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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.11 no.3 Itatiba July/Sept. 2012

 

 

Estudo de caso pelo método fenômeno-estrutural

 

Case study by phenomenon-structural method

 

Estudio de caso por el método fenómeno-estructural

 

 

Renata da Rocha Campos Franco1

IInstitut Catholique de Toulouse (l’ICT)

 

 


RESUMO

O artigo discutiu, a partir de um estudo de caso, a expressão do mundo interno de um dependente de heroína internado por seis meses em um centro de recuperação e tratamento na França. O paciente cumpriu as tarefas propostas pelos testes projetivos de Zulliger, Pirâmides Coloridas de Pfister e Casa-Árvore-Pessoa em dois momentos distintos, na primeira semana de internação e após seis meses de tratamento. O método fenômeno-estrutural foi utilizado como referencial teórico para compreender as respostas dadas aos três testes de personalidade. Os resultados foram coerentes com a realidade vivida pelo paciente tanto na primeira semana de internação, marcada por intenso sofrimento relacionado ao consumo abusivo da heroína, quanto após seis meses, período marcado por significativa reorganização psíquica e boas perspectivas no prognóstico. Conclui-se que o uso das técnicas projetivas no contexto da toxicomania se mostrou eficaz para conhecer as dificuldades dessa pessoa no tratamento da dependência química.

Palavras-chave: método fenômeno-estrutural; teste de Zulliger; Pfister; HTP; dependência química.


ABSTRACT

This case study discussed the expression of the inner world of a heroin addict who was hospitalized for six months in a rehabilitation center and drugs treatment in France. The patient fulfilled the tasks proposed by the Zulliger projective tests, and Pfister Color Pyramid, House-Tree-Person at two different times, in the first week of hospitalization, and six months after treatment. The method phenomenon-structural was used to understand responses to the three personality tests. The results were consistent with the reality experienced by the patient both in the first week of hospitalization, marked by intense suffering related to abusive consumption of heroin, and after six months of treatment, period marked by significant psychic reorganization and good prospects in prognosis. It follows therefore that the use of projective techniques in the context of drug addiction is effective to meet the difficulties that affect a person decides to be hospitalized for treatment of chemical dependency.

Keywords: method phenomenon-structural; Zulliger test; Pfister; HTP; addiction.


RESUMEN

Este trabajo resulta de una evaluación de estudio de caso del mundo interior de un adicto de heroína ingresado durante seis meses en un centro de recuperación y tratamiento en Francia. El paciente realizó las tareas propuestas por el Zulliger, pirámides coloridas de Pfister y casa-árbol-persona en la primera semana de internación y después de seis meses de tratamiento. El método fenómeno-estructural fue utilizado como referencia teórica para comprender las respuestas dadas a las tres pruebas de personalidad. Los resultados fueron coherentes con la realidad vivida por el paciente tanto en la primera semana de internación con consumo abusivo de heroína, cuanto después de seis meses, período marcado por significativa reorganización psíquica y buenas perspectivas en el pronóstico. Se concluye que el uso de técnicas proyectivas en el contexto toxicómano se mostró eficaz para conocer las dificultades que afectan una persona que decide internarse para el tratamiento de la dependencia química.

Palabras-clave: método fenómeno-estructural; prueba de Zulliger; pirámides coloridas de Pfister; HTP; dependencia química.


 

 

Técnicas projetivas no uso da compreensão da personalidade

A avaliação psicológica pode ser definida como um processo que tem por objetivo coletar informações sobre o funcionamento psicológico do indivíduo. Pensando de uma forma integrada, deve-se compreendê-la a partir de uma demanda ou encaminhamento específico e como um processo sistematizado em três objetivos principais: conhecer os sujeitos, identificar o problema e programar intervenções (Primi, 2005).

Uma das técnicas utilizadas na avaliação psicológica para coletar informações sobre um indivíduo é o teste psicológico. No contexto clínico, a testagem é apenas uma das estratégias disponíveis para compor uma avaliação psicológica, juntamente com entrevistas, observações, atendimentos terapêuticos, entre outras. No entanto, a aplicação de métodos projetivos tem se mostrado eficaz para gerar dados sobre a personalidade e também para orientar ações e decisões futuras.

As técnicas projetivas de Zulliger, pirâmides coloridas de Pfister (TPC) e HTP são bastante empregadas no cenário clínico (Villemor-Amaral & Werlang, 2008), mas até o momento não se encontrou nenhum estudo que integrasse as três técnicas. Do ponto de vista clínico, elas são complementares, pois todas avaliam a personalidade e são de aplicação rápida e simples, o que facilita a utilização em conjunto das técnicas.

