SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.11 número2Eficacia colectiva de profesores: análisis de escalas internacionales de evaluaciónAdaptación del cuestionario de personalidad de eysenck para niños en edad preescolar: versión hetero reporte índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Avaliação Psicológica

versión impresa ISSN 1677-0471versión On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.11 no.2 Itatiba abr./jun. 2012

 

 

Interesses profissionais e personalidade: um aporte para a integração dos construtos

 

Professional interests and personality: an attempt to integrating constructs

 

Intereses profesionales y personalidad: un aporte para la integración de los constructos

 

 

Rodolfo A. M. Ambiel1,I; Ana Paula Porto NoronhaI; IIMaiana Farias Oliveira Nunes

IUniversidade São Francisco
IIFaculdade Avantis

 

 


RESUMO

Este artigo objetivou estudar as relações entre interesses profissionais, medidos pela Escala de Aconselhamento Profissional (EAP) e os traços de personalidade, medidos pela Bateria Fatorial de Personalidade. Participaram 298 estudantes das três séries do ensino médio, sendo 56,7% mulheres, com idade média de 16,16 anos. Verificou-se, de modo geral, que as associações entre interesses e personalidade foram baixas e, em muitos casos, não significativas. Neuroticismo foi o fator menos relacionado às áreas de interesse. Os fatores Extroversão e Abertura permitiram interpretações mais amplas, uma vez que se correlacionaram significativamente com muitas dimensões da EAP. Por fim, os fatores Socialização e Realização relacionaram-se significativamente com áreas de interesse mais específicas. Os dados são discutidos quanto às possíveis interpretações geradas pela análise conjunta desses construtos, especialmente considerando as aplicações para psicólogos que atuam em Orientação Profissional com jovens.

Palavras-chave: interesses profissionais; traços de personalidade; modelo dos cinco grandes fatores de personalidade; orientação profissional.


ABSTRACT

This paper aimed at analyzing relationships between interests, measured by "Escala de Aconselhamento Profissional" and personality traits, assessed by "Bateria Fatorial de Personalidade". 298 students from the three grades of high school took part on this study, 56,7% were women and mean age was 16,6. In general, there were correlations of small magnitude, and many of them were non-significant. Neuroticism was the factor that was least related to interests. Extroversion and Openness allowed wider interpretations, once they were significantly related to many interest areas. Agreeableness and Conscientiousness related to more specific interest areas. Data are discusses in terms of possible interpretations guided by the conjoint analysis of these constructs, especially considering psychologists who work with adolescents in Vocational Guidance.

Keywords: professional interests; personality traits; five factor model of personality; vocational guidance.


RESUMEN

Este artículo tiene por objeto estudiar las relaciones entre intereses vocacionales, medidos por la "Escala de Aconselhamento Profissional" (EAP) y rasgos de personalidad según lo medido por la "Bateria Fatorial de Personalidade" (BFP). Participaron 298 estudiantes de tres grados de escuelas secundarias. Mujeres compusieron 56,7% de la muestra, la edad media fue de 16,16 años. Fue encontrado, en general, que las asociaciones entre los intereses y la personalidad fueron bajas y, en muchos casos, no significativas. El factor Neuroticismo fue el menos relacionado con las áreas de interés. Los factores Extraversión y Apertura permitieron interpretaciones más amplias, ya que se correlacionaron significativamente con varias dimensiones de la EAP. El factor Socialización se relacionó significativamente con más áreas específicas de interés. Los datos son analizados en relación a las posibles interpretaciones generadas por el análisis conjunto de esas construcciones, especialmente para psicólogos que trabajan con los jóvenes en la orientación profesional.

Palabras-clave: intereses profesionales; rasgos de personalidad; modelo de cinco factores de personalidad; orientación profesional.


 

 

A avaliação psicológica no contexto vocacional tem se centrado, historicamente, na compreensão das interlocuções entre três diferentes construtos, quais sejam, os interesses profissionais, a personalidade e as habilidades (Noronha & Ambiel, 2006). Psicólogos e pesquisadores têm empreendido esforços no sentido de criar teorias e instrumentais capazes de captar as diferenças individuais das pessoas nessas três variáveis, embora algumas lacunas ainda existam. Mais especificamente, Staggs, Larson e Borgen (2007) afirmam que a personalidade e os interesses têm papel central nos modelos explicativos dos resultados vocacionais.

Apesar da grande quantidade de estudos investigando essas variáveis, sobre a definição dos interesses profissionais, especialmente, ainda há muita discussão. Mark L. Savickas, um dos mais eminentes teóricos do tema, em um texto de 1999 afirma que os estudos sobre a avaliação dos interesses profissionais têm sido feitos a partir de um ponto de vista operacional e empírico, ocupando-se basicamente da construção e validação de inventários de interesses. Dessa forma, os estudos teriam um importante valor prático, mas não favoreceriam o desenvolvimento teórico no sentido de não haver uma correspondência entre as explicações linguísticas sobre os construtos e sua forma operacionalizada.

