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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471

Aval. psicol. vol.9 no.1 Porto Alegre Apr. 2010

 

 

Validação do Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P)

 

Validity of the Interview Script of Parental Social Educative Skills (RE-HSE-P)

 

 

Alessandra Turini Bolsoni-Silva1, I; Sonia Regina LoureiroII

IUniversidade Estadual Paulista
IIUniversidade de São Paulo

 

 


RESUMO

O estudo das habilidades sociais educativas parentais se reveste de importância por promoverem o desenvolvimento e a aprendizagem dos filhos nas situações de interação. Objetiva-se testar as propriedades psicométricas de validade e fidedignidade do instrumento Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais. Procedeu-se: a) a avaliação da fidedignidade teste-reteste, tendo como amostra 41 participantes avaliados em dois momentos, com um intervalo de dois meses e ao cálculo do alfa de Cronbach; b) aos estudos de validade de constructo e discriminativa com 213 pais de crianças em idade pré-escolar (n = 114) e do ensino fundamental (n = 98), diferenciados em grupos: a) procura por atendimento x crianças da comunidade sem problemas, e b) crianças com problemas de comportamento x crianças sem problemas. Os resultados indicaram valores satisfatórios de consistência interna e de validade e a análise fatorial apontou uma estrutura composta por dois fatores: interação positiva pais-filhos e interação negativa pais-filhos.

Palavras-chave: Validade; Habilidades sociais; Práticas educativas parentais.


ABSTRACT

The study of the parental educative social skills is extremely important for promoting the development and learning of children within interactive situations. The objective of this study was to assess reliability and validity of the Parental Educative Social Skills Interview Script (RE-HSE-P). It was proceeded: a) the test-retest reliability assessment, with a sample of 41 participants assessed in two distinct moments, with an interval of two months and the Cronbach's alpha was calculated; b) 213 parents of preschoolers (n =114) and school age children (n = 98) evaluated their children,were assessed for the construct and discrimination validity studies, differentiated in groups: a) demand for psychological intervention x community children without problems and b) children with behavior problems x children without behavior problems. The results showed satisfactory values of internal consistency and validity; besides, the factorial analysis pointed a unifactorial structure called positive parent-child interaction

Keywords: Validity; Social skills; Educative parental practices.


 

 

INTRODUÇÃO

As interações estabelecidas entre pais e filhos são evidentemente de natureza social e estudos recentes têm mostrado relações entre as habilidades sociais de pais e o repertório de filhos (Bolsoni-Silva & Marturano, 2007; 2008). Bolsoni-Silva e Marturano (2002) identificaram, a partir de uma análise da literatura relativa às práticas parentais e problemas de comportamento, que algumas características da interação pais-filhos mostram-se direta ou indiretamente relacionadas a essas dificuldades, destacando como tal: a disciplina inconsistente, pouca interação positiva, pouco monitoramento e supervisão insuficiente das atividades da criança. Por outro lado foram identificadas como práticas protetoras o ensinar a criança a obedecer (Patterson, Reid & Dishion, 2002) e a responsividade às necessidades das crianças, seja na forma de atenção, ou de manifestação de afeto e carinho (Pacheco, Teixeira & Gomes, 1999).

Pierson, Carter, Lane e Glaeser (2004) investigaram a associação do repertório de habilidades sociais e de problemas de comportamento de 90 estudantes, na transição entre dois períodos escolares, quanto a variável autodeterminação, definida como comportamentos relacionados ao controle de impulso nas interações sociais. Os autores encontraram uma relação positiva entre habilidades sociais e auto-determinação, reiterando que o repertório de habilidades sociais pode ser protetor ao desenvolvimento das crianças.

Sob o campo teórico-prático do Treinamento de Habilidades Sociais (THS) tendo como abordagem teórica a Análise do Comportamento, se reveste de importância a identificação das habilidades sociais envolvidas nas práticas educativas positivas, tendo como foco a competência social em um ambiente específico. As práticas parentais são categorias que envolvem muitos comportamentos dos pais relacionados ao afeto, ao estabelecimento de limites e ao acompanhamento/monitoramento do comportamento social e acadêmico dos filhos (Gomide, 2006).