O Zulliger se insere no grupo das técnicas com estímulos não estruturados e tem como objetivo apreender informações sobre a personalidade. O Zulliger se assemelha ao Método de Rorschach no que diz respeito ao estilo dos estímulos, mas ele não equivale ao Rorschach em termos de profundidade e abrangência dos dados que são obtidos sobre a personalidade. Atualmente, a maior ligação entre o método Rorschach e o Zulliger encontra-se na metodologia utilizada para se interpretar os dados. Ambas as técnicas apresentam estudos que incluem a observação quantitativa derivada das frequências, somas e ponderações dos indicadores, e qualitativa, derivada das verbalizações. Entre os procedimentos quantitativos, destaca-se o Sistema Compreensivo, com mais de 30 anos de pesquisa (Dean, Viglioni, Perry & Meyer, 2007; Nascimento & Güntert, 2000;) e entre os procedimentos qualitativos, destaca-se o método fenômeno-estrutural, que pensa de forma cuidadosa sobre os fenômenos psíquicos das pessoas, utilizando a expressão da linguagem e a evolução das imagens como elementos fundamentais para apreender a relação espaço-temporal que rege o mundo interno das pessoas (Minkowski, 1933/1995, Villemor-Amaral & Yazigi, 2010).

Já em relação ao teste das Pirâmides Coloridas de Pfister (TPC), a personalidade é avaliada por meio das cores e o modo como elas são dispostas sobre o esquema de três pirâmides. Essa combinação entre cor e forma indica a maneira como a pessoa expressa suas emoções na relação com os outros. Quanto mais estruturada for a pirâmide, maior o grau de maturidade emocional; já o inverso, menor estruturação, indica menos maturidade emocional. O TPC, além de dar boas previsões sobre os aspectos emocionais e cognitivos, também sinaliza a capacidade e abertura da pessoa para receber os estímulos externos. A abertura para os estímulos externos significa sinal de interesse para a comunicação e trocas interpessoais, mas quando transposto para o método fenômeno-estrutural é sinal de uma expressão mais concreta e sensorial com a realidade. Já a baixa abertura para os estímulos externos indica que a expressão afetiva é de base racional e por isto mais distante da realidade (Villemor-Amaral & Franco, 2010).

O teste da casa-árvore-pessoa também avalia a personalidade por meio de um registro concreto e sensorial. O desenho da casa dá boas previsões sobre as relações interpessoais, o desenho da árvore apreende, de forma mais visceral, a presença de mecanismos psíquicos que regem o mundo interno da pessoa, já o desenho da pessoa mostra a percepção que o indivíduo tem dele mesmo. Por meio dos desenhos, as pessoas reproduzem diversos aspectos do mundo interno e externo, revelando não somente a sua personalidade, mas, sobretudo, aquilo que realmente sente como experiência vivida (Franco, 2011).

De forma geral, os três instrumentos, Zulliger, Psfiter e HTP parecem ser interessantes para uma leitura do universo psíquico no método fenômeno- -estrutural, pois os três testes, embora proporcionem modos de expressões específicos, propõem como tarefa a construção de imagens mentais ou concretas, o que para o método fenômeno-estrutural está relacionado com as noções espaciais que tornam o mundo interno visível e palpável. Segundo Helman (1984, citado por Antúnez, Freitas, Santoantonio, Amparo & Franco, 2012) a expressão por meio da evolução das imagens é uma excelente forma de se apreender a qualidade da relação espaço-temporal de uma pessoa, pois é por meio das imagens que as pessoas sentem, de forma visível, a relação do mundo interno e externo.

Método fenômeno-estrutural

Para o método fenômeno-estrutural, o princípio da saúde mental se encontra na relação estabelecida entre o tempo e o espaço, que pode ser compreendida em duas dimensões: a do tempo e espaço externo, denominada cronológica, e a do tempo e espaço interno, chamada de experiência vivida. Essas duas noções coexistem e não podem ser dissociadas uma da outra, pois é na relação existente entre elas que o contato vital com a realidade é percebido e apreendido. Segundo Augras (1986 citado por Amparo, 2002), o tempo vivido surge não como dimensão do mundo, mas como orientação significativa do ser. Já o espaço vivido revela a forma de perceber o real, sua qualidade espacial, o que implica a qualidade da relação com o outro, a distância em relação ao objeto, bem como a apreensão do corpo próprio na sua relação dialética entre a parte e a totalidade.

Dessa forma, o mundo interno se liga com o externo, e é dentro deste aspecto dinâmico e instável que se estabelece a afetividade e a noção do contato vital com a realidade. Segundo Minkowski (1933/1995), o mundo externo é marcado por objetos sólidos e imutáveis, que dão suporte para o mundo objetivo ao qual se atribui a qualificação de real. Já o mundo interno é marcado por aspectos subjetivos, que estão sob a total influência de um mundo comum e compartilhado.

