SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.5 issue1Psychological assessment of at risk children and adolescentsCorrelation between depressive symptoms and practice of social activities in elderly author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.5 no.1 Porto Alegre June 2006

 

ARTIGOS

 

Indicadores sexuais no Desenho da Figura Humana e abuso sexual

 

Sexual indicators of the Human Figure Drawing and sexual abuse

 

 

Flávia Nunes de Moraes BeraldoI, 1; Cláudio Garcia CapitãoII, 2; Katya Luciane de OliveiraII, 3

I Universidade de Alfenas
II Universidade São Francisco

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Caracterizar adultos universitários quanto ao relato do abuso sexual sofrido na infância e na adolescência tal como são lembrados posteriormente e possíveis associações entre indicadores sexuais no desenho e em suas preferências e práticas sexuais são os objetivos deste trabalho. Participaram 112 universitários de uma universidade particular do Sul de Minas, provenientes do curso de Farmácia, Odontologia e Radiologia. Aplicou-se coletivamente um questionário que abordava temas sobre sexualidade e o teste O Desenho da Figura Humana. Os resultados evidenciaram que o relato de abuso ou violência sexual antes dos 18 anos foi baixo, sendo que os sujeitos não diferenciam abuso de violência sexual. A maior parte dos sujeitos fez o desenho com apenas um traço de indicador sexual e não foi estabelecida relação entre abuso e violência sexual e indicadores sexuais no Desenho da Figura Humana.

Palavras-chave: Sexualidade, Violência sexual, Universitários, Violência doméstica.


ABSTRACT

Valuing an adult university student about the sexual abuse account suffered in the childhood and adolescence as they are remembered subsequently and possible associations among sexual indicators of the Human Figure Drawing and in his sexual preferences and practices are the goals in this work. The sample was composed by 112 university students from the Pharmacy, Dentistry and Radiology school in a certain university in the south of Minas Gerais. A questionnaire about sexuality themes and the Human Figure Drawing were applied collectively. The results have proved that the account of sexual abuse or violence before the age of eighteen years old were low, which means that the individuals do not know how to distinguish sexual abuse from sexual violence. Most of the individuals have drawn using only one trace of sexual indicators and relation among sexual violence, sexual abuse and sexual indicators in the Human Figure Drawing wasn't established.

Keywords: Sexuality, Sexual violence, University students, Domestic violence.


 

 

Introdução

Atualmente vivemos em uma situação de grandes dificuldades sociais e econômicas. A miséria em que vive a grande maioria da população é uma forma de violência a qualquer tipo de organismo existente. Pessoas vivem em condições subumanas, não são inseridas no mercado de trabalho, cresce o número de desempregados e são devoradas pela força do capital. Apesar de todos os avanços da ciência, da tecnologia, da sociedade que poderia alçar o homem a um outro patamar civilizatório, depara-se com a triste realidade ao refletir sobre a violência que ocorre em nossa sociedade de que nada foi modificado e que se volta aos tempos de nossos ancestrais primitivos, perdendo assim todos os valores (Capitão, 2001).

A violência é o uso desejado da agressividade, com fins destrutivos que pode se manifestar por um desejo voluntário, racional e consciente ou por um desejo involuntário, irracional e inconsciente. Essa agressividade é constitutiva do ser humano e o controle desses impulsos destrutivos ocorre pelo processo de socialização onde os vínculos significativos que o indivíduo estabelece com o outro, passam a internalizar seus controles, deixando de lado o controle externo, pois o controle já está dentro dele (Bock, Furtado & Teixeira, 2002).

A violência crescente no interior da família, caracterizada como violência doméstica, em relação às mulheres, crianças, adolescentes, é um dado que vem chamando a atenção de pesquisadores e autoridades da área. Esse fenômeno perpassa por todas as classes sociais, não estando apenas circunscrito à pobreza. Esse dado é antagônico uma vez que a família deveria funcionar como um lugar de proteção para a criança. Visto que é ela a principal responsável pela sua segurança física e emocional cabendo-lhe, inclusive, em termos legais, a maioria dos deveres e direitos (Meneghel & cols., 2000).

A família é um grupo social que tem o objetivo de proteger e instruir seus filhos, mas pode ser um grupo muito violento, em relação a qualquer um de seus membros. Wolfgang e Ferrecuti (1967), Coser (1971), Witt (1987) e Walker, Bonner e Kaufman (1988) consideram que a cultura geracional da violência é mantida pelo grupo familiar. A tendência dos membros desta, de transferir uns aos outros suas culpas e falhas, parece abrir um precedente para episódios agressivos. Além disso, a família muitas vezes está sujeita a normas que sugerem forma de violência como necessária e correta para seus membros.

A lei de número 8.069 do Estatuto da Criança e Adolescente (1990) é uma lei de proteção dos direitos da criança e do adolescente e preconiza que não é permitido qualquer forma de negligência, discriminação, crueldade, opressão, exploração e violência, possibilitando a origem de mecanismos sociais de proteção dessas violências que ocorrem no ambiente doméstico, seja como vítimas ou como testemunhas (De Antoni & Koller, 2000).

