiras não se preocuparam, até os dias de hoje, em verificar a validade e a precisão destes testes, considerações essenciais para todos aqueles que se preocupam com a qualidade científica instrumentos utilizados (International Testing Commission, 2000/2003)

Considerando a necessidade da serem pesquisados e adaptados mais instrumentos para a realidade brasileira, dois estudos foram propostos, tendo o primeiro como objetivo investigar a possibilidade de verificar a criatividade verbal, de maneira válida, na nossa cultura, por meio do Teste de Pensamento Criativo de Torrance, forma verbal A (Torrance, 1974,1990), e um segundo para analisar se esta medida seria fidedigna. Neste sentido, buscou-se verificar se indicadores de criatividade neste teste teriam relação com produtividade criativa na vida real, ou seja se haveria validade preditiva na medida da criatividade, como também se os indicadores de criatividade propostos poderiam discriminar pessoas criativas das não criativas. , analisando assim a validade de construto, do tipo discriminativa, deste instrumento. No outro estudo proposto foi avaliado até que ponto este teste de criatividade poderia ser considerado como sendo preciso ou fidedigno.

 

Estudo 1

Método

Participantes

A amostra foi composta por 128 sujeitos, sendo 63 definidos como criativos (32 mulheres e 31 homens) e 65 considerados como não criativos ou regulares (36 mulheres e 29 homens). O critério para classificação como indivíduo criativo foi a produção reconhecida na vida real, aferida por meio de prêmios e distinções recebidas em nível local, estadual, nacional ou internacional. Os indivíduos criativos foram localizados por meio de indicações de pessoas que sabiam que tinham recebido prêmios. Os indivíduos não criativos ou regulares foram escolhidos aleatoriamente, tendo por critério o fato não possuírem nenhuma premiação ou distinção.

A idade dos indivíduos variou de 18 aos 75 anos, sendo a média de 33 anos. Os indivíduos provinham das classes média e alta, e vivam em cidades do interior do estado de São Paulo apesar de serem oriundos de vários outros estados. As áreas de premiação e distinções dos sujeitos foram as seguintes: Artes Plásticas, Artes Gráficas, Artes Cênicas, Publicidade, Literatura, Esporte, Música, Educação, Medicina, Psicologia, Veterinária e Sociologia.

Esta amostra foi utilizada para se investigar a validade preditiva do teste de Torrance.

Instrumentos

1) Teste do Pensamento Criativo de Torrance- Forma verbal A (1966,1990)

O teste de Pensamento Criativo de Torrance, forma verbal, é composto por seis atividades. As três primeiras relacionam-se com uma figura que é apresentada sobre a qual devem ser feitas perguntas, adivinhar causar e propor conseqüências .Na atividade 4 é apresentado um elefante de brinquedo é solicitado que sejam propostas melhorias para seu uso por crianças, na quinta atividade é pedido que sejam escritas novas formas para serem utilizadas caixas de papelão, e finalmente na sexta é apresentada uma situação considerada impossível , sendo pedidas respostas escritas sobre o que aconteceria se a mesma se tornasse verdadeira.

Embora este teste seja até hoje avaliado segundo a proposta de Torrance, somente por três características cognitivas (Fluência, Flexibilidade, Originalidade), decidimos ampliar a sua correção com os indicadores de criatividade propostos por Wechsler (1985,1993) que demonstrou existirem mais cinco componentes envolvidos com a criatividade verbal, não só de natureza cognitiva, mas também afetivos, que são: expressão de emoções, perspectiva incomum, elaboração de idéias, presença de fantasia e uso de analogias e metáforas. Deve-se notar que, apesar de Torrance (2000) ter reconhecido a necessidade de ser corrigida a elaboração no seu teste verbal, como o fazia no teste figurativo, ainda não havia identificado uma maneira de corrigi-la.

