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Avaliação Psicológica

Print version ISSN 1677-0471On-line version ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.18 no.4 Itatiba Oct./.Dec. 2019

http://dx.doi.org/10.15689/ap.2019.1804.18602.11 

ARTIGO

 

Evidências Preliminares de Validade da Escala de Projetos de Vida Para Adolescentes

 

Preliminary Evidence of Validity for the Purpose in Life Scale for Adolescents

 

Evidencias Preliminares de Validez de la Escala de Proyectos de Vida para Adolescentes

 

 

Letícia Lovato Dellazzana-ZanonI; Cristian ZanonII; Ana Paula Porto NoronhaIII; Matheus Vinícius de OliveiraIV; Ana Flávia de Paula RosadoV

IPontifícia Universidade Católica de Campinas
IIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul
IIIUniversidade São Francisco, Campinas
IVPontifícia Universidade Católica de Campinas
VPontifícia Universidade Católica de Campinas

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste estudo é investigar as evidências de validade da Escala de Projetos de Vida para Adolescentes (EPVA) por meio de sua estrutura interna e da fidedignidade de seus fatores. A amostra foi composta por 352 estudantes com faixa etária entre 14 a 17 anos matriculados em escolas públicas e particulares de Campinas e região. As análises realizadas mostraram evidências de validade de estrutura interna da EPVA por meio da análise fatorial exploratória com uma solução fatorial composta por cinco fatores: religiosidade, estudo, aspirações positivas, bens materiais e relacionamentos afetivos. Todos os cinco fatores apresentaram coeficientes alfa superiores a 0,70. Conclui-se que a EPVA é um intrumento com propriedades psicométricas aceitáveis e que pode ser usado em amostras de adolescentes.

Palavras-chave: projeto de vida; adolescentes; propriedades psicométricas.


ABSTRACT

The aim of this study was to investigate the evidence of validity for the Purpose in Life Scale for Adolescents (EPVA) through its internal structure and the reliability of its factors. The sample consisted of 352 students aged between 14 and 17 years, enrolled in public and private schools in Campinas and the region. Exploratory factor analysis showed evidence of validity for the internal structure of the EPVA, presenting a structure composed of five factors: religiosity, study, positive aspirations, material goods and affective relationships. All five factors presented alpha coefficients above 0.70. It was concluded that the EPVA is an instrument with acceptable psychometric properties that can be used in samples of adolescents.

Keywords: life purpose; adolescents; psychometric properties.


RESUMEN

El objetivo de este estudio es investigar las evidencias de validez de la Escala de Proyectos de Vida para Adolescentes (EPVA) a través de su estructura interna y de la confiabilidad de sus factores. La muestra fue compuesta por 352 estudiantes de edades comprendidas entre 14 y 17 años inscritos en institutos públicos y privados en Campinas y proximidades. Los análisis realizados mostraron evidencias de validez de la estructura interna de la EPVA a través del análisis factorial exploratorio con una solución factorial compuesta por cinco factores: religiosidad, estudio, aspiraciones positivas, bienes materiales y relaciones afectivas. Los cinco factores presentaron coeficientes alfa por encima de 0.70. Se concluye que la EPVA es un instrumento con propiedades psicométricas aceptables y se puede utilizar en muestras de adolescentes.

Palabras clave: proyecto de vida; adolescentes; propiedades psicométricas.


 

 

O projeto de vida é a razão por traz dos motivos que comandam o comportamento diário do ser humano (Damon, 2009). De acordo com o autor, há evidências de que ter um projeto de vida claro pode ser favorável para o desenvolvimento positivo de adolescentes. Nesse sentido, intervenções que visem o desenvolvimento de projetos de vida de adolescentes deveriam ser planejadas e implementadas. Contudo, não há instrumentos padronizados disponíveis para a avaliação e monitoramento de projetos de vida no Brasil. Este estudo pretende suprir esta lacuna.

