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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.14 no.2 Itatiba Aug. 2015

 

 

Propriedades psicométricas da Escala de Autoconceito Multidimensional em adolescentes brasileiros

 

Psychometric properties of the Multidimensional Self-Concept Scale in Brazilian adolescents

 

Propiedades psicométricas de la escala de autoconcepto multidimensional en adolescentes brasileños

 

 

Jorge Castellá SarrieraI; Ferran CasasII; Lívia Maria BedinI; Daniel AbsI; Bibiana Ramos dos Santos1, I; Fernanda Czarneski BorgesI; Sara MaloIII; Mònica GonzálezIII

IUniversidade Federal do Rio Grande do Sul
IIUniversitat de Barcelona
IIIUniversitat de Girona

 

 


RESUMO

Considerando-se a importância do autoconceito no bem-estar dos adolescentes, bem como a necessidade de escalas confiáveis que permitam avaliá-lo, o presente estudo tem como objetivos verificar as propriedades psicométricas da Escala de Autoconceito Multidimensional, sua estrutura e consistência interna em uma amostra de adolescentes brasileiros e verificar a invariância fatorial da escala considerando-se o sexo dos adolescentes. Participaram deste estudo 1.588 adolescentes com idades entre 12 e 16 anos, sendo 65,5% meninas. Os resultados indicam que a versão de quatro dimensões (acadêmica, familiar, física e social) e 20 itens da Escala de Autoconceito Multidimensional apresenta, no geral, consistência interna e índices de ajuste adequados em análise fatorial confirmatória para a amostra. Verifica-se também invariância fatorial entre meninos e meninas por meio de análise fatorial confirmatória multigrupo.

Palavras-chave: autoconceito; autoestima; adolescentes.


ABSTRACT

Considering the importance of self-concept in the well-being of adolescents, as well as the need for reliable scales that allow its evaluation, the objectives of the present study are to verify the psychometric properties of the Multidimensional Self-Concept Scale—its structure and internal consistency – in a sample of Brazilian adolescents, and to assess the scalar invariance of the scale considering the adolescents' gender. The study included 1,588 adolescents between 12 and 16 years of age, with 65.5% being female. The results indicate that the four-dimensional (academic, family, social and physical), 20-item version of the Multidimensional Self-Concept Scale presents appropriate reliability and fit indices when performing confirmatory factor analysis for the sample. There is also factorial invariance between boys and girls tested with multi-group confirmatory factor analysis.

Keywords: self-concept; self-esteem; adolescents.


RESUMEN

Teniendo en cuenta la importancia del auto-concepto en el bienestar de los adolescentes, así como la necesidad de escalas fiables que permitan evaluarlo, los objetivos del presente estudio son verificar las propiedades psicométricas de la Escala Multidimensional de Autoconcepto, su estructura y consistencia interna en una muestra de adolescentes brasileños y evaluar la invariancia factorial de la escala teniendo en cuenta el género de los adolescentes. El estudio incluyó a 1.588 adolescentes con edades entre 12 y 16 años y 65,5% niñas. Los resultados indican que la versión de cuatro dimensiones (académica, familiar, social y física) y 20 ítems de la Escala de Autoconcepto Multidimensional presenta, en general, índices de ajuste y confiabilidad apropiados cuando se realiza el análisis factorial confirmatorio para la muestra. También se observa invariancia factorial entre los niños y las niñas a través del análisis factorial confirmatorio multigrupo.

Palabras-clave: autoconcepto; autoestima; adolescentes.


 

 

O autoconceito de adolescentes é um tópico de crescente interesse no âmbito das ciências humanas, já que o autoconceito positivo é considerado importante para um bom funcionamento social, pessoal e profissional, e implica satisfação pessoal (Esnaola, Goñi, & Madariaga, 2008). Estudos apontam que o autoconceito positivo facilita relações positivas com as outras pessoas e influi diretamente no bem-estar (Casas et al., 2007; Martínez- Antón, Buelga, & Cava, 2007).

