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Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471

Aval. psicol. vol.9 no.1 Porto Alegre abr. 2010

 

 

Escala de práticas docentes para a criatividade na educação superior

 

Scale of pedagogical practices for creativity in higher education

 

 

Eunice M. L. Soriano de Alencar1,I; Denise de Souza FleithII

IUniversidade Católica de Brasília
IIUniversidade de Brasília, Brasília

 

 


RESUMO

O objetivo deste estudo foi validar uma escala para avaliar a percepção de professores da educação superior quanto à extensão em que utilizam práticas docentes que favorecem o desenvolvimento e expressão da criatividade do aluno. A referida escala, originalmente composta por 38 itens, foi aplicada em 439 professores, sendo 243 (55,4%) do gênero masculino e 196 (44,6%) do gênero feminino, de instituições pública e particular de ensino superior. A média de idade dos participantes era de 40,35 anos. Para exame da validade de construto do instrumento, foi efetuada análise fatorial exploratória que resultou nos seguintes fatores: Incentivo a Novas Ideias, Procedimentos Tradicionais de Ensino, Interesse pela Aprendizagem do Aluno, Estratégias Diversificadas de Ensino, Clima para Expressão de Ideias e Atributos Pessoais Favoráveis à Prática Docente. O coeficiente alfa de fidedignidade variou de 0,55 a 0,86. O instrumento constitui-se em uma ferramenta útil para diagnóstico do uso de práticas docentes que favorecem o desenvolvimento de habilidades criativas de estudantes universitários.

Palavras-chave: Criatividade; Educação superior; Professor; Práticas docentes.


ABSTRACT

The purpose of this study was to validate a scale to assess higher education teachers’ perception in respect to what extent they implement pedagogical practices that favor the development and expression of the students’ creativity. The scale, comprised originally by 38 items, was completed by 439 teachers, 243 (55,4%) males and 196 (44,6%) females, from public and private universities. The average age of the participants was 40,35 years old. An exploratory factor analysis was conducted, providing evidence to the construct’s validity. This analysis generated the following factors: Incentive to New ideas, Traditional Teaching Practices, Interest for the Student’s Learning, Diversified Teaching Strategies, Atmosphere for the Expression of Ideas, and Personal Attributes Favorable to the Teaching Practice. The alpha coefficients of reliability were between .55 and .86. The inventory constitutes a useful instrument for diagnosing the use of teaching practices that favor the development of university students’ creative abilities.

Keywords: Creativity; Higher education; Teacher; Pedagogical practices.


 

 

INTRODUÇÃO

Ao longo dos últimos 50 anos, o interesse por pesquisas em criatividade cresceu de maneira exponencial. Os estudos iniciais focalizando atributos cognitivos e de personalidade expandiram-se progressivamente para incluir contextos sociais e as conexões dinâmicas e complexas entre os sistemas sociais e o indivíduo (Amabile, 1990, 2001; Choi, 2004; Csikszentmihalyi, 1988, 1994, 1999; Jaskyte, Taylor & Smariga, 2009; Kutzberg, 2005; Mumford; 2003; Sternberg & Lubart, 1991, 1995, 1996). Para Csikszentmihalyi (1999), “criatividade não ocorre dentro dos indivíduos, mas é resultado da interação entre os pensamentos do indivíduo com o contexto sociocultural” (p. 23). Segundo este autor, são três as dimensões que compõem a criatividade: pessoa, domínio e campo. A primeira diz respeito às características individuais/traços de personalidade que podem se modificar ao longo da trajetória de vida. A dimensão do domínio refere-se ao conjunto de regras e procedimentos de uma área de conhecimento transmitidos e compartilhados pela sociedade. O campo corresponde à estrutura social do domínio e é definido pelo grupo de pessoas que julgam se uma ideia é ou não criativa e se deve ou não ser incorporada ao domínio. Nesta perspectiva, criatividade deve ser compreendida não como um fenômeno individual, mas como um processo sistêmico. O mais importante, então, é investigar “onde está a criatividade” e não “o que é criatividade”. Sternberg e Lubart (1991) também consideram o comportamento criativo fruto da convergência de fatores individuais, como inteligência, estilo de pensamento, personalidade e motivação, de características ambientais e conhecimento. Criatividade não ocorre no vazio, alerta Lubart (1999). “Ao examinar um produto, processo ou pessoa criativa, não é possível ignorar a influência do ambiente” (p. 339).