De modo a ilustrar estudos sobre práticas parentais destaca-se o trabalho de Chechia e Andrade (2005) que entrevistaram 32 pais, cujos filhos eram em parte considerados com sucesso acadêmico e parte com insucesso no ensino fundamental e encontraram que a participação dos pais no acompanhamento das tarefas dos filhos foi preditiva de sucesso acadêmico. Os pais parecem, segundo as autoras, se preocuparem com a educação dos filhos, mas nem sempre sentem-se preparados para tal. Tais considerações vêm ao encontro do que Gomide (2006) definiu como monitoria positiva, a qual parece prevenir o surgimento de problemas de comportamento, os quais parecem ser multideterminados, isto é, dificilmente ocorrerão devido a uma única variável e apresentam tendência a ocorrer quando mais fatores de risco estiverem combinados e/ou acumulados (Kinard, 1995; Patterson, Reid & Dishion, 2002). Dentre os fatores que poderiam favorecer o surgimento e/ou a manutenção dessas dificuldades encontram-se as práticas parentais (Conte, 1997; Kaiser & Hester, 1997; Loeber & Hay, 1997; Patterson, DeBaryshe & Ramsey, 1989; Patterson & colaboradores., 2002; Webster-Stratton, 1997).

Novamente, ressalta-se com base no estudo de Eschiletti Prati e Elzirik (2006) a constatação de que os pais se preocupam com o sucesso acadêmico de seus filhos, na passagem da quarta para a quinta série e procuram acompanhá-los, mas nem sempre possuem práticas educativas positivas suficientes para tal tarefa.

Tais apontamentos colocam em foco a necessidade de precisar como se expressam as habilidades educativas. A descrição de habilidades sociais aplicáveis à educação, especialmente as relacionadas à interação pais e filhos, segundo Del Prette e Del Prette (2001a) referem-se às Habilidades Sociais Educativas (HSE), descritas como sendo aquelas intencionalmente voltadas para a promoção do desenvolvimento e da aprendizagem do outro, em situação formal ou informal.

Com sentido semelhante, Bolsoni-Silva (2008) define o termo Habilidades Sociais Educativas Parentais (HSE-P) como um conjunto de habilidades sociais dos pais, aplicáveis à prática educativa dos filhos e identifica três grandes categorias que incluem sub-categorias: Comunicação, Expressão de Sentimentos e Enfrentamento e Estabelecimento de Limites que ocorrem contingentes a comportamentos dos filhos. Propõe-se um rol de comportamentos incluídos nas categorias a partir de Bolsoni-Silva, (2008) que envolve tanto o repertório comportamental de pais, quanto o de filhos, a serem avaliados contingentes uns aos outros. Para os comportamentos dos pais considerados enquanto práticas positivas de educação estão comunicar-se, expressar sentimentos positivos, negativos e opiniões, estabelecer limites, prometer e admitir erros com consistência, de forma a produzir enquanto conseqüência a manutenção da interação positiva com os filhos, obediência e cooperação. Para tanto tais comportamentos precisam ocorrer de forma socialmente habilidosa e não de maneira coercitiva, que seriam práticas parentais negativas, como bater, gritar, ameaçar, as quais probabilisticamente produzem problemas de comportamento, como timidez, isolamento, agressividade e desobediência, enquanto comportamentos dos filhos.

Para entender o que são comportamentos socialmente habilidosos, segue-se a citação de Del Prette e Del Prette (2002) que propuseram as seguintes definições para formas de interagir socialmente: “... [reação] habilidosa (que demonstra assertividade, empatia, expressão de sentimentos positivos ou negativos de forma apropriada, civilidade etc.), [reação] não habilidosa passiva (que demonstra esquiva ou fuga ao invés de enfrentamento da situação) e [reação] não habilidosa ativa (que demonstra agressividade, negativismo, ironia, autoritarismo etc.)” (p. 65).

Conforme Skinner (1993/1953) a família é uma agência de controle, a qual colabora na transmissão e conseqüenciação de regras sociais. Sidman (1995) e Skinner (1993/1953) acreditam que o uso de práticas agressivas (por exemplo, bater, gritar) pode gerar ansiedade e baixa auto-estima, além de ensinarem, aos filhos, modelos agressivos de lidar com conflitos e a tendência de contra-controlar (por exemplo, com desobediência e agressividade).

Além da clareza das definições quanto as habilidades parentais ressalta-se a relevância da consistência nas práticas parentais e a concordância parental quanto à forma de educar, nesse sentido, com base em estudo empírico Bolsoni-Silva e Marturano (2007; 2008) constataram que a concordância foi mais relatada por pais e por mães de crianças pré-escolares sem dificuldades interpessoais, quando comparadas às crianças com indicativos de problemas de comportamento.

