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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471

Aval. psicol. vol.12 no.3 Itatiba Dec. 2013

 

EDITORIAL

 

 

Neste último número do ano de 2013 disponibilizamos aos leitores um conjunto de artigos que ilustram a diversidade da avaliação psicológica, trazendo resultados de pesquisas que ampliam o conhecimento da área. Cada um deles foi analisado por membros do conselho editorial e consultores ad-hoc, que muito contribuíram para que os textos fossem ainda aprimorados para publicação.

A tarefa de revisão durante o processo editorial é importante e indispensável, o que nos leva a agradecer a todos os que nela se envolveram. No final deste fascículo constam os nomes de todos os pesquisadores da área que investiram parte preciosa do seu tempo na análise de manuscritos ao longo de todo este ano. Os artigos selecionados para este último fascículo são brevemente descritos a seguir. Importante lembrar que todos estão disponíveis em versão integral no site do PePsic e na revista impressa.

No primeiro artigo “Escala de Propensão ao Risco Específico – Domínios Evolutivos (EPRE-DE): adaptação e estrutura fatorial”, Anna Beatriz Carnielli Howat-Rodrigues, Alexandro Luiz de Andrade e Rosana Suemi Tokumaru apresentam as análises que demonstram que o modelo fatorial bidimensional se mostrou o mais adequado do ponto de vista psicométrico. Os autores explicam como fundamentaram essa conclusão.

“Além dos números há uma pessoa: sobre a utilização clínica de testes” é o segundo artigo, de Rui C. Campos, que teceu considerações sobre o processo de avaliação psicológica. Nele são descritas as principais vantagens dos diferentes tipos de instrumentos e discutida a importância da complementaridade dos métodos de avaliação da personalidade.

Alessandro Antonio Scaduto e Valéria Barbieri são os autores do artigo “Em defesa do TAT: uma revisão crítica das pesquisas sobre o teste no Brasil”, que objetivou sensibilizar profissionais e pesquisadores para a necessidade de pesquisas brasileiras com o instrumento. O profundo conhecimento que têm sobre o teste permitiu a reunião de uma argumentação rica e consistente.

Sob o título “Interação mãe-criança: fidedignidade da versão brasileira do sistema observacional CITMI-R”, o estudo de Patrícia Alvarenga e Maria Ángeles Cerezo examinou a fidedignidade entre observadores da versão brasileira desse sistema. As autoras destacaram o potencial do instrumento para uso em pesquisa e intervenção.

O quinto artigo “Construção e validação de uma medida de papéis de gênero”, de Mônica Colognese Barros, Jean Carlos Natividade e Cláudio Simon Hutz teve como objetivo construir uma escala para papéis de gênero a partir de um levantamento empírico de características femininas e masculinas. A versão final do instrumento mostrou evidências de validade e fidedignidade, possibilitando que seja postulada a independência das dimensões Masculinidade e Feminilidade.

Manuela Zubaran Santos, Jamir João Sardá Júnior, Marina Menezes e André Luiz Thieme trazem uma pesquisa realizada com crianças atendidas em um hospital infantil. No artigo “Avaliação do desenvolvimento cognitivo de crianças com câncer por meio do DFH III” são relatados os resultados que estão em consonância com a literatura e justificaram a importância da realização de avaliações psicológicas sistemáticas nessa população.

Apresentar evidências psicométricas da adaptação à população portuguesa da “Escala de cavalheirismo paternalista: estrutura fatorial e correlatos com o sexismo ambivalente” foi o objetivo do trabalho de Alejandro Orgambídez-Ramos, Jean-Christophe Giger, Alexandra Gomes, Joana Santos e Gabriela Gonçalves. Os resultados da pesquisa confirmaram que o modelo de dois fatores é mais adequado do que o modelo unidimensional da escala original.

O objetivo do estudo de César Merino Soto, “Dimensionalidade do Teste Gestáltico Visomotor de Bender Modificado: uma análise fatorial confirmatória” foi examinar as características estruturais de uma nova e breve versão do Teste Gestáltico Visomotor de Bender, modificada para crianças entre 4 e 8 anos (TGB-M). Os resultados da pesquisa realizada em Lima, Peru, levaram à discussão e à interpretação da variabilidade dos resultados entre as idades, assim como a possível extensão do TGB-M em crianças com mais de 8 anos.

Para avaliar a frequência de uso de estratégias de aprendizagem, identificar a motivação para aprender e explorar a relação entre essas duas variáveis, Maria Gislaine Marques Perassinoto, Evely Boruchovitch e José Aloyseo Bzuneck elaboraram o artigo “Estratégias de aprendizagem e motivação para aprender de alunos do Ensino Fundamental”. Os autores apresentam os achados do estudo, mostrando as correlações positivas e significativas entre uso de estratégias de aprendizagem e motivação intrínseca, congruentes com as investigações sobre o tema.