Para o método fenômeno-estrutural, uma pessoa que interage somente com o seu mundo interno perde a relação viva e ativa com o externo e esta fixação egocêntrica de “buscar o ser” a todo instante implica no desaparecimento de uma relação dinâmica com a realidade, além de acentuar a existência do Eu em seu aspecto mais instintivo. Para (Minkowski 1933/1995), a deformação do espaço- -temporal pode ser apreendida quando uma pessoa rejeita o mundo externo e se conecta somente com o seu mundo imaginário, que é livre da noção de limite e de medida; ela confunde o tempo vivido com o tempo mensurável e o espaço geométrico com o espaço vivido

O pouco reconhecimento das fronteiras foi definido por Minkowski (1933/1995) como uma forma de expressão do mecanismo psicopatológico Spaltung, que coloca em evidência a disjunção do esquema espacial, seja ele interno ou externo, que tende a separar os objetos que por natureza deveriam estar unidos, afastando os fatos desagradáveis da vida.

Na obra Le temps vecu, Minkowski (1933/1995) demonstra que a desordem psíquica de uma pessoa é consequência de um descompasso espaço-temporal, que pode ser apreendido a partir do modo como as pessoas se expressam verbalmente. Segundo o autor, a linguagem oral torna o mundo interno palpável, isto é, as alterações do tempo e espaço vivido podem ser capturadas pelo discurso falado.

Influenciada pelos estudos de seu marido, Minkowska (1956), por meio do método de Rorschach, aprimora o método fenômeno-estrutural, definindo melhor o conceito de deformação espaço- -temporal e renomeia o mecanismo Spaltung para mecanismo corte. Ela também acrescenta uma segunda base mental, que teve como base a observação de pessoas que ao invés de separar os objetos tendiam a uni-los e integrá-los. Ao desenvolver mais sua descrição no estudo que suscitou na obra Le Rorschach, la recherche du monde de formes (1956), a autora definiu e descreveu duas tipologias: a esquizo-racional e a epilepto-sensorial. Enquanto ao tipo esquizo-racional prioriza o mecanismo que corta, separa, rompe, fragmenta e isola os elementos internos e externos. O tipo epilepto-sensorial prioriza o mecanismo que liga, integra, une e associa elementos internos e externos.

Para a autora, a diferença entre as duas tipologias de personalidade ficava bem evidente diante do modo como as pessoas verbalizavam as imagens vistas no método de Rorschach. Segundo a autora, a tipologia epilepto-sensorial era representada por pessoas que ao verem as imagens do teste, sentiam, por isto, elas eram atraídas pelas áreas de cor vermelha e viam as formas em movimento. A outra tipologia, esquizo-racional era representada por pessoas que tinham como base a rigidez psíquica e que ao invés de verem as imagens do teste, pensavam sobre elas.

Desse modo, o mecanismo essencial do epilepto-sensorial é a ligação, reforçando a ideia da necessidade de um contato com o mundo externo mais concreto, ao passo que para o polo esquizo- -racional o mecanismo essencial é o corte, o qual reforça a ideia do distanciamento do mundo externo. Enquanto o tipo epilepto-sensorial prioriza o mecanismo que liga, integra, une e associa elementos internos e externos, o esquizo-racional prioriza o mecanismo que corta, separa, rompe, fragmenta e isola os elementos internos e externos.

Em ambas as tipologias, os mecanismos de corte e ligação podem aparecer de forma dinâmica. A oscilação de um mecanismo para o outro é fundamental para o equilíbrio da personalidade e diversos estudos (Antúnez e cols., 2012; Villemor-Amaral & Franco, 2010; Villemor-Amaral & Yagizi, 2010) provam que independentemente do mecanismo empregado, a flexibilidade entre eles é um fator importante para o sucesso da experiência vivida.

 

Método

Participante

O participante é o sexo masculino, classe média, tem 35 anos de idade, terminou o ensino fundamental e tem formação de marceneiro, mas está desempregado há um ano, pois foi demitido por irresponsabilidade. O participante relata que após o consumo da heroína, ele não conseguia acordar para ir trabalhar e muitas vezes nem se lembrava de que tinha um trabalho. É divorciado e tem uma filha de oito anos, mas atualmente está proibido de falar e ver sua filha. O relacionamento com a ex-mulher e com a filha foi prejudicado pelo consumo abusivo da heroína, que dura mais de cinco anos.

O participante relata que não conheceu seu pai e cresceu ouvindo a sua mãe o descrevendo como alcoólatra, mentiroso e violento. Sua mãe tem 67 anos, mora com a irmã de 25 anos e trabalha com o concerto e reparo de roupas. A mãe tem um bom relacionamento com a ex-mulher e com a neta e ficou sabendo sobre o consumo da heroína de seu filho por intermédio da ex-mulher. Após essa descoberta, a mãe começou a compará-lo com o pai, dizendo que não suportaria outro “homem-problema”. A mãe interrompeu o relacionamento com o filho até ele se curar. O participante está há três anos sem falar com a mãe e espera um dia, depois de sua cura, se reconciliar com a família matriz e também recuperar a confiança de sua ex-mulher e filha.