Quanto à importância do afeto, os pesquisadores norte-americanos Cowan & colaboradores (1996) realizaram um trabalho tendo como objetivo explorar os estudos longitudinais sobre afabilidade familiar, fazendo ligações entre a afabilidade e os problemas comportamentais de suas crianças na infância. Nesse estudo foi utilizado o AAI (Adult Attachment in Interview), instrumento ministrado aos pais de acordo com o sexo da criança; a mãe respondia para a filha e o pai para o filho. Os dados obtidos sugeriram que a prevenção de problemas de internalização e de externalização de comportamentos está relacionada com o uso contínuo de toque e de contato físico positivo. Crianças de pais mais afetuosos externalizavam menos os seus problemas de comportamento, agindo de maneira mais adequada nas suas relações interpessoais. Por conseqüência, dificilmente apresentavam problemas na escola. Observou-se também que a contenção emocional dos pais (autocontrole), o entendimento do casal quanto à forma de educar o filho e a educação consistente, quando somados a expressão de carinho e afeto, favoreciam a adaptação social da criança e seu equilíbrio emocional (Cowan & colaboradores. 1996). Demonstração de carinho através de toques durante brincadeiras e em outras ocasiões constitui-se em uma habilidade social que parece aproximar pais e filhos e promove melhor interação entre eles.

Parece, portanto, que as habilidades utilizadas para estabelecer limites, como por exemplo, dizer não, estabelecer regras, elogiar comportamentos socialmente habilidosos, solicitar mudança de comportamento entre outros, são importantes para a avaliação do surgimento e/ou da manutenção de problemas de comportamento. Por outro lado, colocam-se ainda como mais cruciais a necessidade de desenvolver outras habilidades, tais como conversação, expressão de sentimentos e de opiniões, fazer perguntas, além de consistência nas próprias práticas parentais e de concordância parental quanto à forma de educar, as quais foram mais relatadas por pais e por mães de crianças préescolares sem dificuldades interpessoais quando comparadas às crianças com indicativos de problemas de comportamento (Bolsoni-Silva & Marturano, 2007).

Considera-se, então, que a definição precisa das Habilidades Sociais Educativas Parentais é importante em estudos que envolvem o diagnóstico e a intervenção com familias, visando prevenir e/ou remediar problemas de comportamento. No entanto, verifica-se na literatura nacional e internacional a existência de poucos instrumentos, devidamente testados quanto às suas propriedades psicométricas, no que tange a identificar a ocorrência dessas respostas, bem como na identificação de variáveis antecedentes e conseqüentes que possam auxiliar a explicar funcionalmente os problemas de comportamento das crianças e suas associações aos comportamentos dos cuidadores.

Em nosso meio, Gomide (2006) validou uma escala para mensurar estilos parentais, capaz de identificar práticas positivas e negativas a partir do relato de pais e adolescentes acerca de estilos parentais. Del Prette e Del Prette (2001b) publicaram, um Inventário de Habilidades Sociais, denominado IHS-Del Prette, composto por 38 questões que avaliam o repertório de habilidades sociais gerais, numa escala que varia do escore 0 a 5; sendo que escores acima de 70 correspondem a um repertório bastante elaborado, de 20 a 60 correspondem à um repertório médio e, abaixo de 20, correspondem a um baixo repertório, indicativo da necessidade de tratamento. Precedendo a publicação do manual, foi relatada a validação do instrumento para uma população universitária (Bandeira, Costa, Del Prette, Del Prette & Gerk-Carneiro, 2000).

Constata-se assim a carência de instrumentos aferidos para a avaliação de habilidades sociais educativas parentais (HSE-P) e sua relação com problemas de comportamento e habilidades sociais de crianças. Nesse contexto, é que se propõe o Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P).

O RE-HSE-P se diferencia da escala proposta por Gomide (2006) por se propor a identificar habilidades de familiares de crianças préescolares e difere do IHS-Del Prette por ter como foco as habilidades envolvidas no relacionamento estabelecido entre pais e filhos, investigando variáveis antecedentes e conseqüentes para cada habilidade social educativa parental.

De modo a apresentar as características principais do instrumento, abordar-se-a sua fundamentação teórica. O instrumento RE-HSE-P, tal como proposto, passou por modificações, a partir de dados de estudos prévios (Bolsoni-Silva, 2008; Bolsoni-Silva, Loureiro & Marturano, 2009). O primeiro passo para a elaboração do instrumento foi a realização de uma revisão da literatura de forma a identificar itens preditivos de habilidades sociais educativas parentais. A literatura de maior impacto, na elaboração do instrumento, foi, por um lado, a relacionada ao campo teórico-prático do Treinamento de Habilidades Sociais: Del Prette e Del Prette (1999) e Caballo (1996) e, por outro, autores envolvidos com o estudo de práticas parentais: Brestan e colaboradores (1999), Marinho (1999), McMahon, (1996), Rocha e Brandão (1997), Ruma e colaboradores (1996), Silva e colaboradores (2000) e Webster-Stratton (1994). Baseou-se também em autores da Análise do Comportamento, especialmente quanto a utilização da análise funcional em prática clínica (Meyer, 1997, Silvares, 1991, Torós, 1997). A primeira testagem do instrumento foi realizada por Silva (2000) e esses dados deram suporte para a elaboração de um novo instrumento utilizado por Bolsoni-Silva (2003).