No Brasil, as pesquisas sobre autoconceito de adolescentes tratam, principalmente, de temas relativos a aspectos psicológicos, sociais e físicos (Costa, Mendonça, & Fleith, 2005; Peixoto, 2004). Apesar de ser um tema amplamente estudado, sua definição ainda não é clara, e frequentemente o termo autoconceito aparece como sinônimo de autoestima (Tomás & Oliver, 2004). Autoestima e autoconceito estão intimamente relacionados, porém aquela pode caracterizar-se como sendo um dos fatores que compõem este fenômeno, especificamente relacionada à esfera valorativa, ou seja, à atitude positiva ou negativa em relação a si mesmo (Rosenberg, 1973).

Monteiro (2012) compreende o autoconceito como um construto que inclui aspectos cognitivos e comportamentais, também sendo multidimensional, enquanto a autoestima parece estar limitada a um componente afetivo, unidimensional. O autoconceito seria expresso em conclusões sobre suas habilidades e competências, enquanto a autoestima poderia ser entendida como o modo como o indivíduo se sente em relação a seus atributos. Para García, Musitu, e Veiga (2006), o autoconceito pode ser definido, em geral, pela imagem e aceitação do indivíduo de si mesmo, localizando-se sempre em um continuum entre bem-estar e seu oposto.

Considerando-se o autoconceito do adolescente, Shavelson Hubner, e Staton (1976) consideram que pode dividir-se em acadêmico e não acadêmico, sendo este organizado em componentes emocionais (mais subjetivos e internos), sociais (relacionados ao significado da conduta em relação aos outros) e físicos (que influenciam as atitudes e aparência geral). Os autores definem sete características básicas do autoconceito: 1. organizado; 2. multifacetado; 3. sua estrutura pode ser hierárquica; 4. apresenta relativa estabilidade globalmente; 5. constrói- se e se modifica ao longo da vida; 6. tem caráter avaliativo; e 7. pode ser diferenciado dos outros construtos com os quais está teoricamente relacionado (Malo et al., 2014). García, Musitu, Riquelme, e Riquelme (2011) compreendem esse fenômeno como multifatorial, constituído de dimensões como: acadêmica e profissional, social, física, emocional e familiar. A partir disso, os autores propuseram um modelo teórico com esses cinco fatores para avaliar o autoconceito, que foi validado em adultos jovens de uma amostra espanhola e chilena.

Schiavoni e Martinelli (2012) apontam que cada contexto social exige um comportamento diferente, e abordam o autoconceito familiar e o autoconceito escolar desenvolvidos a partir das relações familiares e escolares estabelecidas com colegas e professores. O autoconceito muda ao longo do desenvolvimento. De acordo com Pallas, Entwisle, Alexander, e Weinstein (1990), ele se desenvolve mais intensamente a partir do primeiro ano escolar, quando a criança passa mais tempo na companhia de outras crianças, exposta pela primeira vez a avaliações que comparam suas competências com as de outras crianças. A família, por meio de suas funções afetiva e socializadora também exerce impacto no autoconceito (Garaigordobil & Bernarás, 2009; Martínez, García & Yubero, 2007; Sharma, 2012), uma vez que ele é construído pelas relações estabelecidas com as outras pessoas, influenciando no desenvolvimento da personalidade (Garaigordobil, Pérez, & Mozaz, 2008).

Diversos instrumentos foram utilizados para medir o autoconceito em estudos nacionais e internacionais, entre eles: Inventário Piers-Harris (Junior, Bacarin, Ronque, Oliveira, & Simões, 2012); Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil (Zuglian, Motti, & Castanho, 2007); Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IEGA) (Saldanha, Oliveira & Azevedo, 2011); Questionário de Autoconceito Forma A (AFA) (Sebastián, 2002), Escala de Janis-Field (Gonçalves & Biaggio, 1986); Questionário de Autoconceito de Tamayo (Magagnin, Barros, Busetti; & Bertoletti, 1997); Modelo Multidimensional do Autoconceito proposto por L’Écuyer (Novaes, 1985); Escala Fatorial de Autoconceito (EFA; Costa et al., 2005; Magagnin & Korbes, 2000; Paulinelli & Tamayo, 1987; Ribeiro, 1988); e, por fim, a Prova de Autoestima para Adolescentes (Niebla, Hernández-Guzmán, & González-Montesinos, 2011). A maioria dos instrumentos avalia o autoconceito como multidimensional, mas cada estudo propõe suas próprias dimensões, e grande parte deles relaciona os aspectos do autoconceito à cultura em que o individuo está inserido.

