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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.7 no.3 Porto Alegre Dec. 2008

 

ARTIGOS

 

Inventário de Empatia (I.E.): desenvolvimento e validação de uma medida brasileira

 

Construction of a brazilian measure to evaluate empathy: the Empathy Inventory (E I)

 

 

Eliane Mary de Oliveira FalconeI, *; Maria Cristina FerreiraII, **; Renato Curty Monteiro da LuzI, ***; Conceição Santos FernandesI, ****; Camila de Assis FariaI, *****; Juliana Furtado D'AugustinI, ******; Aline SardinhaIII, *******; Vanessa Dordron de PinhoI, ********

I Universidade do Estado do Rio de Janeiro
II Universidade Salgado de Oliveira
III Universidade Federal do Rio de Janeiro

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O estudo desenvolveu e analisou as características psicométricas de um Inventário de Empatia (IE). A partir da identificação de 16 situações de interação social, fornecidas pela literatura, foi construída uma escala inicial com 74 itens, baseados nos componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da empatia, com afirmativas do tipo Likert, e aplicada em 715 universitários de ambos os sexos, das áreas: humana, biomédica, ciências sociais e exatas. As análises fatoriais dos componentes principais, com rotação oblíqua, identificaram quatro fatores representativos da estrutura interna do instrumento: Tomada de Perspectiva, Flexibilidade Interpessoal, Altruísmo e Sensibilidade Afetiva. Tais fatores apresentaram índices de consistência interna que variaram de 0,72 a 0,85, calculados através do coeficiente Alfa de Cronbach. Com base nas características psicométricas do IE, recomenda-se o seu uso tanto em pesquisa quanto em clínica.

Palavras-chave: Empatia, Avaliação psicológica, Inventários de auto-relato, teste psicológico.


ABSTRACT

This study developed and analyzed psychometric characteristics of an Empathy Inventory (EI). Sixteen social situations were identified from the literature, and an initial scale with 74 Likert-type items was constructed to evaluate the cognitive, affective and behavioral aspects of empathy in these situations. Validity was assessed by the application of the initial version of the scale in 715 male and female undergraduate students from the Humanities, Biomedical, Social Sciences and Engineering departments. Factor analysis was calculated using the principal components method with oblique rotation, in which four representative factors of the internal structure of the instrument were identified: Perspective Taking, Interpersonal Flexibility, Altruism and Affective Sensibility, with Cronbach's Alphas ranging from .72 to .85. Based on this preliminary assessment of the psychometric proprieties of the instrument, it can be recommended for use in both research and clinical practice.

Keywords: Empathy, Psychological assessment, Self-report inventory, Psychological test.


 

 

Introdução

O termo "empatia" originou-se da palavra alemã "einfühlung", cujo significado, no contexto da teoria da estética do século XIX, referia-se a uma projeção da predisposição interna de um observador, em resposta à percepção de um objeto estético. A palavra em alemão foi traduzida para o inglês por Titchener, com o nome de "empathy" significando que seria possível conhecer a consciência de outra pessoa, através da imitação interior ou esforço da mente (Burns & Auerbach, 1996; Wispé, 1992).

Outro significado da palavra "einfühlung" foi proposto por Lipps, em 1903, onde a percepção de um gesto emocional emitido por alguém ativa diretamente a mesma emoção no observador, sem a interferência de rotulação, associação ou tomada de perspectiva (Preston & de Waal, 2002). Desde então, a empatia tem sido objeto de estudo da psicologia nas áreas evolutiva, social, da personalidade e clínica (Eisenberg & Strayer, 1992) e mais recentemente, das neurociências (Decety & Jackson, 2004; Preston & de Waal, 2002).

Embora alguns autores defendam que a empatia é um fenômeno predominantemente cognitivo (Eisenberg, Murphy & Shepard, 1997) enquanto outros afirmem que esta é um processo primordialmente afetivo, com alguns componentes cognitivos (Barnett, 1992), a literatura recente tem considerado a empatia como um construto multidimensional, abrangendo componentes cognitivos, afetivos e comportamentais (Davis, 1980; Falcone, 1998, 1999; Koller, Camino & Ribeiro, 2001).

