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Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471versão On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.19 no.2 Itatiba abr./jun. 2020

http://dx.doi.org/10.15689/ap.2020.1902.08 

RELATO DE PESQUISA

 

Evidências Psicométricas do Questionário Desiderativo em Adultos

 

Psychometric evidence for the Desiderative Questionnaire in adults

 

Evidencia psicométrica del Cuestionario Desiderativo en adultos

 

 

Nicole Medeiros Guimarães-EboliI, II; Sonia Regina PasianI

IUniversidade de São Paulo, Ribeirão Perto - SP, Brasil
IITribunal de Justiça de São Paulo, São Paulo - SP, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este trabalho objetivou sistematizar indicadores de precisão e do padrão de respostas (referenciais normativos) ao Questionário Desiderativo em indivíduos adultos, focalizando-se variáveis referentes a Adequação ao Real, Funcionamento Lógico, Manifestações Afetivas e Defesas Instrumentais, como elementos centrais na compreensão do dinamismo psicológico passível de investigação por meio desse método projetivo de avaliação psicológica. Foram avaliadas, por bateria de instrumentos psicológicos (incluindo o Desiderativo), 60 mulheres voluntárias, 30-50 anos, não pacientes, com escolaridade média ou superior. Seus resultados foram analisados descritivamente em termos das variáveis centrais do Desiderativo, conseguindo-se apresentar indicadores positivos de precisão do sistema avaliativo utilizado, bem como padrões de resposta compatíveis ao esperado pela literatura científica, condizente com funcionamento da personalidade saudável e adaptativo (mulheres adultas sem sinais de transtornos de saúde mental). Esses dados somam-se aos já existentes sobre o Desiderativo no Brasil, oferecendo suporte técnico-científico para uso desse instrumento no contexto nacional.

Palavras-chave: avaliação psicológica; métodos projetivos; questionário desiderativo; adultos.


ABSTRACT

This study aimed to systematize accuracy indicators and the response pattern (normative references) for the Desiderative Questionnaire in adult individuals, focusing on variables related to the Adequacy to Real, Logical Functioning, Affective Manifestations and Instrumental Defenses, as central elements in the understanding of psychological dynamism through this projective psychological assessment method. A total of 60 female volunteers, 30-50 years of age, non-patients, with medium or higher education, were evaluated using a set of psychological instruments (including the Desiderative Questionnaire). The results were analyzed descriptively in terms of the central variables of the Desiderative Questionnaire, with the presentation of positive indicators of accuracy of the assessment system used, as well as response patterns compatible with those expected according to the scientific literature, consistent with the functioning of the healthy and adaptive personality (adult women without signs of mental health disorders). These data add to those already existing on the Desiderative Questionnaire in Brazil, offering technical and scientific support for the use of this instrument in the national context.

Keywords: psychological assessment; projective methods; desiderative questionnaire; adults.


RESUMEN

Este trabajo tuvo como objetivo sistematizar los indicadores de precisión y el patrón de respuesta (referencias normativas) al Cuestionario Desiderativo en individuos adultos, enfocándose en variables relacionadas con la Adecuación al Real, Funcionamiento Lógico, Manifestaciones Afectivas y Defensas Instrumentales, como elementos centrales en la comprensión del dinamismo psicológico a través de este método proyectivo de evaluación psicológica. Sesenta mujeres voluntarias, de 30 a 50 años de edad, no pacientes, con educación media o superior, fueron evaluadas utilizando un conjunto de instrumentos psicológicos (incluyendo el Desiderativo). Sus resultados fueron analizados descriptivamente en términos de las variables centrales del Desiderativo, presentando indicadores positivos de precisión del sistema de evaluación utilizado, así como patrones de respuesta compatibles con los esperados por la literatura científica, en consonancia con el funcionamiento de la personalidad saludable y adaptativa (mujeres adultas sin signos de trastornos de salud mental). Estos datos se suman a los ya existentes en el Desiderativo en Brasil, ofreciendo apoyo técnico y científico para el uso de este instrumento en el contexto nacional.

Palabras clave: evaluación psicológica; métodos proyectivos; cuestionario desiderativo; adultos.


