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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.15 no.2 Itatiba Aug. 2016

 

 

Inventário de Estilos de Enamoramento: construção e validação1

 

Enamor Style Inventory: Construction and validition

 

Inventário de Estilos de Enamoramento: construcción y validación

 

 

Clystine Abram Oliveira GomesI; Adriana Benevides Soares2,I; Luciana MourãoI; José Augusto Evangelho HernandezII

IUniversidade Salgado de Oliveira
IIUniversidade do Estado do Rio de Janeiro

 

 


RESUMO

O presente estudo tem por objetivo construir e validar o Inventário de Estilos de Enamoramento (IEE). Um conjunto de itens baseado em habilidades heterossociais e habilidades sociais foi submetido à avaliação de 303 participantes de ambos os sexos e idades entre 18 e 30 anos. Por meio de análises fatoriais exploratórias foi ajustada uma solução de 26 itens divididos entre dois fatores denominados de Estilo Sutil de Enamoramento (ESE) e Estilo Direto de Enamoramento (EDE). Os alfas de Cronbach calculados para eles foram, respectivamente, 0,85 e 0,87. Foram obtidas evidências de validade convergente entre o IEE e os fatores do Inventário de Habilidades Sociais. O ESE apresentou correlações significativas positivas com os fatores Enfrentamento e Autoafirmação com risco. O EDE apresentou correlação negativa com os fatores Autoexposição a desconhecidos e Situações novas. Esses resultados recomendam o uso do IEE para pesquisas nas áreas da psicologia social e clínica.

Palavras-chave: amor; relações interpessoais; habilidades sociais; psicometria.


ABSTRACT

The goal of this study was to build and analyze the psychometric features of an Enamor Style Inventory (IEE). A set of items based on heterosocial skills and social skills was submitted to a sample of 303 participants, comprised of both sexes with 18 to 30 years of age. Through Exploratory Factor Analyses a solution of 26 items was deduced, divided between two factors called Subtle Enamor Style (ESE) and Direct Enamor Style (EDE). Cronbach's alphas were calculated as 0.85 and 0.87, respectively. Convergent validity evidence was obtained between the IEE and Social Skills Inventory (IHS) factors. The ESE showed significant positive correlations with Coping and Self-assertion with Risk. The EDE was negatively correlated with the factors Self-Exposure to Strangers and New Situations. These results suggest the use of IEE for research in the fields of social and clinical psychology.

Keywords: love; interpersonal relations; social skills; psychometrics.


RESUMEN

Este estudio tuvo como objetivo construir y validar el Inventário de Estilos de Enamoramento (IEE). Se generó un conjunto de ítems basados en habilidades heterosociales y habilidades sociales. El estudio incluyó a 303 personas de ambos sexos y edades comprendidas entre 18 y 30 años. A través de análisis factorial exploratorio se ajustaron una solución de 26 ítems divididos entre dos factores denominados Estilo Sutil de Enamoramento (ESE) y Estilo Direto de Enamoramento (EDE). Alfas de Cronbach calculados para el mismo fueron, respectivamente, 0,85 y 0,87. Se obtuvo evidencia de validez convergente entre el IIE y los factores del Inventário de Habilidades Sociais. El ESE mostró correlaciones positivas significativas con los factores de Afrontamiento y la Autoafirmación con Riesgo. El EDE se correlacionó negativamente con la Auto Exposición con Extraños y con Nuevas Situaciones. Estos resultados sugieren lo uso de IEE para la investigación en los campos de la psicología social y clínica.

Palabras-clave: amor; relaciones interpersonales; habilidades sociales; psicometría.


 

 

O enamoramento pode ser considerado o primeiro momento da atração afetivo-sexual que uma pessoa sente pela outra e pode envolver uma superestimação do ser desejado (Freud, 1980; Hintz, 1998). Essa forma de amar possivelmente é parte dos construtos paixão (Mônego & Teodoro, 2011; Sternberg, 2006) e amor apaixonado (Feybesse, Neto, & Hatfield, 2011; Hatfield & Sprecher, 1986, 2010).