Savickas (1999) faz uma interessante discussão sobre o assunto, retomando a origem etimológica do termo. Assim, o autor explica que, em latim, a palavra interesse significaria "estar entre" (inter est), no sentido de intervir entre duas coisas ou observá-las. Esse autor destaca o processo cognitivo da atenção seletiva para a compreensão do conceito, uma vez que o interesse ocorreria quando uma pessoa julgasse que uma situação seria vantajosa para si, atentando-se a ela e então diminuindo a distância entre si e a situação. Em outro texto, o mesmo autor (Savickas, 1995) havia usado uma metáfora para exemplificar o que são os interesses, indicando que eles podem ser entendidos como uma ponte que ligaria o indivíduo a um determinado papel social, agindo, assim, como um guia para um planejamento de vida.

Entretanto, uma definição que parece ser razoavelmente aceita, especialmente entre os psicometristas, é a de Strong (1943), que foi corroborada em 1994 por Lent, Brown e Hackett, afirmando que os interesses profissionais são padrões de preferências, aversão ou indiferença por estímulos relacionados à carreira ou ocupações. Nessa direção, no Brasil, Noronha, Sisto e Santos (2007) utilizaram- se de pressuposto semelhante para embasar a construção da Escala de Aconselhamento Profissional (EAP), definindo os interesses profissionais como a preferência por algumas atividades laborais em detrimento de outras.

Já a personalidade pode ser entendida como o padrão de respostas mais comuns sobre como as pessoas agem, pensam e sentem (Digman, 1990). Um dos modelos mais estudados atualmente é o dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade, que compreende a expressão dela em termos dos fatores Neuroticismo, Socialização, Extroversão, Realização e Abertura (Digman, 1996; McCrae & Costa, 1996; McCrae & Costa, 1997). Autores influentes como Holland (1959, 1963) pressupõem que os interesses são uma forma de expressão da personalidade, no ambiente de trabalho.

Sobre a relação entre interesses profissionais e personalidade, Savickas (1995) afirma que as escolhas dos clientes, expressas por meio dos inventários de interesse, podem dar pistas importantes sobre sua personalidade, e enfatiza que é possível inferir sobre uma variável a partir de outra. O autor chega a se surpreender com o fato de a prática de integração dos construtos ter caído em desuso na atuação profissional nos Estados Unidos, uma vez que ela sugere a estreita relação entre eles.

No mesmo sentido, Ackerman e Beier (2003) afirmam que a integração entre construtos complexos como os interesses, personalidade e habilidades mostrou ser uma tarefa difícil, tendo que ir além da realização de meta-análises, que computem as médias das correlações indicadas em outros trabalhos. Em um estudo anterior, Ackerman e Heggestad (1997) discutem a possibilidade de se pensar em quatro grandes categorias que agrupem traços de personalidade, interesses profissionais e habilidades cognitivas positivamente correlacionados, aos quais Ackerman e Heggestad (1997) chamam de complexos de traços.

No primeiro complexo, denominado Social, os autores alocaram interesses Sociais e Empreendedores, além de traços de personalidade Extroversão, Socialização e Bem-estar. No segundo, chamado de Convencional, os interesses convencionais foram colocados juntos com os traços Controle, Consciensiosidade e Tradicionalismo, sendo que também foi incluída a habilidade denominada velocidade perceptual. O terceiro complexo, denominado Ciência/Matemática, foi composto por interesses Investigativos e Realísticos e habilidades de percepção visual e raciocínio matemático. Por fim, o quarto e último complexo, designado Intelectual/ Cultural, foi formado por interesses Investigativos e Artísticos, traços de Abertura e Absorção, e habilidades ligadas à inteligência cristalizada e fluência de ideias. Ackerman e Beier (2003) comentam que os achados desse estudo acabam por assumir um caráter qualitativo, considerando que, na prática da orientação profissional, esse modelo de integração, por aglomerar as características psicológicas que apresentam afinidades entre si, pode ser útil para profissionais e clientes, uma vez que pode se tornar mais informativo que quando se considera todo o rol de traços, tipos e habilidades que podem ser avaliados (Ackerman & Heggestad, 1997).

Staggs, Larson e Borgen (2007) realizaram meta-análise a partir de dados de cinco estudos que investigaram as correlações entre o Multidimensional Personality Questionaire e o Strong Interest Inventory, a partir das respostas de 2.023 pessoas, incluindo adolescentes, universitários e adultos. O objetivo dos autores foi avaliar a validade do modelo dos complexos de traços de Ackerman e Heggestad (1997), sendo que as correlações variaram entre 0,20 e 0,49, e a variância compartilhada ficou entre 4 e 24%. Os resultados indicaram que os dados reforçaram os achados, no sentido de que as correlações positivas entre os traços de personalidade e os interesses avaliados foram coerentes com os encontrados originalmente.