O papel do contexto educacional no desenvolvimento da criatividade, por exemplo, é um dos temas de interesse que tem recebido atenção crescente. Autores diversos (Alencar & Fleith, 2003a; Esquivel & Hodes, 2003; Houtz, 2003; Jackson, Oliver, Shaw & Wisdom, 2007; Jaskyte, Taylor & Smariga, 2009; Keller-Mathers & Murdock, 1999; Piirto, 1999; Renzulli, 1992; Sternberg & Lubart, 1991, 1995; Torrance, 2003; Wechsler, 2001, 2002; entre outros) têm chamado a atenção para a necessidade de se propiciar e reforçar a capacidade criativa de estudantes nos distintos níveis de ensino. Tem sido lembrado que o ritmo acelerado de mudanças e progresso sem precedente que caracteriza o atual momento da História faz com que o que se aprende na escola se torne obsoleto em um período curto de tempo, exigindo do indivíduo atualização constante, adaptação a novas situações, a par de habilidades relativas à resolução de novos problemas. No mercado de trabalho, valoriza-se o profissional criativo que domine estratégias eficientes para abordar novos problemas, lidar com o desconhecido e encontrar respostas produtivas para desafios e ameaças. Dadas a crescente complexidade, incerteza, turbulência, imprevisibilidade e competição, que caracterizam o mundo do trabalho e sociedade atual, a criatividade tem sido ainda apontada como um elemento chave para a realização do indivíduo e sucesso das organizações e de países (Craft, 2007; Prabhu, Sutton & Sauser, 2008; Strom & Strom, 2002).

Acompanhando as pesquisas sobre criatividade em ambientes educacionais por mais de três décadas, temos constatado que a maior parte delas tem sido desenvolvida no ensino fundamental e médio. Inúmeros estudos foram realizados por pesquisadores, como Torrance (1965, 1970, 1987, 1992, 1993, 1995, 2003), Cropley (1997, 2005), Treffinger (1980, 1986, 1987, 1993), Renzulli (1992), Tighe, Picarello e Amabile (2003), e no Brasil por Alencar (1974, 1976, 1984, 1990a, 1990b, 1993, 1994, 1998; Alencar & Fleith, 1987), Fleith (2000; Fleith & Alencar, 1992, 2006, 2008), Mariani e Alencar (2005), Carvalho e Alencar (2004), Soh (2000), Tan (2001), Wechsler (1985, 1987, 1998, 2002), focalizando distintos aspectos como habilidades de pensamento criativo, traços de personalidade de alunos mais criativos, características (atitudes, percepções, crenças e comportamentos) de professores que favorecem a criatividade, distintos procedimentos para facilitar o desenvolvimento e expressão das habilidades criativas, elementos inibidores à criatividade na prática docente e influências ambientais na criatividade em sala de aula.

No que diz respeito à educação superior, o número de pesquisas é relativamente menor, embora seja grande o número de autores que vêm criticando este nível de ensino, pela sobrecarga de teoria, ênfase na reprodução de informações, preferência por condutas conformistas e rigidez dos planos de ensino. Para Jackson, Oliver, Shaw e Wisdom (2007), por exemplo, a importância da criatividade nos processos de ensino e aprendizagem é amplamente subestimada no contexto da educação superior, a qual dá mais valor ao pensamento crítico e racional. Arruda e Fleith (2007) e Martínez (2002) ressaltam a pouca atenção dada à criatividade no ensino superior brasileiro como um componente importante na formação profissional. Tal ponto de vista está em sintonia com Fryer (2007) que também sinalizou que a criatividade não vinha sendo reconhecida, sendo mesmo subvalorizada em grande número de disciplinas ensinadas em universidades da Inglaterra. Ademais Jackson (2007) sublinha que, embora muitas vezes se espere que os estudantes sejam criativos, a criatividade raramente é incluída nos planos de disciplinas como um objetivo explícito a ser alcançado no decorrer do curso, desconhecendo ainda a grande maioria dos professores universitários o que vem sendo pesquisado a respeito de criatividade, o que dificulta a organização de programas e ambientes de aprendizagem, ensino e avaliação que contribuam para que estudantes de cursos superiores tomem consciência de seu potencial para criar e desenvolvam e expressem a sua criatividade.