Quando os jovens encontram pessoas que lhes chamam a atenção, na maioria das vezes, são motivados pela atração física, pelo desejo momentâneo de beijar e fazer carícias. Quando essa intenção se transforma em interação é chamada simplesmente “pegar” ou “ficar” (Justo, 2005; Levandowski & Schmidt, 2010; Minayo, Assis, & Njaine, 2011; Soares, 2007).

Nessa fase do enamoramento, são observados componentes da comunicação, como a comunicação não verbal (troca de olhares, sorrisos, postura corporal e gestos que indicam reciprocidade, aceitação para possível aproximação), a comunicação verbal com clareza e coerência de palavras e a comunicação mista. Esses são aspectos marcantes dessa fase inicial das relações afetivo-sexuais (Bertoldo & Barbará, 2006).

O enamoramento está relacionado com o flerte, que é marcado por sinais mistos, como os olhares de soslaio e aberturas indiretas (Gersick & Kurzban, 2014). Esses sinais podem variar por diversas razões, por exemplo, conforme a experiência da pessoa. Nessa perspectiva, Van Brummen-Girigori e Buunk (no prelo) encontraram diferenças entre pessoas que cresceram ou não cresceram com a presença do pai.

Oliveira, Gomes, Marquez e Thiengo (2007) mostraram que adolescentes, na fase de enamoramento, podem apresentar pensamentos ambivalentes entre o “ficar” e o “pegar” ou namorar. Também foi identificado que “ficar” e “pegar” podem envolver sentimentos de respeito e afetividade, e namorar pode contribuir para as relações afetivas sem, necessariamente, ter como foco o ato sexual (Levandowski & Schmidt, 2010; Minayo, Assis, & Njaine, 2011; Soares, 2007).

O estudo realizado por Justo (2005) com adolescentes revelou que 53% dos jovens abordados preferem “ficar” antes de namorar. Num primeiro momento, as relações são mais volúveis, rápidas e passageiras, sem compromisso e sem necessidade de assumir responsabilidades. Após a convivência, eles podem assumir responsabilidades um pouco mais sérias quando o “ficar” evolui para o namorar. O estudo de Fonseca e Duarte (2014) aponta para importância do namoro como formação de expectativas para vínculos mais duradouros.

As jovens necessitam de relações de confiança com o parceiro para chegar à relação sexual, conforme analisado por Borges (2007). Esse estudo indicou que 52,5% das meninas iniciaram sua vida sexual por amor ao parceiro. Para as adolescentes pesquisadas, o amor está vinculado ao sexo. Uma maneira de demonstrar que ama o outro é ter intimidade sexual.

Os jovens ao enamorar precisam de habilidades sociais para construir um relacionamento que pode ser “ficar” ou namorar (Justo, 2005; Minayo, Assis, & Njaine, 2011; Soares, 2007). O exercício das relações amorosas e sexuais demanda competência social para sua concretização com êxito (Del Prette & Del Prette, 2001; Silva & Murta, 2009). Del Prette e Del Prette (2011) consideram que as habilidades de comunicação, de assertividade de enfrentamento, de civilidade e de expressão de sentimentos positivos são utilizadas nos relacionamentos amorosos para iniciá-los e mantê-los. Quando o enamoramento ocorre, a pessoa que paquera espera ter êxito em conquistar a outra mediante a utilização das habilidades sociais de comunicação verbal, não verbal e mista, que são habilidades heterossociais (Caballo, 2003).

As habilidades heterossociais são compostas de dimensões comportamentais, cognitivas e fisiológicas. As comportamentais são a comunicação não verbal (percebida por meio do olhar, da dilatação pupilar, de expressões faciais, sorrisos, posturas corporais, gestos, distância e proximidade, contato físico, aparência pessoal, a latência, volume, timbre, tom, fluência, tempo, clareza e velocidade da fala) e a verbal (como a conversa e o ambiente). As cognitivas se referem à percepção do ambiente para comunicação e os pensamentos individuais. A fisiológicas se referem às sensações corporais produzidas pelos componentes cognitivos (Caballo, 2003).

Conger e Conger (1982, p. 41) afirmam que a competência social é “o grau em que uma pessoa tem sucesso nas interações heterossexuais que possui”. As habilidades heterossociais estão interligadas e possibilitam identificar aquelas necessárias para as interações sociais amorosas, que são relevantes para o desenvolvimento das habilidades de enamoramento (Curran & Gilbert, 1975).