No Brasil, um estudo com uma proposta semelhante foi realizado, qual seja, a de identificar empiricamente as relações entre os interesses, personalidade e habilidades cognitivas. Nunes e Noronha (2009) aplicaram a EAP e o Self-Directed Search (SDS) como medida de interesses; a Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) e a Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5), em 211 estudantes de Ensino Médio do estado do Paraná. Para verificar as relações entre os construtos, as autoras realizaram uma análise fatorial com os escores dos quatro instrumentos utilizados, chegando a uma solução de seis fatores, que se mostrou teoricamente coerente, com 64,5% de variância explicada. O que se observou nos resultados foi que os quatro primeiros fatores englobaram aspectos de interesses e personalidade.

No primeiro fator, destacaram-se as dimensões Artes e Comunicação e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (EAP); o tipo Artístico (SDS); o fator de personalidade Abertura; além do fator de personalidade Extroversão e da dimensão Entretenimento (EAP), ambas com cargas fatoriais mais baixas. No segundo fator, as dimensões da EAP Atividades Burocráticas e Entretenimento juntaram-se com os tipos Convencional e Empreendedor (SDS), além da participação de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. No terceiro, ficaram as dimensões Ciências Biológicas e da Saúde e Ciências Agrárias e Ambientais, os tipos Social e Investigativo e o fator Socialização, além das participações (nos dois casos com cargas baixas) de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e do tipo Investigativo. O quarto fator ficou composto pelos tipos Realista e Investigativo, e pelas dimensões Ciências Exatas e Ciências Agrárias e Ambientais. Vale ressaltar que a dimensão Ciências Humanas e Sociais apresentou carga fatorial de 0,30 nos três primeiros fatores, concomitantemente. No quinto fator, juntaram-se as quatro provas de raciocínio aplicadas, e o sexto fator agregou os fatores de personalidade Neuroticismo, Extroversão e Realização. Os únicos traços de personalidade que não se agruparam em outros fatores foram Neuroticismo e Realização.

Outro estudo, que contou com 115 adolescentes residentes no estado do Paraná, também analisou as associações entre interesses e personalidade por meio do SDS e BFP (Nunes & Noronha, no prelo). Observaram-se correlações positivas e estáveis tanto para homens como para mulheres entre o fator Abertura e os tipos Artístico e Social; entre Extroversão e o tipo Empreendedor; entre Socialização e o tipo Social. As autoras realizaram análises de regressão buscando prever os interesses a partir dos traços de personalidade, juntamente com a variável sexo. Os modelos explicaram entre 20 e 40% da variância, sendo que ao menos um traço de personalidade contribuiu para a previsão dos tipos de interesse. As autoras discutiram que, embora haja muitas aproximações entre interesses e personalidade, não é possível explicar um construto pelo outro, sendo conveniente a análise de ambos quando da reflexão sobre a escolha da profissão.

Ainda no contexto brasileiro, outros estudos investigando as relações entre os construtos foram realizados. Primi e cols. (2002) avaliaram os interesses por meio do Levantamento de Interesses Profissionais (LIP); a personalidade com o 16 Personality Factors (16PF); e as habilidades cognitivas foram avaliadas pela BPR-5, embora presentemente o foco seja dado para os dois primeiros construtos. Os sujeitos da pesquisa foram 60 adolescentes que frequentavam um programa de OP em uma cidade do interior de São Paulo, e os resultados obtidos indicaram que pessoas com interesses pela área Social tendem a se apresentar como atenciosos, participativos, sensíveis, harmoniosos e flexíveis, enquanto que pessoas com interesses em Ciências Físicas tendem a apresentar características opostas.

Outras correlações obtidas nesse estudo que merecem destaque dizem respeito ao interesse por Cálculos, que se mostrou relacionado às características como praticidade, objetividade, realismos, inflexibilidade, firmeza e baixa necessidade de aprovação. Já os interesses por Artes foram relacionados às características de apresentar respostas diferentes da maioria das pessoas, sensibilidade, harmonia, autorregulação, flexibilidade e intuição.

Visando estudar as relações entre os interesses tais como medidos pelo Self-Directed Search (SDS), e traços de personalidade, por meio do Inventário Fatorial de Personalidade (IFP), Primi, Moggi e Casellato (2004) avaliaram 81 pessoas com idades predominantemente entre 16 e 18 anos, participantes de um programa de OP no interior de São Paulo. As correlações significativas, de baixa magnitude (r entre 0,22 e 0,39), indicaram que o tipo Realista (SDS) se correlacionou com o fator Heterossexualidade (IFP); o tipo Investigativo se correlacionou com os fatores Exibição e Desejabilidade; o tipo Artísitico obteve correlações com os fatores Assistência, Intracepção, Deferência e Afiliação; o tipo Social se relacionou aos fatores Assistência, Intracepção, Agressividade e Desejabilidade; o tipo Empreendedor relacionouse aos fatores Dominância, Desempenho, Exibição, Agressão, Autonomia, Heterossexualidade e Ordem; e, por fim, o tipo Convencional se relacionou ao fator Persistência. Os autores afirmaram que todas as correlações eram esperadas teoricamente, e indicaram que os resultados podem ser compreendidos como evidências de validade para a versão brasileira do SDS.