Os dados do estudo de Bolsoni-Silva (2003), publicados parcialmente em Bolsoni-Silva e Marturano (2006; 2007; 2008), permitiram diferenciar estatisticamente grupos (com e sem problemas de comportamento), especialmente quanto as HSE-P que envolvem comunicação (iniciar e manter conversação, fazer perguntas, conversar acerca de sexualidade), expressão de sentimentos e enfrentamentos (expressão de sentimentos positivos e negativos, expressão de opiniões) e estabelecimento de limites (concordar com cônjuge e cumprir promessas). Desta forma, ao comparar estes resultados com os de Bolsoni-Silva, Salina, Versuti e Rosin-Pinola (2008) observou-se um refinamento do instrumento capaz de identificar diferenças entre crianças com e sem problemas de comportamento no que tange a habilidades sociais educativas parentais.

Ainda que haja um sistema de categorias referendado pelos estudos mencionados, bem como estudos de caracterização e de intervenção que demonstrem a aplicabilidade e uso de tal categorização, considera-se relevante verificar de forma sistemática a validade e fidedignidade do proposto. Dessa forma, a presente pesquisa tem por objetivo geral avaliar as propriedades psicométricas de validade e fidedignidade do instrumento de avaliação de habilidades sociais educativas parentais - Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P).

 

MÉTODO

Aspectos Éticos

A pesquisa foi conduzida dentro dos padrões éticos exigidos pela Declaração de Helsinque e pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil. Foi aprovada pelo Comitê de Ética da universidade a que está filiada à primeira autora (Processo no. 484/46/01/09).

Instrumentos

Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais – HSE-P

A versão utilizada do RE-HSE-P investiga a ocorrência de respostas, situações antecedentes e conseqüentes para as HSE-P, apresentando alternativas de respostas, de forma a agilizar a coleta e análise de dados, uma vez que prevê categorias comportamentais. Para selecionar os itens que compõe o instrumento foram conduzidas as seguintes análises: a) foi verificado se os itens correspondiam à distribuição normal (One-Sample Kolmorogov- Smirnov Test) o que não foi constatado, indicando a necessidade do uso de testes estatísticos não paramétricos; d) como o número de itens era elevado impossibilitando a realização da validade de constructo, foi realizada uma primeira análise discriminante considerando o grupo que procurou por atendimento (G1) e o grupo de crianças da comunidade sem problemas (G3) (discriminando 70 itens (6 de freqüência e 64 a partir das respostas espontâneas); e) esses 70 itens foram organizados nas seguintes classificações: freqüência de habilidades sociais educativas parentais, habilidades sociais educativas parentais, habilidades sociais infantis, variáveis de contexto, práticas educativas parentais negativas e problemas de comportamento infantis.

CBCL - “Child Behavior Checklist” - Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência para pré-escolares e escolares (4 a 18 anos) de Achenbach e Rescorla (2001)

Investiga freqüência de respostas indicativas de problemas de comportamento, indicando ou não classificação clínica, no caso em problemas externalizante, internalizante, total. Como exemplos de problemas externalizantes têm-se comportamentos como roubar, desobedecer e brigar; internalizantes são, dentre outros, comportamentos de timidez, tristeza, ficar sozinho, recusar-se a entrar na escola. O instrumento possui validação para a população americana, o que implica que suas classificações quando utilizada na população brasileira devem ser utilizadas com cautela. Bordin, Mari e Caeiro (1995) conduziram estudos preliminares de validação do instrumento, mas até o momento não estão disponíveis softwares para avaliar os comportamentos a partir de referências nacionais.

Estudos de fidedignidade (Teste – reteste) e de Consistência interna

Participantes

41 participantes, mães e/ou cuidadores principais responderam ao RE-HSE-P com um intervalo de dois meses de aplicação. Compuseram a amostra 37 mães, 1 pai e 3 avós de 23 meninos e 18 meninas. A idade das crianças variou de 4 a 11 anos (média = 4,92; DP = 1,30) e a dos familiares, de 20 a 55 anos (média = 33,49; DP = 9,46). O número de filhos variou de 1 a 4 (média = 1,97; DP = 0,75). Quanto a renda familiar, 34,2% dos participantes relatou 1 salário mínimo, 39,5% ganhavam 2 salários mínimos, 21,1% recebiam 2 salários e meio até 4 salários e 5,2% da amostra relatou ganhar acima de 4 salários mínimos.