Desde os estudos de Erikson (1968/1976) e de Piaget (1964/2007) a adolescência tem sido a fase do desenvolvimento preferida para o estudo dos projetos de vida. Para Erikson (1968/1976), o projeto de vida é considerado um componente essencial da identidade e do bem-estar individual e sua formulação é uma tarefa crucial de desenvolvimento. Piaget (1964/2007) assinala a importância do programa ou plano de vida como parte do processo de integração do adolescente no mundo social adulto. Estudos recentes indicam que a adolescência é a fase na qual os indivíduos são susceptíveis de considerar seriamente e intencionalmente se comprometer com um projeto de vida (Bronk, 2014).

Apesar de ser estudado desde a década de 1950, a conceituação do construto não é simples (Bronk, 2014; Dellazzana-Zanon & Freitas, 2015) e talvez, por essa razão, não há uma definição padrão sobre o que sejam projetos de vida na literatura nacional. No que se refere à literatura internacional, a definição mais usual entre os pesquisadores que estudam projetos de vida é a de Damon, Menon e Bronk (2003): "projeto é uma intenção estável e generalizada de alcançar alguma coisa que seja significativa para o eu e que gere um compromisso produtivo para algum aspecto além do eu" (p. 121). Essa definição enfatiza o papel do compromisso, do direcionamento ao objetivo e do significado pessoal juntamente com um foco em preocupações além do eu e, por essas raões, tem sido amplamente adotada entre pesquisadores que estudam projeto de vida (Bronk, 2014). Para Moran (2014), significado pessoal, intenção futura, engajamento ativo e para além do impacto pessoal são dimensões-chave que integram o conceito de projeto de vida.

O projeto de vida pode funcionar como uma espécie de farol moral, que motiva os indivíduos a se comprometerem e a se engajarem em comportamentos pró-sociais e generativos ao longo de suas vidas (Tirri, Moran, & Mariano, 2016). Por meio do projeto de vida é possível organizar uma vida inteira, dando-lhe sentido, alegria e motivação para aprendizagem e realizações (Damon, 2009). Isto posto, o projeto de vida está associado com uma ampla variedade de comportamentos saudáveis. Não apenas o projeto de vida está associado à saúde física e psicológica, mas também a outros aspectos do bem-estar. Por exemplo, ter um projeto de vida parece apoiar o desempenho academico. Isso mostra que ter um projeto de vida influencia as experiências escolares (Bronk, 2014), um contexto central da vida do adolescente.

Projeto de vida tem sido definido como uma intenção estável e generalizada de alcançar algo que seja ao mesmo tempo significativo para o eu e que gere consequências para o mundo além do eu (Damon, 2009). Essa definição possui quatro características: (a) objetivos de longo alcance, ou seja, objetivos que vão além da realização de tarefas diárias; (b) significado pessoal, ou seja, pode ajudar na busca de um sentido de vida; (c) comprometimento, ou seja, é direcionado para uma realização para a qual se pode progredir; e (d) impacto além do eu, ou seja, contribui com algo para as outras pessoas (Damon, 2009; Damon et al., 2003). A escala apresentada neste estudo pretende avaliar de forma mais específica o primeiro aspecto dessa definição de projeto de vida, embora capte nuances de como os outros três aspectos se comportam.

O objetivo da vida é um objetivo a longo prazo para fazer valer a vida de alguém (Moran, 2018). O projeto de vida implica os objetivos autodefinidos de uma pessoa ter um impacto durante a sua vida não só em termos de ganhos para si mesma, mas também por meio de impactos positivos sobre os outras pessoas, comunidades e instituições (Moran, 2018). Dessa forma, adolescentes que tem um projeto de vida são mais agentes e direcionados em suas vidas, são mais felizes e menos suscetíveis a riscos comuns na adolescência (Hill, Burrow, & Sumner, 2013). Projetos de vida estão significativamente associados à saúde física e psicológica positiva e a outros aspectos do bem-estar (Bronk, 2014). Por exemplo, ter projetos de vida parece apoiar o desempenho acadêmico e contribuir para a satisfação profissional, ou seja, influencia as experiências escolares e profissionais (Bronk, 2014; Moran, 2018).