O componente cognitivo da empatia caracteriza-se pela capacidade de inferir com precisão os sentimentos e pensamentos de outra pessoa, sem experimentar necessariamente os mesmos sentimentos desta. Tal perspectiva envolve neutralidade e imparcialidade daquele que empatiza (Eisenberg & cols., 1997; Eisenberg & Strayer, 1992; Ickes, 1997; Long & Andrews, 1990), e tem sido denominado de tomada de perspectiva (Davis, 1980; Ickes, 1997).

Decety e Jackson (2004) afirmam que a tomada de perspectiva requer uma inter-relação dinâmica entre o "eu" (autoconsciência) e o "outro" (consciência do outro). A capacidade para representar e relatar os próprios estados mentais é o que permitirá o conhecimento inferencial do estado mental dos outros.

A autoconsciência e a consciência do outro se desenvolvem simultaneamente nos anos pré-escolares e desempenham um papel importante na regulação das emoções (auto-regulação) e na flexibilidade cognitiva (Decety & Jackson, 2004). Elas se articulam de tal maneira que, mesmo havendo identificação temporária, não há confusão entre o "eu" e o "outro". Além disso, a flexibilidade e a capacidade de regular a própria perspectiva permitem modular a emoção envolvida na preocupação com o outro (Decety & Jackson, 2004).

A autoregulação e a flexibilidade podem também colaborar na inibição da raiva em situações que envolvam conflito ou frustração interpessoal. O esforço envolvido em compreender as razões do comportamento provocador de alguém favorece a redução da intensidade da frustração, facilitando o diálogo e o entendimento (Goleman, 1995; Nichols, 1995). Em estudo que avaliou as relações entre tomada de perspectiva e ativação da raiva, Mohr, Howells, Gerace, Day e Warton (2007) verificaram que a tomada de perspectiva exerce um poder preditivo sobre esta emoção, a qual pode ser inibida pela compreensão acurada dos sentimentos e pensamentos dos outros.

O segundo componente que identifica a empatia é o afetivo, expresso por um interesse genuíno em atender às necessidades da pessoa alvo. Isso se reflete através de uma tendência a experimentar sentimentos de simpatia, de compaixão e de preocupação com o bem estar da outra pessoa (Mehabian & Epstein, 1972; Thompson, 1992).

O componente afetivo da empatia não implica necessariamente em experimentar os mesmos sentimentos da outra pessoa, mas sim em experimentar um entendimento do que é sentido por esta (Falcone, Gil & Ferreira, 2007; Greenberg & Elliott, 1997) ou de experimentar um afeto que está mais voltado para a situação do outro do que para a própria situação (Hoffman, 1992).

O contágio emocional ou a angústia pessoal frente ao sofrimento dos outros compreende reações pré-empáticas, identificadas nas primeiras fases do desenvolvimento humano, que também podem se manifestar na vida adulta. Entretanto, o contágio emocional não é necessário e nem suficiente para a ocorrência da empatia (Davis, 1983 a, 1983 b; Falcone, 1998; Ickes, 1997). Além disso, estudos experimentais confirmam que a empatia e a angústia pessoal são emoções qualitativamente diferentes (Batson, Fultz & Schoenrade, 1992), na medida em que a segunda se refere a sentimentos voltados para as próprias necessidades, seguido de motivação para se afastar da vítima (Davis, 1983 a, 1983 b).

Batson (1997) cita uma variedade de pesquisas que sustentam a afirmação de que a preocupação empática evoca motivação altruísta. O altruísmo é compreendido como "a ajuda com intenção de auxiliar outra pessoa sem expectativa de qualquer compensação (senão o bom sentimento resultante)" (Michener, DeLamater & Myers, 2005, p. 300).

Na literatura clínica, o altruísmo constitui um dos meios mais efetivos de superar sentimentos de inferioridade, promovendo autoconfiança entre os membros de psicoterapia de grupo (Yalom, 1985). Essa afirmação é concordante com as conclusões de Canale e Beckley (1999), ao revisarem estudos que indicam melhora mais rápida e duradoura em pacientes crônicos que estão em terapia de grupo dirigida aos outros (altruísta).