De acordo com o relato do participante, a heroína acabou com a sua vida, ele perdeu tudo: família, emprego, dignidade, prazer pela vida, esperança e saúde. Relata não ter amigos que não sejam usuários e acha muito difícil sair das drogas morando onde está e se relacionando com os amigos que tem. Ele tem muita vergonha de ter acabado com a sua vida e deseja ter uma vida “normal”. Relata ser consciente que a vida do dependente de heroína tem dois destinos, a morte ou a cadeia, e ele não quer nenhuma das duas opções, por isto busca pela terceira vez um centro de tratamento. Ele já passou por dois outros centros e diz que de nada adiantou, pois nunca conseguiu resistir à heroína, quando foi oferecida por seus amigos.

Instrumento

A técnica de Zulliger é composta por um jogo de três cartões que contém uma mancha de tinta simétrica e diferente para cada um deles. A aplicação do teste consiste em mostrar uma lâmina de cada vez e pedir para que a pessoa diga ‘o que aquilo poderia ser’. Após mostrar os três cartões e anotar as respostas dadas, estes são repassados, realizando-se um inquérito a fim de verificar ‘onde foi que a pessoa viu’ e ‘o que na mancha fez com que parecesse aquilo’ que foi dito.

O teste das Pirâmides Coloridas de Pfister propõe como tarefa a construção de três pirâmides coloridas, utilizando-se do esquema de uma pirâmide e de quadrículos numa variedade de dez cores e 24 matizes. O examinando deve fazer sua pirâmide, uma de cada vez, cobrindo os espaços vagos com os quadradinhos de sua escolha até que fique do seu agrado, e lhe pareça bonita.

O teste da casa-árvore-pessoa propõe a realização de três desenhos sequenciais: uma casa, uma árvore e uma pessoa, os quais devem ser desenhados em folhas separadas, utilizando lápis e borracha. A aplicação propõe, também, que se realize um inquérito acerca de características e descrições de cada desenho realizado. O examinando pode desenhar o tipo de casa, árvore e pessoa que quiser e pode levar o tempo que precisar.

Procedimento

A presente pesquisa respeitou os procedimentos éticos da França e recebeu o consentimento do diretor da instituição onde se realizou a pesquisa. A estratégia utilizada para conhecer a personalidade do participante foi por meio do uso de três técnicas projetivas, as quais foram aplicadas logo na primeira semana de internação (teste) e após seis meses de internação (reteste). Antes da aplicação dos testes, o participante respondia algumas questões básicas sobre a sua história de vida e evolução da dependência química e de seu respectivo tratamento. Depois disso, realizava-se a aplicação individual dos três testes. O tempo de aplicação durou aproximadamente 2 horas, sendo cerca de trinta minutos para a entrevista pessoal e uma hora e meia para os testes projetivos.

O desenho da casa revela valores emocionais que evitam o contato interpessoal. O mecanismo de corte aparece na imagem, por intermédio das grades pontudas, que bloqueiam a entrada da casa. A cisão delimitada pelas grades, que separam e impedem a troca interpessoal, é ainda mais intensificada pela imagem da casa refletida no chão, que anuncia a presença do vazio e revela o pouco interesse ou habilidade que o participante tem em estabelecer trocas com o mundo de fora. Assim sendo, o desenho da casa mostra que o participante prefere se manter isolado e protegido no seu mundo interno.

 

 

O segundo desenho, o da árvore, expressa vivências de ansiedade, representada pelos traços tortuosos que geram cinestesia na imagem e que compõem a forma imprecisa da copa da árvore. No entanto, a ausência de raízes, frutos, folhas e flores, sinalizam o vazio e a abstração do desenho, típicos do mecanismo de corte. Assim, o mecanismo de corte, representado pela ausência, e o mecanismo de ligação, representado pela cinestesia dos traços sinuosos, se alternam de forma imprecisa e aleatória; os mecanismos de corte e ligação não são bem nítidos e também não funcionam de forma adaptada. A cinestesia não é acompanhada da presença de outros elementos sensoriais e os traços não são capazes de delimitar as fronteiras, como por exemplo, o fim do tronco e o começo da copa. Observa-se no desenho que nem o mecanismo de ligação e nem o mecanismo de corte conseguiram trazer uma harmonia na estética do desenho.