Dellazzana-Zanon (2014) realizou um estudo cujo objetivo foi investigar os projetos de vida de adolescentes que cuidam e que não cuidam de seus irmãos menores. Nesse estudo, utilizou-se tanto a questão de autorrelato proposta por D´Aurea-Tardeli (2008) como a entrevista semiestruturada sugerida por Miranda (2007). Observou-se que a questão de autorrelato foi útil para acessar as áreas de interesse dos projetos de vida. A entrevista semiestruturada, por sua vez, além de permitir o acesso às áreas de interesse dos projetos de vida possibilitou o acesso aos tipos de projetos de vida, ou seja, como ocorre a inclusão de outrem na construção do projeto de vida. Por meio da análise das justificativas dos participantes para cada um de seus projetos, a entrevista permitiu investigar adequadamente de que forma ocorre a inclusão de outrem no projeto de vida, o que, por sua vez, propiciou uma visão aprofundada sobre a construção dos projetos de vida dos participantes tanto no que ser refere às áreas de interesse quanto aos tipos de projetos de vida. Os resultados dessa investigação fomentaram e subsidiaram a proposta de criação de um instrumento padronizado para avaliar a existência e concretude de diferentes tipos de projetos de vida em adolescentes.

Não se tem notícia da existência de um instrumento padronizado para avaliar diferentes áreas de projetos de vida em adolescentes no Brasil (Gobbo, Nakano, & Dellazzana-Zanon, 2019). A maior parte das pesquisas realizadas no país sobre projetos de vida de adolescentes é qualitativa, sendo os instrumentos mais utilizados: (a) entrevistas com base no método clínico piagetiano (Miranda & Alencar, 2015), (b) questões de autorrelato (D'aurea-Tardeli, 2008) e (c) grupos de discussão (Leão, Dayrell, & Reis, 2011). Esses instrumentos são adequados para a condução de investigações qualitativas, mas não servem caso o foco sejam pesquisas quantitativas com grandes amostras de adolescentes ou intervenções em larga escala nas quais seja necessário aplicar escalas em pré e pós-testes.

Considerando-se a importância de estudar projetos de vida e a carência de instrumentos padronizados a Escala de Projetos de Vida para Adolescentes (EPVA, Dellazzana-Zanon & Gobbo, 2016) foi construída. O processo de construção da EPVA foi realizado por meio de três estudos: (a) construção dos itens do instrumento (Pereira, Gobbo, & Dellazzana-Zanon, 2017) (b) busca por evidências de validade baseadas na análise de conteúdo (Gobbo et al., 2019) e (c) grupos focais para verificação da adequação dos itens para a faixa etária.

Projeto de vida é um construto psicológico que pode ser medido (Bronk, 2014). A importância de se construir uma escala para avaliar projetos de vida de adolescentes vai ao encontro de uma alteração de 2017 na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional, que passou a impetrar que os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a realizar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação quanto aos aspectos socioemocionais, físicos, cognitivos. Essa alteração da LDB chama atenção para a necessidade de se desenvolver pesquisas sobre projetos de vidas que possam servir como base e subsídio para o trabalho que os professores devem realizar na escola, o que já vem sendo feito em outras partes do mundo (Tirri et al., 2016). Nesse sentido, uma escala construída no Brasil especificamente para o público adolescente poderá ser útil no sentido de avaliar possíveis intervenções a serem realizadas nas escolas brasileiras. Considerando-se: (a) que projetos de vida podem favorecer o desenvolvimento positivo de adolescentes, (b) que não há instrumentos construídos no Brasil para acessar projetos de vida adolescentes (c) que há uma alteração na LDB chamando a atenção para a necessidade do trabalho com projetos de vida de adolescentes para o qual uma escala construída no Brasil é de suma importância, este estudo tem como objetivo investigar as evidências de validade e fidedignidade da EPVA por meio de sua estrutura interna, intercorrelações dos fatores (validade discriminante), correlações dos fatores com satisfação de vida (validade convergente) e coeficientes alfa dos fatores.