No entanto, conforme enfatizam De Antoni e Koller (2000) há uma inadequação entre as medidas de proteção à vítima e entre a denúncia. Muitas vezes as formas de tratamento a que as vítimas são submetidas afastam-nas de seu ambiente familiar, abrigando-as em instituições por um determinado tempo. Essa institucionalização pode ser interpretada como mais um ato de violência ao desenvolvimento emocional e psicológico da vítima.

A violência contra a criança possui várias modalidades, podendo ser exercida pela sociedade e ou pelo núcleo familiar. A violência doméstica é o conceito relativo a comportamentos violentos que acontecem em casa contra crianças e adolescentes, apresentando-se de várias formas, em geral praticadas por mães, pais biológicos ou outros adultos de referência da criança. Podem se manifestar como a Síndrome do Bebê Sacudido (Shaken Baby Syndrome); Síndrome de Münchausen (submeter medicamentos e procedimentos médicos não necessários à criança) e de forma mais abrangente a Violência Física, Sexual, Psicológica e a Negligência (Fundação Pousoalegrense Pró-Valorização do Menor, 2001). Outra definição é a Síndrome da Criança Maltratada, trata-se de uma condição clínica de crianças e jovens que foram agredidos fisicamente por pais ou parentes próximos.

Os maus tratos, a negligência e violências infligidas às crianças vêm, há décadas, atraindo a atenção de um público amplo. A mais terrível é a violência sexual a que algumas delas são submetidas. Tais fatos permanecem às vezes dissimulados, devido ao silêncio que os cerca: deve-se à reticência das vítimas em queixar-se e à surdez dos adultos que cuidam dessas crianças. Nos últimos anos, este quadro começou a se transformar em conseqüência das revelações de casos, à gravidade do problema e à necessidade de estudos das várias causas (Gabel, 1997).

A Violência Sexual

A violência sexual é um desrespeito à liberdade do indivíduo, seguido de extremo domínio de uma pessoa a outra, podendo ser manifestada de várias formas e maneiras diferenciadas de expressão, tais como estupro, incesto, abuso sexual comercial (prostituição), atentado violento ao pudor, de acordo com a conceituação jurídica descrita por Queiroz (2001). Essa violência sexual ocorrida, geralmente, na família ou na vizinhança é o que chamamos de abuso sexual, que consiste no mais difícil tipo de violência a ser identificado e admitido, pois, a intervenção da lei esbarra no tabu do incesto, e a 'etiqueta sexual', fazendo com que as pessoas não admitam esse crime, não denunciando abusos familiares e outros de seu conhecimento (Vaz, 2001).

Violência e abuso sexual consistem no ato de utilizar o corpo da criança ou do adolescente para satisfazer o desejo sexual do agressor. Mas, o que é abuso e violência sexual? Segundo Gabel (1997) violência consiste no uso de força física (abuso, sevícias) ou psicológicas (ameaças ou abuso de autoridade) contra menores ou deficientes mentais, os quais não entendem o significado de tal ato. No abuso, a satisfação sexual consiste na sedução, não usando força para o ato.

A Organização Mundial da Saúde considera o abuso sexual como um fenômeno de maus tratos na infância e na adolescência. O abuso sexual pode ser agrupado conforme é praticado pelo agressor em atos que agridem sensorialmente a criança ou o adolescente como ligações telefônicas ou obscenas, voyeurismo, imagens pornográficas, exibição dos órgãos sexuais e atos que utilizam o corpo como forma de agressão, como relações sexuais impostas, participação em cenas pornográficas, contato sexual ou masturbação forçada (Queiroz, 2001).

O abuso sexual é toda situação em que um adulto se utiliza de uma criança ou adolescente para seu prazer sexual. Muitas vezes não deixa marcas físicas, mas marca a criança para toda a vida. A forma mais freqüente do abuso é a intrafamiliar, praticado por alguém que a criança conhece, confia e ama, podendo haver ou não contato físico (Monteiro, 2000).

Nessa direção, Claro (2002) entende que o abuso sexual é qualquer forma de atividade sexual não consentida, implicando em violência psicológica, social ou física. Muitas vezes, não é o toque, nem a violência física, nem a falta de consentimento que define o abuso sexual, mas sim o desrespeito ao indivíduo e aos seus limites, a troca de sua postura de sujeito para a de objeto dos desejos do outro.

A idade e a maturidade fisiológica e psicológica da vítima determinam conseqüências variáveis. As seqüelas que as crianças pré-púberes apresentam dificultam sua evolução psico-afetiva e sexual, atrapalhando as identificações que possam ser construídas e impedem que a adolescência seja um período de re-questionamento construtivo (Gabel, 1997).

Vaz (2001) apresenta um levantamento estatístico realizado no Brasil, em 1996, mostrando que o maior número de vítimas de abuso sexual eram crianças e adolescentes do sexo feminino (80%). E, em 75% dos casos relatados, o abusador era o pai ou padrasto. Nessa mesma data foi divulgado, pelo Centro de Defesa Marcos Passerini, do Maranhão, que as ONG's apontaram no Brasil que cerca de 9 milhões e 100 mil crianças e adolescentes haviam sofrido abuso sexual. Estas estatísticas vigoraram nacionalmente até 1999.