 

 

Há, na realidade atual brasileira, diversidade de técnicas e de instrumentos de avaliação psicológica utilizados para atender a demanda de investigação de diversas variáveis psicológicas. Cada instrumento é dotado de atributos positivos, mas também possui limitações técnicas, cabendo ao psicólogo a tarefa de analisá-los para optar por utilizá-lo ou não em sua prática profissional (CFP, 2020; Fensterseifer & Werlang, 2008; Primi, 2010). Nesse contexto, o aprimoramento dos instrumentos de avaliação psicológica se faz constante, buscando sua qualidade e adequado uso (Hutz, Bandeira, Trentini, & Krug, 2016; Primi, 2010). Esses estudos enfatizam, portanto, a necessidade de permanente revisão técnico-científica dos instrumentos psicológicos em uso no Brasil e no mundo (Mansur-Alves, Silva, & Fernandes, 2016; Sellbom & Tellegen, 2019; Wechsler, Hutz, & Primi, 2019).

Em relação aos instrumentos disponíveis para o trabalho dos psicólogos, os métodos projetivos de avaliação psicológica se destacam na medida em que permitem obter informações acerca do dinamismo da personalidade, bem como a recursos internos de adaptação à realidade e ao modo de vivenciar e lidar com demandas psíquicas pouco acessíveis à consciência (Anzieu, 1986; Azoulay et al., 2007; Hutz et al., 2016). Desse modo, considera-se que os métodos projetivos podem ser relevantes ferramentas em processos de avaliação psicológica, tanto da personalidade quanto de outros elementos fundamentais para a compreensão da pessoa em si ou de uma situação experienciada ou percebida por ela, como dinâmica familiar e relações interpessoais, incluindo sua própria identidade.

Dentre os diferentes métodos projetivos utilizados e investigados no Brasil, o Questionário Desiderativo tem sido reconhecido como relevante instrumento no acesso a informações referentes ao funcionamento psicodinâmico dos indivíduos (Brêga, Frazatto, & Loureiro, 2001; Guimarães, Pasian, & Loureiro, 2008; Leite, 2018; Mattos, 2018; Ocampo, Arzeno, & Piccolo, 1985). É um instrumento aplicável a grande parcela da população, dado exigir apenas recursos orais e de compreensão verbal para a atividade, além de ter seu uso favorecido por sua brevidade enquanto procedimento técnico (rápida aplicação) e por não exigir habilidades complexas para respondê-lo (Figueiró & Andrade, 2018; Guimarães-Eboli e Pasian, 2018; Sneiderman & Banhos, 2018).

Essas características destacam esse método projetivo como um instrumento bastante promissor para o campo da avaliação psicológica (Nijamkin & Braude, 2000), sobretudo em referência à identidade e recursos internos de organização defensiva, embora ainda não aprovado para uso no Brasil em função da necessidade de mais estudos empíricos relativos a suas qualidades psicométricas. Por essa razão, até o momento se encontra com parecer desfavorável a seu uso pelo Conselho Federal de Psicologia, não sendo, portanto, um instrumento disponível aos psicólogos em sua prática cotidiana, a não ser em contextos de ensino e pesquisa (CFP, 2020).

Nijamkin e Braude (2000) desenvolveram um sistema avaliativo detalhado para o Questionário Desiderativo. Por sua vez, Brêga et al. (2001) elaboraram uma esquematização das principais funções psicológicas avaliadas por este método projetivo de avaliação psicológica, com base na citada proposição de Nijamkin e Braude, e organizaram um protocolo de codificação das respostas. Uma breve sistematização desses procedimentos de codificação e análise foi detalhada por Guimarães et al. (2008), podendo servir como base para avaliações e interpretação dos indicadores desse instrumento.