 

Método

Participantes

Participaram desta pesquisa 352 adolescentes com média de idade de 15,4 anos (DP = 1), sendo 56% do sexo feminino e 44% do sexo masculino. Aproximadamente 53% dos participantes estavam matriculados em escolas públicas e 47% em escolas particulares da cidade de Campinas e região, sendo que, aproximadamente, 25% cursava o nono ano do ensino fundamental, 25% cursava o primeiro ano do ensino médio, 25% cursava o segundo ano do ensino médio e 25% cursava o terceiro ano do ensino médio. A amostra foi coletada por conveniência, sendo que a participação dos adolescentes foi voluntária.

Instrumentos

Questionário sociodemográfico. Questões elaboradas com a finalidade de caracterização da amostra estudada, por meio do qual foram coletadadas informações referente ao adolescente e seus pais ou responsáveis, estrutura familiar e contexto escolar.

Escala de satisfação de vida (Diener et. al., 1985). Um instrumento de autorrelato que avalia o aspecto cognitivo do bem-estar subjetivo. Ela é composta por cinco afirmações em uma escala Likert de 7 pontos (1 - discordo totalmente, 2 - discordo, 3 - discordo ligeiramente, 4 - nem discordo, nem concordo, 5 - concordo ligeiramente, 6 - concordo e 7 - concordo totalmente) que avaliam os níveis de concordância dos respondentes em relação a amplos aspectos da vida. Alguns exemplos de itens são: "Até agora eu tenho conseguido as coisas importantes que eu quero na vida" e "Se eu pudesse viver minha vida de novo, eu não mudaria quase nada". Essa escala está adaptada e apresenta evidências de validade e fidedignidade no contexto brasileiro (Zanon, Bardagi, Layous, & Hutz, 2014).

Escala de Projetos de Vida para Adolescentes (EPVA: Dellazzana & Gobbo, 2016). A versão inicial da EPVA foi composta por 86 itens a serem respondidos em uma escala de tipo Likert de cinco pontos que varia de "discordo totalmente" até "concordo totalmente" e que compunham sete dimensões: (a) Relacionamentos Afetivos, (b) Estudo, (c) Trabalho, (d) Aspirações Positivas, (e) Bens Materiais, (f) Religião/Espiritualidade e (g) Sentido da Vida. A dimensão Relacionamentos Afetivos está relacionada aos projetos de iniciar, manter, ou intensificar relacionamentos afetivos. Essa dimensão é composta pelas subcategorias: (a) constituir família, com ou sem filhos; (b) convivência com a família de origem, (c) namorar e (d) projetos que envolvam ajudar algum familiar. A dimensão Estudo refere-se a projetos sobre a continuidade dos estudos. Essa dimensão é composta pelas subcategorias: (a) terminar os estudos e (b) fazer faculdade. A categoria Trabalho comporta os projetos relacionados a exercer uma profissão ou ter um emprego. A dimensão Aspirações Positivas está relacionada aos projetos referentes à vontade de melhorar-se enquanto pessoa ao longo do tempo. Incluem-se projetos que indiquem a vontade de tornar-se uma pessoa melhor que faça, de alguma forma, diferença na vida de outras pessoas e na sociedade. A categoria Bens Materiais refere-se a projetos relacionados à aquisição de bens materiais e ao desejo de melhoria da condição financeira. A dimensão Religião/Espiritualidade refere-se a projetos quanto à satisfação com a conexão pessoal com Deus ou com algo que se considere como absoluto. Por fim, a dimensão Sentido da Vida diz respeito aos projetos relacionados ao sentido da vida independentemente de uma referência religiosa. Inclui-se nessa categoria também, projetos relacionados à ausência do sentido da vida.