Uma pesquisa realizada por Ferreira, Gonçalves e Marques (1999) relativa a casos concluídos durante o ano de 1993, atendidos pelo SOS Criança que é um dos programas da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA) e que tem a função de receber comunicações de maus-tratos praticados contra criança e adolescente, concluiu que dos 976 formulários de registro de dados analisados, 28,8% dos pedidos de orientação (112 casos) referiam-se a situações de violência e que dentre 587 casos analisados a denúncias de maus-tratos, 7,3% era de abuso sexual. Os serviços existentes no Brasil para auxiliar vítimas de violência iniciaram em meados da década de 80, quando a sociedade começou a buscar respostas para tais acontecimentos. A fundação do Centro Regional de Atenção aos Maus-Tratos na Infância (CRAMI), em Campinas, foi a pioneira, em 1985. Logo depois veio a ABRAPIA, no Rio de Janeiro, em 1988. Desde então, outros serviços foram aparecendo.

A criança e o adolescente vítimas sofrem profundamente com medo, culpa e remorso porque quem pratica o abuso, geralmente com crianças, é uma pessoa que ela ama, não podendo assim, entender o que está acontecendo (Monteiro, 2000). Portanto, é preciso falar cada vez mais sobre este assunto, levando as pessoas a compreenderem o problema e apoiarem famílias que vivenciam esta situação. Principalmente aquelas das comunidades do mesmo bairro, lembrando que uma situação de abuso não pode ser apagada, mas a ajuda e o tratamento consistem em minimizar o dano psicológico que a vítima sofreu (Vaz, 2001).

Muitos estudos mostram a preocupação do abuso em relação às crianças e adolescentes. Segundo Witt (1987) resultados obtidos em vários estudos têm apresentado uma relação considerável entre violência e atitudes violentas sofridas na infância ou juventude e às manifestações de comportamentos violentos na vida adulta.

Em investigações feitas por Teicheir (2002) sobre as conseqüências dos maus tratos na infância, incluindo suas investigações com seus colegas, no McLean Hospital, em Belmont, Massachusetts e na Havard Medical School, mostram que os maus-tratos na infância ocorrem em um período em que o cérebro está sendo formado pela experiência e que este impacto de grande estresse pode deixar uma marca indelével em sua estrutura e função, podendo induzir efeitos moleculares e neurobiológicos que alteram irreversivelmente o desenvolvimento neuronal.

Os problemas que os adultos enfrentam pelos maus-tratos sofridos na infância são diversos, além do sofrimento e prejuízos ocorridos. No abuso sexual as vítimas sofrem conseqüências como sentimento de culpa, depressão, sentimento de estar marcado para o resto da vida, falta de amor próprio, dificuldade em manter relações saudáveis com outras pessoas, tendências ao abuso sexual, comportamento autodestrutivo, impotência, frigidez e toda a gama de traumas (Lima, 1992). É preciso ficar atento aos sintomas que a criança apresenta, eles são simbolicamente a concretização ao nível do corpo e do comportamento, daquilo que a criança sofreu e do que fantasiou (Rouyer, 1997).

Pelo silêncio, pela falta de instrumentos para diagnosticar um abuso, pelo tempo do fato ocorrido e pela dificuldade de um auto-relato verdadeiro, muitas vezes estes adultos não aparecem, ficando cada vez mais enraizados nos seus traumas e dificultando uma melhor adaptação às exigências de uma vida sexual conjugal e social e impedindo assim, uma ajuda para evitar futuros abusos. O efeito do abuso infantil pode manifestar-se de várias formas, em qualquer idade segundo Teicher (2002), podendo manifestar também como ansiedade, pensamentos suicidas, estresse pós-traumático e depressão; podendo expressar-se externamente como agressão, impulsividade, delinqüência, hiperatividade e abuso de substâncias.

Uma condição psiquiátrica fortemente associada a maus-tratos na infância é o chamado distúrbio de personalidade limítrofe (boderline personality disorder). Os indivíduos com esta disfunção têm como característica enxergar os outros nos extremos, colocando seus interlocutores ora num pedestal ora como vilões. São propensos a explosões de cólera e episódios transitórios de paranóia ou psicose, possuem história de relações intensas e instáveis, apresentam impulsos autodestrutivos, suicidas e abuso de substância (Teicher, 2002).

Os adultos que sofreram maus-tratos na infância estão por toda parte, em universidades, em casa, no trabalho e passam desapercebidos pela sociedade. Em um estudo feito com mulheres adultas em São Francisco (EUA), dirigido por Russel (1984, citado por Amazarray & Koller, 1998) demonstrou que 16% da amostra relataram abuso intrafamiliar antes dos 18 anos e 12% antes dos 14 anos. Abuso sexual extrafamiliar 31% antes dos 18 anos e 20% antes dos 14 anos e somente 15% foi efetuado por um estranho. Raramente mulheres foram identificadas como perpetradoras.

Em um trabalho realizado com 341 universitários, de idades entre 17 e 27 anos, em uma universidade pública do interior paulista, durante o período de fevereiro a julho de 2002, verificou-se que existe uma desinformação sobre o desenvolvimento de uma prática sexual isenta de riscos, inclusive sobre o tema abuso sexual e verificou-se também um baixo índice de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTS) e abuso sexual (Bento, 2000). Questiona-se alguns adultos, inclusive os universitários, escondem traumas referentes ao abuso.