Os indicadores de criatividade verbal foram corrigidos da seguinte maneira: 1) Fluência: quantidade de idéias expressas nas frases; 2) Flexibilidade: diversidade no tipo de idéia apresentada; 3) Originalidade:idéias incomuns, ou seja, menor do que 5% de aparecimento dentro da amostra; 4) Expressão de Emoções: presença de palavras contendo sentimentos ou emoções; 5) Elaboração: detalhamento ou embelezamento da idéia por meio de adjetivos, descrições ou onomatopéias 6) Perspectiva incomum: perguntas fora do contexto das figuras apresentadas; 7) Fantasia: menção de seres imaginários; 8) Analogias/metáforas: comparação de idéias de forma metafórica.

2) Folha de dados pessoais

Um questionário foi elaborado, constando de 12 perguntas abertas a fim de verificar o tipo e a qualidade de produção criativa de cada sujeito. As perguntas abrangiam as mais diversas áreas, como Literatura, Poesia, Música, Teatro, Jornalismo, Artes Plásticas, Cênicas e Gráficas, Esportes e invenções de diferentes tipos, etc.

Cada indivíduo deveria responder qual o tipo de produção criativa que realizou e se esta produção foi reconhecida ou não por premiação ou distinção, entrando nesta categoria tanto as premiações locais como as estaduais, nacionais e até mesmo internacionais. Três indicadores foram extraídos deste instrumento: 1) produção não- reconhecida: quantidade de produtos considerados criativos pelo sujeito porém sem nenhuma premiação ou distinção; 2) produção reconhecida: quantidade de produtos realizados pelo sujeito que receberam premiações ou distinções; 3) produção total: soma da produção reconhecida com aquela não-reconhecida. Cada ocorrência valia 1 ponto, recebido por cada produção reconhecida ou não reconhecida.

Este tipo de questionário foi baseado no inventário empregado por Torrance (1972,1981) em seus estudos longitudinais sobre pessoas e produção criativa a fim de permitir obter um indicador externo e válido da produção criativa real do sujeito Esta classificação pode indicar tanto os indivíduos potencialmente criativos, porém ainda sem reconhecimento, como também aqueles que já conseguiram se expressar e ser valorizado pela sociedade de sua época.

Procedimento

Os indivíduos foram contatados pessoalmente, a fim de explicar-lhes os objetivos da pesquisa e obter o seu consentimento informado.Em seguida, foram marcadas entrevistas individuais para aplicar o teste de criatividade e o questionário de dados pessoais

O teste do Pensamento Criativo de Torrance, forma verbal, foi corrigido segundo os indicadores propostos por Torrance (1974,1990) e Wechsler (1985,, 1993).A fim de estudar o poder dos indicadores propostos por estes dois autores foram criados os seguintes índices: 1)Verbal 1: soma de fluência, flexibilidade,originalidade, segundo Torrance; 2) Verbal 2: soma dos indicadores de expressão de emoção, elaboração, perspectiva incomum, fantasia e analogia/metáforas, segundo Wechsler ; 3) Verbal 3: soma dos indicadores propostos pelos dois autores.

As informações obtidas sobre a quantidade de produções criativas reconhecidas ou não, foram quantificadas segundo sua freqüência total.

A fim de se estudar a validade dos indicadores criativos verbais, ou seja, seu poder de predizer a criatividade na vida real, relacionou-se cada um destes indicadores com o total de pontos recebidos pela produção reconhecida, não reconhecida e produção total dos indivíduos, aplicando-se a Correlação de Pearson. O mesmo procedimento foi utilizado para comparar a preditividade dos Índices Verbal 1, 2 e 3.

O poder dos indicadores criativos e dos índices verbais para identificar ou discriminar os dois grupos contrastantes, criativos e não criativos, foi estudado por meio do teste t de Student. Assim sendo, esta seria mais uma medida da validade, tipo construto, segundo Anastasi e Urbina (1997).

A contribuição de cada um dos indicadores para a pontuação total, representada pelos índices criativos verbais, assim como as relações entre os mesmos foi estudada pela Correlação de Pearson.

 

Resultados

Apresentaremos, em primeiro lugar, médias e os desvios padrões dos grupos criativos e não criativos na sua produção reconhecida, não reconhecida e total na Tabela 1.