Uma análise da literatura sobre criatividade na educação superior indica ainda que a grande totalidade dos estudos foi feita com dados coletados junto a amostras de estudantes universitários, investigando, por exemplo, habilidades de pensamento criativo desses estudantes (Cheung, Rudowicz, Yue & Kwan, 2003; Saeki, Fan & Dusen, 2001), características de ambientes educacionais que promovem a criatividade no ensino superior (Cole, Sugioka & Yamagata-Lynch, 1999), avaliação de estudantes universitários a respeito de seu nível de criatividade, de seus colegas e professores (Alencar, 1996, 1997, 2002), atributos do professor facilitador e inibidor da criatividade segunda estudantes de pósgraduação (Alencar, 2000), percepção de estudantes de graduação e pós-graduação quanto à extensão em que professores implementam práticas que favorecem à criatividade (Alencar, 1995, 1997, 2002) barreiras à criatividade pessoal (Alencar, 1999, 2001; Alencar & Fleith, 2003b; Alencar, Fleith & Martínez, 2003; Alencar & Martínez, 1998).

Poucos estudos foram realizados com dados coletados junto a docentes universitários. Entre eles, poder-se-iam apontar o desenvolvido por Ryhammar e Andersson (2001), que investigaram a percepção de docentes a respeito das condições organizacionais, criatividade e produtividade em uma universidade, Sousa (2001), que comparou a percepção de estudantes e professores universitários com relação à eficácia e criatividade docentes, Oliveira e Alencar, que examinaram a criatividade na formação e atuação do professor do curso de Letras e Jaskyte, Taylor e Smariga (2009), que investigaram percepções de estudantes e professores da educação superior sobre o ensino inovador. Alencar e Fleith (2004b) compararam também a percepção de estudantes e professores da educação superior no que diz respeito à extensão em que condições favoráveis à promoção da criatividade vinham ocorrendo em distintos cursos universitários. Silva e Alencar (2003) examinaram este mesmo aspecto junto a estudantes e professores de um curso de Enfermagem e Souza e Alencar (2006) em estudantes e docentes do curso de Pedagogia. Entretanto, nesses três estudos, além de o inventário para levantamento de dados ter sido validado para uso apenas com estudantes da educação superior (Alencar & Fleith, 2004b), a amostra de professores utilizada foi pouco expressiva (35, 15 e 25 docentes, respectivamente), o que justifica a necessidade de pesquisas junto a docentes da educação superior com vistas à validação e refinamento do referido instrumento.

Considerando a relevância do tema, carência de instrumentos validados para se investigar a percepção de professores da educação superior sobre a extensão em que vêm implementando práticas docentes para promover a criatividade e dando continuidade a pesquisas anteriormente conduzidas a respeito da criatividade na educação superior, desenvolveu-se o presente estudo que teve como objetivos validar a Escala de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior, para uso junto a professores desse nível de ensino. A proposta do estudo foi, pois, construir um instrumento que pudesse ser utilizado para fins de pesquisa e diagnóstico sobre a extensão em que a criatividade vem sendo promovida nas práticas pedagógicas implementadas na educação superior. É relevante informar que uma versão da escala foi anteriormente validada para uso junto a estudantes da educação superior (Alencar & Fleith, 2004a).

 

MÉTODO

Participantes

Um total de 439 professores, sendo 243 (55,4%) do gênero masculino e 196 (44,6%) do gênero feminino participou neste estudo. Dentre eles, 140 (31,9%) lecionavam em universidade pública e 299 (68,1%) em instituições particulares de educação superior. A idade desses participantes variou entre 23 a 72 anos (M=40,35; DP=9,61). Os docentes tinham entre menos de 1 a 35 anos de experiência docente, sendo que 247 (56,3%) tinham até nove anos de experiência, 177 (40,3%) 10 ou mais anos, não tendo 15 professores informado o número de anos de experiência no magistério superior. Esta foi uma amostra de conveniência, tendo representantes das diversas áreas de conhecimento (Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Engenharias, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes), com uma concentração de docentes de disciplinas de Ciências Humanas (27,6%) e Ciências Sociais Aplicadas (20,0%)

Etapas da Construção do Instrumento

A Escala de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior foi originalmente construído por Alencar e Fleith (2004a), em três versões: uma a ser respondida pelo aluno, considerando os comportamentos típicos de seus professores em sala de aula; uma segunda versão, com os mesmos itens, a ser respondida pelo professor considerando os seus comportamentos típicos em sala de aula; e uma terceira versão a ser respondida pelo professor na perspectiva de seus alunos, ou seja, considerando como seriam as respostas de seus alunos ao avaliarem os seus comportamentos docentes em sala de aula. Apenas a primeira versão foi validada.