Por sua vez, o estudo de Bordão-Alves e Melo-Silva (2008) avaliou as relações entre interesses e personalidade a partir das propostas do Teste de Fotos de Profissões (BBT-Br) e das Escalas de Personalidade Comrey (CPS). Os instrumentos foram aplicados em 107 estudantes do terceiro ano de uma escola pública do interior de São Paulo, com idades entre 16 e 18 anos. Os resultados mostraram que as correlações significativas, a exemplo do estudo de Primi e cols. (2004), foram de magnitude baixa, variando entre 0,19 e 0,30, dentre as quais, algumas são destacadas a seguir.

Na amostra estudada, pessoas com interesses por atividades que envolvam a sensibilidade e subjetividade (Fator W do BBT) parecem ter maior facilidade para se emocionar em situações afetivas ou se impressionar diante de cenas fortes, e ainda tendem a ser mais introspectivas. No entanto, baixa preferência por esse mesmo fator (W) parece indicar uma postura mais ríspida em relação aos outros e menos empática. O fator K do BBT indica interesses por atividades que envolvam agressividade, mostrouse negativamente correlacionado com características de personalidade que indiquem presença de força e energia interna para encarar os desafios. O fator S do BBT, relativo ao senso social, correlacionou-se positivamente com traços de personalidade relativos às atividades constantes, energia, perseverança e empatia.

Estar em evidência e a admiração pela estética e beleza são as principais características do fator Z do BBT, e ele se correlacionou positivamente com características ditas tipicamente femininas, e negativamente com as tipicamente masculinas. O fator V, que é relativo à razão e precisão, esteve relacionado positivamente com o traço de personalidade que indica estabilidade emocional. Já as preferências pelo fator G (criatividade e imaginação) estiveram correlacionadas com características relativas à abstração, criação, pesquisa, organização, cautela, perseverança e atividade. Pessoas que tenderam a rejeitar o fator M do BBT (materialidade e concretude) indicaram apresentar maior autoconfiança. Por fim, o fator do BBT caracterizado pela oralidade (O) indicou relação com extroversão, baixa empatia e pouca percepção de emoções.

Assim, tal como exposto anteriormente, parece haver relações entre interesses e personalidade. É nesse ensejo que se insere o presente trabalho, cujo objetivo foi investigar as correlações entre as dimensões da EAP e os fatores da BFP em um grupo de estudantes de ensino médio de dois estados brasileiros.

Método

Participantes

Participaram desta pesquisa 298 adolescentes, estudantes de ensino médio de escolas particulares dos estados de São Paulo (N=87) e Paraná (N= 211). A amostra foi composta por 169 (56,7%) mulheres e 129 (43,3%) homens, com idades variando de 14 a 18 anos e média de 16,16 anos (DP=0,8). Quanto às séries, 61 (20,5%) pessoas cursavam a primeira série, 22 (7,4%) a segunda e 200 (67,1%) a terceira série do ensino médio, sendo que 15 (5%) não informaram a série.

Instrumentos

Escala de Aconselhamento Profissional (EAP – Noronha, Sisto & Santos, 2007)

A EAP conta com 61 itens que expressam atividades profissionais, nos quais o respondente deve marcar a frequência com que desenvolveria tais atividades numa escala likert de cinco pontos (de 1 a 5). Com relação aos estudos psicométricos, participaram 762 estudantes universitários de 13 carreiras distintas, sendo a maioria do estado de São Paulo. Dentre as evidências de validade, destaca-se o estudo de validade de construto que, por meio da análise fatorial, chegou a uma solução composta por sete fatores, a saber: Ciências Exatas (14 itens), Artes e Comunicação (14 itens), Ciências Biológicas e da Saúde (9 itens), Ciências Agrárias e Ambientais (13 itens), Atividades Burocráticas (13 itens), Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (10 itens) e Entretenimento (seis itens), cujos índices de saturação foram superiores a 0,30 e variância explicada de 57,31%. A validade de critério também foi considerada, uma vez que foram comparadas as médias obtidas pelos participantes em cada dimensão em relação ao curso de cada um. Quanto à precisão, estudos de consistência interna foram realizados, sendo que os valores de alfa de Cronbach ficaram entre 0,79 e 0,94 e os de Spearman-Brown e Guttman entre 0,75 e 0,91.

Bateria Fatorial de Personalidade (BFP – Nunes, Hutz & Nunes, no prelo)

Baseada no modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade, a BFP conta com 126 itens, que são afirmativas em que os sujeitos devem responder quanto se assemelham a elas, em uma escala likert de sete pontos (de 1 a 7). As cinco dimensões e suas respectivas facetas são Neuroticismo (Vulnerabilidade, Instabilidade emocional, Passividade/falta de energia e Depressão), Realização (Competência, Ponderação/prudência e Empenho/comprometimento), Abertura para novas experiências (Interesse por novas ideias, Liberalismo e Busca por novidades), Extroversão (Comunicação, Altivez, Dinamismo e Interações Sociais) e Socialização (Amabilidade, Pró-sociabilidade e Confiança nas pessoas).