Procedimentos de coleta de dados

Os procedimentos para a coleta de dados seguiram os seguintes passos: (a) contato com as instituições de ensino para a apresentação do projeto de pesquisa às instituições de ensino e solicitação da autorização da direção da escola para a participação na pesquisa por meio da assinatura de um termo de autorização; (b) a direção e/ou orientação pedagógica das escolas indicaram os alunos(as) que atendiam aos critérios de inclusão pré-estabelecidos na pesquisa; (c) entrega, assinatura e a devolução do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) dos responsáveis legais e, a seguir, o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) dos alunos identificados e (d) agendamento da coleta de dados e aplicação dos instrumentos no local e horário disponibilizados pelas escolas.

Os instrumentos foram aplicados de forma coletiva em uma única sessão com a duração aproximada de 60 minutos, realizada no mesmo turno em que os participantes encontravam-se estudando. A aplicação ocorreu com grupos compostos por aproximadamente 20 alunos. Para a realização da coleta de dados, os bolsistas de Iniciação Científica e participantes do grupo de pesquisa receberam um treinamento com a finalidade de esclarecimento quanto ao preenchimento adequado dos instrumentos pelos participantes e o manejo de eventuais dúvidas durante as aplicações. Por fim, como forma de retribuição as instituições escolares pela disponibilidade do espaço e participação dos alunos na pesquisa, foram oferecidas aos professores palestras sobre projetos de vida nas escolas em que foram realizadas as aplicações, na qual foram trabalhados temas de interesses da comunidade escolar a respeito do tema. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.

 

Análise dos dados

Inicialmente, avaliaram-se as frequências das respostas aos itens com a finalidade de identificar o padrão de distribuições nos itens (e.g., assimetria e curtose). Itens com curtose superior a 3 foram, previamente, identificados como possíveis candidatos à remoção porque apresentavam pouca variabilidade e, possivelmente, pouco contribuiriam para diferenciar os participantes.

Realizou-se uma análise paralela (Horn, 1965) com 1000 amostras de características idênticas à amostra deste estudo (em termos de número de variáveis e participantes) e utilizou-se o critério do percentil 95 para determinar o valor dos eigenvalues simulados para indicar um possível número de fatores a serem retidos (O'Connor, 2004). Posteriormente, o conjunto de itens foi submetido a sucessivas análises de eixos principais (com rotação oblimin) para identificar fatores subjascentes às intercorrelações dos itens. O scree plot também foi utilizado como técnica de retenção de fatores, sendo avaliado visualmente em busca do "joelho" da curva (ponto que indica número de fatores relevantes).

Como a expectativa teórica foi de que sete fatores comporiam a estrutura interna do conjunto de itens, fixou-se sete fatores como número máximo a extrair. Considerando que os fatores podem estar intercorrelacionados, optou-se por uma rotação oblíqua que estima a intercorrelação dos fatores (quando existentes). Itens com cargas fatoriais entre -0,30 e 0,30 no fator esperado, sendo considerados de baixa capacidade preditiva (Field, 2013), e curtose maior que 3, que indica baixa variabilidade, foram excluídos das análises subsequentes por constituírem indicadores com baixo percentual de variância explicada. Também foram realizadas correlações entre os fatores da EPVA com satisfação de vida para avaliar o grau de relação dos projetos de vida com uma variável teoricamente relevante (validade convergente).

Por fim, realizou-se a avaliação da consistência interna da solução final da escala por meio do coeficiente alfa, também conhecido como alfa de Cronbach1. Valores acima de 0,70 são considerados aceitáveis (Bland & Altman, 1997; Gadermann, Guhn, & Zumbo, 2012).