Procedimentos de coleta de dados

Para compor a amostra foram visitadas, após consentimento da Secretaria de Educação do Município, duas Escolas Municipais Infantis (EMEIs) de um bairro de periferia de uma cidade do centro-oeste paulista, de modo a informar sobre o projeto de pesquisa e verificar o interesse em parceria. Coube às escolas convidarem pais e mães para palestras informativas (uma no período matutino e outra no vespertino) que foi realizada pela pesquisadora responsável, de forma a tecer considerações sobre o projeto de pesquisa, convidando-os à participação.

As mães e/ou cuidadores principais que ficaram interessados pela proposta responderam ao CBCL (“Child Behavior Checklist” - Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência – Achenbach & Rescorla, 2001) que foi analisado pela pesquisadora de forma a identificar crianças com problemas externalizantes e/ou com indicativos (borderline), os quais precisariam ocorrer em pelo menos um dos eixos avaliados, ainda que coexistissem problemas de natureza internalizante, seja na primeira avaliação seja na segunda, que ocorreu com intervalo de dois meses. Os familiares de crianças que apresentaram problemas apenas de natureza internalizante e/ou não classificarem no CBCL foram excluídos da amostra. Em seguidas os participantes responderam ao RE-HSE-P, em suas residências.

Procedimentos de tratamento de dados

Os dados foram organizados em planilhas no Excel e no SPSS (versão 14.0) de forma a calcular o Kappa e, portanto, aferir a fidedignidade do instrumento nas medidas de teste e reteste. Conforme Pasquali (2000), para testar fidedignidade, são necessários ao menos 20 participantes que responderam com intervalo reduzido o mesmo instrumento, considera-se assim que o número de 41 participantes e o intervalo de dois meses são condições suficientes para testar a fidedignidade do instrumento. Entretanto, devido à natureza do dado, o programa estatístico impediu o cálculo Kappa. Como alternativa foram conduzidas comparações com amostras relacionadas a partir do Teste de Wilcoxon para as classificações obtidas com o instrumento: freqüência de habilidades sociais educativas parentais, habilidades sociais educativas parentais, habilidades sociais infantis, variáveis de contexto, práticas educativas parentais negativas e problemas de comportamento infantis.

A consistência interna foi calculada pelo índice Alfa de Cronbach para aferir o nível de correlação entre os itens do roteiro de entrevrista.

Estudos de validade - Validade de construto (análise fatorial)

Participantes

Participaram desse estudo 213 pais/mães/cuidadores principais de crianças em idade pré-escolar (n = 114) e no ensino fundamental (n = 98), de ambos gêneros (133 meninos e 80 meninas). As características demográficas são: a) 193 mães, 12 pais, 8 avós; b) idade da mães/cuidadoras teve distribuição de 20 a 67 anos (média = 34; desvio padrão = 8,412); c) número de filhos que vivem na casa é de 1 a 5 (média = 2,08; desvio padrão = 0,914); d) grau de escolaridade varia de primeiro grau incompleto a terceiro grau completo, sendo a concentração em médio completo (30%) e primeiro grau incompleto (26,6%); e) a distribuição quanto ao estado civil é: 35 solteiros, 34 divorciados ou separados, 117 casados, 23 com relacionamento sem legalização e 1 viúvo; f) 107 participantes relataram não trabalhar fora de casa (55% da amostra), portanto 45% da amostra trabalha fora; dos que trabalham fora 30% trabalham o período todo e 15% apenas um período; g) quanto a renda tem-se: 5,2% não tem renda, 24,4% ganham um salário mínimo, 30,5% ganham dois salários, 25,8% ganham de três a quatro salários mínimos e 13,2% ganham a partir de cinco salários e 0,9% da amostra não responderam a essa pergunta.

Amostra 1 – Procura por atendimento psicológico (G1)

Composta por 91 participantes que procuraram atendimento, sendo que parte frequentou grupos de intervenção e parte abandonou. Os participantes procuraram espontaneamente pelo atendimento, após divulgação na universidade e em Escolas Municipais Infantis (EMEIs) e Escola de Ensino Fundamental (EMEF).

Procedimentos de coleta de dados

Os participantes inscreveram-se em um Centro de Psicologia Aplicada (CPA) ou diretamente com a pesquisadora, após divulgação do grupo de orientação por meio de cartazes na universidade, anúncio na rádio universitária e palestras nas escolas. O interesse que motivou a inscrição esteve relacionado a queixas quanto aos comportamentos dos filhos, especialmente desobediência e agressividade.

Amostra 2 – Deficiências auditiva e de linguagem (G2) e procedimentos de coleta de dados

Participaram deste estudo 46 mães que responderam o instrumento, cujos filhos apresentavam ou deficiência auditiva ou de linguagem. Os dados foram coletados junto a um centro especializado no atendimento a pessoas com deficiência auditiva e de linguagem de uma cidade do interior do estado de São Paulo.