Esses fatores, que foram teoricamente construídos e empiricamente validados por meio de análises fatoriais, avaliam, respectivamente, o nível de ajustamento emocional e instabilidade; a organização, persistência, motivação e responsabilidade para alcançar objetivos; os comportamentos exploratórios e a valorização dos mesmos; nível de interação interpessoal em termos de quantidade e intensidade; tipo de interação social que varia em contínuo da compaixão ao antagonismo. Para os estudos psicométricos, a amostra normativa (N=6.599) foi principalmente formada por estudantes universitários e secundaristas, sendo relatados vários estudos da relação da BFP com testes que avaliam o mesmo construto e com construtos relacionados, sugerindo evidências de validade favoráveis para as interpretações propostas. A consistência interna dos fatores variou entre 0,85 e 0,89.

Procedimentos

As coletas se deram de duas maneiras distintas. Os participantes paranaenses participavam de um processo de orientação profissional em grupo, com um total de seis encontros, em que vários instrumentos foram aplicados, além de palestras informativas sobre diversas profissões. Os paulistas foram participantes de uma coleta de dados com o objetivo de pesquisa, realizada coletivamente nas escolas, sendo que outros instrumentos também foram aplicados, em sala de aula. É importante ressaltar que, em ambas as coletas, todos os procedimentos éticos foram respeitados, desde a aprovação pelo comitê de ética, explicação dos objetivos aos participantes e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos responsáveis legais.

 

Resultados e Discussão

Nesta seção serão apresentadas as correlações entre as dimensões da EAP com cada um dos cinco fatores de personalidade avaliados pela BFP e suas respectivas facetas. A Tabela 1 apresenta as correlações da EAP com o fator Neuroticismo e suas facetas: Vulnerabilidade (N1), Instabilidade emocional (N2), Passividade/falta de energia (N3) e Depressão (N4).

 

 

Os dados apresentados na Tabela 1 indicam que apenas uma correlação significativa foi encontrada, qual seja, entre a dimensão Atividades Burocráticas da EAP com a faceta Vulnerabilidade do fator Neuroticismo, de forma negativa. Assim, pode-se dizer que, na amostra estudada, pessoas com preferência por Atividades Burocráticas tendem a se sentir mais independentes da opinião dos outros, buscando menos frequentemente a aceitação de outras pessoas e possuindo elevada autoestima. Entretanto, é importante frisar que, embora seja uma tendência da amostra, a baixa magnitude da correlação indica que as variáveis compartilham pouca variação, o que faz com que as interpretações sejam parcimoniosas. Resultado semelhante foi encontrado por Ackerman e Heggestad (1997), em cujo estudo os interesses mais convencionais e burocráticos foram alocados juntamente com o traço controle, que diz respeito à autorregulação emocional exercida pelo próprio sujeito. Além disso, no estudo de Nunes e Noronha (2009) pode-se observar que Neuroticismo carregou em um fator em que não havia nenhuma variável de interesses, corroborando a única e baixa correlação encontrada nesse estudo. Destaca-se, conforme já apontado por Nunes e Noronha (2009), que talvez esse fator de personalidade seja mais útil ao analisar dificuldades de escolha da profissão ou o grau de adaptação das pessoas nas carreiras que propriamente na integração com a análise dos interesses.

Na Tabela 2, podem ser observados os coeficientes de correlação entre a EAP e o fator Extroversão e suas facetas: Comunicação (E1), Altivez (E2), Dinamismo (E3) e Interações Sociais (E4).

 

 

Com relação ao fator Extroversão, apenas a dimensão Ciências Exatas não se correlacionou significativamente, sendo que quase todas as dimensões da EAP apresentaram correlação significativa com pelo menos uma faceta de Extroversão, sempre de forma positiva. As dimensões Artes e Comunicação, Ciências humanas e sociais aplicadas e Entretenimento apresentaram coeficientes superiores a 0,20 com o escore geral de Extroversão, além de estarem relacionadas também às outras facetas deste fator, indicando que pessoas com essas preferências tendem a ser falantes, buscando o contato com as pessoas, preferindo trabalhar em grupo, em que podem exercer certa dominância e liderança.

Destaque também deve ser dado para a correlação entre a faceta Altivez com as dimensões Artes e Comunicação e Ciências humanas e sociais aplicadas, indicando necessidade de atenção dos outros e disposição para falar sobre si mesmo. Ainda, vale destacar também a correlação entre a faceta Interações sociais com Ciências Humanas e sociais aplicadas e Entretenimento, indicando uma tendência a atividades em grupo e fácil entrosamento em situações sociais. As dimensões Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências agrárias e ambientais e Atividades Burocráticas apresentaram coeficientes variando entre 0,13 e 0,19. De forma geral, pode-se perceber que o fator Extroversão e suas facetas relacionaramse significativamente com interesses que envolvem o contato e a comunicação com outras pessoas, concordando com os achados de Primi e cols. (2002), Primi e cols. (2004) e Nunes e Noronha (2009) e Bordão- Alves e Melo-Silva (2008). Por fim, destaca-se que o fator Extroversão parece estar associado com várias áreas de interesse, mas especialmente àquelas que envolvem o contato com pessoas, seja para divertir ou cuidar.