 

 

Como podemos observar na Tabela 1, a produção total do grupo criativo é praticamente o dobro daquela apresentada pelo grupo não criativo. Por outro lado, a quantidade de produção não reconhecida é muito similar entre os dois grupos.

Examinaremos, a seguir, a validade preditiva de cada indicador de criatividade verbal, assim como dos índices criativos propostos por Torrance (Verbal 1), Wechsler (Verbal 2) e junção de ambos (Verbal 3), relacionando os mesmos com a produção reconhecida, não reconhecida e total dos participantes. A Correlação de Pearson, utilizada para esta finalidade, será apresentada na Tabela 2.

 

 

A Correlação de Pearson, apresentada na Tabela 2, apontou que existiram relações significativas entre todas as características criativas estudadas, com exceção de Analogias/Metáforas, com a produtividade criativa dos indivíduos, em seus diversos níveis. As melhores preditoras da produção criativa reconhecida foram as características: Fluência, Originalidade e Elaboração (pd"0,01), seguidas de Flexibilidade (pd"0,02) e Perspectiva Incomum (pd"0,05).

Quanto aos Índices Verbais propostos, pode-se observar que tanto a proposta de Torrance (Verbal 1), quanto a de Wechsler (Verbal 2), possuíram relações significativas com a produção reconhecida e a produção total do indivíduo. Entretanto, também o índice de Wechsler pode predizer a produção não reconhecida do indíviduo, A maior contribuição para a predição da criatividade verbal foi contudo observada ao serem adicionados os dois índices (Verbal 3) que esteve relacionado significativamente com todos os tipos de produção estudada, demonstrando alto nível de significância (pd"0,001) tanto com a produção reconhecida quanto com a produção total dos indíviduos . Conclui-se , portanto, que o Teste de Torrance possibilita a identificação de importantes características de criatividade para a vida, possuindo , portanto, validade preditiva.

Outro tipo de validade que foi examinado foi a validade de construto, no sentido de observar se os indicadores ou características criativas no teste de Torrance poderiam discriminar pessoas criativas das não criativas. Este tipo de análise foi feita pelo teste t de Student, apresentado na Tabela 3.

 

 

A observação das diferenças significativas entre os grupos para cada uma das características verbais, indicou que todas elas, menos Fantasia e Analogias, puderam discriminar pessoas criativas das não criativas. Os indicadores de Originalidade e Elaboração demonstraram ser os que melhor distinguem a criatividade sob forma verbal (pd"0,001). Em segundo lugar, aparecerem os indicadores de Fluência, Expressão de Emoções e Perspectiva Comum como medidas importantes (pd"0,001) para identificar pessoas criativas.

Quanto aos Índices Criativos , tanto a proposta de Torrance (Verbal 1), quanto a de Wechsler (Verbal 2), ou ainda a junção das duas propostas (Verbal 3) podem distinguir, significativamente (pd"0,001) a criatividade entre grupos contrastantes. Assim sendo, podemos concluir, que os indicadores ou características presentes nas respostas ao Teste de Torrance conseguem distinguir pessoas criativas das não criativas, apresentando, portanto, validade de construto.

A fim de estudar a contribuição de cada dos indicadores para a pontuação total no teste, observada por meio dos índices verbais, assim como as relações que poderiam ter entre si, foi utilizada a Correlação de Pearson, conforme apresentado na Tabela 4.

 

 

Como podemos notar na Tabela 4, todos os indicadores estudados contribuem, de forma significativa (pd"0,01), para a pontuação total nos testes, observada em qualquer um dos índices verbais propostos. Além disto, as correlações significativas encontradas entre todos os indicadores entre si demonstram a importância combinada que possuem para a avaliação da criatividade.

Tendo observado a validade do teste de criatividade verbal, passamos agora a examinar uma outra importante qualidade psicométrica de qualquer instrumento psicológico , que é a sua precisão ou fidedignidade no próximo estudo.