Geralmente, as habilidades sociais no enamoramento iniciam com os comportamentos não verbais, na fase da paquera, seguidos dos comportamentos verbais assertivos, na fase da conquista. Além disso, a empatia, a expressão de sentimentos, a civilidade e a comunicação podem contribuir para um enamoramento bem-sucedido (Gomes, 2014).

Argyle e Henderson (1985) identificaram uma série de regras que consideram fundamentais para as habilidades de enamoramento, tais como decorar o nome da pessoa, chamá-la pelo nome, respeitar os limites e a intimidade, inspirar confiança e confiar, ser pontual, olhar nos olhos, tocar intencionalmente, demonstrar interesse e elogiar. Alguns estudos apontam para a importância desses comportamentos como eficazes para a evolução dos encontros amorosos (Glasgow & Arkowitz, 1975; Lipton & Nelson, 1980).

O amor e as habilidades sociais têm sido abordados com frequência pelos pesquisadores no Brasil em estudos teóricos (Scorsolini-Comin & Santos, 2010; Cassepp- Borges & Andrade, 2013, Hernandez, Plácido, Araújo, Neves, & Azevedo, 2014), relacionamentos românticos e habilidades sociais (Villa, Del Prette, & Del Prette, 2007), relacionamentos amorosos via Internet (Dela Coleta, Dela Coleta, & Guimarães, 2008), desenvolvimento de medidas psicológicas para investigação do amor romântico (Andrade, Garcia, Cassepp-Borges, 2013; Cassep- Borges & Pasquali, 2012; Hernandez, 1999, 2015) e sobre personalidade e amor (Mônego & Teodoro, 2011).

Contudo, não foram encontrados instrumentos que avaliem a fase do enamoramento. Buscando contribuir para o preenchimento dessa lacuna, o presente estudo desenvolveu um instrumento de medida de estilos de enamoramento que engloba componentes moleculares das habilidades sociais de comunicação.

 

Método

Participantes

A amostra foi constituída por 303 jovens e adultos jovens da cidade do Rio de Janeiro/RJ. Dos participantes, 101 (33,3%) eram do sexo masculino e 202 (66,7%), do sexo feminino, todos solteiros, com idade entre 18 e 30 anos (M=23,9; DP=3,50). Todos os participantes se declararam heterossexuais. A distribuição da escolaridade dos sujeitos foi a seguinte: 261 (86,1%) de ensino superior incompleto e 42 (13,9%) ensino superior completo.

IElaboração e Características do Instrumento

O processo de construção do IEE obedeceu aos seguintes critérios: procedimentos teóricos, procedimentos empíricos e procedimentos analíticos/estatísticos (Pasquali, 2010). A definição dos itens baseou-se na literatura dos construtos Habilidades sociais (Del Prette & Del Prette, 2001), Heterossociais (Caballo, 2003), Amor apaixonado (Hatfield & Sprecher,1986) e Enamoramento (Freud, 1980; Hintz, 1998).

Inicialmente foram definidos 60 itens comportamentais sobre estilos de enamoramento, que foram submetidos à análise semântica e de construto. A análise de conteúdo foi realizada por cinco juízes especialistas. Foi apresentada uma grade que continha as definições constitutivas dos construtos e os 60 itens para serem analisados. Foram contabilizadas as respostas dos avaliadores, e os itens que obtiveram 80% de concordância foram mantidos na escala. Os 37 itens remanescentes passaram para a fase de análise semântica com três estudantes que tinham ensino médio completo e três com ensino superior completo. Não houve problemas de compreensão pelos participantes que entenderam perfeitamente as instruções e os itens do instrumento.

Para responder ao IEE com 37 itens, foi utilizada uma escala tipo Likert de cinco pontos, variando de (1) nunca a (5) sempre para avaliar a frequência da experiência dos respondentes em cada uma das situações exposta nos itens.