A Tabela 3 traz os dados relativos às correlações entre a EAP com o fator Socialização e suas facetas, Amabilidade (S1), Pró-sociabilidade (S2) e Confiança nas pessoas (S3).

 

 

Observa-se que as correlações significativas entre as dimensões da EAP com o fator Socialização e suas respectivas facetas foram predominantemente positivas e baixas. Entretanto, vale destacar a dimensão Ciências agrárias e ambientais, que apresentou os coeficientes mais altos, em relação à faceta Amabilidade e ao escore geral de Socialização. Esse resultado indica uma tendência de as pessoas com preferência por essa dimensão serem atenciosas, preocupadas em compreender e tratar bem as pessoas, agindo proativamente para a resolução dos problemas alheios. Também tendem a serem francas, leais, respeitosas às leis e normas sociais, e confiantes nas pessoas. De modo distinto do que ocorreu com o fator Extroversão, Socialização relacionou-se significativamente apenas com as áreas de interesse que envolvem o cuidado do outro ou do meio ambiente, o foco nas relações humanas e o desejo de entender o comportamento humano.

Ao se considerar os resultados de Nunes e Noronha (2009), observa-se que a relação entre essa dimensão e o fator Socialização é coerente. Vale ressaltar que os itens que formam essa dimensão, em geral, são relativos aos cuidados com o meio ambiente e com os animais, tendo pouco de atividades que exijam força física. Os achados de Nunes e Noronha (2009), que sugerem relações significativas entre a dimensão Ciências Agrárias e Ambientais com os tipos Social e Investigativo do SDS, também evidencia essa questão.

As correlações entre as dimensões da EAP com o fator Realização e suas facetas, Competência (R1), Ponderação/prudência (R2) e Empenho/ comprometimento (R3) estão expostas na Tabela 4, e descritas a seguir.

 

 

Novamente, percebe-se que todas as correlações significativas encontradas foram positivas e baixas. As dimensões Ciências biológicas e da saúde, Ciências exatas, Atividades burocráticas e Ciências humanas e sociais aplicadas se correlacionaram significativamente com a faceta Competência com r ≥ 0,20. Esses resultados indicam que pessoas com preferência por atividades dessas dimensões tendem a ser ativas na busca de seus objetivos, sendo conscientes de que muitas vezes é necessário fazer sacrifícios pessoais para atingi-los, tendendo também a ser autoconfiantes. A dimensão Ciências biológicas e da saúde também obteve coeficiente igual a 0,20 com o escore geral de Realização, tendendo também a ser organizadas, perseverantes, motivadas e ambiciosas. Bordão-Alves e Melo-Silva (2008) destacou em seu estudo que pessoas com interesses voltados ao senso social tendem a apresentar energia e perseverança, similar ao encontrado neste estudo, especialmente sobre a relação entre Ciências humanas e sociais aplicadas com a faceta Competência. No mesmo sentido, Primi e cols. (2004) encontraram relação entre o tipo Convencional e o traço Persistência, podendo ser comparada aos achados deste estudo relativos à relação entre a dimensão Atividades burocráticas e Competência. Ressalta-se ainda que a dimensão Ponderação/prudência apenas não se correlacionou significativamente com as dimensões Artes e Comunicação e Entretenimento, denotando bastante coerência, ao pensar que estas duas dimensões sugerem perfis mais espontâneos e menos organizados para a criação de novas obras de arte ou para realizar ações de lazer e diversão.

A Tabela 5 mostra as correlações obtidas entre a EAP e o fator Abertura a experiências, com suas facetas Interesse por novas ideias (A1), Liberalismo (A2) e Busca por novidades (A3).

 

 

Observa-se, na Tabela 5, que o fator Abertura à experiência foi o que apresentou as correlações mais altas deste estudo. Os sujeitos com preferência por Artes e comunicação e Ciências humanas e sociais aplicadas mostraram-se abertos a novos conceitos e posições filosóficas, além de imaginação e fantasia em sua expressão por meio de atividades artísticas e culturais. Eles ainda tendem a ser curiosos e ter valores e ideias pouco convencionais, o que os faz vivenciar algumas emoções mais vividamente que outras. Segundo os resultados, pessoas com preferência por atividades das Ciências agrárias e ambientais também tendem a ter essas características, mas não de forma tão forte. De modo semelhante ao ocorrido com a análise das correlações com Extroversão, Abertura parece ser um fator que permite uma interpretação mais ampla, ou seja, os escores elevados neste fator não sugerem uma direção específica de interesses, ainda que se tenham verificado correlações de magnitudes diferentes entre as dimensões da EAP.