Os efeitos positivos gerados por ação altruísta também são confirmados por Moll e colaboradores (2006), os quais propõem que os seres humanos costumam sacrificar benefícios materiais para apoiar ou se opor a causas sociais e que os efeitos neurobiológicos referentes à satisfação de doar são os mesmos ocasionados pela aquisição de uma gratificação. Entretanto, a motivação altruísta não necessariamente leva ao comportamento de ajuda. Batson (1997) afirma que, em uma situação de necessidade geradora de motivação altruísta, a avaliação de custos e benefícios está envolvida na decisão de ajudar. Para o autor, essas considerações não descaracterizam a intenção altruísta ativada pela preocupação empática.

O componente comportamental (verbal e não verbal) da empatia torna-se fundamental para que a outra pessoa se sinta verdadeiramente compreendida (Falcone, 1998; 2003). Burleson (1985) se refere a essa habilidade como uma estratégia sensível de consolar. Através da expressão empática, é possível inferir a acuidade da percepção do indivíduo que empatiza (Ickes, Marangoni & Garcia, 1997).

Burleson (1985) afirma que algumas pessoas empregam estratégias altamente sensíveis de conforto verbal, que legitimam e elaboram os sentimentos da outra pessoa, enquanto outras utilizam estratégias menos sensíveis, que tendem a desvalorizar a legitimidade e o significado dos sentimentos do outro. As estratégias de consolo mais sofisticadas e empáticas propostas por Burleson (1985) tentam explicar os sentimentos e perspectivas da outra pessoa sem julgar; aceitam e legitimam o sentimento do outro, bem como o ponto de vista deste, ajudando-o a entender e encontrar uma explicação para os próprios sentimentos. As estratégias de consolo menos sofisticadas ou não empáticas focalizam-se no evento em si; impõem o próprio ponto de vista, desconsiderando ou ignorando os sentimentos e a perspectiva da outra pessoa; tentam minimizar o problema e/ou estão mais centradas em dizer ao outro o que fazer ou como se sentir.

A partir da consideração da empatia como um construto multidimensional, é essencial que os três componentes: cognitivo, afetivo e comportamental estejam presentes para um completo entendimento do que vem a ser a empatia. Assim, compartilhar emoções (componente afetivo) sem a tomada de perspectiva e processos regulatórios envolvidos (componente cognitivo), toma a forma de um contágio emocional ou simpatia. Da mesma maneira, perceber de forma acurada os pensamentos e sentimentos de alguém, sem experimentar compaixão e interesse pelo bem estar deste, não traduz manifestação empática. Indivíduos com transtorno de personalidade anti-social, por exemplo, são capazes de perceber as intenções dos outros, porém não levam em consideração o conteúdo emocional envolvido, podendo tirar vantagens disso (Decety & Jackson, 2004; Falcone 1998). Finalmente, compreender os sentimentos e pensamentos dos outros, além de compartilhar emoções, requer a capacidade de expressar esse entendimento de forma sensível (por ex., não fazer julgamentos, validando os sentimentos da outra pessoa etc.) (Falcone, 1998).

Com base em um modelo multidimensional, propõe-se neste estudo que a empatia corresponde à capacidade de compreender, de forma acurada, bem como de compartilhar ou considerar sentimentos, necessidades e perspectivas de alguém, expressando este entendimento de tal maneira que a outra pessoa se sinta compreendida e validada. Esta definição considera a empatia como uma habilidade social que distingue as espécies humanas e não humanas, na medida em que somente nas primeiras são identificados aspectos tais como tomada de perspectiva, autoconsciência, consciência do outro, flexibilidade, reavaliação da emoção (Decety & Jackson, 2004), além de expressão verbal e não verbal de entendimento (Falcone, 1998).