Embora a modernidade e a globalização tenham contribuído para uma mudança nas atitudes morais e nos enfoques dados à sexualidade e às questões ligadas ao sexo, ainda hoje, esse assunto é uma questão polêmica. O assunto gera muitas fantasias, superstições, constrangimento, preconceitos, vergonha, repressão, ignorância, tabus e falsos moralismos (Pereira, 1995; Valladares, 2001; Bromisk, 2002).

Nesse sentido, a presente pesquisa trata-se de um estudo na área de avaliação psicológica sobre violência e abuso sexual ocorrido na infância, bem como sua relação com indicadores sexuais no teste projetivo O Desenho da Figura Humana.

 

Método

Participantes

Participaram 112 alunos ingressantes de uma universidade particular do sul de Minas Gerais, provenientes dos cursos de farmácia (26,3%; n=31), radiologia (34,7%; n=41) e odontologia (30,5%; n=36). Vale ressaltar que 3,4% (n=4) deixaram de colocar o curso em que estudavam O gênero masculino representou 37,3% (n= 44) do total dos estudantes e o feminino 57,6% (n= 68). A média de idade dos estudantes foi de 22 anos e seis meses (Dp= 9,0), observando que 7,6% (n= 9) não responderam quantos anos tinham.

Instrumentos

Questionário sobre sexualidade contendo 15 questões fechadas e semi-abertas que abordam aspectos relativos às práticas sexuais, a ocorrência de abuso sexual, transtornos e disfunções sexuais. Vale acrescentar que o questionário não se constituiu em um teste psicológico, tratando-se somente de um material exploratório sobre questões de sexualidade, abuso e violência sexual, não apresentando, portanto estudos que estabeleçam a sua validade e confiabilidade.

O Questionário sobre Sexualidade foi elaborado com base na pesquisa de Comportamento Sexual do Data Teen (2000) em adolescentes de segundo grau em escolas estaduais de classe média alta, na faixa etária de 14 a 19 anos do estado de São Paulo no ano de 2000. As questões ainda se apóiam no Manual do Adolescente (2002), pelos critérios do CID10 (1993) para transtornos de preferência sexual (F65) e disfunção sexual (F52) e pela publicação de Queiroz (2001).

Foi utilizado também O Desenho da Figura Humana, que é um instrumento projetivo e tem a finalidade levantar as características de personalidade por meio do desenho da figura humana. O desenho projetivo atualmente é considerado uma fonte de informação e compreensão da personalidade, além de econômico e profundo, sendo bastante utilizado por profissionais da área da psicologia. No Desenho da Figura Humana, o sujeito projeta a sua imagem ou esquema corporal, seus impulsos, suas ansiedades e defesas, seus conflitos, enfim, sua personalidade e sua interação com o meio ambiente (Cunha, 1993; Retondo, 2000).

Segundo Retondo (2000) O Desenho da Figura Humana manifesta três tipos de projeções. A primeira se refere ao o auto-relato (o examinando desenha o que ele acredita ser), o segundo seria o eu ideal ou ideal de ego (o examinando desenha o que ele queria ser) e por fim há a percepção das pessoas significativas (o examinando desenha figuras importantes da sua vida como os pais, professores e outros).

Neste trabalho foram comparadas as respostas do questionário sobre sexualidade e os indicadores sexuais sugeridos por Retondo (2000) que foram desenhados pelos sujeitos no Desenho da Figura Humana. Analisou-se apenas aqueles indicadores que apareceram nos desenhos tais como Desenho do sexo oposto; Figura (figura nua do próprio sexo ou não, nua com partes sexuais acentuadas, parcialmente nua, roupa transparente ou com elementos sexuais por meio da figura, figura com calça ou saia transparente); Transparência na figura; Cabelo (grudado em caracol ou cabelo repartido no meio); Olhos (muito bem trabalhados ou para cima); Nariz grande; Boca (arredondada ou oval com lábios grossos ou boca com lábios finos); Orelha (muito grande, enfatizada ou pontiaguda); Ombros arredondados; Tórax (arredondado ou com linha suaves, quando desenhados por homens, ou tórax com parte inferior não fechada); Seios com ênfase na figura masculina; Omissão dos pés; Complemento (jóias, pintura ou adornos); Sapato de salto alto; Camisa (paletó, blusa ou camisa com botões); Chapéu sobre o cabelo; Mãos (no bolso e mãos cruzadas na linha da zona central); Pernas (com ênfase no joelho, recusa em desenhar o corpo abaixo da linha da cintura ou indicação muito sumária da região das pernas); Calça com vinco; Roupas (ausência de roupas, roupa íntima e traje de banho); Decote em V; Barba ou bigode; Corpo estereotipado e cinto com fivela.

Cabe informar que o manual utilizado para análise dos indicadores sexuais no Desenho da Figura Humana foi o de Retondo (2000), publicado pela Casa do Psicólogo. Todavia, esse material não se encontra aprovado pelo CFP, carecendo de estudos que estabeleçam a sua validade e confiabilidade.