 

 

No terceiro desenho, o da pessoa, a presença do mecanismo de corte assume um papel importante e que mostra a cisão da pessoa com a própria imagem. A visão da imagem é parcial e apenas o rosto foi representado, sendo o resto do corpo totalmente ausente no desenho. Esteticamente, o desenho não é harmônico e revela certa tensão na expressão facial do personagem. A imagem de perfil; o corte na boca; o olhar de frente num rosto de lado e os cabelos descolados da cabeça expressam uma aparência paranoica, desconfiada e que interfere no contato mais próximo e adaptado com a realidade.

 

 

De forma geral, nos três desenhos, casa, árvore e pessoa, os traços foram finos, mal delimitados e mostraram a fragilidade das formas. Nos três desenhos houve pouca expressão de movimento, denotando uma racionalidade predominando sobre a sensorialidade. Isso é, o mecanismo de corte foi mais frequente.

Zulliger

De forma geral, o protocolo foi simples, pouco complexo, porém sem sinais severos de comprometimento psíquico. O participante preferiu se guiar pelo aspecto formal das imagens e a maioria das respostas foi do tipo global (W=5), o que evidenciou a sua preferência pelos processos de abstração e síntese. As respostas globais, quando aparecem de forma equilibrada no protocolo, (W:D:Dd) demonstram habilidade para um raciocínio sintético e teórico, mas quando em excesso indicam pouco interesse em explorar o material apresentado, o que prejudica a compreensão mais analítica, minuciosa, prática e concreta de uma situação.

O paciente apresentou poucas respostas (R=8) no teste de Zulliger e número de respostas de forma foi maior (Forma=6) que os determinantes de cor, movimento e sombreado (Cor=0, Movimento=0 e Sombreado=2). Isso demostra um estilo de funcionamento mental extremamente simples e defensivo.

O contato com a realidade é restrito, genérico e tem tendência à abstração e à racionalização, típicas do estilo esquizo-racional. Esse estilo de funcionamento tem mais facilidade para se expressar pensando do que sentindo, por isto os determinantes de forma são mais frequentes e os de cor ausentes. A presença das cores acromáticas (FC’; C’F; C’) reforça a natureza do esquizo-racional que tem dificuldade para perceber e expressar os sentimentos de forma genuína, mas a presença do determinante de cores acromáticas também sinaliza a existência de um sofrimento interno que sobrecarrega a dinâmica psíquica do participante.

Observou-se também um reduzido número de respostas diante da segunda prancha, que é a única prancha colorida do teste de Zulliger, o que indica pouco interesse e investimento emocional. O participante, além de ter dado uma única resposta justificada pela forma da imagem e não pela cor, também não explorou o estímulo, elegendo uma área pequena e simples para dar uma resposta de conteúdo para- -animal, o que revela imaturidade e dificuldade para lidar com os estímulos afetivos, prejudicando a sua maneira de ver e colocar-se em contato com o real. O participante preferiu agir de forma apressada, na tentativa de se livrar do estímulo colorido, que para ele é desagradável, e a única associação verbalizada foi a de dois dragões, animais irreais e que só existem no campo da fantasia, assim sendo, o participante se distância da realidade e reforça outra vez o estilo de funcionamento do tipo esquizo-racional.

No ponto de vista das imagens, as percepções foram na maioria adequadas, com exceção da resposta de esqueleto humano, que recebeu qualidade formal negativa (F-). A presença de duas respostas populares revela que o participante tem uma compreensão padrão sobre as regras do entorno, o que é um bom sinal para o tratamento em que ele iniciou, há uma semana, no centro de tratamento de dependência química da França. A presença de respostas populares indica, portanto, que o participante tem condições psíquicas suficientes para seguir as regras do tratamento e perceber a realidade em que vive.

Do ponto de vista da linguagem, alguns deslizes do pensamento foram registrados pelos códigos especiais, demostrando o uso inadequado das palavras que geraram como resultado combinações implausíveis, como esqueleto humano com chifres e borboleta com pescoço. Segundo o método fenômeno–estrutural, a expressão oral representa a extensão do pensamento e do mundo interno, então se as ideias expressas no meio externo não são bem estruturadas, o mundo interno também está desorganizado. No caso do participante, que está vivenciando a crise da abstinência há uma semana, a presença de confusões do pensamento é completamente pertinente e esperada. Espera-se que após seis meses de tratamento, esses sinais de desequilíbrio perceptivo já tentam desaparecido.

O discurso oral também foi marcado por um restrito envolvimento, que foi observado na escassa presença da ação dos verbos, por poucos artigos, poucos conectores de frases e muitos substantivos. As verbalizações foram diretas, curtas, simples e a falta de ânimo e vitalidade na voz do participante foram aparentes.

 

 

Os conteúdos verbalizados foram variados, havendo a presença de conteúdos desvitalizados como folha seca, esqueleto e fantasma que sinalizam a fuga da sensorialidade. Associado a isso, o conteúdo humano também não apareceu no protocolo, ocorrendo somente o conteúdo do tipo para-humano, para-animal [(A); (H)], parte de humano e parte de animais (Hd; Ad), o que revelou certa inabilidade diante de trocas interpessoais e de relacionamentos humanos reais, concretos e ordinários.