Vários estudos têm apontado os efeitos positivos da empatia, dentre os quais se incluem: redução de problemas emocionais e psicossomáticos em amigos e familiares (Burleson, 1985); efeitos interpessoais mais positivos do que a auto-revelação (Brems, Fromme & Johnson, 1992); ajustamento e satisfação conjugal (Davis & Oathout, 1987; Ickes & Simpson, 1997; Long & Andrews, 1990), além de redução do conflito social e do rompimento de relações íntimas (Davis, 1983). Por outro lado, deficiências na capacidade empática geram prejuízos em vários contextos sociais, além de levar o indivíduo, em casos extremos, a viver à margem da sociedade (Goleman, 1995).

Estudos citados por Pavarino, Del Prette e Del Prette (2005) apontam que as deficiências em empatia estão associadas a distorções na percepção, assim como problemas de regulação e autocontrole emocional, favorecendo o comportamento agressivo. Outros estudos (Davis, 1983b; Davis & Kraus, 1997) revelam que a ansiedade elevada e o estilo cognitivo disfuncional associado ao egocentrismo também interferem com a capacidade de compreender o estado interno dos outros.

Ausência de empatia também tem sido identificada em transtornos de personalidade, tais como os transtornos: anti-social (Beck & Freeman, 1993; Beck, Freeman & Davis, 2005; Chandler & Moran, 1990; Decety & Jackson, 2004; Frey, Hirschtein & Guzzo, 2000); narcisista (Beck & Freeman, 1993; Beck & cols., 2005; Caballo, 1998) e paranóide (Beck & Freeman, 1993; Beck & cols., 2005).

Cabe ressaltar, ainda, que a empatia se diferencia de outras habilidades sociais, como por exemplo, a assertividade, definida como a "capacidade de defender os próprios direitos e de expressar pensamentos, sentimentos e crenças de forma honesta, direta e apropriada, sem violar os direitos da outra pessoa" (Lange & Jakubowski, 1976, p.7). Nesse sentido, em muitos dos contextos sociais que envolvem capacidades assertivas para iniciar e manter conversação, recusar um pedido, solicitar mudança de comportamento etc., a compreensão e a expressão empáticas, ocorridas antes do comportamento assertivo, tendem a favorecer mais a comunicação do que a manifestação puramente assertiva (Beddel & Lennox, 1997; Davis & Oathout, 1987; Falcone, 2000).

Em síntese, os dados anteriores indicam um consenso de que a empatia exerce influência sobre o bem-estar individual e social, constituindo, portanto, um tema importante a ser explorado. Essa importância, como afirma Ickes (1997), faz com que ela mereça se tornar um foco especial de pesquisa psicológica.

Dentre os vários métodos de avaliação da empatia, as medidas de auto-relato têm sido indicadas como mais fáceis de utilizar, uma vez que podem ser aplicadas em grandes amostras e avaliadas rapidamente (Batson, 1992; Falcone, 1998). Além disso, elas identificam deficiências e capacidades do respondente em seu desempenho e na dimensão cognitivo-afetiva desse desempenho (Del Prette, Del Prette & Barreto, 1998). Embora o autodesconhecimento ou a tendência a querer se apresentar de forma mais positiva possa gerar um viés nos resultados de uma medida de auto-relato, Caballo (1993) observou que instrumentos de auto-informe das habilidades sociais avaliados em seu estudo refletiram uma boa medida da habilidade "real" do sujeito em situações sociais diárias, constituindo, algumas vezes, "a única fonte que podemos dispor para avaliar o grau de habilidade social de uma pessoa" (p. 94).

Uma medida designada para avaliar a empatia emocional foi construída por Mehrabian e Epstein (1972). A escala possui sete subescalas que significam: 1) susceptibilidade ao contágio emocional; 2) apreciação dos sentimentos de pessoas distantes e não familiares; 3) extrema responsividade emocional; 4) tendência a ser movido por experiências emocionais positivas dos outros; 5) tendência a ser movido por experiências emocionais negativas dos outros; 6) tendência simpática e 7) disponibilidade para estar em contato com os outros que estão com problemas (Mehrabian & Epestein, 1972). Uma limitação da escala de empatia emocional é que esta contém alguns itens que avaliam aspectos cognitivos ("Eu não consigo ser facilmente empático com as expectativas e aspirações de pessoas estranhas", ou "Eu me emociono facilmente com a letra de uma canção romântica"), em vez de estritamente emocionais, como pretendem os seus autores (Lawrence, Shaw, Baker, Baron-Cohen & David, 2004, p. 912).