Procedimento

O questionário e O Desenho da Figura Humana foram aplicados coletivamente em uma sessão, em horário de aula previamente cedida pelo professor de cada curso, aos sujeitos presentes em sala de aula que assinaram o termo de consentimento esclarecido. Salientando que a pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da instituição de ensino a qual estava vinculada.

 

Resultados

Os dados foram organizados em planilhas e submetidos à estatística descritiva, conforme os objetivos da pesquisa. A primeira questão do questionário sobre as práticas sexuais consistiu em verificar quantos estudantes da amostra já tiveram relação sexual, na qual 86,6% (n=97) responderam que sim e 13,4% (n=15) responderam que não.

A segunda pergunta foi determinada a fim de caracterizar com quem foi a primeira relação sexual. Os resultados apontaram que 50% (n=56) dos sujeitos relataram que foi com o namorado; 0,9% (n=1) foi com um parente; 5,4% (n=6) foi com um desconhecido; 3,6% (n=4) foi com uma garota de programa; 5,4% (n=6) foi com um amigo; 8,9% (n=10) foi com um 'rolo'; 9,8% (n=11) foi com um 'ficante'; uma parte (4,5%; n=5) considerou a resposta outros e 11,6% (n=13) não responderam a questão.

Em seguida analisou-se como o estudante se considerava na primeira relação, sendo que foram aceitas como respostas corretas quando o sujeito assinalou até três alternativas de respostas. Salienta-se que para essa questão considerou-se o número de citações que o sujeito poderia dar (até 3), para essa questão o total de citações foi de 111. Os dados podem ser observados na Tabela 1.

 

 

Recorreu-se ao teste Qui² para verificar se a distribuição era eqüitativa. O teste mostrou que a distribuição não era eqüitativa [X2(7, 111)=89,00; p=0,000]. Os dados mostram que a maioria dos estudantes citou que se consideram preparados ou conscientes na primeira relação sexual. Contudo, apenas um sujeito assinalou que se considerou forçado a ter a primeira relação sexual.

Nesse sentido, a questão subseqüente visou levantar se o sujeito foi pressionado na sua primeira relação sexual. Para tanto o sujeito poderia responder sim ou não. Desse modo, 83,9% (n=94) dos estudantes responderam que não foram pressionados, 6,3% (n=7) responderam que sim e 9,8% (n=11) não responderam a questão. Para aqueles que responderam que sim, havia uma segunda parte da questão que questionava quem o havia pressionado (parceiros, amigos, mídia, parentes, pais e outros). Dos sete sujeitos que responderam que foram pressionados 3,6% (n=4) responderam que foram pressionados por parceiros e 2,7% (n=3) responderam que foram pressionados por amigos.

Para verificar se o sujeito se considerava vítima de alguma modalidade de abuso sexual, perguntou-se aos sujeitos se eles se consideravam vítimas de alguma modalidade de abuso sexual antes dos 18 anos. Para tanto deveriam assinalar com um 'x' qualquer uma das categorias a seguir: conversas obscenas, telefonemas obscenos, apresentação forçada de imagens pornográficas, exibição de órgãos sexuais de outros, excitação sexual do adulto conseguida mediante a visualização do órgão do sujeito, participação de cenas pornográficas, relações sexuais impostas, contatos sexuais ou masturbação forçada em um adulto e outros. Os resultados dessa questão podem ser observados na Tabela 2. Destaca-se que para essa pergunta considerou-se o número de citações que o sujeito poderia dar (até 3), o total de citações na questão foi de 88.

 

 

O teste Qui² indicou que a distribuição entre as citações nas modalidades não era eqüitativa [?2(7, 88)=125,75; p=0,000]. Sendo que conversas obscenas foi a modalidade mais citada.

Foi questionado se a pessoa se considerava vítima de abuso ou violência sexual antes dos 18 anos de idade. Uma boa parte dos respondentes (88,4%; n=99) respondeu que não se considerava vítima, 8,9% (n=10) responderam que sim e apenas 2,7% (n=3) não responderam esta questão.

Nessa mesma questão foi perguntado aos sujeitos que responderam terem sido vítimas de abuso ou violência sexual, se haviam contado esse envolvimento a alguém. No total de 8,9% (n=10) que se consideravam vítima de abuso ou violência sexual antes dos 18 anos, 6,2% (n=7) responderam que não contou e 2,7% (n=3) responderam que contou. E ainda para os sujeitos que responderam não ter contado, foi perguntado se a pessoa que ele se relacionou fez alguma ameaça para que o abuso não fosse revelado a alguém, sendo que 6,2% (n=7) do total dos sujeitos que responderam não ter contado o envolvimento, 3,5% (n=4) responderam que o abusador não fez ameaças para que ele não contasse e 2,7% (n=3) responderam que o abusador fez alguma ameaça para que ele não contasse.

Na última questão, foi pedido para o sujeito assinalar com um 'x' as alternativas que mais expressam suas preferências sexuais. Sendo que foi considerada o número de citações (até 3) que o sujeito marcou nesta questão e 117 foi o número total de citações. Verificou que as categorias de respostas sexo com crianças e sexo com animais não foram mencionadas. O resultado dessa questão pode ser observado na Tabela 3.

 

 

O teste Qui² indicou que novamente a distribuição não era eqüitativa [?2(3, 117)=218,58; p=0,000]. Ao que parece a maior parte das citações se concentraram na alternativa que indicava que as práticas sexuais propostas não foram realizadas.