 

Resultados

A inspeção visual de histogramas e valores de assimetria dos itens indicaram que, aproximadamente, 33% dos itens apresentaram distribuição assimétrica. Verificou-se que os dados foram fatorizáveis (KMO = 0,81; Teste de Bartlett foi significativo). Por essa razão, optou-se pelo método de extração de eixos principais que não assume distribuição normal nos indicadores. A análise paralela indicou cinco fatores como solução apropriada. Os eigenvalues obtidos foram de, aproximadamente, 11, 41, 6,84, 4,07, 3,61, 2,74, 2,34 e 1,81, enquanto os eigenvalues simulados foram de, aproximadamente, 2,34, 2,13, 2,06, 2,01, 2,00 e 1,94. Como o sexto eigenvalue simulado começa ser maior que o sexto eigenvalue obtido, optou-se pela solução de cinco fatores. Contudo, foram rodadas análises fatoriais exploratórias fixando o número de fatores em sete, e portanto, de acordo com a expectativa teórica inicial.

A inspeção do scree plot (Figura 1) coincidiu com o resultado da análise paralela que indicou cinco fatores como solução ideal. Inicialmente, eliminaram-se itens que não carregavam em nenhum fator. Dois fatores com itens de baixas cargas fatoriais ou que carregaram em fatores inadequados foram identificados e seus itens removidos em análises subsequentes. A solução de cinco fatores mostrou-se mais apropriada teoricamente e foi mais explorada psicometricamente. Nessa solução, removeram-se itens com baixas cargas fatoriais (-0,30 < λ < 0,30), alta curtose e conteúdo inapropriado para o fator predominante.

 

 

A solução final de cinco fatores, composta por 42 itens, explicou aproximadamente 41% da variância total. A Tabela 1 apresenta as cargas fatoriais dos itens nos cinco fatores, os valores dos eigenvalues de cada fator extraído, juntamente com o percentual de variância explicada, as intercorrelações e os coeficientes alfa dos fatores.

O conjunto de resultados (Tabela 1) indica uma estrutura fatorial composta por cinco fatores constitutídos por itens que, predominantemente, avaliam o fator de referência, uma vez que não se verificam itens com cargas cruzadas (itens com carga superior a 0,30 em dois ou mais fatores) na solução. Os fatores foram nomeados com base no conteúdo dos itens que apresentaram maior carga fatorial, mas também pela coerência com os demais. Os nomes dos fatores correspondem a expectativas teóricas já, previamente, referendadas na literatura e que refletem o conteúdo dos itens. Os itens referentes à religiosidade, carreira, aspirações positivas, bens materiais e relacionamentos afetivos carregaram nestes fatores como apresentado na Tabela 1. Os itens do fator sentido de vida e trabalho carregaram nos demais fatores e foram removidos por falta de justificativa teórica para sua permanência nos outros fatores.

As baixas intercorrelações entre os fatores que variaram de 0,003 a -0,31 indicam que os fatores apresentam baixa sobreposição de variâncias compartilhadas e avaliam fatores, relativamente, independentes. Verificaram-se correlações significativas (p < 0,05) de satisfação de vida com o fator religiosidade (r = 0,33) e com o fator carreira (r = 0,18). Por fim, os coeficientes alfa com valores entre 0,72 e 0,78 indicam consistência interna aceitável nos cinco fatores encontrados

 

Discussão

Este estudo investigou as evidências de validade e de fidedignidade da EPVA. Dentre os principais resultados, observou-se uma estutura fatorial empiricamente adequada, mas distinta da teoricamente esperada. Os coeficientes alfa dos fatores apresentaram valores adequados indicando evidências de fidedignidade da escala.

No que se refere à estrutura interna da EPVA, os resultados indicaram a existência de uma solução de cinco fatores, diferentemente dos sete fatores esperados inicialmente. O primeiro fator, Religião/Espiritualidade, é constituído por sete itens que avaliam o quanto a presença de Deus ou de algo superior é importante para o futuro da pessoa. Este fator foi encontrado e, neste estudo, apresentou nível de fidedignidade aceitável (α = 0,72). O segundo fator, Estudo, é constituído por 10 itens que avaliam o quanto a pessoa deseja estar engajada em atividades relacionadas ao estudo no futuro, sendo o nível de fidedignidade aceitável (α = 0,73). O terceiro fator, Aspirações Positivas, é constituído por sete itens que avaliam o quanto a pessoa espera se autoaprimorar de forma a poder contribuir para si própria, para a sociedade e para o mundo. O nível de fidedignidade foi considerado aceitável (α = 0,74). O quarto fator, Bens Materiais, é constituído por nove itens que avaliam o quanto a pessoa deseja adquirir bens materiais no futuro. Este fator apresentou nível de fidedignidade aceitável (α = 0,72). Por fim, o quinto fator, Relacionamentos Afetivos, é composto por nove itens que avaliam o desejo da pessoa de ajudar a família de origem no futuro bem como compor sua nova família e ter condições de supri-la adequadamente. Neste estudo o nível de fidedignidade foi aceitável (α = 0,78).

