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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.5 no.2 Porto Alegre Dec. 2006

 

EDITORIAL

 

Finalizamos o ano de 2006 com uma avaliação bastante positiva a respeito do crescimento da Avaliação Psicológica no país. No segundo semestre, houve a segunda edição do Congresso Brasileiro de Psicologia, que permitiu a troca de saberes e fazeres da ciência psicológica. Ainda, em âmbito estrangeiro, o Brasil esteve representado na XI Conferência Internacional de Avaliação Psicológica - Formas e Contextos, ocorrida na Universidade do Minho, em Portugal. O evento, bastante tradicional na área, reuniu pesquisadores de Brasil, Portugal e Espanha e reafirmou projetos e parcerias.

O próximo encontro será no Brasil, quando ocorrerão conjuntamente a XII Conferência Internacional de Avaliação Psicológica e o III Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica, promovido pelo Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP). Aos 23 dias do mês de julho, na belíssima cidade de João Pessoa, pesquisadores, psicólogos, docentes e profissionais de áreas afins estarão reunidos, a fim de se discutir pesquisa e ética no século XXI. Esperamos encontrá-lo lá.

O presente número da Revista Avaliação Psicológica conta com 9 artigos de pesquisas, um texto teórico, duas resenhas e uma nota técnica. Além disso, traz dois trabalhos do I Encontro de Avaliação Psicológica na Formação dos Psicólogos e uma seção com sete resumos expandidos dos membros do Grupo de Trabalho de Avaliação Psicológica da ANPEPP, discutidos na reunião ocorrida em maio em Florianópolis-SC. O intuito da divulgação é compartilhar com os leitores os caminhos percorridos pelos pesquisadores que representam a área.

Faz-se necessário, neste número de fechamento, que a colaboração dos pareceristas ad-hoc, assim como do conselho editorial, seja relembrada. A todos, nossos agradecimentos pela leitura atenta, pelos pareceres construtivos, pela dedicação à ciência e pela rapidez com que emitem suas opiniões com competência.

Nesse número de Avaliação Psicológica, na seção Artigos, os portugueses Iolanda S. Ribeiro, Leando S. Almeida e Carlos Gomes, da Universidade do Minho, buscaram analisar o impacto das competências prévias de literacia e numeracia no rendimento escolar, e como este rendimento se altera ou não ao longo de um ciclo escolar. Para compor o trabalho intitulado Conhecimentos prévios, sucesso escolar e trajectórias de aprendizagem: do 1º para o 2º ciclo do ensino básico, os autores aplicaram, em alunos com idade entre 9 e 14 anos no início do estudo, um conjunto de provas que avaliaram os conhecimentos prévios no domínio da leitura, da escrita e da matemática. Utilizando-se de um delineamento longitunal, os pesquisadores concluem o trabalho afirmando que tal amostra se mostrou bastante estável ao longo do tempo.

Edgardo R. Pérez e Maria Florencia Delgado, da Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina, descreveram o processo de desenvolvimento e validação de um inventário de Auto-eficácia para o Estudo em Inventario de autoeficacia para el estudio: Desarrollo y validacion inicial. Por meio de análises fatoriais exploratórias e confirmatórias, os autores identificaram alguns itens inadequados e, por fim, sugeriram mais pesquisas na área.

Descrever trabalhos que visam a construção de instrumentos de avaliação psicoeducacional adotando como referencial teórico a Psicologia Cognitiva baseada na teoria do Processamento da Informação foi a intenção de Evely Boruchovitch, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas, no artigo Avaliação Psicoeducacional: Desenvolvimento de Instrumentos à luz da Psicologia Cognitiva baseada na Teoria do Processamento da Informação. Sendo essa uma área de escassa produção científica, a autora buscou com esse artigo fomentar as discussões em tal âmbito.

Os pesquisadores Cláudia Araújo da Cunha (Universidade Federal de Uberlândia), Fermino Fernandes Sisto (Universidade São Francisco) e Fernanda Machado (Universidade Federal de Uberlândia) discutiram as relações encontradas entre autoconceito e dificuldades de aprendizagem na escrita de crianças de 2a a 4a séries no trabalho Dificuldade de Aprendizagem na Escrita e o Autoconceito num grupo de crianças. Os resultados são discutidos tanto em função dos fatores da Escala de Autoconceito Infanto Juvenil, quanto das séries e dos gêneros dos participantes.

Em Teste brasileiro de criatividade figural: Proposta de normas, Tatiana de Cássia Nakano e Solange Muglia Wechsler, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas visaram apresentar as normas do referido teste para aplicação em crianças e adolescentes, a partir de dados coletados em três regiões brasileiras (Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste), tanto em escolas públicas quanto particulares. São apresentadas normas separadas com referência ao sexo, tipo de escola, série e região para um melhor aproveitamento das interpretações dos resultados.