No que tange a análise descritiva do Desenho da Figura Humana os dados podem ser observados na Tabela 4. Destaca-se que foi considerado para a análise, quando o sujeito desenhou até quatro traços de sexualidade no mesmo item (para os itens que havia possibilidade de desenhar mais de um traço de indicadores sexuais).

 

 

Para verificar a relação entre as respostas no questionário sobre a sexualidade e traços de indicadores sexuais no Desenho da Figura Humana, selecionou-se a pergunta 'você considera-se vítima de algum tipo de abuso ou violência sexual antes dos 18 anos de idade', pergunta essa que poderia caracterizar a ocorrência de abuso ou violência sexual.

Para explorar possíveis diferenças entre o abuso sexual e os indicadores da figura humana, dividiu-se os estudantes em dois grupos. O primeiro grupo foi composto por estudantes que responderam que se consideravam vítimas de algum tipo de abuso ou violência sexual antes do 18 anos de idade (34,5%; n=10) e o outro foi composto por 20% da amostra de estudantes que responderam não se considerar vítima de algum tipo de abuso ou violência sexual antes dos 18 anos de idade (65,5%; n=19). Salientando que a seleção dos 20% da amostra foi aleatória, visando um maior equilíbrio entre os grupos.

Desse modo, o protocolo de cada grupo foi avaliado qualitativamente no que tange aos itens da figura humana. Os resultados evidenciaram que para a maior parte dos itens não houve diferença entre os itens desenhados na figura humana entre as pessoas que responderam que se consideravam vítimas de algum tipo de violência sexual antes do 18 anos de idade e aquelas que responderam que não. Todavia, chama atenção o fato de que para os itens nariz grande, ausência de pé e calça com vinco o grupo que respondeu não se considerar vítima de nenhum tipo de violência sexual antes do dezoito anos, desenhou esses itens que apontam traços de indicadores de sexuais no desenho.

 

Discussão

No que se refere ao parceiro da primeira relação sexual, evidenciou-se que a maioria dos sujeitos relatou que foi com o namorado. Esse dado veio corroborar a hipótese levantada anteriormente de que o sujeito talvez teria sido seduzido pelo parceiro e com isso não se sentindo abusado. Cabe saber a idade desse parceiro, variável esta que não foi levantada nesta pesquisa.

Pode-se observar com os relatos dos sujeitos da pesquisa, que os jovens se consideram preparados e conscientes para a primeira relação sexual. Embora esse dado seja de grande valia, pode-se deparar com a hipótese de que estar preparado e consciente talvez não signifique estar preparado para assumir todas as responsabilidades desse ato, no que se refere a uma prática sexual segura, ou talvez, uma atitude madura diante de alguma conseqüência desta primeira relação sexual (Pereira, 1995).

Constatou-se que apenas 7 sujeitos de 112 da amostra pesquisada relataram que foram pressionados na primeira relação sexual, 4 por parceiros e 3 por amigos. Com isso levanta-se, novamente, a hipótese de que talvez os jovens não considerem a sedução um tipo de abuso sexual. Quando o parceiro da primeira relação sexual é uma pessoa que o sujeito ama ou está envolvido emocionalmente, ele não entende o ocorrido, não se considerando pressionado (Monteiro, 2000).

No que tange ao número de citações dos sujeitos que se consideravam vítimas de alguma modalidade de abuso sexual ou de algum tipo de abuso ou violência sexual antes dos 18 anos, pode-se levantar a hipótese de que os sujeitos não sabem diferenciar abuso de violência sexual, relatando ter praticado alguma modalidade de abuso sexual como conversas obscenas e não se considerando abusado ou violentado sexualmente. Segundo Claro (2002), a satisfação sexual no abuso consiste na sedução, não usando força para o ato, confirmando as hipóteses levantadas anteriormente. A violência consiste no uso de força física ou psicológica contra menores ou deficientes mentais que não entendem o significado de tal ato.

Outra hipótese que se pode levantar em relação ao abuso e violência sexual é de que a violência ocorrida geralmente na família ou na vizinhança, segundo Vaz (2001), consiste no mais difícil tipo de violência a ser identificado e admitido, pois esbarra no tabu do incesto, fortalecendo cada vez mais o pacto de silêncio, dificultando verificar a verdadeira ocorrência do abuso. Nesse caso poucas pessoas têm coragem de relatar o abuso ou violência sexual sofrido, não podendo, com isso, afirmar se realmente não houve abuso ou violência na população pesquisada, visto que apenas 10 sujeitos relataram se considerar vítima de abuso ou violência sexual antes dos 18 anos, sendo que 7 sujeitos não contaram este envolvimento a ninguém e destes 7 sujeitos, 3 sujeitos relataram que o abusador fez alguma ameaça para que isso não fosse revelado.

Hipotetiza-se que o pacto do silêncio enraizado e a estigmatização social que possa existir na família denunciada, levam os sujeitos que relatam ser vítima de abuso ou violência sexual a encobrir sua verdadeira existência, a qual não se pode verificar. Para Bromisk (2002), esse quadro atualmente tem se modificado pela política de atendimento às vítimas, no qual tanto delegacia quanto instituições públicas de saúde estão preparadas para efetuar tal atendimento, tendo aumentado assim o número de denúncias. Nesse sentido, basta saber se a maior parte da população tem conhecimento e fácil acesso a esses serviços.