Conforme descrito anteriormente por Alencar e Fleith (2004a), para construção do referido inventário, foi realizada inicialmente uma revisão de literatura da teoria e pesquisa sobre criatividade em contextos educacionais, detendo-se especialmente em estudos sobre criatividade na sala de aula universitária. Aproveitaram-se também 19 itens de um instrumento construído pela primeira autora (Alencar, 1995) para uso junto a estudantes universitários com vistas a avaliar a sua percepção do grau de incentivo a diferentes aspectos da criatividade por parte de seus professores do ensino superior. Outros itens foram, a seguir, elaborados com base especialmente em resultados de uma pesquisa realizada por Alencar (2000) a respeito do professor universitário facilitador e do professor inibidor da criatividade, com dados levantados junto a estudantes de pós-graduação (mestrado e doutorado). Realizou-se um estudo piloto com esta versão preliminar do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior, com o objetivo de analisar semanticamente os itens construídos, garantindo a sua compreensão, evitando ambiguidade e formulações pouco apropriadas. Para tal, o instrumento foi aplicado em oito turmas (sete turmas de universidade pública e uma de universidade particular), tendo sido respondido por 138 estudantes e sete docentes, aos quais se solicitou indicar possíveis itens confusos ou ambíguos e ainda sugestões de novas formulações para os mesmos. O referido estudo apontou a necessidade de reformular os itens "oferece informações importantes e interessantes" e "leva em consideração os interesses dos alunos" para "oferece informações importantes e interessantes relativas ao conteúdo da disciplina" e "não está atento aos interesses dos alunos" e acréscimo do item "apresenta conteúdo atualizado". O instrumento, então com 38 itens, foi validado estatisticamente em uma amostra de 807 estudantes universitários. Estabeleceu-se a sua validade de construto, verificando-se a sua estrutura interna por meio de análise fatorial, realizando-se uma análise dos eixos (Principal Axis Factoring, com rotação oblíqua), antecedida por análise exploratória dos dados, com vistas a verificar a normalidade das distribuições e pressupostos da análise fatorial. Essa análise resultou nos seguintes fatores: (a) Incentivo a Novas Ideias; (b) Clima para Expressão de Ideias; (c) Avaliação e Metodologia de Ensino; (d) Interesse pela Aprendizagem do Aluno.

Cada um dos itens é respondido em uma escala de 5-pontos, que varia de discordo plenamente até concordo plenamente. Complementam o instrumento uma página inicial, com instruções de como respondê-lo e levantamento de dados biográficos. Há uma página final, com espaço para comentários e observações que o respondente queira fazer.

Procedimentos

O instrumento foi aplicado pela primeira autora e por bolsistas de Iniciação Científica e outros estudantes de graduação matriculados em pesquisa e por estudantes de pós-graduação, orientandos das autoras do presente artigo, os quais foram instruídos sobre como proceder durante a aplicação. A participação no estudo foi voluntária, tendo sido assegurado aos participantes o caráter confidencial das respostas fornecidas e informado que os dados seriam analisados coletivamente, cumprindo, assim, as exigências éticas legais. O instrumento foi respondido na grande maioria das vezes de forma individual, sempre na presença do pesquisador. Análise dos Dados

Para estabelecimento da validade de construto da Escala de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior, verificou-se a sua estrutura interna por meio de análise fatorial. Com auxílio do pacote estatístico SPSS, procedeu-se a uma análise fatorial dos eixos principais, com rotação varimax. Antes de se proceder à análise fatorial, efetuou-se uma análise exploratória dos dados, com o objetivo de examinar a normalidade das distribuições e os distintos pressupostos subjacentes à análise fatorial. Os referidos pressupostos foram atendidos. O KMO foi de 0,90 e o teste de esfericidade de Bartlett foi significativo (p=0,0001). Não houve mais do que 6,5% de casos omissos por variável. Foram considerados como critérios de retenção dos fatores eigenvalue igual ou maior do que 1,0 e itens com carga fatorial igual ou maior que 0,30. Utilizou-se o coeficiente alfa de consistência interna para verificar a fidedignidade de cada fator resultante da análise fatorial.