Hogan (1969) desenvolveu uma escala que avalia a empatia como uma apreensão cognitiva das condições ou estado mental de outra pessoa (tomada de perspectiva). Constituída de 64 itens, a escala mostrou-se correlacionada ao comportamento moral, ao comportamento socialmente apropriado e a medidas de personalidade. As críticas à escala de Hogan (1969) referem-se à constatação de que esta avalia mais a autoconfiança, o temperamento e a assertividade do que a empatia em si (Lawrence & cols., 2004).

Davis (1980) construiu uma escala de empatia, a Interpersonal Reactivity Scale (IRI-Davis), constituída de quatro subescalas que avaliam: Perspective Taking (correspondendo ao componente cognitivo da empatia); 2) Empathic Concern (referente a sentimentos de calor, compaixão e de preocupação com o outro); 3) Fantasy (referindo-se à tendência para se identificar com personagens fictícios) e 4) Personal Distress (caracterizada por reações negativas auto-orientadas frente às experiências negativas de alguém).

A IRI-Davis foi adaptada e validada no Brasil por por Koller, Camino e Ribeiro (2001), com o nome em português de Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal de Davis (EMRI). Na versão brasileira a subescala de Fantasy foi abandonada, por ser baseada em aspectos culturais (Koller & cols., 2001). Embora os construtos da IRI-Davis tenham sido confirmados em outros estudos (Carey, Fox & Spraggins, 1998; Coman, Evans & Stanley, 1988), as subescalas de Fantasy e de Personal Distress têm sido questionadas por não refletirem claramente o conceito de empatia (Lawrence & cols. 2004).

Uma medida recente construída por Baron-Cohen e Wheelwright (Lawrence & cols., 2004) chamada de Empathy Quotient (EQ) foi designada para aplicação clínica e para ser sensível à ausência de empatia, identificada como um aspecto da psicopatologia, encontrada na psicopatia, nos transtornos do espectro autista ou em casos de despersonalização (Lawrence & cols., 2004). Constituída de 60 itens, o instrumento apresenta três subescalas, que avaliam: 1) Cognitive Empathy (que se refere à apreciação dos estados afetivos dos outros); 2) Emotional Reactivity (que expressa reação emocional às necessidades dos outros); 3) Social Skill (que identifica entendimento social e adoção de regras sociais).

Limitações identificadas no EQ incluem: 1) não está claro se os itens da subescala Emotional Reactivity se relacionam ao componente afetivo da empatia ou se refletem um estado auto-orientado; 2) A subescala de Cognitive Empathy também inclui itens relativos a estados afetivos, o que explica porque esta não tenha se mostrado associada com a subescala de tomada de perspectiva do IRI-Davis (Lawrence & cols., 2004).

Diante das lacunas encontradas nas medidas anteriores, justifica-se a construção e avaliação preliminar de uma medida brasileira que avalie a empatia de acordo com um modelo multidimensional, tal como apresentado neste estudo.

 

Método

Participantes

Participaram do estudo 715 estudantes de graduação de uma instituição pública situada na cidade do Rio de Janeiro, com idade média de 23,09 (D.P. 5,70). Destes, 59% pertenciam ao sexo feminino e 41% ao sexo masculino. A amostra incluiu respondentes das áreas: humana (28%); biomédica (23%); ciências sociais (22%) e exatas (27%). Dentre os participantes, 64% estavam no início do curso, 29% em fase intermediária e 7% em fase final. A Tabela 1 apresenta os dados de caracterização da amostra.