Cabe lembrar que a escola é uma importante semeadora da orientação sexual. É o local onde os sujeitos passam grande parte de suas vidas, complementando a educação sexual recebida pela família e tendo os sujeitos maior liberdade para sanar suas dúvidas e trocar experiências com os relatos dos colegas (Valladares, 2001).

Gabel (2000) aponta que estudos recentes indicam uma forte relação entre o abuso sofrido na infância e transtornos de conduta na adolescência e na vida adulta como os transtornos de identidade de gênero e transtornos de preferência sexual que inclui as parafilias como o fetichismo, exibicionismo e outros. Os estudos realizados por Gabel (2000) não estão em consonância com esta pesquisa na qual a maioria dos sujeitos da população pesquisada não revelou tendência a estes transtornos e somente se observou 35 citações do total de 117 referentes às preferências, distribuídas ao voyeurismo, fetichismo, sexo virtual, exibicionismo e sado-masoquismo. A maioria deles relatou nunca ter praticado nenhuma dessas modalidades sexuais.

Em relação ao desenho da figura humana, salienta-se que há uma limitação no estudo (o que talvez explique os resultados obtidos) no que tange ao critério utilizado para a análise dos indicadores sexuais na figura humana desenhada. Considerando que o critério utilizado foi o de Retondo (2000) que apresenta publicação pela Casa do Psicólogo, contudo não se trata de um material/critério aprovado pelo CFP. Desse modo, vale discutir que a validade do instrumento/critério de avaliação de Retondo (2000) não foi estabelecida, sendo que Pasquali (2003) preconiza que há a necessidade de que o instrumento de avaliação, seja fatorial/psicométrico ou projetivo, apresente evidências de sua validade.

Evidenciou-se que não houve diferença entre os grupos analisados no que se refere às respostas dadas no questionário e os indicadores sexuais da figura humana. Nesse sentido, pode-se aventar a hipótese de que os sujeitos que se consideram abusados ou violentados na infância não desenharam a figura humana com indicadores sexuais significativos para tal afirmação. Todavia, cabe salientar a necessidade de que estudos mais aprofundados e estatísticos sejam realizados para investigar se há diferença nos indicadores sexuais daqueles que desenharam a figura humana com um, dois, três ou quatro traços e se há diferença também entre os traços dos indivíduos que relataram o abuso e dos indivíduos que não relataram este ocorrido.

A maioria dos sujeitos desenhou a figura humana sem traço de indicadores sexuais e as pessoas que desenharam com apenas um revelou uma maior ocorrência deles nas categorias boca, nariz, ombro e sexo oposto, onde também se concentrou a população que desenhou com alguns dos indicadores sexuais.

 

Considerações finais

Concluiu-se com este trabalho que a maioria dos sujeitos da pesquisa não sabem diferenciar abuso de violência sexual, não considerando a modalidade de abuso sexual como uma forma de violência doméstica e não se sentindo vítima. A maioria da população trouxe sentimentos positivos referentes à primeira relação sexual, não sendo influenciados por ninguém em sua decisão.

Dez relatos de abuso sexual foram verificados, contradizendo com o mito de que o abuso só ocorre com pessoas de menor nível de instrução ou de classe social baixa. Esse dado corrobora novamente com a existência de um pacto de silêncio que dificulta a ocorrência de números significativos de abuso e violência sexual.

Aponta-se novamente a limitação deste estudo, visto que ele teve um recorte de caracterização e levantamento, buscando uma possível associação de abuso sexual com indicares sexuais do Desenho da Figura Humana. Nesse sentido, não houve um tratamento estatístico quantitativo nessa associação, ao passo que tal associação foi realizada qualitativamente, apontando se o Desenho continha indicadores ou não. Desse modo, sugere-se que novos estudos sejam realizados com uma amostra mais diversificada, bem como com um tratamento estatístico mais sofisticado.

 

Referências

Amazarray, M. R. & Koller, S. H. (1998). Alguns aspectos observados no desenvolvimento de Crianças Vítimas de Abuso Sexual. Psicologia: Reflexão e Crítica, 11 (3), 559-578.        [ Links ]

De Antoni, C. & Koller, S. H. (2000). A visão de família entre as adolescentes que sofreram violência intrafamiliar. Estudo em Psicologia, 5 (2), 347-381.        [ Links ]

Bento, I. C. B. (2000). Problematização e pesquisa-ação em sexualidade, DST e AIDS com universitários. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo. São Paulo.        [ Links ]

Bock, A. M. B., Furtado, O. & Teixeira, M. L. T. (2002). Psicologias. Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. (13. ed.). São Paulo: Saraiva.        [ Links ]

Bromisk, K. (2002). Violência Sexual. [citado em 22 fevereiro 2002]. Disponível na World Web Wide http://www.intermega.globo.com        [ Links ]

Capitão, C. G. (2001). Uma Breve Avaliação da Violência Sexual: A Vingança de Édipo. Em F. F. Sisto, E. T. B. Sbardelini & R Primi,. (Orgs.), Contextos e questões da Avaliação Psicológica (pp.63-75). São Paulo: Casa do Psicólogo.        [ Links ]