 

Estudo 2

Método

Participantes

Esta amostra foi composta por 53 pessoas, sendo 35 mulheres e 18 homens.. Os sujeitos estavam cursando o 2o Colegial de um curso técnico de uma escola pública, em uma cidade no interior de São Paulo. Os indivíduos pertenciam ao níveis sócio-econômicos médio e baixo, e tinham idades variando dos 18 aos 25 anos, com média de 22 anos.

Instrumento e procedimento

A mesma forma de teste de criatividade verbal foi utilizada , seguindo-se igual sistemática para a correção dos indicadores criativos e dos três índices verbais propostos. Os sujeitos somente responderam ao teste de criatividade , pois não era o objetivo verificar informações quanto a sua produtividade.

Os participantes preencheram o consentimento informado, no sentido de que existiram duas aplicações do teste de criatividade , com intervalo de duas semanas entre elas. Os testes foram aplicados em salas de aula, sendo corrigidos segundo os mesmos critérios. A mesma forma de teste de criatividade foi aplicada no re-teste, não existindo ainda no Brasil uma forma paralela ou equivalente.

A precisão do teste ,estudada pelo método teste-reteste, foi feita pela Correlação de Pearson.

 

Resultados

A seguir, detalharemos o estudo de precisão pelo método teste-reteste, na Tabela 5.

 

 

A análise da precisão dos indicadores verbais, como descrito na Tabela 5, demonstrou que todos eles possuem estabilidade sob forma significativa ( pd"0,05). Os três Índices de Criatividade propostos, demonstraram possuir excelente estabilidade ou fidedignidade (pd"0,000). Tais dados nos levam a concluir que o teste de criatividade verbal de Torrance é uma medida precisa ou confiável.

 

Conclusões

Este estudo visou verificar a possibilidade de se avaliar a criatividade em forma verbal, de maneira válida e precisa. Neste sentido, definiu como instrumento o teste "Pensando Criativamente com Pa-lavras" de autoria de Torrance (1966,1990) por ser este o instrumento mais pesquisado, internacionalmente, como medida de criatividade. Observou-se também que este instrumento já foi bastante utilizado no Brasil em teses e dissertações, porém sem ter existido a preocupação de se auferir a sua validade e fidedgnidade para a nossa cultura (Wechsler e Nakano, 2002).

Procurou-se também ampliar a correção dos indicadores de criatividade propostos por Torrance para o seu teste verbal, no sentido de incluir não só as três as características mais utilizadas para a sua correção, de acordo com a proposta pelo autor (Torrance, 1990), mas também acrescentando outras cinco, propostas por Wechsler (1985), compondo-se assim índices criativos verbais.

A validade preditiva dos indicadores de criatividade presentes no teste de Torrance, assim como dos três tipos de índices verbais, foi verificada a partir da observação que existiam relações altamente significativas entre estas medidas e a produção criativa dos indivíduos, reconhecida por meio de premiações e distinções. Tais resultados são altamente importantes no sentido de apontar que é possível identificar a criatividade de forma válida, por meio de testes, abatendo assim as críticas que existem sobre os mesmos como apresentando tarefas irrelevantes e fora da realidade do sujeitos ( Cooker ,1991; Stenberg, 1988)

Outro tipo de validade também procurada neste estudo foi a de construto, visando observar se o Teste de Pensamento Criativo de Torrance, forma verbal, poderia distinguir pessoas que realmente foram reconhecidas por seu meio como altamente criativas, daquelas outras que não conseguiram demonstrar a sua produção.

Novamente observou-se o poder discriminativo dos indicadores de criatividade verbal assim como dos índices propostos por Torrance (1990), Wechsler (1985) e da combinação de ambos. Assim sendo, podemos concluir que o teste de Torrance possui validade de construto, assim como a do tipo preditiva.