RESULTADOS

Inicialmente, oito fatores foram extraídos com base no critério de Kaiser (Gable & Wolf, 1993), em que o eigenvalue do fator deve ser igual ou maior que 1. De acordo com Tabachnik e Fidell (1996), se o número de variáveis for menor que 40 e o tamanho da amostra for grande, como é o caso deste estudo, o número de fatores indicados por este critério é provavelmente correto. Entretanto, dois fatores foram descartados. Um, por incluir apenas um item e outro fator, composto por dois itens, cujo coeficiente alfa de consistência interna estava muito baixo (-0,24). Ademais, integraram os fatores apenas os itens com carga fatorial igual ou maior que 0,30 (veja Tabelas 1 a 5). Com base nesses critérios, os seguintes itens foram descartados: ter disponibilidade para atender os alunos fora de sala de aula; expor o conteúdo de maneira didática; e ter senso de humor em sala de aula. A solução de 6-fatores explicou 41,70% da variância.

O fator 1, denominado Incentivo a Novas Ideias, inclui 10 itens relativos à estimulação de habilidades cognitivas e características de personalidade que se associam à criatividade. O fator 2, Procedimentos Tradicionais de Ensino, inclui cinco itens referentes a práticas docentes que se associam ao modelo tradicional de ensino. O terceiro fator, denominado Interesse pela Aprendizagem do Aluno, consta de sete itens que dizem respeito a estratégias para assegurar o interesse do aluno com o conteúdo ministrado. O fator 4, denominado Estratégias Diversificadas de Ensino, consta de quatro itens relativos a práticas docentes diversificadas. O fator 5, denominado Clima para Expressão de Ideias, consta de seis itens que dizem respeito à postura de respeito e aceitação por parte do professor às ideias dos alunos O fator 6, denominado Atributos Pessoais Favoráveis à Prática Docente, inclui três itens referentes a características desejáveis no docente.

 

 

 

 

 

 

 

Os coeficientes alfa dos distintos fatores foram: 0,86 (fator 1), 0,82 (fator 2), 0,75 (fator 3), 0,69 (fator 4), 0,74 (fator 5) e 0,55 (fator 6). Em sua versão final o inventário incluiu 35 itens distribuídos em seis fatores.

 

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Nota-se que os distintos fatores resultantes da análise fatorial dizem respeito a procedimentos docentes em sala de aula, atributos do professor e características do clima em sala de aula. Em consonância com as concepções atuais de criatividade (Csikszentmihalyi, 1999; Sternberg & Lubart, 1991), os fatores gerados elencam tanto aspectos individuais quanto ambientais. Cinco dos seis fatores incluem itens que vários autores, como Alencar (2007), Alencar e Fleith (2003a), Cropley (1997, 2005), Nickerson (1999), Tan (2001), Wechsler (2001), entre outros, têm indicado como procedimentos docentes que favorecem a expressão da criatividade em sala de aula. A escala inclui também um fator, denominado Procedimentos Tradicionais de Ensino, com itens referentes a práticas instrucionais que se associam ao modelo tradicional de ensino, como, por exemplo, preocupar-se apenas com o conteúdo informativo e utilizar sempre a mesma metodologia de ensino.

Ademais, um grau satisfatório de consistência interna foi observado em quatro fatores. Em apenas dois deles – Estratégias Diversificadas de Ensino e Atributos Pessoais Favoráveis à Prática Docente –, o índice de fidedignidade foi aquém do desejável (alfa=0,69 e 0,55 respectivamente), uma vez que, segundo Gable e Wolf (1993), um dos critérios de retenção de cada fator é ser o coeficiente alfa de consistência interna igual ou maior do que 0,70. Foi também observada uma correlação expressiva item-total.

Como sinalizado anteriormente, o inventário aqui descrito foi anteriormente validado em uma amostra de 807 estudantes universitários (Alencar & Fleith, 2004a). Diferentemente do presente estudo, o anterior resultou em quatro fatores, com eliminação de apenas um dos 38 itens.

Foi também realizada uma pesquisa (Alencar & Fleith, 2004b), com o objetivo de comparar a percepção de uma pequena amostra de professores (N=35) e seus estudantes (N=874) a respeito das práticas docentes promotoras da criatividade em sala de aula utilizadas pelos docentes. Notou-se uma discrepância entre os dois grupos, tendo sido constatada uma avaliação significativamente mais positiva por parte dos professores, comparativamente à avaliação feita por seus estudantes, no que diz respeito aos procedimentos utilizados em sala de aula para promoção da criatividade. Esta discrepância de percepções possivelmente é um elemento que contribui para explicar a diferença no número de fatores obtidos nos dois estudos.