Vale destacar também as correlações obtidas entre esse fator e a dimensão Atividades burocráticas. Embora tenham sido de magnitude baixa, ambas as correlações significativas foram negativas, indicando que pessoas com interesse por atividades dessa natureza parecem ser menos abertas a novas ideias e valores, tendendo a ser mais tradicionais e convencionais.

As relações entre o traço Abertura a novas experiências e interesses por atividades sociais e principalmente artísticas parecem ser comuns na literatura científica. O estudo de Ackerman e Heggestad (1997), corroborado por Ackerman e Beier (2003) e Staggs, Larson e Borgen (2007), Nunes e Noronha (no prelo) indicam as relações especialmente entre interesses artísticos e traços de Abertura. Achados semelhantes foram apontados por Nunes e Noronha (2009), cujo estudo mostrou que a dimensão Artes e Comunicação da EAP, o tipo Social do SDS e o fator Abertura da BFP se agregaram em um fator. Primi e cols. (2002) verificaram que pessoas com interesses por artes tendem a demonstrar respostas diferentes das demais pessoas, ou seja, tendem a serem menos convencionais em suas ideias, valores e atitudes. Esses resultados indicam concordância com alguns dos dados do presente trabalho.

Verificou-se, de modo geral, que as associações entre os interesses, medidos pela EAP, e os traços de personalidade, medidos pela BFP, foram baixas. Dados indicando correlações de magnitude baixa também foram encontradas nos estudos de Primi e cols. (2004) e Bordão-Alves e Melo-Silva (2008), sugerindo que, embora haja uma tendência da amostra, a porcentagem de variação compartilhada entre os construtos interesse e personalidade tende a ser pequena.

 

Considerações Finais

Como já afirmado por autores brasileiros e estrangeiros, a avaliação psicológica em contextos de Orientação Profissional tem se centrado em três construtos principais, quais sejam, os interesses profissionais, a personalidade e as habilidades cognitivas. Entretanto, especialmente Savickas (1995) traz à tona uma importante discussão sobre a definição teórica dos interesses profissionais e como sua integração com características de personalidade podem ser úteis na prática do aconselhamento de carreira.

Nesse sentido, o presente estudo visou analisar as correlações entre as dimensões da Escala de Aconselhamento Profissional, que avalia interesses, e os fatores e facetas da Bateria Fatorial de Personalidade, com o intuito de contribuir para a literatura científica a respeito do tema. É importante lembrar que, no Brasil, são escassos os estudos publicados que tivessem como objetivo relacionar tais variáveis como avaliadas por esses dois instrumentos, que têm estudos psicométricos que indicam evidências de validade e precisão favoráveis ao uso dos mesmos.

Sobre os outros estudos citados na introdução deste trabalho, destaca-se que nem todos os testes possuíam evidências favoráveis de validade e precisão, o que limita a aplicabilidade e uso dos mesmos por psicólogos. Assim, considerando a escassez de instrumentos para OP disponíveis aos psicólogos no Brasil, o presente trabalho fornece informações sobre dois testes aprovados pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) do Conselho Federal de Psicologia (2012), com uso comum na área, implementando as possibilidades de interpretação de seus resultados, para além das evidências empíricas relatadas em seus respectivos manuais. Assim, os resultados deste estudo podem ser úteis no auxílio às tarefas de planejar, interpretar e integrar resultados de avaliação psicológica aos seus clientes, permitindo reflexões no sentido de promover o autoconhecimento do orientando, por um lado, e decisão de focos de intervenção pelo orientador, por outro.

Uma limitação deste estudo encontra-se no fato de que a amostra, apesar do tamanho razoável, ter sido composta apenas por estudantes de escolas particulares, com uma tendência a aglomerar estudantes de classe socioeconômica média/alta. É preciso cuidar para que a Psicologia de forma geral, e a Orientação Profissional em específico, não se revistam do estigma social da seletividade quanto às classes sociais, sendo destinadas prioritariamente àquelas mais abastadas. Nesse sentido, estudos científicos que abordem diferentes tipos de escola e amostras de diferentes classes sociais devem ser realizados, a fim de se observar as possíveis especificidades de cada público.

Além disso, este trabalho abordou uma faixa etária restrita, por ter como foco principal a escolaridade dos participantes, qual seja, do ensino médio. Estudos futuros poderão contemplar pessoas com idades superiores, buscando verificar se esta é uma variável influente nas relações entre interesses e personalidade. Da mesma forma, a avaliação de diferenças entre gêneros não estiveram dentre os objetivos deste trabalho, devendo ser realizadas em outros estudos.

Para concluir, a importância do estudo da avaliação psicológica em certas áreas, como a Orientação Profissional, visando reunir mais evidências de validade para os instrumentos em situações específicas é cada vez mais proeminente. Embora não tenha sido esse o foco do presente trabalho, acredita-se que foi possível contribuir também nessa direção, especialmente no sentido de ampliar e refinar as possibilidades de interpretação e uso dos resultados da EAP e da BFP.