Essa diferença de estrutura ocorreu em função da união dos conjuntos de itens de dois fatores que avaliavam estudo e trabalho e da eliminação do fator que avaliava Sentido da Vida. O conjunto de itens referentes a dimensão Trabalho migrou para a dimensão Estudo, mas com baixas cargas fatoriais em sua maioria (λ < 0,30). Apenas dois itens da dimensão Trabalho, que tratam da relação entre trabalho e estudo, apresentaram cargas fatoriais acima de 0,30 e foram retidos na composição do fator Estudo.

Considerou-se coerente a junção dos fatores Estudo e Trabalho, uma vez que esta já havia sido descrita em um estudo anterior (Dellazzana-Zanon, 2014) que investigou projetos de vida de adolescentes de nível socioeconômico baixo. Nessa pesquisa, projetos relacionados ao estudo e ao trabalho foram agrupados em uma dimensão denominada carreira.

Deve-se salientar, no entanto, que a junção de estudo e trabalho em um só fator faz sentido quando se consideram adolescentes de nível socioeconômico baixo, como é o caso de aproximadamente metade dos participantes deste estudo. Resultados de diferentes estudos sobre projetos de vida de adolescentes de baixa renda mostram que para eles estudo e trabalho se encontram estritamente relacionados (Leão et al., 2011; Pratta & Santos, 2007; Oliveira, Sá, Fischer, Martins, & Teixeira, 2001; Paredes & Pecora, 2004; Santos, 2002; Teixeira, 2005). Isso acontece, pois é por meio da continuidade dos estudos que existe a possibilidade de conseguir um trabalho melhor no futuro. Ressalta-se, contudo, que este pode ser o caso não apenas para adolescentes de nível socioeconômico baixo.

Quanto à exclusão do fator Sentido da Vida, observou-se que seus itens se distribuíram nos demais fatores (ou não carregaram em nenhum deles) não se agrupando em um fator comum. Ao contrário do esperado, o fato desses itens terem carregado em outros fatores é pertinente, uma vez que o sentido de vida perpassa os demais fatores da escala. Conforme explica Bronk (2014), o sentido que encontramos em nossa existência influencia a natureza de nossos projetos de vida. Ademais, verificou-se ao longo do processo de construção dos itens (Gobbo et al., 2019) que a compreensão desses itens por parte dos juízes e dos adolescentes foi difícil, o que pode ter contribuído para a estrutura encontrada.

As baixas intercorrelações entre os fatores indicam uma considerável independência entre os fatores, o que sugere que sua ocorrência pode se dar por meio de de diferentes combinações. Por exemplo, as pessoas podem apresentar altos escores na dimensão Religiosidade e também na dimensão Bens Materiais, mas poderiam apresentar altos escores em uma dimensão e baixos em outra. A única correlação significativa verificada foi entre o fator Relacionamentos Afetivos e o fator Religião e Espirutualidade, o que indica uma tendência de que adolescentes que tenham mais projetos no fator Religião e Espirutualidade também tenham mais projetos no fator Relacionamentos Afetivos. Este achado é plausível, já que a religião enfatiza a importância da família para a vida.