CID-10.(1993) Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento.Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas.        [ Links ]

Claro, R. D. (2002). O que é Abuso Sexual?. Educação e Família, 2 (1), 33.        [ Links ]

Coser, L. A. (1971). Masters of sociological thougt: Ideas in historical and social context. New York: Harcout Brace Javanovich.        [ Links ]

Cunha, J. A. (1993). Psicodiagnóstico-R. Porto Alegre: Artes Médicas.        [ Links ]

Data Teen. (2000). Comportamento Sexual. Pesquisa realizada pelo Data Teen. [citado em 24 julho 2000]. Disponível na World Web Wide: http:://www.instadolescente.com.br/        [ Links ]

ECA-(1994). Estatuto da Criança e do Adolescente (4.ed). (Lei 8.069, de 14/ 07/ 1990).        [ Links ]

Ferreira, A. L, Gonçalves, H. S. & Marques, M. J. V. (1999). Avaliação de serviço de atenção a crianças vítimas de violência doméstica. Revista de Saúde Pública, 33 (6), 547-553.        [ Links ]

Fundação Pouso Alegrense Pró-Valorização do Menor-Promenor. (2001). Serviço Civil Voluntário, 2001. Pouso Alegre - MG.        [ Links ]

Gabel, M. (1997). Crianças vítimas de abuso sexual. São Paulo: Summus.        [ Links ]

Lima, L. A. A. P.(1992). A Violência e o Menor: Uma Análise Psicossocial. Monografia. Universidade de Alfenas. Alfenas.        [ Links ]

Manual do Adolescente. (2002). Pesquisa sobre Abuso e Violência Sexual. [citado em 22 fevereiro 2002]. Disponível na World Web Wide http://www.adolescente.psc.br        [ Links ]

Meneghel, S. N. ,Camargo, M., Fasolo, L. R., Mantiello, D. A., Silva, R. C. R., Santos, T. C. B., Dagord, A. L., Reck, A., Zanetti, L., Sottili, L. & Teixeira, M. A. (2000). Mulheres cuidando de mulheres: um estudo sobre a Casa de Apoio Viva Maria, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 16 (3), 747-757.        [ Links ]

Monteiro, L. F.(2001). Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. [citado em 9 agosto2000].Disponível na World Web Wide http://www.abrapia.org.br        [ Links ]

Pasquali, L. (2003). Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis: Vozes.        [ Links ]

Pereira, M. A. O. (1995). As manifestações da sexualidade na adolescência e o processo educacional. Monografia. Universidade de Alfenas, Alfenas.        [ Links ]

Queiroz, K.(2001). Abuso Sexual- Conversando com esta realidade. [citado em 9 janeiro 2001]. Disponível na World Web Wide http://www.violenciasexual.org.br        [ Links ]

Retondo, M. F. N. G. (2000). Manual Prático da Avaliação da HTP (Casa - Árvore - Pessoa) e Família. São Paulo: Casa do Psicólogo.        [ Links ]

Rouyer, M. (1997). As crianças vítimas, conseqüências a curto e médio prazo. Em M. Gabel (Org.), Crianças Vítimas de Abuso Sexual (pp. 62-68). São Paulo: Summus.        [ Links ]

Teicher, M. H. (2002). Wounds that time won't heal: the neurobiology of child abuse. Cerebrun Dana Press., l2 (4), 50-67.        [ Links ]

Valladares, K. (2001). Orientação Sexual na Escola. (2. ed). Rio de Janeiro: Quartet.        [ Links ]

Vaz, M. (2001). Abuso Sexual. [citado em 9 janeiro 2001]. Disponível na World Web Wide http://www.violenciasexual.org.br        [ Links ]

Walker, C. E., Bonner, B. L., & Kaufman, K. L. (1988). The physically and asexually abused child: Evaluation and treatment. New York: Pergamon Press.        [ Links ]

Witt, D. D. (1987). A conflict theory of family violence. Journal of Family Violence, 2 (4), 291-301.        [ Links ]

Wolfgang, M., & Ferrecutti, F. (1967). The subculture of violence. New York: Barnes and Noble.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
R. João Beraldo, 433 - apto 101
37550-000 Pouso Alegre-MG
E-mail: flavia.beraldo@unifenas.br

Recebido em maio de 2006
Reformulado em julho de 2006
Aprovado em agosto de 2006

 

 

Sobre os autores:

1 Flávia Nunes de Moraes Beraldo: Psicóloga. Pós-graduada em Psicologia Hospitalar pela Universidade de Três Corações. Mestre em Psicologia pelo Programa de Estudos de Pós-graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco. Docente do curso de Psicologia da Universidade Universidade de Alfenas.
2 Cláudio Garcia Capitão: Psicólogo. Mestre e Doutor em Psicologia. Docente do Programa de Estudos de Pós-graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco.
3 Katya Luciane de Oliveira: Psicóloga. Mestre em Psicologia pelo Programa de Estudos de Pós-graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco. Doutoranda em Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação pela Faculdade de Educação da Unicamp. Docente do curso de Psicologia da Universidade São Francisco.

Creative Commons License