Com o objetivo de gerar evidências de validade convergente para o IEE, os participantes responderam também ao Inventário de Habilidades Sociais (IHS, Del-Prette & Del Prette, 2001), que é um instrumento de autorrelato para a avaliação das dimensões situacional e comportamental molar das habilidades sociais. O IHS possui 38 itens, cada um deles descrevendo uma relação interpessoal e uma possível reação à situação. Foi usada uma escala de respostas do tipo Likert que variou de (0) nunca ou raramente (em cada dez situações desse tipo, reajo dessa forma no máximo duas vezes) a (4) sempre ou quase sempre (em cada dez situações desse tipo, reajo dessa forma 9 a 10 vezes). O indivíduo deve marcar a frequência com que reagiria à forma apresentada em cada um dos itens.

O IHS é composto de cinco fatores: 1. Enfrentamento e Autoafirmação com Risco, com onze itens que remetem a situações interpessoais que levam o respondente a reagir pela afirmação e defesa de direitos e autoestima, com risco potencial de reação indesejável (a=0,96); 2. Autoafirmação na Expressão de Afeto Positivo, com sete itens que indicam demandas interpessoais de expressão de afeto positivo e de afirmação de autoestima, possibilitando risco mínimo de situação indesejável (α=0,86); 3. Conversação e Desenvoltura Social, com sete itens que encerram a capacidade de lidar com situações sociais neutras, com um risco mínimo de reação indesejável pelo outro (α=0,81); 4. Autoexposição a Desconhecidos ou a Situações Novas, com quatro itens que envolvem pequeno risco de reação indesejável do interlocutor (α=0,75); 5. Autocontrole da Agressividade, com três itens que remetem a situações adversas com razoável controle da raiva e da agressividade (α=0,74). Foi obtido alfa de Cronbach de 0,75 para a medida global (38 itens) de Habilidades Sociais (Del Prette & Del Prette, 2001).

Procedimentos

O presente projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade a que se encontra vinculado. Foram apresentados aos participantes os objetivos do estudo e uma explicação de como responder ao inventário. Os instrumentos foram aplicados com a prévia autorização dos participantes por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido datado e assinado. As respostas ao IEE foram dadas de forma coletiva e presencial, em sala de aula de universidades particulares e públicas e na residência médica. O tempo médio de duração do preenchimento dos instrumentos foi de 20 minutos.

Análise de Dados

Os dados foram submetidos à análise fatorial exploratória (AFE) com método de extração Unweighted Least Squares (ULS) e rotação Promin (Lorenzo-Seva, 1999, 2013) no programa Factor 9.3.1 (Lorenzo-Seva & Ferrando, 2013). A razão para a escolha do método ULS deveu-se ao fato de a escala de resposta, embora apresentada como intervalar, ter natureza ordinal. Para esses casos, estudos de simulação apontaram que o ULS apresenta estimativas dos parâmetros com maior precisão e estabilidade (Forero, Maydeu-Olivares, & Gallardo- Pujol, 2009). A rotação Promin, que é um método oblíquo, foi escolhida para não delimitar, a priori, a interação entre os fatores. Nesse caso, se os fatores não forem correlacionados, os resultados serão bastante semelhantes aos que seriam obtidos a partir de rotações ortogonais (Machado, Hauck Filho, Teixeira, & Bandeira, 2014; Sass & Schmitt, 2010).

A análise paralela baseada em Minimum Rank Factor Analysis (Timmerman & Lorenzo-Seva, 2011) foi utilizada para auxiliar na tomada de decisão sobre a retenção de fatores, considerando-se que esse é um dos métodos mais confiáveis para a definição do número de fatores a serem retidos (Damásio, 2012).

Também foram calculadas as consistências internas dos fatores extraídos com o coeficiente alfa de Cronbach. Procurando gerar evidências de validade convergente, foram correlacionados os fatores do IEE com os fatores do IHS. Além disso, foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes, que comparou os escores dos participantes do sexo masculino e do sexo feminino.

 

Resultados

A análise estatística descritiva da distribuição dos escores dos 303 participantes nos 37 itens do IEE revelou pequenas assimetrias negativas. Não foram identificados valores extremos. O teste KMO apresentou um índice de 0,83, considerado bom. O Teste de Esfericidade de Bartlett apresentou os valores χ2 (325)=2.421,30; p<0,001, que permitiram rejeitar a hipótese nula e confirmaram a utilização do método de análise para os dados coletados.