Pfister

Todos os indicadores do teste de Pfister foram analisados em conjunto e, segundo o método fenômeno-estrutural, os indicadores, o modo de execução desordenado; modo de colocação descendente; aumento da síndrome acromática; aspecto formal do tipo tapete e o aumento da cor branca revelaram que a pessoa tem dificuldade de organização espeço-temporal e que ela estabelece uma relação e um contato mais distante com a realidade, sendo, portanto, um contato menos afetivo e vivo. Os indicadores analisados em conjunto anunciam que o participante vive intensa dificuldade da expressão emocional e dificuldade para articular e se aproximar de um contato afetivo eficaz com o ambiente.

As três pirâmides foram do tipo tapete, sendo as duas primeiras do tipo tapete furado e a terceira do tipo tapete cortado, revelando inabilidade na expressão emocional e a presença de indícios de dissociações no curso do pensamento. Isso porque a cor branca, que foi a cor mais utilizada no teste, implica a presença do mecanismo de corte, uma vez que o branco pode sugerir a ideia de furos e ruptura da imagem. A repetição formal das pirâmides também sinaliza a pouca flexibilidade psíquica do participante para lidar com os seus aspectos emocionais e intensifica uma visão de mundo menos integrada, organizada e adaptada. Observa-se na última pirâmide, que o mecanismo de corte foi empregado na base da pirâmide que é composta por quadradinhos brancos (5a, 5b, 5c, 5d, 5e), e a presença do branco nesta área fragiliza e desestabiliza a imagem, que perde a imobilidade e a precisão geométrica da imagem, típica do estilo esquizo-racional, deixando espaço para o caos. O mecanismo de corte sinaliza, portanto, a presença do sofrimento vivido pelo participante.

Para o método fenômeno-estrutural, a saúde psíquica de uma pessoa pode ser compreendida a partir da eficiência do emprego dos mecanismos de corte e ligação. Independentemente da tipologia de base, a flexibilidade e a qualidade do uso dos mecanismos é um fator fundamental para o equilíbrio da personalidade (Villemor-Amaral & Franco, 2010). Nesse sentido, a utilização da cor branca, associada com a rigidez psíquica utilizada para confeccionar as três pirâmides com a mesma forma, mostra um grau de rigidez e fragilidade psíquica que impossibilita ao participante um contato vital adaptado entre os conteúdos internos e a realidade exterior. Um exemplo do bom emprego no mecanismo de corte seria por meio do aspecto formal estrutural simétrico composto por qualquer cor além do branco. A simetria vertical e horizontal representada pelas posições, 5a, 5c, 5e, 3c, 1a solidificaria a imagem e a deixaria imóvel. Assim sendo, não basta verificar se o estilo esquizo-racional tem predominância do mecanismo de corte e nem se o estilo epilepto-sensorial tem predominância do mecanismo de ligação, o importante é verificar o emprego dos mecanismos, até mesmo porque o sucesso da experiência vivida está no caráter móvel de um mecanismo para o outro (Villemor-Amaral & Franco, 2010).

 

 

No estudo de caso aqui ilustrado, o mau emprego do mecanismo de corte agrava ainda mais o quadro do participante que tem como tipologia de base o estilo esquizo-racional, pois a pessoa com este estilo deveria aplicar o mecanismo de corte de modo mais eficiente, que quando comparado, por exemplo, com mecanismo de ligação, que faz o contraponto com a tipologia esquizo-racional. Se o paciente conseguisse fazer um adequado uso do mecanismo de corte, ele teria um contato vital com a realidade mais ajustado e seus recursos internos estariam mais preservados, pois ele se apoiaria na racionalização; na precisão da forma e no reconhecimento dos limites para manter um distanciamento apropriado entre os mundos externo e interno e faria a diferenciação do eu e o mundo no qual se vive. No entanto, como nem o mecanismo de corte e nem o mecanismo de ligação estão sendo bem empregados, a sua relação espaço-temporal está um caos, o que abre espaço para a confusão e desorganização interna, logo para o sofrimento, que é bem visível, por meio dos testes projetivos.