Foram publicados estudos que utilizaram a Escala de Autoconceito Forma 5 (AF5), considerando o autoconceito como multidimensional. Na Espanha, Fuentes, García, Gracia e Lila (2011a) estudaram a relação entre a AF5 e o ajuste psicossocial de adolescentes em uma amostra de 1.281 adolescentes espanhóis, com idades entre 12 e 17 anos. Os autores apontam alfas de Cronbach de 0,908 para o fator acadêmico, 0,822 para o social, 0,742 para o emocional, 0,877 para o familiar e 0,796 para o físico. Já no estudo de García-Sánchez, Burgueño- Menjibar, López-Blanco, e Ortega (2013), o fator com mais alta consistência interna também foi o acadêmico (α =0,880), enquanto que o social foi o mais baixo (α =0,698). Fuentes, García, Gracia, e Lila (2011b) utilizaram a AF5 para avaliar a relação entre o autoconceito e o consumo de substâncias em uma amostra de 632 adolescentes espanhóis, e a estrutura multidimensional foi comprovada, sendo o alfa encontrado para as subescalas de 0,887 para o acadêmico, 0,674 para o social, 0,702 para o emocional, 0,849 para o familiar e 0,735 para o físico.

No Brasil, a AF5 foi utilizada nos estudos de Martínez, Musitu, García, e Camino (2003), Martínez et al. (2007) e Martínez e García (2008). Martínez et al. (2003) estudaram os efeitos da socialização familiar no autoconceito de 2.437 estudantes espanhóis e 2.142 estudantes brasileiros. Foram aplicadas todas as dimensões em ambas as amostras, e os alfas encontrados para a escala foram de 0,83 na amostra espanhola e 0,78 na brasileira. Para o fator Acadêmico, 0,89 na Espanha e 0,82 no Brasil; para o fator Social, 0,69 na Espanha e 0,53 no Brasil; para o fator Emocional 0,71 na Espanha e 0,69 no Brasil; para o fator Familiar 0,78 na Espanha e 0,69 no Brasil; e, finalmente, para o fator Físico 0,77 na Espanha e 0,72 no Brasil.

Martínez et al. (2007) estudaram a relação entre o estilo parental e a autoestima em 1.239 adolescentes brasileiros com idades entre 11 e 15 anos (54% meninas). Os adolescentes de famílias autoritárias foram caracterizados pela baixa autoestima familiar. Adolescentes de famílias indulgentes apresentaram maior autoestima física que os de família autoritárias ou negligentes, mas os provenientes de famílias autoritárias não diferem dos outros três grupos. Os alfas encontrados foram de 0,79 para o fator Acadêmico, 0,82 para o fator Social, 0,55 para o fator Emocional, 0,99 para o fator Familiar e 0,73 para o fator Físico.

Martínez e García (2008) estudaram a internalização de valores e autoestima em adolescentes brasileiros com relação ao estilo parental. Os resultados apontam que os estilos parentais autoritativo e indulgente são associados à elevada internalização de valores de autotranscendência e conservação, enquanto o estilo autoritário é associado a níveis mais baixos de internalização. Sobre a autoestima, pais indulgentes têm filhos com níveis de autoestima iguais ou mais elevados do que os criados por pais autoritativos, enquanto os filhos de pais autoritários ou negligentes apresentam os menores índices de autoestima. Os autores citam as análises fatoriais e confirmatórias em seu estudo, porém as análises confirmatórias foram realizadas com amostras portuguesa e espanhola, não definindo parâmetros para a população brasileira. Os alfas encontrados neste estudo foram de 0,80 para a escala, 0,83 para o fator Acadêmico; 0,61 para o Social; 0,70 para fator Emocional; 0,76 para fator Familiar e 0,74 para fator físico.

Os estudos realizados no Brasil com a AF5, utilizam os parâmetros definidos pelos autores da escala, que validaram o instrumento para a população espanhola, ou adaptações da escala para a amostra portuguesa. Não foi encontrado nenhum estudo brasileiro sobre a adaptação da escala para o Brasil ou sobre a investigação de suas propriedades psicométricas em amostras de adolescentes brasileiros. Dos estudos que utilizam essa escala, somente o de autoria de Martínez et al. (2007) apresenta uma análise fatorial exploratória, com a divisão dos itens em fatores, porém sem verificação dos parâmetros com a análise fatorial confirmatória. Desse modo o presente estudo pretende analisar a AF5 com uma amostra de adolescentes brasileiros.