A AFE com método de extração de ULS e rotação Promin revelou uma solução fatorial inicial de sete fatores com autovalores >1,0 que, juntos, explicaram 34% da variação total dos dados. No entanto, a análise paralela baseada em Minimum Rank Factor Analysis (Timmerman & Lorenzo-Seva, 2011) recomendou a retenção de dois fatores (Tabela 1).

 

 

A análise da matriz das cargas fatoriais levou à decisão de excluir 11 itens do instrumento, haja vista que apresentaram saturações <0,32, sem significância prática (Laros, 2005; Lloret-Segura, Ferreres-Traver, Hernández-Baeza, & Tomás-Marco, 2014). Uma nova AFE com 26 itens e mesmo método extraiu uma solução para dois fatores que foram responsáveis por 47% da variância comum explicada (Tabela 2).

 

 

A análise dos conteúdos dos itens que saturaram nos dois fatores extraídos foi consistente com o critério teórico que identificou os ESE e o EDE, que apresentam componentes moleculares das habilidades sociais de comunicação verbal, não verbal e misto (Caballo, 2003). No Fator 1 (EDE), foram encontrados 15 itens e, no Fator 2 (ESE), foram encontrados 11 itens. A versão final do IEE ficou com um total de 26 itens (Tabela 2).

O ESE abrange comportamentos não verbais de componentes moleculares das habilidades sociais de comunicação. São comportamentos utilizados em situação de enamoramento, como olhar, fazer contato visual, olhar fixamente e sorrir. O EDE envolve comportamentos verbais, não verbais e mistos que são utilizados nas situações de enamoramento; os comportamentos não verbais, como gesticular e esbarrar; os verbais, como convidar para relações sexuais ou ir ao motel e pedir o número do telefone; e os comportamentos mistos.

O critério teórico teve como base as habilidades heterossociais que são utilizadas nos relacionamentos de enamoramento (Caballo, 2003; Conger & Conger, 1982; Galassi & Galassi, 1979) e os componentes moleculares das habilidades sociais de comunicação verbal, não verbal e mista (Caballo, 2003; Del Prette & Del Prette, 2011). O coeficiente de correlação de Pearson mostrou algumas correlações estatísticas significativas entre os fatores do IEE e os fatores do IHS (Tabela 3).

 

 

Para testar as diferenças no IEE entre homens e mulheres, foi realizado um teste t de Student para amostras independentes. Os resultados revelaram diferenças estatísticas significativas entre homens (M=2,6; DP=0,73) e mulheres (M=2,2; DP=0,0,74) nos escores médios de EDE, t(301)=4.034, p<0,001), isto é, os homens apresentaram uma frequência mais elevada de comportamentos referentes ao EDE do que as mulheres. Contudo, o tamanho do efeito (d) foi de 0,55, considerado médio (Cohen, 1988). Para o ESE, o escore médio masculino (M=3,2; DP=0,70) foi significativamente maior do que o feminino (M=3,0; DP=0,72), t(322)=2.779, p<0,01). Nesse caso, também os homens apresentaram frequência de comportamentos de ESE maior do que as mulheres. O tamanho do efeito foi de 0,28, considerado pequeno (Cohen, 1988). Para a variável Escolaridade (ensino superior incompleto e completo) o teste t de Student não apurou diferenças estatísticas significativas (p<0,05) nos escores médios de ESE e EDE entre os participantes.

 

Discussão

Os resultados das análises psicométricas possibilitaram a extração de dois estilos de enamoramento de forma nítida, o EDE (11 itens) e o ESE (15 itens), revelando uma estrutura fatorial coerente com os aspectos teóricos abordados. Ambos os estilos apresentaram habilidades heterossociais molares e habilidades sociais moleculares de comunicação, comportamentos que demonstram a motivação para o relacionamento amoroso. O ESE apresentou habilidades sociais moleculares de comunicação não verbal, e o EDE apresentou habilidades sociais moleculares de comunicação verbal e mista (Caballo, 2003). Cada pessoa pode perceber e avaliar o ambiente, a situação e os estímulos, interpretando- -os para comportar-se na situação de enamoramento de acordo com seu estilo (Caballo, Irurtia, & Salazar, 2009): de forma delicada e discreta (ESE) e/ou de maneira mais objetiva e clara (EDE).