Amostra 3 – Crianças da comunidade sem problemas (G3) e procedimentos de coleta de dados

Participaram deste estudo 76 participantes, sendo 43 crianças, filhas de mães separadas/divorciadas e 32 crianças, filhas de mães casadas ou em união estável. As participantes foram selecionadas através da colaboração das professoras do ensino infantil e fundamental que indicaram aqueles que eram filhos de pais separados e residiam com suas mães e também indicaram crianças sem problemas de comportamento e deficiências.

Procedimentos de tratamento de dados

Os dados obtidos, a partir das três amostras, foram tratados conforme as seguintes etapas: a) para cada resposta dada aos itens de freqüência do instrumento (n = 14) foi atribuído um escore correspondente à freqüência do comportamento em questão (“freqüentemente” – escore 2; “às vezes” – escore 1 e “nunca/quase nunca” – escore 0); b) elaborada planilha com todos os dados obtidos a partir das respostas espontâneas dos participantes, para os quais foi realizada análise de conteúdo (Bardin, 1977) de forma a elaborar categorias e realizar somatórias quanto a ocorrência; obteve-se 143 categorias.

Validade discriminante

Participantes e procedimentos de tratamento e análise de dados

Foi conduzida, a partir do banco de dados de 213 participantes, a comparação entre grupos: a) mães/cuidadores que procuraram atendimento (n = 88) x mães/cuidadores da comunidade sem problemas (n = 76); b) mães/cuidadores de crianças com problemas de comportamento nas três escalas do CBCL (n = 27) x mães/cuidadores de crianças sem problemas (n = 26). Os dados foram computados, como previamente descritos no estudo de validade de construto e foram calculadas as comparações a partir do Teste U de Mann-Whitney. Foram considerados os resultados a partir de 5% de significância. Para a subamostra de crianças com problemas de comportamento nas três escalas do CBCL foi calculada a Curva ROC.

 

RESULTADOS

Estudos de fidedignidade

A Tabela 1 apresenta os resultados da fidedignidade teste-reteste e, na seqüência, encontram-se as Tabelas de 2 e 3 com as análises que atestam validades discriminantes do RE-HSE-P. Os resultados obtidos a partir da análise fatorial são descritos no texto. Os resultados obtidos com a análise ROC (Receiver Operating Characteristc) são apresentados na Figura 1.

 

 

Observa-se, a partir da Tabela 1, que a maioria dos itens avaliados apresentou estabilidade nas duas avaliações, destaca-se que as habilidades sociais infantis aumentaram na segunda avaliação e o escore total de habilidades sociais educativas parentais reduziu. O coeficiente alpha obtido com o instrumento foi 0,87, sendo considerado satisfatório.

Estudos de validade do RE-HSE-P

 

 

O instrumento, conforme Tabela 2, foi efetivo em discriminar diferenças entre o grupo de pessoas que buscaram por atendimento psicológico em comparação com pessoas procedentes de uma amostra da comunidade, sem problemas, observandose como esperado maiores médias para a amostra da comunidade, sem problemas (G3).

 

 

As comparações dos dados do grupo de mães/cuidadores que identificou problemas de comportamento em suas crianças, em comparação com o grupo que não idenficou (Tabela 3) sinalizaram que parte dos itens avaliados são mais freqüentes para o grupo sem problemas de comportamento, quanto às habilidades sociais infantis, às habilidades sociais educativas parentais e o escore total positivo do RE-HSE-P.

O conjunto dos itens foi submetido a uma Análise Fatorial para verificar os componentes que emergiriam, conforme consta na Figura 1.

Analisando-se os componentes mais relevantes (scree plot), verificou-se que dois fatores explicaram 60,775% da variância total. O primeiro componente (características positivas do relacionamento pais e filhos), com eigenvalue de 2,807 explicou 39,310 % da variância. Tal fator engloba as seguintes categorias e cargas fatoriais: (a) habilidades sociais infantis (0,885); (b) habilidades sociais educativas parentais – HSE-P (0,800); (c) variáveis de contexto (0,792); (d) freqüência positiva de HSE-P (0,412). O segundo componente (características negativas do relacionamento pais– filhos), com eigenvalue de 1,447 explicou 21,465 % da variância, englobando: (a) práticas educativas negativas (0,861); (b) problemas de comportamento infantis (0,725); (c) freqüência negativa de HSE-P (0,450); (d) total negativo (0,862). O índice Kayser- Meyer-Olkin (KMO) observado, que avalia a adequação dos dados para a realização desse tipo de análise, foi 0,740. O teste de esfericidade de Bartlett apresentou resultado significativo (p=0,000), também indicou a adequação dos dados para a análise. Por fim, as comunalidades observadas variaram entre 0,760 e 0,361. As cargas componenciais das subescalas variaram de 0,867 a 0,339. A carga dos itens nos outros fatores foi sempre muito baixa, indicando que a solução de dois fatores é a que melhor traduz o perfil do instrumento.

