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Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471

Aval. psicol. vol.10 no.1 Porto Alegre abr. 2011

 

EDITORIAL

 

 

O volume 10 inicia com seu primeiro número já conduzido por uma nova equipe editorial, que agradece à diretoria do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) a confiança em depositar em nossas mãos o único periódico científico sobre o tema, publicado no Brasil. Temos muito que agradecer pelo trabalho dos editores que nos sucederam por deixarem esse legado a nossa área de conhecimento. Especial destaque deve ser dado ao trabalho da equipe que teve à frente a Dra. Ana Paula Noronha, editora que concluiu a última gestão e que, além de dar continuidade à melhoria constante da qualidade da revista, deixou-a com sua publicação totalmente regularizada. Vamos continuar contando com o valioso auxílio da Dra. Sonia Pasian, que continua como editora associada e com a do Dr. Claudio Simon Hutz que, mais uma vez, emprega seu tempo e competência em favor da revista Avaliação Psicológica.

Deve ser ressaltada, ainda, a expressiva ampliação do Conselho Editorial, com a inclusão de pesquisadores nacionais de diversas regiões brasileiras e de outros países, todos eles reconhecidos por sua experiência científica e acadêmica na área. Contamos com a colaboração desse grupo de consultores para que a revista continue sendo uma publicação bem qualificada, tal como tem sido desde a sua criação. Neste número em especial são apresentados 10 artigos, cujos temas são brevemente descritos a seguir.

Com o título de Escala de ajustamento escolar: estrutura fatorial e correlatos demográficos, o trabalho de Patrícia Nunes da Fonseca, Valdiney V. Gouveia, Rildésia S. V. Gouveia, Carlos Eduardo Pimentel e Ana Karla Silva Soares procurou comprovar a estrutura fatorial da Escala de Ajustamento Escolar para a realidade brasileira. Os resultados indicaram que o modelo com quatro componentes foi o mais adequado para a EAE. Os autores identificaram diferença na pontuação dos participantes em relação aos componentes dificuldades acadêmicas e relacionamento com professores e estudantes, segundo a série e o tipo de escola, respectivamente.

No artigo Adaptação humana em contextos desportivos: Contributos da teoria para a avaliação psicológica, Rui Gomes analisou as aplicações do modelo transacional cognitivo, motivacional e relacional de Lazarus aos contextos desportivos, nomeadamente ao estudo do confronto dos atletas com o stress. Foram observados os conceitos fundamentais subjacentes ao modelo, propondo igualmente um guião de entrevista que analisou cada um destes domínios, usando como exemplo o confronto com situações de stress. O resultado traz ao público a Entrevista de Avaliação Psicológica de Atletas: Gestão de Stress (EAPAGS).

As autoras Maiana Farias Oliveira Nunes e Ana Paula Porto Noronha apresentaram análises psicométricas da Escala de Autoeficácia para Atividades Ocupacionais: estudo da estrutura interna e precisão. A precisão dos fatores, por Alfa de Cronbach, foi considerada muito boa e a análise fatorial sugeriu evidências de validade favoráveis à EAAOc. A escala mostrou boas condições para uso em Orientação Profissional e para pesquisas na área.

O objetivo do estudo de Claudio Simon Hutz e Cristian Zanon foi produzir normas e atualizar as propriedades psicométricas da Escala de Autoestima de Rosenberg, adaptada por Hutz no ano 2000. No artigo Revisão da adaptação, validação e normatização da escola de autoestima de Rosenberg, os autores mostram que a análise de componentes principais revelou que a melhor solução seria unifatorial como a que foi anteriormente encontrada, em concordância com o resultado original de Rosenberg. A consistência interna da escala foi satisfatória, sendo também identificada correlação negativa entre idade e autoestima.

Devido à importância do modelo dos Cinco Grandes Fatores para avaliação da personalidade, o estudo Modelo dos cinco grandes fatores da personalidade: análise de pesquisas de Izabella Brito Silva e Tatiana de Cássia Nakano teve por objetivo realizar um levantamento de pesquisas feitas no Brasil acerca deste modelo nas bases de dados Scielo e PEPSIC e nas quatro edições do Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica. Os trabalhos mostraram um crescente aumento no número de publicações sobre a temática, com concentração de pesquisas nas regiões Sul e Sudeste, desenvolvidas principalmente por pesquisadores ligados à UFRGS e à USF.

O estudo de Maria João Vieira, Rui Bártolo Ribeiro, Leandro Almeida e Ricardo Primi, publicado com o título Comparação de modelos da Teoria de Resposta ao Item (TRI) na validação de uma prova de dependência-independência de campo, analisa itens de uma prova que avalia o constructo dependência-independência de campo – Teste “Padrões” – com os modelos de um, dois e três parâmetros da Teoria de Resposta ao Item (TRI). Os autores realizaram uma análise fatorial, a qual indicou a existência de dois fatores. Posteriormente, cada um dos fatores foi analisado à luz dos modelos unidimensionais da TRI, revelando-se que a divisão dos dois fatores está relacionada com a dificuldade dos itens.

Características de personalidade de mulheres que se submeteram à cirurgia bariátrica é o título do trabalho de Flávia Langaro, Ana Paula Kroeff Vieira, Letícia Carol Poggere e Clarissa Marceli Trentini, no qual foram analisados os perfis de personalidade de mulheres que realizaram cirurgia bariátrica tomando por base os resultados obtidos no Inventário Fatorial de Personalidade (IFP), Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). Os resultados obtidos podem contribuir para auxiliar no preparo pré-cirúrgico e indicar uma melhor adesão das pacientes às recomendações da equipe multiprofissional após o procedimento.

No artigo Aplicação do modelo interativo no contexto do Individualismo e Coletivismo, Gislane Ferreira de Melo e Adriana Giavoni utilizam o Inventário de Perfil Idiocêntrico- Alocêntrico para Atletas. Os resultados permitiram observar que quando os campos do Idiocentrismo e Alocentrismo tornam-se mais distantes da bissetriz, o domínio vertical aumenta (hierarquia) e a maior proximidade da bissetriz favorece o domínio horizontal (igualdade). Contudo, argumentam que esses domínios não refletem a predominância de um constructo sobre o outro.

A escala Center for Epidemiologic Studies Scale (CES-D) é um dos instrumentos mais utilizados no mundo inteiro para a avaliação da sintomatologia depressiva em diversas faixas etárias. No artigo de Nelson Hauck Filho e Marco Antônio Pereira Teixeira, A estrutura fatorial da escala CES-D em estudantes universitários brasileiros, é apresentado o resultado da análise confirmatória de diferentes estruturas teoricamente plausíveis para a CES-D em uma amostra universitária, partindo de uma versão brasileira já existente da escala. Os resultados mostraram que uma estrutura com quatro fatores, semelhante à encontrada no estudo original do instrumento, apresentou o melhor ajuste aos dados. Aspectos complexos da estrutura fatorial do instrumento e potencialidades do mesmo são discutidos ao final.

O Questionário de Saúde Geral (QSG-12) tem sido um dos instrumentos mais utilizados na avaliação da saúde psicológica, embora não haja consenso sobre a sua estrutura fatorial. O artigo Estrutura fatorial do Questionário de Saúde Geral (QSG-12) em uma amostra de professores escolares consiste na apresentação dos resultados da pesquisa de Bruno Figueiredo Damásio, Wagner de Lara Machado e Joilson Pereira da Silva sobre a estrutura fatorial do QSG-12. Os autores verificaram que a solução bidimensional mostrou um melhor ajuste em comparação à estrutura unifatorial.

 

Acácia Aparecida Angeli dos Santos, editora.


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