Nos resultados deste estudo, embora o ESE apresentasse uma correlação significativa de fraca intensidade com o fator Enfrentamento e autoafirmação com risco do IHS, gerou uma evidência de convergência importante. Nas situações interpessoais, o comportamento de Enfrentamento e autoafirmação com risco é caracterizado pela afirmação e autoestima elevada perante o outro, porém existe a possibilidade de reações indesejáveis, como a rejeição, a réplica ou a oposição. A pessoa que utiliza esse tipo de abordagem, visivelmente se percebe autoconfiante e aparelhada para experimentar suas consequências (Miles & Shevlin, 2001). As habilidades sociais assertivas de enfrentamento são relativas à desenvoltura para iniciar, manter e encerrar o relacionamento afetivo/sexual (Del Prette & Del Prette, 2001). Os comportamentos de olhar fixamente, sorrir e manter contato visual podem acarretar reações de Enfrentamento e autoafirmação com risco uma vez que, embora discretos, estes podem envolver risco de reação indesejada.

Membros de casais que apresentaram alto escore na escala de amor tinham comportamentos mútuos de olhar um para o outro. Entretanto, quando esses comportamentos foram exagerados, provocaram uma resposta de luta e fuga, possivelmente por causa do alto grau de estresse inerente à situação de exposição (Rubin, 1970).

Tower (1980) concluiu que casais com altos escores nas habilidades sociais sorriam só 6% do tempo de interação social. O sorrir exageradamente pode gerar sentimentos de constrangimento e sensação de que está sendo ridicularizado ou debochado. É preciso considerar que a leitura dos estímulos ambientais permite o enfrentamento com a tomada de decisão do interlocutor em atender ou não as demandas dos envolvidos na situação. Assim, a utilização do ESE pode abarcar um risco de não encontrar correspondência no outro e resultar em respostas indesejadas, inesperadas e até agressivas (Caballo, 2003; Del Prette & Del Prette, 2001).

Na pesquisa atual, o EDE também apresentou correlação (nesse caso, negativa e fraca) com os fatores de Autoexposição a Desconhecidos e Situações Novas do IHS, o que indicou alguma evidência de validade convergente. O EDE seria um estilo mais objetivo, claro e direto e uma forma de abordar o outro sem muito esforço. Parece ser um estilo utilizado por aqueles que acreditam que não devem conversar demais, pois possivelmente isso não levará a atingir o objetivo da conquista rápida. No EDE a pessoa abordaria o outro sem preocupação em ser cordial e civilizado. Seria uma abordagem mais clara e objetiva, como pedir o número de telefone, convidar para ir ao motel e esbarrar propositalmente no outro, visando atender os seus próprios interesses e sem dar tempo suficiente para que o interlocutor avalie a possibilidade de não atender a demanda (Caballo, 2003; Del Prette & Del Prette, 2011).

A comparação entre homens e mulheres, nesta pesquisa, mostrou participantes do sexo masculino com maior frequência de comportamentos relativos ao EDE e ao ESE do que os do sexo feminino. Esses resultados corroboraram estudos anteriores (Borges, 2007; Gubert & Madureira, 2008). Para Caballo (2003), os valores sociais aludem comportamentos diferentes para os sexos que estão relacionados à cultura da sociedade em que estão inseridos.

Rohden (2009) assinala que a representação do papel feminino é ainda percebida como mais emotiva e sensível e que a afetividade no relacionamento é relevante para a mulher, além de elas serem mais hábeis na expressão de sentimentos positivos. Os estudos de Arkowitz, Hinton, Perl e Himadi (1978) corroboram esses resultados, demonstrando que aos homens é atribuída a iniciativa. Em 90% dos casos dos relacionamentos de enamoramento, cabe ao homem cortejar e abordar, enquanto as mulheres tendem a agir de forma mais passivas. Esses argumentos poderiam explicar os resultados encontrados no presente estudo. Contudo, os tamanhos dos efeitos (médios e pequenos) das diferenças sexuais encontradas indicariam uma possível mudança em andamento nesses padrões de enamoramento na juventude brasileira.