Considerando-se a importância do autoconceito no bem-estar dos adolescentes, bem como a necessidade de escalas confiáveis que permitam avaliá-lo em nível nacional e internacional, o presente estudo tem como objetivos verificar as propriedades psicométricas da Escala de Autoconceito Multidimensional, sua estrutura e consistência interna com uma amostra de adolescentes brasileiros e verificar a invariância fatorial entre meninos e meninas por análise fatorial confirmatória multigrupo.

 

Método

Participantes

Os participantes deste estudo fazem parte de uma amostra coletada durante a realização de um estudo internacional sobre qualidade de vida e bem-estar na adolescência. Os dados são referentes aos adolescentes brasileiros cujos respectivos pais ou responsáveis autorizaram a participação. O total de participantes da pesquisa foi de 1.588 adolescentes.

Os adolescentes são alunos das turmas de sétimo e oitavo ano do ensino fundamental e primeiro e segundo ano do ensino médio, provenientes de escolas públicas e privadas de quatro cidades do estado do Rio Grande do Sul. Desses, 38,2% são da capital, Porto Alegre, e os demais de quatro cidades do interior: Santa Cruz (19,5% ), Rio Grande (18,2% ), Passo Fundo (10,1%) e Santa Maria (14,0% ). Dos 1.588 adolescentes, 34,5% são meninos e 65,5% são meninas. Os participantes de escolas particulares compõem 45,4% da amostra, enquanto os de escolas públicas correspondem a 54,6% . As idades dos adolescentes variam de 12 a 16 anos, com a média de 14,13 (DP=1,26).

Instrumento

A escala AF5 original (García & Musitu, 2014) é composta de 30 itens com cinco possibilidades de resposta (1 significando “nunca”, e 5, “sempre”). No presente estudo, foi utilizada a versão adaptada de 24 itens da AF5, que foi traduzida de sua língua original (espanhol) para o português, e depois submetida a uma tradução reversa (backtranslation) por um psicólogo bilíngue. Para este estudo, foram aplicados somente quatro dos cinco fatores do instrumento original – acadêmico, familiar, físico e social –, pois o fator emocional já havia sido contemplado em outra escala do questionário aplicado nos adolescentes, buscando assim reduzir o tamanho do questionário e evitar o efeito de cansaço dos participantes. Semelhante procedimento foi realizado no estudo de Malo, Bataller, Casas, Gras, e González (2014). Utilizou-se uma escala de 11 pontos (0 significando “nunca”, e 10, “sempre”), conforme Cummins e Gullone (2000), pois escalas com mais possibilidades de resposta são mais sensíveis, permitindo a discriminação mais precisa das respostas dos participantes. No presente estudo, o alfa de Cronbach do componente acadêmico é de 0,86, o alfa do componente familiar é de 0,76, o alfa do componente social é de 0,66, e o alfa do componente físico é de 0,76.

Procedimentos

Inicialmente, as escolas foram selecionadas aleatoriamente por sorteio a partir de uma lista fornecida pela Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul e contatadas para que se obtivesse autorização para a realização da pesquisa com seus alunos, sendo entregue e assinado o Termo de Consentimento Institucional pelo diretor ou representante da escola, um dos termos obrigatórios no Brasil. Após a autorização da escola, a equipe de pesquisadores entregou os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido para os alunos, que levaram os termos para casa e pediram a autorização de seus pais para a participação na pesquisa.

Combinou-se com a direção das escolas um horário para entrar nas turmas de sétimo e oitavo ano do ensino fundamental e primeiro e segundo ano do ensino médio, durante aproximadamente 45 minutos, quando a equipe de pesquisadores realizou a aplicação coletiva do instrumento de pesquisa com os alunos, que devolveram os termos assinados por eles e seus pais. Os participantes tiveram plena liberdade de se recusar a preencher o questionário sem que tivessem qualquer prejuízo. Essa pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob o Protocolo de Pesquisa Nº 066/2008, e todos os procedimentos atenderam aos critérios éticos de pesquisa com seres humanos.