Os resultados aqui encontrados confirmam que existem indicadores presentes na produção escrita dos indivíduos que demonstram altas relações com a sua produtividade criativa futura. Tais dados confirmam não só os estudos longitudinais de Torrance (1972, 1981, 1992) desenvolvidos com espaço de tempo de 14, 23 e 30 anos , demonstrando que era possível predizer criatividade, como também a de outros colaboradores que re-analisaram a sua base de dados, tal como feito por Yamada e Tam (1996). Estes últimos observaram que, mesmo adicionando outros preditores para estudar a produção criativa dos indivíduos na vida adulta, tais como resultados anteriores em testes de inteligência , ou presença de mentores, ainda encontraram que o desempenho total nos testes de criatividade de Torrance era o melhor preditor de criatividade na vida real.

Entre os indicadores propostos, notou-se que a presença de Analogias/Metáforas pode ser considerada como sendo a mais fraca, na medida em que não conseguiu distinguir grupos criativos dos não criativos de maneira significativa e que também não demonstrou estar relacionada com a produtividade reconhecida dos indivíduos. Entretanto, ao se avaliar a contribuição significativa que esta característica apresenta para a pontuação total no teste, observada por meio de qualquer dos índices verbais compostos neste trabalho, devemos considerar a permanência da mesma para uma compreensão mais global do fenômeno criativo.

As importantes informações oferecidas pelos indicadores de criatividade encontrados demonstram que, ao contrário do pensamento tradicional que liga a criatividade somente ao conceito de originalidade, ou pensamento incomum, existem vários elementos que estão ligados à uma produção criativa na área verbal. Assim sendo, buscar ter um grande número de idéias , o que demonstra fluência, tentar vários tipos de idéias, ou flexibilidade, além de maneiras incomuns de expressá-las ou originalidade , demonstra alta possibilidade para uma produção criativa re-conhecida. Do mesmo modo, idéias elaboradas, expressando emoções, fantasia ou imaginação, defendidas sob uma perspectiva incomum ou inusitada, possuem altas probabilidades de facilitar a produção e reconhecimento da criatividade no futuro. Tais resultados confirmam a existência de características transculturais existentes na pessoa criativa, ou seja, indicam traços comuns na criatividade independentemente da cultura, como já tinha sido observado por Wechsler (1985) e na grande quantidade de pesquisas já realizadas em outros países com os testes de Torrance, segundo a revisão deste autor (Torrance, 1995,1996).

Deve-se notar também que foram encontradas relações significativas entre o índice verbal 2, proposto por Wechsler (1985) com a produção criativa não reconhecida além daquela já premiada ou reconhecida. Tais fatos indicam que devemos buscar formas de desenvolver o potencial criativo destes indivíduos a fim de que eles possam expressar a criatividade, talvez incentivando as outras dimensões da criatividade presentes no índice verbal 1, tais como a flexibilidade e a originalidade de pensamento.

Interessantemente, observou-se que, apesar deste estudo ter sido realizado com características criativas verbais, a preditividade das mesmas esteve relacionado com tipos de premiações e reconhecimentos não só na área verbal como também em diferentes áreas. Entretanto, considerando a natureza multidimensional da criatividade como bem apontam Isaksen e Murdock (1993) recomenda-se que sejam construídos e validados mais instrumentos que possam abarcar outros campos de expressão humana, como musical, corporal, etc, a fim de podermos compreender a criatividade de forma mais ampla. Esta tem sido a recomendação de pesquisadores internacionais, como Puccio e Murdock (1999) ao concluírem na sua revisão sobre o tema da avaliação da criatividade, de que não existe, até os dias de hoje, nenhum instrumento que possa abarcar totalmente o fenômeno da criatividade, dada a complexidade de facetas.

A precisão ou estabilidade da medida de criatividade foi também verificada nesta pesquisa. Tais resultados vêm contrapor as afirmações de que a criatividade seria um construto com muita variabilidade, e, portanto, impossível de demonstrar constância em medidas sucessivas (Treffinger & Paggio, 1972). Assim sendo, pode-se deduzir que é possível confiar em medidas de criatividade, tais como o teste de Torrance.

Confirmando o que já havia sido verificado nos trabalhos de Torrance (2000), esta pesquisa demonstrou que é possível avaliar a criatividade verbal de modo válido e preciso, na cultura brasileira. Próximos passos deverão ser dados em termos de padronização deste instrumento para a nossa realidade, a fim de viabilizar a sua utilização pelos psicólogos brasileiros.