As correlações verificadas entre satisfação de vida com projetos relacionados à religiosidade e carreira indicam que adolescentes com projetos de vida nestas áreas tendem a perceberem sua vida como sendo mais adequada e satisfatória. Mais especificamente, pode-se pensar que adolescentes cujos projetos fazem parte de um contexto inserido em valores religiosos e na crença de uma divindade poderosa tendem a perceberem-se como mais satisfeitos com aspectos passados, presentes e futuros de suas vidas. De forma semelhante, mas em menor grau, adolescentes que tem planos de continuar estudando e percebem a importância da atividade para conseguirem trabalhos que permitam receber salários adequados e realizar atividades relevantes também apresentam mais satisfação com vida. Estes resultados indicam evidências de validade convergente para a escala, já que achados prévios indicam que adolescentes com projetos de vida são mais felizes (Hill et al., 2013). A falta de relações de satisfação de vida com os demais fatores da escala indica que, praticamente, não há relação com os aspectos cognitivos do bem-estar subjetivo, mas que podem estar associados a aspectos emocionais do bem-estar (afetos negativos e afetos positivos). Esta hipótese deve ser testada futuramente.

Este estudo não está livre de limitações. A primeira delas refere-se à representatividade da amostra que é composta por um número relativamente pequeno de estudantes de nível socioeconômico baixo em sua maioria. A este respeito, convem destacar as considerações de Moran (2018), no sentido de que o projeto de vida pode ser impactado por redes e níveis familiares, assim como as questões de ordem cultural. Outra limitação refere-se a falta de variáveis critério para testar o poder preditivo das dimensões. Por exemplo, será importante testar futuramente se a dimensão Aspirações Positivas correlaciona-se, positivamente, com engajamento cívico, desempenho escolar e saúde mental (Hill, Burrow, Brandenberger, Lapsley, & Quaranto, 2010) e, negativamente, com delinquência. Estas e outras hipótestes constituirão importantes evidências para a relevância e validade das dimensões avaliadas por esses conjuntos de itens.

Em suma, verificou-se que a EPVA constitui um instrumento produzido para uso em larga escala e que pode servir para avaliação e monitoramento de intervenções em escolas, comunidades ou mesmo na clínica. A estrutura interna verificada confere evidências de validade para a escala e os coeficientes alfa indicam que o conjunto de itens diferenciam, de forma adequada, participantes com diferentes níveis de projetos de vida ao longo das cinco dimensões propostas.

 

Considerações Finais

Por meio das evidências de validade da estrutura interna da Escala de Projetos de Vida para Adolescentes (EPVA) demonstradas neste estudo, identificou-se a necessidade da redução de sete para cinco fatores, assim como a redução do número de itens da escala de 86 itens para 42 itens. Em estudos futuros com o referido instrumento, sugere-se uma nova aplicação do instrumento utilizando-se os itens que apresentaram correlação alta dentro de seus respectivos fatores e a utilização de um maior número de participantes na amostra, possibilitando identificar evidências de validade e fidedignidade referente a escala e suas respectivas dimensões que foram apontadas neste trabalho.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Letícia Lovato Dellazzana-Zanon
Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Campus II
Av. John Boyd Dunlop, s/n, Jardim Ipaussurama
13060-904, Campinas,SP
E-mail: leticiadellazzana@gmail.com

Recebido em julho de 2019
Aprovado em setembro de 2019

 

 

Nota sobre os autores
Letícia Lovato Dellazzana-Zanon é professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E-mail: leticiadellazzana@gmail.com
Cristian Zanon é professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: crstn.zan@gmail.com
Ana Paula Porto Noronha é professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco. E-mail: ana.noronha8@gmail.com
Matheus Vinícius de Oliveira é psicólogo graduado pela Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E-mail: matrp_04@outlook.com
Ana Flávia de Paula Rosado, é acadêmica em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. anafpr@live.com
Parte deste trabalho foi financiado pelo CNPq
1 Segundo Ronald K. Hambleton (2010), Lee J. Cronbach não apreciava a denominação alfa de Cronbach para o coeficiente alfa por não ser de sua autoria. Apesar disso, o nome alfa de Cronbach popularizou-se.

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