Análise de Dados

Para atender ao primeiro objetivo e verificar o funcionamento da escala, inicialmente são apresentadas análises descritivas (médias e desvio-padrão) dos 24 itens da escala por sexo. Em seguida, são apresentadas as análises de consistência interna por alfa de Cronbach, considerando as dimensões com todos os itens e também com os itens excluídos. Por fim, são apresentadas as Análises Fatoriais Confirmatórias (AFC) para verificar o comportamento de variáveis observadas e latentes a partir de um modelo teórico estabelecido a priori pela literatura. Para tanto, utilizou-se o programa R, versão 3.1.1, para analisar os dados por estimação de mínimos quadrados ponderados – weighted least square estimation (WLSMV) –, considerando-se desvio da normalidade multivariada no caso de medidas positivas de avaliação. Para o modelo ser satisfatório, são considerados resultados com o Índice de Comparação do Ajuste – Comparative Fit Index (CFI) – a partir de 0,95 e análise dos resíduos pelo Erro Quadrático Médio de Aproximação – Para atender ao primeiro objetivo e verificar o funcionamento da escala, inicialmente são apresentadas análises descritivas (médias e desvio-padrão) dos 24 itens da escala por sexo. Em seguida, são apresentadas as análises de consistência interna por alfa de Cronbach, considerando as dimensões com todos os itens e também com os itens excluídos. Por fim, são apresentadas as Análises Fatoriais Confirmatórias (AFC) para verificar o comportamento de variáveis observadas e latentes a partir de um modelo teórico estabelecido a priori pela literatura. Para tanto, utilizou-se o programa R, versão 3.1.1, para analisar os dados por estimação de mínimos quadrados ponderados – weighted least square estimation (WLSMV) –, considerando-se desvio da normalidade multivariada no caso de medidas positivas de avaliação. Para o modelo ser satisfatório, são considerados resultados com o Índice de Comparação do Ajuste – Comparative Fit Index (CFI) – a partir de 0,95 e análise dos resíduos pelo Erro Quadrático Médio de Aproximação – Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) – e o Resíduo Médio Quadrado Padronizado – Standardized Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) – e o Resíduo Médio Quadrado Padronizado – Standardized Root Mean Square Residual (SRMR) – abaixo de 0,05 são excelentes, de acordo com Batista-Foguet e Coenders (2000) e Byrne (2010). No entanto, é importante levar em consideração que, para outros autores, valores até 0,08 para o RMSEA e o SRMR representam erros aceitáveis de aproximação em amostras grandes (Byrne, 2010; Marsh et al., 2010), enquanto o CFI maior do que 0,90 reflete ajuste aceitável para os dados (Marsh et al., 2010), embora o valor próximo de 0,95 seja mais indicado na literatura (Batista- Foguet & Coenders, 2000; Byrne, 2010).

Os índices de ajuste da análise fatorial confirmatória, bem como as cargas de cada variável observada em sua respectiva variável latente são apresentados, incluindo os intervalos de confiança calculados por estimação por bootstrap, considerando-se que as medidas de bem-estar geralmente apresentam desvio da normalidade por se tratarem de medidas positivas. Bootstrap é uma abordagem para a validação de um modelo multivariado realizado pela criação de um grande número de subamostras e da estimação de modelos para cada subamostra. Estimativas de todas as subamostras são então combinadas, fornecendo não apenas os melhores coeficientes estimados, mas também sua variabilidade esperada (Hair, Black, Babin, Anderson, & Tatham, 2009). O tratamento dos dados faltantes foi feito por meio de imputação por regressão, levando-se em conta sua baixa ocorrência (menos de 5% ). Também foram realizadas análises fatoriais confirmatórias multigrupo considerando o sexo dos adolescentes, buscando avaliar se os parâmetros psicométricos da escala são equivalentes para os meninos e meninas da amostra estudada, satisfazendo assim o segundo objetivo deste estudo.

 

Resultados

A seguir são apresentadas as médias e desvios-padrão de cada item da escala para os adolescentes considerando- se o sexo. Observa-se que, em geral, as médias dos meninos são mais altas para os itens dos fatores familiar e físico, enquanto que as meninas apresentam médias mais altas para os itens do fator acadêmico. As médias dos itens para meninos e meninas podem ser observadas na Tabela 1.