A identificação da criatividade na cultura brasileira por meio de um instrumento com qualidade científica como este pesquisado, facilitará, sem dúvida, muitos procedimentos onde se procura realizar diagnóstico de potencial criativo, tais como orientação vocacional ou seleção profissional, ou ainda na avaliação de programas educacionais ou de treina-mento. Contribui ainda para tirar do âmbito do etéreo ou não mensurável o conceito de criatividade, ainda pouco conhecido no nosso país, mas altamente eficaz para compreensão do funcionamento intelectual humano.

 

Referências

Alencar, E. M. S. (1996). A medida da criatividade. Em L. Pasquali (org). Teoria e métodos de medida em ciências do comportamento (pp 305-317) Brasília: LABPAM/INEP        [ Links ]

Amabile, T. (1983). The social psychology of creativity. New York: Spring-Verlag        [ Links ]

Berna, F.J.C., Zaragoza, F. M., & Donolo, D. S. (2003). CREA: Inteligencia creativa: Uma medida cognitiva de creatividad. Madrid: TEA ediciones        [ Links ]

Cooker, E. (1991). A critique of six measures for assessing creativity. Journal of creative behavior, 25, 194-204        [ Links ]

Dawson, V. L., D'Andrea, T., Affinito, R., & Westby, E. (1999). Predicting creative behavior: A reexamination of the divergence between traditional and teacher defined concepts of creativity. Creativity Research Journal, 12, 57-66.        [ Links ]

Hennessey, B. A. (1994). The consensual assessment technique: An examination of the relationship between ratings of product and process creativity. Creativity Research Journal, 7, 193-208        [ Links ]

Hocevar, D. & Bachelor, P. (1989). A taxonomy and critique of measurements used in the study of creativity. Em J. A. Glover., R.R. Ronning & C. R. Reynolds (orgs). Handbook of creativity ( pp. 53-75). New York: Plenum Press;        [ Links ]

International Testing Commission (2003). Diretrizes para o uso de testes da International Testing Commission. Tradução autorizada para o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (original 2000).http://www.ibapnet.org.br, 18/11/2003        [ Links ]

Isaksen, S. G. & Murdock, M. C. (1993). The emergence of a discipline: issue and approaches to the study of creativity. Em S. G. Isaksen , M. C. Murdock, R. L. Firestien & D. J. Treffinger (Orgs.). Understanding and recognizing creativity. (pp 13-48). New Jersey: Ablex Publishing Corporation,        [ Links ]

Morais, M. F. (2001). Definição e avaliação da criatividade. Minho, Portugal: Universidade de Braga,        [ Links ]

Munford, M.D. (2001). Something old, something new: revisiting Guilford's conception of creative problem solving. Creativity Research Journal, 13, 266-267.        [ Links ]

Parkhurst, H. B. (1999). Confusion, lack of consensus and the definition of creativity as a construct. Creativity Research Journal, 33, 1-21.        [ Links ]

Plucker, J. A. & Renzulli, J. S. (1999). Psychometric study of human creativity. Em R. S. Sternberg (org.). Handbook of creativity (pp 35-61), Cambridge: Cambridge University Press        [ Links ]

Puccio, G. & Murdock, M. C.(Eds). (1999). Creativity assessment: readings and resources. Buffalo,NY: Creative Education Foundation.        [ Links ]

Romo, M. (2003). Evaluar la creatividad: un estudio retrospectivo. Creatividad y Sociedad, 4, 55-62        [ Links ]

Runco, M.A. (1999) A longitudinal study of exceptional giftedness and creativity. Creativity Research Journal, 12, 161-164        [ Links ]

Runco, M. A., Plucker, J.A. & Lim, W. (2001). Development and psychometric integrity of a measure of ideational behavior. Creativity Research Journal, 13, 393-400.        [ Links ]

Stenberg, R. (1988). The nature of creativity .New York: Cambridge University Press.        [ Links ]