Elaboração e características do instrumento

Os itens do Inventário de Empatia (IE), na sua versão inicial, foram construídos com base em uma revisão da literatura (Bedell & Lennox, 1997; Bellack, 1997; Caballo, 1993; Davis, 1980; Del Prette & Del Prette, 1998; Hogan, 1969; Ickes, 1997; Levenson & Gottman, 1978; Mehrabian & Epstein, 1972; Thompson, 1992), a partir da qual foram identificadas 16 situações sociais e habilidades empáticas implicadas nestas situações. A partir desta revisão, foram elaborados 74 itens, baseados nos componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da empatia, tal como apresentados anteriormente, que identificassem esse construto nas 16 situações de interações sociais descritas a seguir: 1) iniciar conversação (2 itens); 2) manter conversação (5 itens); 3) encerrar conversação (2 itens); 4) fazer pedido sem conflito de interesse (4 itens); 5) fazer pedido com conflito de interesse (6 itens); 6) pedir mudança de comportamento (7 itens); 7) recusar pedido (4 itens); 8) responder a críticas (9 itens); 9) expressar opiniões pessoais (7 itens); 10) conversar com alguém que está revelando um problema (6 itens); 11) fazer perguntas (4 itens); 12) fazer cumprimento (3 itens); 13) cobrar dívida (5 itens); 14) terminar relacionamento (4 itens); 15) expressar sentimentos negativos (3 itens); 16) expressar sentimentos positivos (3 itens).

A construção dos itens do IE foi feita obedecendo-se aos critérios de clareza, ortografia, abrangência de contextos, demandas e interlocutores. Quando havia dúvidas sobre a clareza ou adequação de um item, este era testado de maneira informal (por exemplo, fazendo-se a pergunta a alunos da universidade).

As respostas de cada item foram numeradas de 1 a 5, em uma escala do tipo Likert, de acordo com as freqüências dos comportamentos descritos, variando desde nunca (1) até sempre (5). Itens com freqüência elevada tendem na direção do conceito de empatia. Itens reversos, nos quais a alta freqüência do comportamento tendia a ser considerado como não empático devem ter a sua pontuação invertida para a obtenção do escore.

Procedimento de coleta de dados

A realização da pesquisa ocorreu após a sua aprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da mesma instituição dos participantes. A aplicação do IE foi feita de forma coletiva, em sala de aula. Os objetivos da pesquisa foram apresentados pelos aplicadores, assim como uma explicação prévia de como responder ao inventário. Embora sem limite de tempo pré-estabelecido, o instrumento foi respondido, em média, em 30 minutos.

Análise dos dados

Foram adotados os procedimentos de análise fatorial exploratória, coerentes com recomendações de Gorsuch (1983), Kline (1994) e Pedhazur e Schmelkin (1991). De acordo com essas recomendações, as matrizes de intercorrelações entre os itens da escala foram submetidos à análise dos componentes principais. Posteriormente, para a obtenção do cálculo do índice de precisão ou consistência interna de cada fator, foi utilizado o coeficiente Alfa de Cronbach.

 

 

Resultados

Uma primeira análise dos componentes principais dos 74 itens do instrumento revelou a presença de 18 fatores com eigenvalues (valores críticos) maiores que 1, responsáveis por 54,7% da variância do instrumento. O teste gráfico revelou, contudo, um número de três a seis fatores interpretáveis. Nesse sentido, foram realizadas, na seqüencia, análises dos componentes principais com soluções antecipadas de 3 a 6 fatores e rotação oblíqua (Oblimin), tendo-se verificado que a solução de quatro fatores foi a que forneceu a melhor representação da estrutura interna da escala. Tais fatores foram responsáveis por 37,3% da variância total do conjunto de itens do IE. Neles foram retidos os itens que apresentaram cargas fatoriais iguais ou superiores a 0,30 em um único fator e congruência semântica com os demais itens do fator.

O primeiro fator, denominado de Tomada de Perspectiva (TP), obteve valor crítico de 6,5 e foi responsável por 16,5% da variância. O conteúdo de seus 12 itens refere-se à capacidade de entender a perspectiva e os sentimentos da outra pessoa, mesmo em situações que envolvam conflito de interesses, as quais demandam esforço para compreender as razões do outro antes de expressar as próprias perspectivas. Um escore baixo neste fator denota uma dificuldade para compreender as perspectivas e sentimentos da outra pessoa, especialmente em situações de conflito de interesses.