A Escala de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior foi desenvolvida fundamentalmente como um instrumento de pesquisa e é nesta área que talvez se encontre a sua maior utilidade potencial. Entretanto, ele é também um instrumento útil para diagnóstico de condutas docentes que favorecem o desenvolvimento e expressão de habilidades criativas de estudantes universitários, como assinalamos em publicação anterior (Alencar & Fleith, 2004a). Além disso, é nossa expectativa que ele também contribua para ampliar o conhecimento a respeito de variáveis que têm influência no desenvolvimento e realização do potencial criativo. Observa-se que a demanda por profissionais criativos, que dominem estratégias eficientes para abordar e resolver problemas imprevisíveis, tem sido uma tônica de muitas organizações. Entretanto, autores diversos, como Cropley (2005) e Gilson (2008), indicam a carência de profissionais que se sobressaem pela criatividade. Cropley, por exemplo, apresenta dados coletados na Austrália revelando não estarem as universidades propiciando a formação necessária ao fomento de profissionais criativos, que se caracterizem pelo domínio de estratégias eficientes para abordar o novo, lidar com o desconhecido, enfrentar as heterogêneas situações do cotidiano e resolver problemas imprevisíveis, uma vez que 75% de todos os novos graduados vinham sendo considerados pelas empresas que os admitiam como “deficientes” em criatividade, resolução de problemas e pensamento crítico e independente. Também Gilson (2008) se reporta a um artigo publicado em um dos principais periódicos da Inglaterra - The Economist - no qual é apontado que “o principal desafio hoje enfrentado pelas organizações não é encontrar ou empregar trabalhadores dispostos a receber baixos salários, mas antes admitir indivíduos com alta capacidade intelectual e especialmente com a habilidade de pensar criativamente” (p. 304). Isto justifica a necessidade de a educação, especialmente a de nível superior, priorizar também o desenvolvimento da criatividade do estudante, incentivando-lhe a expressar a sua capacidade de criar e fortalecendo recursos pessoais de natureza cognitiva, afetiva e de personalidade, que se associam à criatividade.

Para finalizar, é importante ressaltar que muitos são os desafios para o fomento da criatividade na educação superior. Além da falta de familiaridade dos docentes com a literatura sobre criatividade e como facilitar o seu desenvolvimento e expressão nos alunos, há dificuldade por parte de muitos professores em romper com práticas passadas e incorporar novas estratégias de ensino que contribuam para o desenvolvimento do potencial criador dos estudantes. Tem sido ainda constatada resistência por parte de estudantes, que questionam novas práticas de ensino, conforme observado tanto por Edwards, McGoldrick e Oliver (2007), como por Oliveira e Alencar (2007). Professores e estudantes compartilham também ideias errôneas sobre criatividade, como a de que esta se constitui em um talento natural, presente apenas em alguns indivíduos e de que nada se pode fazer para promover o seu desenvolvimento. Em função deste quadro, uma discussão ampla sobre criatividade na educação superior faz-se necessária, uma vez que, como lembrado por Craft (2007),

A educação tem uma relação dinâmica com o mundo em transformação do emprego e da economia global. Por esta razão, o que é considerado significativo em termos de realização escolar está em mudança, pois não é mais suficiente ter meramente excelência em profundidade e amplitude de conhecimento. A criatividade é crítica para sobreviver e prosperar. É a criatividade que possibilita à pessoa identificar oportunidades e problemas e resolvê-los. É a criatividade que aponta possibilidades e oportunidades que podem passar despercebidas aos demais indivíduos. (p. 20)

Portanto, promover uma formação voltada para a criatividade, na universidade, contribui tanto para a construção de jovens profissionais críticos e envolvidos socialmente, quanto para a reflexão e atualização constante dos professores de suas práticas pedagógicas.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em agosto de 2009
Reformulado em novembro de 2009
Aceito em dezembro de 2009

 

 

SOBRE OS AUTORES:

Eunice Soriano de Alencar: professora dos programas de pós-graduação em Educacão e Psicologia da Universidade Católica de Brasília, professora emérita do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília e pesquisadora do CNPq.
Denise de Souza Fleith: professora associada do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, orientadora do Programa de Pós-graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde e pesquisadora do CNPq.

1Contato:
Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade
Católica de Brasília, SGAN 916, Módulo B, Asa Norte, 70790-
160 Brasília, DF. Email: ealencar@pos.ucb.br
Este projeto de pesquisa contou com o apoio do CNPq.

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