Comparar o uso de diferentes estratégias de avaliação de personalidade anti-social, tais como entrevista semi-estruturada e escalas objetivas (EFE e EFS) foi a intenção de Carlos H. S. S. Nunes, Maiana Farias Oliveira Nunes, ambos da Universidade São Francisco, e Cláudio Hutz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no trabalho intitulado Uso Conjunto de Escalas de Personalidade e Entrevista Para Identificação de Indicadores de Transtorno Anti-social. Os resultados indicaram vantagens no uso combinado da entrevista e da escala EFS, sendo esse um modelo com grande poder preditivo na determinação de participantes de grupo clínico e não-clínico.

Fabián Javier Marín Rueda e Rossana Lamounier, doutorandos da Universidade São Francisco, em artigo denominado O Psicodiagnóstico Miocinético em motoristas: diferenças por gênero, escolaridade e idade, avaliaram os valores referentes à duas provas do PMK (Lineogramas e Us) aplicadas em candidatos à Carteira Nacional de Habiltação. Os resultados mostraram algumas diferenças significativas interessantes, de acordo com as considerações dos autores.

Teste de Vocabulário Auditivo por Figuras: normatização e validação preliminares é um trabalho de Fernando C. Capovilla e Érica R. Prudêncio, da Universidade de São Paulo, que visa apresentar dados de validação e normatização iniciais de tal teste. Para tanto, os autores analisaram o desempenho de 808 estudantes de 1ª a 4ª séries nessa prova e em mais cinco testes, e apontaram faixas de pontuação desde muito baixas até muito altas, para cada série.

Estudos que estimem os parâmetros psicométricos de instrumentos, especialmente de técnicas projetivas, são grandemente importantes para o desenvolvimento da ciência psicológica. Esse foi o intuito de Maria de Fátima Xavier da Silva e Anna Elisa de Villemor-Amaral, da Universidade São Francisco, ao correlacionar os indicadores de auto-estima do CAT-A e do H.T.P com a Escala Multidimensional de Auto-Estima forma A, e ao submeter o CAT - A à análise de juízes. O artigo é denominado A Auto-Estima no CAT-A e HTP: Estudo de Evidência de Validade.

O artigo intitulado Avaliação da Estrutura Fatorial da Escala de Ansiedade-Traço do IDATE é um trabalho interinstitucional, cujos autores são Ana Carolina Monnerat Fioravanti (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Letícia de Faria Santos (Universidade de Brasília), Silvia Maissonette (Universidade Estácio de Sá), Antonio Pedro de Mello Cruz (Universidade de Brasília) e J. Landeira-Fernandez (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Estácio de Sá). Buscaram, então, verificar a estrutura fatorial do IDATE-T por meio de dados obtidos em três amostras de Estados e idades diferentes e concluíram que tal estrutura é distinta para cada grupo avaliado.

Na seqüência, encontra-se uma seção especial no presente número de Avaliação Psicológica. São apresentados os resumos expandidos dos trabalhos apresentados no XI Simpósio da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP). Pesquisadores representantes de vários estados brasileiros apresentaram trabalhos que traduzem toda a diversidade e qualidade da produção científica em nosso país, tanto com dados de pesquisa, quanto com reflexões teóricas.

A seção seguinte traz aos leitores da Revista dois textos apresentados no I Encontro de Avaliação Psicológica na Formação dos Psicólogos, promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e outras entidades. No primeiro, Odair Furtado da Universidade de Brasília discutiu os avanços na avaliação psicológica desde que o CFP adotou os critérios de avaliação dos testes e no segundo, Patrícia Lacerda Bellodi traz algumas contribuições do método de Rorschach na avaliação da personalidade de profissionais da medicina.

Finalizando esse número de Avaliação Psicológica, que é o décimo de sua breve história que se iniciou no ano de 2002, uma nota técnica e duas resenhas são apresentadas na última seção. Tathyana Helena de Lima apresenta uma nota técnica, intitulada Inventário de Habilidades Sociais: pioneirismo na avaliação clínica, educacional e organizacional sobre o instrumento de Zilda e Almir Del Prette, destacando sua exclusividade em tal âmbito no contexto brasileiro, além dos estudos que atestam suas propriedades métricas. Bruna Tonietti Trevisan traz uma revisão crítica a cerca do livro Avaliação da Linguagem: Teoria e prática do processo de avaliação do comportamento lingüístico infantil de V. M. Acosta e colaboradores, que oferece subsídios para a avaliação qualitativa do comportamento lingüístico infantil em Linguagem Infantil: Processos de Avaliação. Júlia Targa de Carvalho Neta, em Orientação profissional: avaliação psicológica na perspectiva sistêmica, faz reflexões acerca da escolha profissional e das influências que a permeiam, principalmente as familiares, resenhando o livro Mitos familiares e escolha profissional: uma visão sistêmica, de K. Filomeno. As autoras dessa última seção são acadêmicas do curso de Psicologia da Universidade São Francisco e participantes, como bolsista e voluntária, respectivamente, do Programa de Iniciação Científica da instituição.

Ana Paula Porto Noronha, editora.

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