 

Referências

Ackerman, P. L. & Beier, M. E. (2003). Intelligence, Personality, and Interests in the Career Choice Process. Journal of Career Assessment, 11(2), 205-218.         [ Links ]

Ackerman, P. L. & Heggestad, E. D. (1997). Intelligence, personality and interests: evidence for overlapping traits. Psychological Bulletin, 121, 219-245.         [ Links ]

Bordão-Alves, D. P. & Melo-Silva, L. L. (2008). Maturidade ou imaturidade na escolha da carreira. Uma abordagem psicodinâmica. Avaliação Psicológica, 7, 23-24.         [ Links ]

Conselho Federal de Psicologia. (2012). Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI. Recuperado em 12 de abril, 2012, de www2.pol. org.br/satepsi.

Digman, J. M. (1990). Personality Structure: emergence of the five-factor model. Annual Review of Psychology, 41, 417-440.         [ Links ]

Digman, J. M. (1996). The Curious History of the Five Factor Model. Em: J. S. Wiggins (Ed.), The Five Factor Model of Personality. Theoretical Perspectives. New York e London: The Guilford Press.         [ Links ]

Holland, J. L. (1959). A theory of vocational choice. Journal of Counseling Psychology, 6, 35-45.         [ Links ]

Holland, J. L. (1963). Explorations of a theory of vocational choice and achievement: A four-year prediction study. Psychological Reports, 12, 547-594.         [ Links ]

Lent, R. W., Brown, S. D. & Hackett, G. (1994). Toward a unifying social cognitive theory of career and academic interest, choice and performance. Journal of Vocational Behavior, 45, 79-122.         [ Links ]

McCrae, R. R. & Costa, P. T. (1996). Toward a New Generation of Personality Theories: Theoretical Contexts for the Five Factor Model. Em: J. S. Wiggins (Ed.), The Five Factor Model of Personality. Theoretical Perspectives. New York e London: The Guilford Press.         [ Links ]

McCrae, R. R. & Costa, P. T. (1997). Personality Trait Structure as a Human Universal. American Psychologist, 52, 509-516.         [ Links ]

Noronha, A. P. P. & Ambiel, R. A. M. (2006). Orientação profissional e vocacional: análise da produção científica. Psico-USF, 11(1), 75-84.         [ Links ]

Noronha, A. P., Sisto, F. & Santos, A. A. A. (2007). Escala de Aconselhamento Profissional- EAPManual Técnico. Itatiba-SP: Vetor Editora.         [ Links ]

Nunes, C. H. S. S., Hutz, C. S. & Nunes, M. F. O. (no prelo). Bateria Fatorial de Personalidade (BFP)- Manual técnico. Itatiba, SP: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Nunes, M. F. O. & Noronha, A. P. P. (2009). Relações entre interesses, personalidade e habilidades cognitivas: um estudo com adolescentes. Psico- USF, 14(2).         [ Links ]

Primi, R.,. Bighetti, C. A., Munhoz, A. H., Noronha, A. P. P., Polydoro, S. A. J., Di Nucci e cols. (2002). Personalidade, Interesses e Habilidades: Um estudo correlacional da BPR-5, LIP e do 16PF. Avaliação Psicológica, 1, 61-72.         [ Links ]

Primi, R., Moggi, M. A. & Casellato, E. O. (2004). Estudo correlacional do Inventário de Busca Autodirigida (Self-Directed Search) com o IFP. Psicologia Escolar e Educacional, 8(1), 47-54.         [ Links ]

Savickas, M. L. (1995). Examining the Personal Meaning of Inventoried Interests During Career Counseling. Journal of Career Assessment, 3(2) 188-201.         [ Links ]

Savickas, M. L. (1999). The psychology of interests. Em: M. L. Savickas & A. R. Spokane, Vocational interests: meaning, measurement and counseling use. Palo Alto: Davies-Black Publishing.         [ Links ]

Staggs, G. D., Larson, L. M. & Borgen, F. H. (2007). Convergence of Personality and Interests: Meta- Analysis of the Multidimensional Personality Questionnaire and the Strong Interest Inventory. Journal of Career Assessment, 15(4), 423–445

Strong, E. K. Jr. (1943). Vocational interests of men and women. Stanford, CA: Stanford University Press.         [ Links ]

 

 

Recebido em junho de 2011
Reformulado em abril de 2012
Aceito em maio de 2012

 

 

Sobre os autores:

Rodolfo A. M. Ambiel: Psicólogo, mestre e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco do Campus Itatiba, docente de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu de psicologia da mesma universidade.
Ana Paula Porto Noronha: Psicóloga, doutora em Psicologia: Ciência e Profissão pela PUC de Campinas e docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco.
Maiana Farias Oliveira Nunes: Psicóloga, Doutora em Psicologia pela Universidade São Francisco. Pós-doutoranda da UFRGS. Professora do curso de Psicologia da Faculdade Avantis.


1Endereço para correspondência:
Rua Alexandre Rodrigues Barbosa, 45, Centro 13251-900 Itatiba - SP