Levando em consideração que muitos profissionais questionam ou rejeitam o uso Avaliação Psicológica (AP), Andressa Moreira Hazboun e João Carlos Alchieri pesquisaram a respeito das “Justificativas e concepções de psicólogos que não utilizam avaliação psicológica”. Diante das concepções variadas sobre AP, que refletem deficiências na formação e/ou atitudes negativas frente a práticas avaliativas e seus instrumentais, os autores argumentam que os fundamentos técnicos e metodológicos da avaliação psicológica são inerentes a todas as práticas psicológicas e que mereceriam atenção especial no momento da formação.

No artigo “Ensino de testes psicológicos a alunos com deficiências sensoriais: expectativas e experiências”, Tatiane Oliveira Zanfelici e Susi Lippi Marques de Oliveira identificaram as expectativas e experiências de profissionais envolvidos com a temática quanto ao ensino dessas técnicas e sua instrumentação a alunos com deficiências em fase de formação profissional.

A adaptação da Escala de Autocontrole (EAC) para o contexto brasileiro, reunindo evidências de sua validade fatorial e consistência interna foi o objetivo da pesquisa de Valdiney Veloso Gouveia, Walberto Silva dos Santos, Valeschka Martins Guerra, Patrícia Nunes da Fonseca e Rildésia Silva Veloso Gouveia. No artigo “Escala de Autocontrole: adaptação brasileira e evidências de validade de construto”, os autores mostram que a medida pode ser empregada adequadamente em pesquisas no contexto em que foi adaptada e apresentam evidências de sua validade.

O artigo “Evidências de validade para o IDTP baseadas em variáveis externas”, de Lucas de Francisco Carvalho e Ricardo Primi, relata uma pesquisa que buscou evidências de validade baseadas na relação com variáveis externas ao Inventário Dimensional dos Transtornos da Personalidade (IDTP). Os dados encontrados pelos autores apontaram para convergência entre os resultados do IDTP com o Millon Clinical Multiaxial Inventory III (MCMI-III), bem como para capacidade do IDTP em discriminar pessoas com funcionamento patológico da personalidade.

Diogo Araújo de Sousa, André Luiz Moreno, Gustavo Gauer, Gisele Gus Manfro e Silvia Helena Koller elaboraram uma “Revisão sistemática de instrumentos para avaliação de ansiedade na população brasileira”. Seus achados apontaram para a importância do avanço e do contínuo monitoramento dos estudos acerca da avaliação de transtornos de ansiedade, para que ofereçam subsídios teóricos e empíricos para a sua prevenção.

O objetivo do estudo “Avaliação psicológica de ofensores sexuais com o método de Rorschach”, de Silvana Alba Scortegagna e Deise Matos do Amparo, foi avaliar as características de personalidade de ofensores sexuais adultos. As autoras concluíram que os principais achados remeteram às características psicológicas habitualmente retratadas na literatura e avigoraram a inexistência de um tipo psicológico único de agressor sexual.

“Conceito de desenho universal na avaliação psicológica como promotora dos direitos humanos” é o artigo de Cassandra Melo Oliveira, Adriano Henrique Nuernberg e Carlos Henrique Sancineto da Silva Nunes. Os autores propuseram algumas perspectivas da aplicação desse conceito ao campo de pesquisa e à prática em avaliação psicológica, aproximando esse campo do compromisso histórico da Psicologia com os princípios democráticos e com a luta pela maior participação e inclusão social.

A Nota Técnica “Teste de retenção visual de Benton: apresentação do manual brasileiro” foi elaborada por Joice Dickel Segabinazi, Sergio Duarte Junior, Jerusa Fumagalli de Salles, Denise Ruschel Bandeira, Clarissa Marceli Trentini e Claudio Simon Hutz. Nela são apresentadas as habilidades avaliadas pelo teste, suas principais características, bem como destacado o processo de adaptação para o contexto brasileiro e a busca por evidências de validade. As investigações culminaram na organização do Manual Brasileiro do BVRT (Salles, Bandeira, Trentini, Segabinazi, e Hutz,) que será publicado em breve.

A resenha de Jeferson Gervasio Pires traz considerações sobre o livro “Avaliação e medidas psicológicas no contexto dos relacionamentos amorosos”. O autor destaca que o livro se propõe a apresentar a temática de maneira bastante diversificada. Para tanto, há um levantamento bibliográfico a respeito do construto, a apresentação de alguns instrumentos utilizados no exterior com esse propósito, bem como estudos de adaptação das escalas. Ainda segundo o resenhista, o livro também incentiva a criação de mais instrumentos adaptados à realidade das relações amorosas brasileiras.

Desejamos uma leitura proveitosa!

 

Acácia Aparecida Angeli dos Santos

Editora responsável