O valor crítico do segundo fator, chamado de Flexibilidade Interpessoal (FI), foi de 4,1, sendo este responsável por 10,3% da variância. Composto por 10 itens, este fator expressa a capacidade para tolerar comportamentos, atitudes e pensamentos dos outros, os quais são muito diferentes ou provocadores de frustração. Um escore baixo neste fator indica dificuldade em aceitar pontos de vista diferentes e tendência a se aborrecer facilmente em situações de conflito de interesses ou de frustração interpessoal.

O terceiro fator, composto de nove itens, denominado de Altruísmo (Al), obteve valor crítico de 2,4 e foi responsável por 6,2% da variância. Reflete capacidade para sacrificar os próprios interesses com a finalidade de beneficiar ou ajudar alguém. Um escore baixo neste fator revela tendência egoísta.

O quarto fator, a Sensibilidade Afetiva (SA), é composto de nove itens, com valor crítico de 1,7 e responsável por 4,3% da variância. Reflete sentimentos de compaixão e de interesse pelo estado emocional do outro. Um escore baixo na Sensibilidade Afetiva reflete pouca atenção ou cuidado em relação às necessidades dos outros. A Tabela 2 apresenta os itens do IE, agrupados nos quatro fatores e suas cargas fatoriais.

 

 

A versão final do IE compôs-se de 40 itens, distribuídos em quatro fatores. Os coeficientes Alfa de Cronbach foram de 0,85 (primeiro fator), 0,78 (segundo fator), 0,75 (terceiro fator) e 0,72 (quarto fator). Dos 40 itens, 17 são reversos, indicando que as respostas a esses itens devem ser invertidas para a obtenção do escore final. Assim, se a resposta dada for 5, deve-se trocar para 1 ou vice-versa; se for 4, deve-se trocar para 2 ou vice versa. Finalmente, se a resposta for 3, esta deve ser mantida. Os 17 itens reversos da versão final do IE incluem: 3, 4, 5, 8, 9, 13, 16, 19, 20, 22, 24, 26, 30 32, 35, 38 e 40.

 

Discussão

A análise preliminar do IE indica que este instrumento apresentou bons resultados psicométricos referentes a sua validade de construto, através de análise fatorial exploratória. Considerando-se os critérios de Nunnally (1978), que indicam como satisfatório um índice de precisão maior ou igual a 0,70, pode-se afirmar que todos os fatores do IE apresentam índices de precisão satisfatórios.

As quatro subescalas do IE representam as características multidimensionais do construto empatia. Além dos itens referentes à subescala de Tomada de Perspectiva (TP), que correspondem ao componente cognitivo da empatia, tal como mencionado anteriormente (Davis, 1980; Eisenberg & cols., 1997; Ickes, 1997; Long & Andrews, 1990), os itens da subescala de Flexibilidade Interpessoal (FI) medem um aspecto importante envolvido na tomada de perspectiva, conforme estudos revisados por Decety e Jackson (2004).

A subescala de Sensibilidade Afetiva (SA), por sua vez, representa o componente afetivo da empatia, avaliando, por meio de seus itens, a preocupação ou consideração pelas necessidades dos outros e uma tendência a agir em conformidade com essas necessidades (Mehrabian & Epstein, 1972; Thompson, 1992). A subescala de Altruísmo (Al), também relacionada ao componente afetivo da empatia, contempla estudos mencionados na literatura (Batson, 1997; Moll & cols., 2006).

Assim, todos os fatores do IE representam claramente os componentes envolvidos no construto empatia (cognitivos e afetivos), o que não ocorre com os instrumentos apresentados anteriormente. Enquanto a medida de Mehrabian e Epstein (1972) se propõe avaliar apenas o componente afetivo da empatia, a de Hogan (1969) mede somente o seu componente cognitivo.