Depois de seis meses de internação, os desenhos, quando comparados com os desenhos realizados na primeira semana de internação, continuam guardando certa lógica e certa coesão. Segundo o método fenômeno-estrutural, todos os aspectos estruturais da personalidade, mesmo os mais negativos, obedecem a uma mesma forma de ser (Minkowska, 1956 citado por Antúnez e cols., 2012). Desse modo, o desenho da casa continua revelando a resistência para o contato interpessoal. O desenho ficou mais elaborado, proporcional e definido, embora ele seja mais fortemente armado, protegido e defendido, parecendo uma casa-forte. O mecanismo de corte é mais eficaz e impõe o limite intencional da imagem. O muro, composto por tijolos e reforçado por barras de madeira, é evidentemente mais sólido e resistente. A simetria do desenho, representada pelas formas retangulares dos tijolos e pelas linhas retas da barra de madeira, reforça a ausência de cinestesia e deixa a imagem compacta e estática. O mecanismo de corte assume um papel importante e eficaz na organização do desenho e observa-se que depois de seis meses de tratamento o mecanismo de corte é empregado de forma eficaz, deixando de ser representado pelo espaço vazio e sendo capaz de organizar o espaço.

 

 

No segundo desenho, o da árvore, há maior ocupação no espaço, a ansiedade e a insegurança são patentes. A presença dos mecanismos de ligação e corte estão no desenho da árvore, mas agora cada mecanismo é mais adaptado. A cinestesia é visível e registrada pela presença de traços mais sinuosos, que dão extensão, amplitude e maior definição ao desenho; existe a presença de raízes e de troncos ramificados, o que suscita um desenho mais integrado. Em relação ao mecanismo de corte, a sequência dos elementos que compõem a árvore é mais definida e organizada, tendo a raiz posicionada na base do desenho, o tronco e a copa ocupando o meio e o superior da folha. O conjunto das imagens é mais agradável e ambos os mecanismos aparecem juntos, numa relação dinâmica e que atuam de forma a melhorar a qualidade da imagem.

 

 

 

No terceiro desenho, o da pessoa, o mecanismo de corte se expressa na imagem, por meio de apenas um pedaço da figura humana, o rosto, o que denuncia a inconsistência formal da imagem. No entanto, o rosto reproduzido, após seis meses de tratamento, é expressivamente mais definido e esteticamente agradável. O desenho tem proporção adequada, tem vitalidade e é rico em detalhes. A expressão facial do personagem é serena e agora o rosto não está mais de perfil e já pode ser encarado, o que revela o início de uma possível comunicação. A possibilidade de um diálogo pode ser traduzida como um sinal positivo da evolução do tratamento do participante.

Zulliger

O paciente apresentou um número elevado de respostas (R=13) tanto em relação às expectativas previstas pelo próprio teste de Zulliger, quanto em relação à primeira avaliação vivenciada seis meses atrás. Apesar do número de respostas de forma ter continuado elevado (Forma=8), observou-se a presença de respostas mais sensoriais, representadas pelas respostas de cor e movimento (Movimento Humano=2; Movimento Animal=2; Cor pura= 1), o que melhorou, significativamente, a qualidade do protocolo. A percepção associativa das imagens foi mais elaborada e menos apressada. Observou-se a presença de respostas de espaço em branco (S), o que sinaliza que o paciente estava mais atento aos detalhes das imagens. A distribuição perceptiva foi feita com um maior aproveitamento, havendo inclusive um adequado equilíbrio entre as localizações globais, detalhes e detalhes incomuns (7W: 4D: 2Dd).

Os conteúdos das respostas foram mais elaborados e diversificados. Houve a presença de conteúdos humanos, animais, botânicos e científicos, o que é um sinal de evolução psíquica e maior contato com a realidade. Houve uma evolução durante o tratamento vivido no período de seis meses, pois os conteúdos deixaram de ser fantásticos [(A); (H)] e tornaram-se reais e concretos.

Do ponto de vista das imagens, observou-se uma maior organização espacial, principalmente na prancha colorida (II), evidenciando uma maior abertura para os estímulos afetivos. De modo gradual, as respostas seguiram uma lógica espacial pertinente que começou de cima para baixo. A primeira resposta foi dada na mancha vermelha, a segunda resposta na imagem branca, que se localiza no interior da mancha vermelha, depois a associação foi feita na mancha verde, depois na mancha marrom e por fim a última resposta, apesar do seu conteúdo vago e abstrato, foi capaz de integrar todas as manchas numa resposta global e única.

O interesse pelos estímulos coloridos é um sinal muito positivo para a evolução do tratamento do participante, que consegue, agora, expressar seus sentimentos, por meio do determinante de cor. Independentemente de o conteúdo impregnado ser de sangue e morte, a verbalização mostra que a pessoa progrediu psicologicamente e que ela está conseguindo refinar a sua percepção afetiva, trazendo novos elementos mais sensoriais, vivos e integrados com a realidade e experiência vivida. Os determinantes de cor e movimento deram vida aos sentimentos que, há seis meses, estavam distantes e impossibilitados de expressão. É como se a pessoa estivesse iniciando um processo de transformação psíquica, fazendo uma limpeza interna e conseguindo expressar o que antes era inacessível. As características mórbidas de duas respostas, a presença dos movimentos que ainda são passivos e a experiência humana associada com a dor, ainda revelam a necessidade do trabalho terapêutico, mas, hoje, depois de seis meses de tratamento, o participante já é uma pessoa capaz de se expressar de forma mais rica e conectada com o tempo presente e real.