 

 

Análise de consistência interna.

A análise de consistência interna foi realizada por alfa de Cronbach e confiabilidade de construto – Composite Reliability (CR) (Hair et al., 2009). Observa-se que o alfa de Cronbach do componente acadêmico é de 0,861, aumentando para 0,874 caso o item “Considerome educado” fosse excluído. O alfa do componente familiar é de 0,762, aumentando para 0,778 se o item “Sou muito criticado minha casa” fosse excluído. Para o componente social, o alfa é de 0,657, aumentando consideravelmente para 0,741 com a exclusão do item “É difícil para mim falar com desconhecidos/das”. Já para o componente físico, o alfa é de 0,758, e todos os itens contribuíram. O CR do fator Físico obteve um menor resultado, sendo 0,683, levemente abaixo do 0,70 indicado por Hair et al. (2009). O CR dos demais fatores foram satisfatórios, sendo 0,882 para o fator Acadêmico, 0,832 para o fator Familiar e 0,749 parao fator Social.

Análise Fatorial Confirmatória (AFC).

Foi realizada a AFC com a amostra, e os resultados para o modelo inicial com os 24 itens apresentaram índices iniciais aceitáveis, como pode ser observado na Tabela 2, já que os índices de ajuste ficaram em 0,94, e os resíduos ficaram abaixo de 0,08, incluindo seus limites superiores. Ao serem verificados os pesos de cada variável, observou-se pesos padronizados abaixo de 0,40 para os itens “Sou muito criticado em casa” (0,31), “É difícil para mim fazer amigos” (0,28) e “É difícil para mim falar com desconhecidos/das” (-0,05), sendo este último com peso não significativo (p=0,11). Considerando-se como ponto de corte pesos acima de 0,40, os três itens foram excluídos do modelo, obtendo-se os ajustes apresentados no modelo autoconceito com 21 itens. Os índices de ajuste do modelo com 21 itens são satisfatórios, no entanto observou-se que o item “A minha família está decepcionada comigo” apresentou peso abaixo do ponto de corte (0,38) para esse modelo. Dessa forma, testou-se o modelo final, que apresentou índices de ajuste satisfatórios com todos os pesos padronizados dos itens sendo significativos e acima de 0,40 (Tabela 2).

 

 

A seguir, é apresentado o gráfico do modelo final da análise fatorial confirmatória da escala com vinte itens, com os parâmetros padronizados (Figura 1). Os itens estão apresentados por números que correspondem aos apresentados na Tabela 1. Os pesos padronizados variaram entre 0,423 para o item “Considero-me educado” a 0,816 para o item “Sinto-me querido pelos meus pais”. Além disso, observam-se correlações positivas e significativas entre as quatro variáveis latentes, indo de 0,433 entre os fatores acadêmico e social, a 0,644 entre os fatores físico e social.

 

 

Os parâmetros estimados de cada item para as AFC da Escala de Autoconceito Multidimensional são apresentados incluindo-se os intervalos inferiores e superiores de confiança com estimação bootstrap na Tabela 3. Todos os parâmetros são significativos. Nesta tabela podem- se observar as cargas fatoriais de cada item em seu respectivo fator latente, conforme apresentado na Figura 1, além de verificar seus intervalos de confiança.

 

 

Análise Fatorial Confirmatória Multigrupo (AFCMG).

Para verificar a equivalência de parâmetros entre grupos, foram testados três modelos para cada escala, sendo que cada modelo é mais restritivo do que o outro. No primeiro modelo, os parâmetros são livremente estimados para cada grupo, sendo testada apenas a plausibilidade da estrutura fatorial, ou seja, a adequação do modelo proposto para cada grupo. No segundo modelo, as cargas fatoriais são restringidas para serem iguais entre os grupos, avaliando se os itens possuem a mesma importância para os grupos. No último modelo, além das cargas fatoriais, também são restringidos os interceptos, ou seja, as médias dos itens para cada grupo. Para este estudo, foram levados em conta os índices comparativos de ajuste entre os modelos, considerando-se a diferença entre o CFI de um modelo para o outro. A diferença entre o CFI (δ CFI) não deve ser maior de 0,01, e os resultados globais indicam a viabilidade de se restringir as cargas fatoriais para serem as mesmas nos diferentes grupos (Milfont & Fisher, 2010).