Torrance, E. P. (1966). Torrance tests of creative thinking. Lexington, MA: Personnel Press        [ Links ]

Torrance,. E. P. (1972). Predictive validity of the Torrance Tests of Creative Thinking. Journal of Creative Behavior, 6, 232-236        [ Links ]

Torrance, E. P. (1974). Norms-technical manual Torrance Tests of Creative Thinking: Verbal Tests, Forms A and B, Figural Tests, Form A and B. Lexington, Ma: Ginn and Company        [ Links ]

Torrance, E. P. (1981). Empirical validation of criterion-reference indicators of creative ability through a longitudinal study. Creative Child and Adult Quarterly, 6,136-140.        [ Links ]

Torrance, E.P. (1990). Torrance tests of creative thinking. Benseville, Ilinois: Scholastic Testing Service        [ Links ]

Torrance, E. P. (1992). The beyonders in a thirty year longitudinal study of creative achievement. Roeper Review, 15, 131-134.        [ Links ]

Torrance, E. P. (1995). Why fly? a philosophy of creativity. New Jersey: Ablex Publishing Corporation.        [ Links ]

Torrance, E. P. (1996). Cumulative bibliography on the Torrance Test of Creative Thinking. Athens Georgia Studies of Creative Behavior        [ Links ]

Torrance, E. P. (2000).Research review for the Torrance Tests of Creative Thinking. Figural and Verbal Forms A and B. Illinois: Scholastic Testing Service        [ Links ]

Torrance, E. P. & Ball, O. (1981). Torrance Tests of Creative Thinking. Streamlined manual figural A and B. Benseville, Illinois: Scholastic Testing Service        [ Links ]

Torrance, E. P., Ball, O., & Saffter, T. (1990). Torrance tests of creative thinking: norms-technical manual-figural streamlined forms A and B. Benseville, Illinois: Scholastic Testing Service        [ Links ]

Treffinger, D. & Paggio, J.P. (1972). Needed research on the measurement of creativity. Journal of Creative Behavior, 6, 253- 267.        [ Links ]

Wallach, M. A., & Kogan, N. (1965). Modes of thinking in young children. A study of the creativity-intelligence distinction. New York: Holt, Rinehart & Winston.        [ Links ]

Wechsler, S.M.. (1985). A identificação do talento criativo nos Estados Unidos e no Brasil. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 1, 140-147.        [ Links ]

Wechsler, S. M. (1993). Criatividade: descobrindo e encorajando. Campinas: Editora Psy.        [ Links ]

Wechsler, S.M. (1995). O desenvolvimento da criatividade na escola: possibilidades e limitações. Estudos de Psicologia, 12, 81-86.        [ Links ]

Wechsler, S. M.(1998). Avaliação multidimensional da criatividade: uma realidade necessária. Psicologia Escolar e Educacional, 22, 89-101.        [ Links ]

Wechsler, S. M. (1999). Avaliação da criatividade: um enfoque multidimensional.Em. S. Wechsler e R. S. L. Guzzo (Orgs.). Avaliação psicológica: Perspectiva internacional (pp. 133-145). São Paulo: Casa do Psicólogo        [ Links ]

Wechsler, S.M (2001). Criatividade na cultura brasileira: uma década de estudos. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, 6, 215-226        [ Links ]

Wechsler, S. M., & Nakano, T. C. (2002).Caminhos para avaliação da criatividade: perspectiva brasileira. Em R. Primi (org). Temas em Avaliação Psicológica (pp.. 103-115). Campinas: IDB/IBAP.        [ Links ]

Yamada, H., & Tam, A. Y-Men (1996). Prediction study of adult creative achievement: Torrance's longitudinal study of creativity revised. Journal of Creative Behavior, 30, 144-149.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
PUC-Campinas, Campus II Psicologia
Av. John Boyde Dunlop, s/n - Jardim Ipaussurama
13059-900 Campinas - SP
E-mail: wechsler@lexxa.com.br

Recebido 14/11/2003
Aceito 10/03/2004

Creative Commons License