 

 

Observa-se, a partir da Figura 2, o bom desempenho do instrumento no que se refere à avaliação das HSE-P. A área encontrada foi de 0,769 (p = 0,001), com erro padrão de 0,065 e intervalo de confiança de 95% entre 0,641 e 0,896. O ponto de corte está entre os escores 10 e 14. Quanto às habilidades sociais infantis, nota-se o bom desempenho do instrumento no que se refere à avaliação das habilidades sociais infantis. A área encontrada foi de 0,734 (p = 0,003), com erro padrão de 0,065 e intervalo de confiança de 95% entre 0,599 e 0,869. O ponto de corte está entre os escores 9 e 16. Verifica-se também o bom desempenho do instrumento no que se refere à avaliação geral dos itens positivos do RE-HSE-P. A área encontrada foi de 0,670 (p = 0,034), com erro padrão de 0,076 e intervalo de confiança de 95% entre 0,520 e 0,819. O ponto de corte está entre os escores 22 e 31.

 

DISCUSSÃO

Quanto aos estudos de fidedignidade foram encontrados resultados satisfatórios (Cortina, 1993) no que se refere ao alpha obtido. Observou-se no estudo em questão que apenas dois itens avaliados não apresentaram estabilidade temporal, o que pode ser considerado satisfatório. Esse resultado pode ser explicado pela característica do instrumento de produzir repertório de autoconhecimento, tal como proposto por Skinner (1974), em que o entrevistador ao fazer perguntas promove reflexão e descrição de contingências que podem suscitar mudanças comportamentais, antes mesmo de intervenções. O instrumento, quanto aos aspectos positivos, apresenta um fator (Pasquali, 2000) que foi denominado de Características positivas da interação pais e filhos e outro fator denominado Características negativas da interação pais e filhos.

Esse resultado atesta o construto teórico e empírico da relação contingente entre comportamento de pais e filhos (Bolsoni-Silva & Marturano, 2002; Bolsoni-Silva & Marturano, 2007; Conte, 1997; Jouriles & colaboradores, 2001; Kaiser & Hester, 1997; Loeber & Hay, 1997; Patterson, DeBaryshe & Ramsey, 1989; Patterson & colaboradores, 2002; Webster-Stratton, 1997) e da capacidade empírica de mensurá-los. Na área da análise do comportamento e do treinamento de habilidades sociais não se dispõe de instrumento que mensure todas essas variáveis concomitantemente através do relato verbal, o mais próximo é o de Gomide (2006) sobre práticas educativas e não possui tais características.

Foram conduzidas análises discriminantes e os resultados, em sua maioria, condizem ao esperado pela literatura. Habilidades sociais infantis, habilidades sociais educativas parentais e variáveis de contexto foram mais freqüentes na amostra da comunidade em relação a quem buscou atendimento e à amostra com problemas de comportamento (Bolsoni-Silva & Marturano, 2007; Chechia & Andrade, 2005; Cowan & colaboradores, 1996; Eschiletti Prati & Elzirik, 2006; Okano, Loureiro, Linhares & Marturano, 2004; Pacheco, Teixeira & Gomes, 1999; Pierson, Carter, Lane & Glaeser, 2004). As categorias obtidas com o instrumento em todos os aspectos avaliados estão de acordo com a literatura de habilidades sociais (Del Prette & Del Prette, 2001a) e de práticas parentais (Gomide, 2006). As habilidades sociais educativas parentais encontradas são as já identificadas por Bolsoni-Silva e Marturano (2002) e definidas por Bolsoni-Silva (2008), oferecendo consistência e fidedignidade ao dado.

 

 

O RE-HSE-P sugere que intervenções possam ser efetivas a partir da descrição funcional dos comportamentos avaliados (Torós, 1997, Goldiamond, 1974) no que se refere a aumentar habilidades sociais educativas parentais e habilidades sociais infantis. Resultados de intervenções que utilizaram esse instrumento (Bolsoni-Silva, Silveira & Ribeiro, 2008; Bolsoni-Silva & colaboradores, 2008) confirmaram a hipótese deste estudo, à medida que as habilidades sociais das famílias aumentaram, também melhoraram tais comportamentos das crianças e reduziram os problemas. Este raciocínio sugere a relevância de avaliar amplamente o repertório social do cliente (Skinner, 1984), incluindo o repertório socialmente habilidoso (Goldiamond, 2002/1974; Kanfer & Saslow, 1976).