Conforme informações obtidas a partir da literatura científica nacional, o Questionário Desiderativo tem sido usado em diversos contextos (clínicos ou não) e em pessoas com diferentes características (Capitão & Zampronha, 2004; Felício, 2002; Pinto Júnior & Tardivo, 2015). Em termos gerais, os autores apontaram o Desiderativo como um instrumento bastante rico e informativo e, por isso, interessante para avaliar o funcionamento da personalidade (Pinto Júnior & Tardivo, 2015; Tardivo, 1999). Por outro lado, apesar dos indicadores do Questionário Desiderativo como instrumento relevante e promissor no que se refere à avaliação do funcionamento psicodinâmico dos indivíduos, ainda é pouco conhecido em âmbito mais geral em nosso país (Noronha, Primi, & Alchieri, 2005). Diante dos argumentos apresentados, reforça-se a necessidade de investimento atual em pesquisas com o Questionário Desiderativo, de modo a alcançar subsídios científicos que possam respaldar sua adequada utilização pelos psicólogos brasileiros.

Nessa direção, foi desenvolvido na região de Ribeirão Preto (SP) um estudo normativo referente ao Questionário Desiderativo, realizado com adolescentes (Guimarães & Pasian, 2009), obtendo-se resultados favorecedores de sua utilização em nosso contexto, tendo por base a proposição avaliativa de Nijamkin e Braude (2000), conforme adaptação realizada por Brêga et al. (2000). Esses achados forneceram subsídios científicos iniciais favorecedores à utilização desse instrumento projetivo em avaliações psicológicas no Brasil, conforme preconizado pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) do Conselho Federal de Psicologia (CFP), ressaltando suas possibilidades informativas acerca do funcionamento psíquico. Embora com essa contribuição, ressalta-se a necessidade de mais investimentos em pesquisas voltadas para a investigação de indicadores de validade e precisão do Questionário Desiderativo como técnica de avaliação de personalidade no contexto sociocultural brasileiro. Além disso, estudos voltados para elaboração de normas para outros grupos e/ou faixas etárias tornam-se necessários, com o objetivo de torná-lo um instrumento acessível à utilização (cientificamente fundamentada), por psicólogos de nosso país (Guimarães & Pasian, 2009).

Um trabalho bastante útil nesse contexto foi desenvolvido por Pinto Júnior, Rosa, Chaves e Tardivo (2018), revisando a literatura científica da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-Psi) e PsyINFO no período de 2001 a 2017. Encontram 13 produções científicas sobre o referido teste, sobretudo da Argentina e Brasil, examinando características psicodinâmicas e de personalidade em diferentes contextos e situações clínicas. Não foram encontrados estudos de validade com esse instrumento, demandando, assim, novas pesquisas para avaliar as qualidades psicométricas desse teste projetivo, especialmente no contexto brasileiro.

Diante desse percurso argumentativo, que focaliza características de personalidade e a perspectiva instrumental de acesso a esse construto, considera-se relevante buscar indicadores psicométricos relativos ao Questionário Desiderativo aplicado a indivíduos adultos, conhecendo-se, assim, seu padrão de respostas diante de referido instrumento. Novos achados empíricos relativos a esse tópico poderão suscitar a reavaliação deste instrumento projetivo (Questionário Desiderativo) por parte do Conselho Federal de Psicologia, podendo culminar com a aprovação de seu uso na realidade nacional, ampliando os recursos disponíveis aos profissionais brasileiros nesse campo complexo da avaliação da personalidade.

Nesse ínterim, o presente trabalho apresenta o recorte de uma pesquisa de doutorado, na qual mulheres adultas foram avaliadas mediante o Questionário Desiderativo (e outros instrumentos psicológicos), com a finalidade de estudar a vivência da infertilidade e seus possíveis impactos na personalidade feminina e na maternidade adotiva (Guimarães-Éboli, 2017), favorecendo compreensão de sua dinâmica psíquica. A referida pesquisa também objetivou sistematizar indicadores psicométricos (precisão e referenciais normativos) do Questionário Desiderativo em indivíduos adultos. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo apresentar indicadores de precisão e o padrão de respostas de mulheres adultas, não pacientes, diante do Questionário Desiderativo, focalizando-se as variáveis referentes a Adequação ao Real, Funcionamento Lógico, Manifestações Afetivas e Defesas Instrumentais, como elementos centrais na compreensão do dinamismo psicológico passível de investigação por meio desse método projetivo de avaliação psicológica (Guimarães & Pasian, 2009).