Na Tabela 4, percebe-se que a Escala de Autoconceito Multidimensional apresenta índices adequados de ajuste para o modelo não restringido ao ser considerado o sexo. Quando as cargas fatoriais são restringidas para serem iguais entre os grupos, não há diferença entre o CFI (δ CFI< 0,01), permanecendo um ajuste aceitável. Da mesma forma, quando da restrição dos interceptos, não há diferença entre os meninos e as meninas, atingindo, dessa forma, um ajuste adequado.

 

 

 

Discussão

A estrutura e os componentes do construto autoconceito é são bastante discutidos entre os autores de nossa área (Monteiro, 2012; Rosenberg, 1973; Schiavoni & Martinelli, 2012). As relações interpessoais e familiares influenciam na construção do autoconceito, especialmente nas crianças e adolescentes (Garaigordobil & Bernarás, 2009; Garaigordobil et al., 2008; Martínez et al., 2007; Sharma, 2012). Ainda que não haja concordância sobre sua composição, a relação do autoconceito com a autoestima e sua importância para o desenvolvimento dos adolescentes são consenso.

Sua multidimensionalidade de cinco diferentes fatores tem sido a perspectiva mais aceita e corroborada empiricamente (Elosua & López-Jauregui, 2008; Esnaola eta al., 2008; García et al., 2011; Mella & Bravo, 2011; Monteiro, 2012; Schiavoni & Martinelli, 2012; Tomás & Oliver, 2004). Seus fatores, definidos como acadêmico, social, emocional, familiar e físico, possibilitam avaliar qual área necessita de maior atenção para incremento do autoconceito geral, e, consequentemente, do bem-estar, oportunizando diversas possibilidades de intervenção.

Nesse sentido, considera-se importante a existência de ferramentas adequadas para avaliar o autoconceito, traduzidas e adaptadas para os adolescentes brasileiros, especialmente as que tenham sido utilizadas em pesquisas internacionais. Assim, o presente estudo verificou as propriedades psicométricas de quatro dimensões da Escala de Autoconceito Multidimensional (acadêmico, familiar, social e físico), com uma amostra de adolescentes brasileiros, considerando a importância do autoconceito e do bem-estar no desenvolvimento dos adolescentes (Bedin & Sarriera, 2015).

Os dados do presente estudo apontaram que, após as análises confirmatórias, quatro itens originais deveriam excluídos da escala para permitir um bom ajuste do modelo teórico proposto à amostra estudada. Os itens que foram excluídos são: “Sou muito criticado em minha casa” e “Minha família está decepcionada comigo”, do fator familiar, e “Para mim é difícil falar com pessoas desconhecidas” e “É difícil para mim fazer amigos”, do fator Social. O fato de que os quatro itens apresentam sentido negativo (itens invertidos) pode resultar no desempenho abaixo do esperado na amostra estudada, por exigirem maior compreensão e atenção do respondente (De Moraes & Primi, 2002; Giacomoni & Hutz, 2008; Kobarg, Vieira, & & Vieira, 2010). Além disso, a tradução e compreensão dos itens pelos adolescentes também podem ser culturalmente influenciadas (Martins & Trindade, 2003; Molina, Silva, & Silveira, 2004). Ainda assim, o modelo final apresentou índices de ajuste adequados para a amostra estudada, sugerindo a possibilidade de se avaliar o autoconceito dos adolescentes com vinte itens para os quatro fatores estudados.

A Escala de Autoconceito Forma 5 foi desenvolvida na Espanha, e já foi validada, no Chile, por Mella e Bravo (2011) em estudantes universitários; na Espanha, em adolescentes bascos, por Elosua e López-Jauregui (2008); em Catalão, por Malo et al. (2014); e também para a língua inglesa (García, Gracia, & Zeleznova, 2013). A escala tem sido utilizada em pesquisas brasileiras (Martínez & García, 2008; Martínez et al., 2007; Martínez et al., 2003), porém utilizando as normas e estrutura estabelecidas por seus autores para a versão original ou a adaptação para o português de Portugal.

Neste estudo, a dimensão acadêmica apresentou a consistência interna mais alta entre as quatro dimensões estudadas, confirmando os resultados encontrados em outras pesquisas (Fuentes et al., 2011a; García-Sáncez et al., 2013).