Alguns comportamentos da criança precisam de limites, pois podem causar prejuízos à sua saúde, bem como podem prejudicar suas interações sociais lhe suprimindo alguns reforçadores. Goldiamond (2002/1974) acredita que uma visão não patológica/médica de atendimento focaria não o problema e sim promoveria comportamentos alternativos; desta forma, quando a mãe ensina a obedecer solicitando mudança de comportamento, ao invés de bater, está oferecendo à criança condições para que amplie seu repertório comportamental e, consequentemente obtenha reforçadores sociais.

A obediência parece ser importante na redução de problemas de comportamento (Pacheco & colaboradores, 1999, Patterson & colaboradores, 2002), no entanto, a responsividade parental (Bolsoni-Silva, 2003, Pacheco & colaboradores, 1999) quanto às necessidades da criança (conversar sobre assuntos de interesse, brincar, dar atenção, carinho) parece evitar o surgimento e a manutenção de problemas de comportamento. Os resultados obtidos são concordantes com os de Patterson e colaboradores (2002) que apontam que problemas de comportamento ocorrem pela falta de monitoria, limites, consistência e conseqüências efetivas para comportamentos socialmente habilidosos e para respostas indicativas de problema. Complementarmente, os resultados obtidos estão concordantes com os de Bolsoni-Silva e Marturano (2007; 2008) que verificaram que pais de pré escolares socialmente habilidosos emitiam, com mais freqüência e qualidade, habilidades sociais educativas de comunicação, expressão de sentimentos e enfrentamento e estabelecimento de limites. Na literatura internacional alguns autores também chamam a atenção para a necessidade de promover relacionamento positivo e competência social da criança – tempo de qualidade, conversar com a criança, afeto físico (Cowan & colaboradores 1996), além de ouvi-la atentamente (Brestan & colaboradores, 1999). Webster-Stratton (1997) afirma que são poucos os estudos preocupados em promover a competência social em crianças e familiares.

Agindo de forma socialmente habilidosa, os pais oferecem modelos de conversação e de expressividade para a criança, além de modelar novas respostas que podem ajudá-la a obter atenção e a resolver problemas interpessoais. Para Del Prette e Del Prette (2001a) a competência maximiza ganhos e minimiza perdas nas interações sociais. Tais colocações estão de acordo com Goldiamond (2002/1974) que afirma que todo comportamento considerado disruptivo, no caso os problemas externalizantes e internalizantes, têm um propósito, isto é, produzir reforçadores (atenção, resolver problemas etc.), ainda que também tragam prejuízos. Neste ínterim, novos repertórios necessitariam ser construídos a fim de que com estes a pessoa pudesse obter os reforçadores de que necessita.

Problemas de comportamento parecem ser multideterminados (Patterson & colaboradores, 2002), sendo que uma das variáveis referem-se às relações estabelecidas entre pais e filhos (Webster- Stratton, 1997). Desta forma, por mais que programas de intervenção sinalizem que possam ser efetivos em ampliar os repertórios sociais e reduzir problemas de comportamento não se pode desconsiderar que condições sócio-econômicas (Patterson & colaboradores, 2002), conflitos conjugais (Patterson & colaboradores, 2002) e outras variáveis extressantes (Patterson & colaboradores, 2002; Webster-Stratton, 1997) podem interferir e prejudicar o alcance de todos os objetivos delineados, como a superação total dos problemas de comportamento. A amostra deste estudo possui renda familiar bastante reduzida e não foram investigadas e controladas variáveis como conflitos conjugais e outras fontes de estresse (Matsukura, Marturano, Oishi & Borasche, 2007), indicando uma limitação do presente estudo.

Como limitações destacam-se a amostra reduzida, sobretudo nas comparações realizadas para a verificação da validade discriminante, bem como a falta de outros instrumentos de avaliação, sobretudo de observação do comportamento, de forma que não se pode afirmar que o relato corresponde ao que realmente pais e crianças fazem no seu dia-a-dia, o que poderá ser abordado em estudos futuros, com metodologia observacional.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O RE-HSE-P apresentou boas propriedades psicométricas de fidedignidade e validades de construto e discriminante. Tal como proposto o instrumento pode ser utilizado em pesquisas de avaliação e de intervenção clínica, permitindo a avaliação de escores indicativos de problemas e de habilidades, tendo aplicabilidade em clínicas escola e em ambulatórios, com a função de triagem.

 

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Recebido em abril de 2009
1ª revisão em outubro de 2009
2ª revisão em dezembro de 2009
Aprovado em fevereiro de 2010

 

 

SOBRE OS AUTORES:

Alessandra Turini Bolsoni-Silva: Universidade Estadual Paulista, Bauru, Brasil.
Sonia Regina Loureiro: Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil.

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Email: bolsoni@fc.unesp.br

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