A subescala de Personal Distress da Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal de Davis (EMRI), validada por Koller e colaboradores (2001), que é identificada por sentimentos de angústia e desconforto frente ao sofrimento dos outros, levando a atitudes egocêntricas de abandono da situação, não constitui manifestação empática (Batson & cols., 1992; Davis, 1980, 1983a, 1983b; Lawrence & cols., 2004; Lennon & Eisenberg, 1992). Com relação aos itens referentes às subescalas de Emotional Reactivity e de Social Skill da medida Empathy Quocient (EQ) (Laurence & cols., 2004), não está claro se estes medem a empatia em si.

Verifica-se, no IE, que os seus itens reversos se localizaram nos fatores FI (que contém todos os itens reversos) e no fator Al, (dois itens são diretos e sete são reversos). Por outro lado, todos os itens dos fatores TP e SE são diretos. Uma vez que a freqüência elevada do instrumento tende para o construto empatia, o significado desses fatores deveria ser oposto à forma como se apresentavam nos itens, justificando os nomes dados aos mesmos.

Vale mencionar, ainda, que os itens que revelam manifestação puramente assertiva (por exemplo, "Se decidir recusar um pedido, vou direto ao ponto"), são considerados como reversos no IE, uma vez que expressam ausência de interesse em levar em consideração as necessidades do outro. Outros itens do IE (por exemplo, "Antes de expressar minhas opiniões em uma conversa, procuro compreender as opiniões de outra pessoa, especialmente quando estas são diferentes das minhas"), apesar de se assemelharem à assertividade, avaliam, na realidade, a capacidade e a motivação para adotar e considerar a perspectiva da outra pessoa (tomada de perspectiva) e não a expressão assertiva de opinião ou desejo.

Em resumo, os itens do IE medem exclusivamente os componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da empatia, o que diferencia esta escala de outras medidas de habilidades sociais, tais como o Inventário de Habilidades Sociais (IHS) (Del Prette & Del Prette, 2001).

As 16 situações previamente utilizadas como contextos sociais para a elaboração dos itens não se localizaram nos fatores. Em vez disso, os itens agrupados nos quatro fatores revelaram, em seu conjunto, componentes da empatia. Tais resultados confirmam o fato de que os itens foram elaborados com base nos componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da empatia e que as 16 situações sociais serviram apenas como contextos nos quais a compreensão e a expressão empáticas poderiam se manifestar.

Concluindo, uma vez que a quantidade de medidas de auto-informe que avaliam o construto empatia é escassa, e que o IE constitui uma medida brasileira, além de seus fatores apresentarem boa consistência interna, recomenda-se a sua utilização em pesquisas acadêmicas que visem avaliar a empatia em diferentes grupos e contextos sociais. Recomenda-se também a sua utilização na clínica, como um instrumento auxiliar, para avaliar deficiências em empatia relacionadas a transtornos psicológicos.

Seria interessante, ainda, que investigações futuras procurassem aprofundar a verificação das características psicométricas do instrumento, mediante a utilização de procedimentos de análises fatoriais confirmatórias e do exame de sua validade convergente e discriminante. Tais pesquisas indubitavelmente poderão contribuir para o aprimoramento do instrumento, bem como para o incremento de sua capacidade diagnóstica.

 

Referências

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Endereço para correspondência
E-mails: elianefalcone@oi.com.br

Recebido em Maio de 2008
Reformulado em Setembro de 2008
Aceito em Novembro de 2008

 

 

Sobre os autores:

* Eliane Mary de Oliveira Falcone: Psicóloga clínica. Docente da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pós-doutoranda do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo (USP).
** Maria Cristina Ferreira: Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia, Professora Titular e Coordenadora do Mestrado em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira.
*** Renato Curty Monteiro da Luz: Psicólogo clínico. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
**** Conceição Santos Fernandes: Psicóloga clínica. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
***** Camila de Assis Faria: Neuropsicóloga. Mestranda do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
****** Juliana Furtado D'Augustin: Psicóloga clínica. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
******* Aline Sardinha: Psicóloga Clínica. Mestranda do Laboratório de Pânico e Respiração do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ).
******** Vanessa Dordron de Pinho: Psicóloga clínica. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Apoio: FAPERJ e Instituto de Psicologia - UERJ

 

 

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