Já a consistência interna mais baixa apresentada foi a do fator Social, concordando com os resultados obtidos por Fuentes et al. (2011b). Os dados encontrados também são corroborados por pesquisas realizadas utilizando a AF5 em diversos países (Alonso, Lucas, Izquierdo & Lobera, 2006; Coelho & Figueira, 2011; Elosua & López- Jauregui, 2008; García et al., 2011; Jiménez, Murgui, Estévez & Musito, 2007; López-Justicia, Hernández, Jiménez, Sánchez & López, 2008; Malo et al., 2011; Rodrigo, Ochoa & Murillo, 2005; Salvador-Ferrer, 2012; Tomás & Oliver, 2004).

Dentre as limitações do presente estudo, destaca- -se que não foram aplicados todos os fatores propostos pelos autores da escala, não sendo avaliado o fator emocional. Estudos futuros podem realizar nova tradução com adolescentes, além de aplicar a escala completa, com suas cinco dimensões. A dificuldade de compreensão dos itens pelos adolescentes pode ter afetado o desempenho de alguns itens da escala abaixo do esperado na amostra estudada, apesar de ter sido realizado estudo piloto com validação semântica dos itens, em que a escala apresentou boa adequação.

Acrescentamos que, no presente estudo, o fato de a escala ter sido utilizada com adolescentes de um único estado brasileiro também é uma limitação, considerando- se os diferentes contextos do país. Pesquisas futuras podem realizar aplicação da escala em adolescentes de outros estados brasileiros, contribuindo com dados e evidências de validade no país, com aplicação em número representativo de adolescentes brasileiros, de modo que as normas sejam ajustadas à população em seu contexto e sejam determinados os parâmetros para sua aplicação no Brasil.

Concluindo, após a exclusão de quatro itens originais, a Escala de Autoconceito, composta nesse estudo por quatro fatores (Acadêmico, Familiar, Social e Físico), apresentou bons índices de ajuste e propriedades psicométricas aceitáveis para o seu uso com adolescentes brasileiros, confirmando dados apontados em outras pesquisas. O uso de itens negativos parece não contribuir para a formação do constructo, o que pode ser aprofundado em estudos futuros. Considerando os resultados apresentados, ressalta-se que além do contexto familiar, estratégias que busquem fortalecer o autoconceito acadêmico também se apresentam relevantes, já que os estudos apontam para a importância desse fator para os adolescentes.

 

Referências

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recebido em setembro de 2014
reformulado em abril de 2015
aprovado em maio de 2015

 

 

Sobre os autores

Jorge Castellá Sarriera: é Psicólogo, possui Doutorado em Psicologia Social pela Universidade Autonoma de Madrid. Atualmente é professor associado no Instituto de Psicologia da UFRGS. Experiência na área de Psicologia Social e da Saúde, com ênfase em Psicologia Comunitária e na área de Orientação Ocupacional e Profissional.
Ferran Casas: é Psicólogo, possui Doutorado em Influência Social pela Universitat de Barcelona (1988). Atualmente é professor na Universitat de Girona (Espanha), e membro do corpo editorial de inúmeros periódicos científicos, dentre eles, Intervención Psicosocial e Social Indicators Research.
Lívia Maria Bedin: é Psicóloga, Pós-doutoranda bolsista do CNPq, membro do Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária (GPPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Daniel Abs: é Psicólogo, possui Pós-doutorado em Psicologia Social no Institut de Recerca de Qualitat de Vida da Universitat de Girona (Espanha). Atualmente é professor da graduação em Psicologia da Unisinos e Pós-doutorando no Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária do PPG Psicologia da UFRGS
Bibiana Ramos dos Santos: é Psicóloga, doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e membro do Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária (GPPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Fernanda Czarneski Borges: é Psicóloga e mestranda em Psicologia do Desenvolvimento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Sara Malo: é Psicóloga, professora da Universitat de Girona, Espanha.
Mònica González: é Psicóloga, professora da Universitat de Girona, Espanha.


1Endereço para correspondência: R. Vicente da Fontoura, 2066/1202, 90640-002, Porto Alegre-RS. E-mail: bibianarsantos@hotmail.com


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