As teorias construtivistas do comportamento sexual são abalizadas no conceito de script sexual, nas distinções entre os sexos masculino e feminino, fundamentadas na cultura (Rieth, 2002). Para Leal e Knauth (2006) o comportamento sexual é aprendido, adquirido e expresso socialmente, então os scripts que os sujeitos têm sobre o comportamento afetivo-sexual são culturalmente adquiridos e orientados para comportamentos sobre escolhas de parceiros, locais e momentos de exercerem o amor e a sexualidade, além de como irão atuar. Assim, os estilos de enamoramento seriam utilizados conforme as características individuais e de acordo com a demanda social.

Na clínica psicológica, a avaliação dos estilos de enamoramento forneceria subsídios para o treinamento de habilidades sociais de enamoramento dos clientes. Algumas técnicas poderiam ser utilizadas no setting terapêutico, tais como o Treinamento em Percepção Social (Becker, Heimberg, & Bellack, 1985), Treinamento de Habilidades Sociais (Caballo, 2003; Silva & Murta, 2009), a Dessensibilização Sistemática (Wolpe,1973) e a “prática de manter encontro” (Arkowitz, Hinton, Perl, & Himadi 1978).

O presente estudo teve como objetivo construir um instrumento de medida de estilos de enamoramento e avaliar as propriedades psicométricas dele. Nessa perspectiva, a AFE gerou nítidas evidências de validade fatorial para o IEE. Além disso, foram fornecidas evidências de boa consistência interna para ambos os fatores do IEE.

As evidências de validade convergente do IEE com o IHS, embora de fracas intensidades, sinalizam para uma direção teórica coerente. Considerando a carência de instrumentos de medida dos estilos de enamoramento no Brasil e que o IEE está num estágio exploratório de construção, essas evidências têm alguma importância.

Evidente que este estudo atual apresentou limitações, devendo ser mencionadas sobretudo três: 1. a coleta de dados exclusivamente no Rio de Janeiro, o que impossibilita a generalização dos resultados para o país como um todo; 2. a realização de testes de validade exclusivamente voltados para a estrutura interna da medida e validade convergente, o que sinaliza para a necessidade de que o instrumento continue tendo sua validade testada; e 3. a aplicação do IEE ficou restrita a uma amostra única, o que permitiu a realização exclusivamente da análise fatorial exploratória.

Considerando tais limitações, salienta-se a necessidade da ampliação e abrangência de amostras que possam representar a diversidade cultural brasileira e ampliar a validade do IEE. Recomenda-se também a utilização de outras medidas correlatas validadas que possam produzir evidências de validade de critério, além do teste-reteste na verificação da estabilidade temporal dos escores do instrumento. Além disso, a realização de estudos confirmatórios seria importante para a continuidade do desenvolvimento do IEE.

Em suma, nesta investigação, o IEE revelou-se uma medida multifatorial composta pelos fatores EDE e o ESE. O instrumento apresentou alguns indicadores de validade e fidedignidade, sugerindo que pode ser um instrumento viável para mensurar os estilos de enamoramento em jovens e contribuir para essa área da pesquisa e da clínica psicológica.

 

Referências

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recebido em agosto de 2015
reformulado em novembro de 2015
aprovado em dezembro de 2015

 

 

Sobre os autores

Clystine Abram Oliveira Gomes: é psicóloga clínica e mestre em Psicologia pela Universidade Salgado de Oliveira.
Adriana Benevides Soares: é doutora em Psicologia Cognitiva pela Universidade de Paris XI e docente da Universidade Salgado de Oliveira e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Luciana Mourão: é doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília e docente da Universidade Salgado de Oliveira.
José Augusto Evangelho Hernandez: é doutor em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e docente do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.


1Agradecimento a CAPES.
2Endereço para correspondência: Av. Bartolomeu Mitre 390-402, 22431-002, Rio de Janeiro-RJ. Tel.: (21) 97309-4969. E-mail: adribenevides@gmail.com


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