Em relação ao discurso oral, observou-se, ao longo de todo protocolo, a presença de respostas mais organizadas e menos esquemáticas. Houve repostas que traziam referências ao passado; presença de mais artigos indefinidos que definidos; maior percepção da simetria entre os objetos (2); mais resposta de integração (DQ+ e Zf) e diminuição dos códigos especiais do tipo, INCOM, DV, DR, ALOG etc. O conjunto desses indicadores ainda evidencia a presença do mecanismo de corte, mas que agora é empregado de forma mais eficiente, melhorando a qualidade do protocolo e refletindo maior integração entre os mundos interno e externo.

Conclui-se, portanto, que dentro da coerência interna vivida pelo paciente, os dados referentes ao pós-teste do Zulliger foram mais ricos, organizados e adaptados. O estilo esquizo-racional continuou sendo o estilo predominante do paciente, mas desta vez a qualidade das percepções e pensamento melhorou expressivamente em um período de tempo relativamente curto.

 

 

 

Pfister

Os indicadores aspecto formal das três pirâmides, o modo de execução do tipo organizado e as cores, quando analisados em conjunto, revelaram melhores possibilidades de adaptação afetiva. Em relação ao aspecto formal, a primeira pirâmide foi do tipo tapete com início de ordem. Nesse tipo de construção, a presença do mecanismo de ligação foi um elemento importante para a estética harmônica da imagem. O início de uma organização espacial associado ao aspecto sensorial das cores sinalizou que o participante começou, de forma gradual, a se interessar, compreender e expressar seus afetos. A sua dificuldade para administrar os aspectos afetivos de forma madura é ainda presente e registrada pelo aspecto formal do tipo tapete, que dentre todas as possibilidades de construção (tapete, formação e estrutura) é a menos sofisticada do ponto de vista formal. No entanto, dentre todas as possibilidades de tapete, o tapete com início de ordem é a melhor versão desta categoria. A segunda pirâmide, formação simétrica, é mais evoluída do ponto de vista formal, e traz em evidência o mecanismo de corte, representado pela simetria horizontal das cores, que estão posicionadas em locais estratégicos e que garantem o início de uma adequada estabilidade da imagem. É interessante observar que a precisão da forma, típica do mecanismo de corte, também garante um maior equilíbrio interno frente à estimulação afetiva provocada pelos quadradinhos coloridos do teste de Pfister. Em relação à terceira pirâmide, formação alternada, observa-se que o ritmo de colocação dos quadradinhos foi mais organizado, estável, porém menos sensorial, já que o participante fez uso de somente duas cores (marrom e amarelo). O mecanismo de corte continua presente na construção dessa pirâmide e demonstra que a relação temporal é marcada pelo distanciamento dos aspectos afetivos. A escolha de duas cores demostra que a racionalização diante dos afetos é mais confortável para o participante.

 

Conclusão

O uso das técnicas projetivas no contexto da toxicomania se mostrou eficaz para conhecer as dificuldades que afetam uma pessoa que decide ser internada para o tratamento da dependência química. A avaliação obtida pelo teste e reteste foi um dado bastante importante para compreender a personalidade do participante e a lógica de seu funcionamento mental.

A avaliação do reteste foi bastante expressiva e capaz de capturar as evoluções na qualidade e organização das respostas apreendidas por meio dos testes de Zulliger, Pfister e HTP. O participante, após seis meses de abstinência e tratamento terapêutico, começou a se conectar com a sua própria história e experiência vivida.

O mecanismo de corte foi a base para a explicação das relações indivíduo/mundo e a análise dos efeitos na linguagem e na visão em imagens foi essencial para a compreensão da atitude do sujeito no espaço e no tempo. Assim, o método fenômeno- -estrutural contribui de forma minuciosa para situar e inscrever a existência do participante no tempo vivido e é capaz de compreender a expressão do participante, que como qualquer outra pessoa, tem uma forma peculiar e particular no modo de ver e de tomar contato com o real.

 

Referências

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Recebido em abril de 2012
Reformulado em maio de 2012
Aceito em julho de 2012

 

 

Sobre a autora:

Renata da Rocha Campos Franco: Psicóloga. Doutora em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco. Integrante e pesquisadora do Laboratório de Avaliação Psicológica de Saúde Mental (LAPSaM) da Universidade São Francisco. Professora do Instituto Católico de Toulouse (ICT) na França.


1Endereço para correspondência:
Rua Eliseu Teixeira Camargo, nº 320, casa 11, Bairro Gramado, Cond. Ville Giardini, CEP 1301665, Campinas- SP