 

Método

Participantes

Após a devida análise e autorização do estudo por um Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos (CAAE no. 09267012.1.0000.5407) e diante dos objetivos do trabalho de Guimarães-Éboli (2017), compôs-se amostra de conveniência com 60 mulheres, entre 30 e 50 anos de idade, que tinham ao menos concluído o ensino médio e que estavam inseridas em união conjugal (relacionamento conjugal estável há pelo menos um ano). Essa variável foi assim delineada, pois um dos objetivos foi examinar possível influência da maternidade (biológica ou adotiva) no funcionamento psíquico de mulheres, padronizando-se que deveriam vivenciar um relacionamento conjugal estável.

Foram incluídas apenas mulheres que não apresentaram, no momento da pesquisa, indicadores de transtornos de saúde mental, avaliadas por instrumento específico (SRQ-20). Essas mulheres foram contatadas por meio da técnica de "bola de neve", a partir de indicações de contatos pessoais e profissionais da primeira autora. Desse modo, chegou-se a uma amostra de mulheres não pacientes, com idade média de 39,4 anos, a maioria (75%) possuindo curso superior completo e/ou pós-graduação, e as demais com ensino médio completo, exercendo diferentes atividades profissionais, moradoras de uma cidade no interior do Estado de São Paulo. Considerou-se que a amostra alcançada pode ser considerada adequada para representar padrões típicos de resposta de mulheres não pacientes ao Questionário Desiderativo, foco maior do presente trabalho.

Instrumentos

O estudo original de onde derivaram os atuais achados (Guimarães-Eboli, 2017) implicou em amplo processo de avaliação psicológica, devidamente autorizado pelas voluntárias por meio de sua assinatura ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a pesquisa (TCLE). No entanto, nesse momento, serão detalhados os recursos técnicos utilizados para a realização do atual recorte do estudo mais amplo. Recorreu-se inicialmente ao Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001) para rastrear indicadores relativos à saúde mental. Esse instrumento de autorrelato foi objeto específico de estudo de validação e de padronização brasileira por Santos, Araújo e Oliveira (2009), sendo composto por vinte itens, com bons índices psicométricos na realidade nacional. Esse instrumento foi utilizado como triagem e seleção das voluntárias, compondo assim um grupo típico de mulheres adultas, sem problemas ligados à saúde mental.

A seguir foi utilizado o Questionário Desiderativo, método projetivo de avaliação psicológica, verbal, de rápida aplicação, constituído por conjunto específico de questões que devem ser respondidas livremente pelo indivíduo, a partir de suas associações espontâneas e imediatas. As questões promovem escolhas individuais (denominadas como catexes) quanto à identidade e examinam sua flexibilidade e seus pilares de sustentação egóica, autorreferidos a partir das justificativas verbalizadas em cada questão. Trata-se, portanto, de instrumento projetivo de avaliação da personalidade, pautado por uma concepção psicodinâmica (Nijamkin & Braude, 2000), que informa sobre características de personalidade, defesas, conflitos básicos, força do Ego, aspectos afetivos, relações objetais, entre outras informações relevantes em avaliação psicodiagnóstica de abordagem psicodinâmica. Para o presente estudo, utilizou-se o trabalho de Guimarães et al. (2008) como subsídio técnico para análise da produção das participantes.

Procedimentos

A coleta de dados se deu na residência das participantes, individualmente, em contextos ambientais que contavam com a devida privacidade e silêncio, necessários a qualquer processo de avaliação psicológica, em sessão única. Na avaliação mencionada em Guimarães-Eboli (2017), foram utilizados, além dos instrumentos mencionados, também a Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) e o Método de Rorschach, sendo aplicados na seguinte ordem: SRQ-20, BFP, Rorschach e Questionário Desiderativo, utilizando-se para tanto as diretrizes preconizadas em seus respectivos manuais técnicos ou artigos de referência técnico-científica. Neste trabalho, serão focalizados os resultados referentes ao Questionário Desiderativo.

Com o objetivo de garantir a qualidade e examinar indicadores relativos à precisão do Questionário Desiderativo, cada protocolo foi avaliado por dois examinadores independentes, psicólogas colaboradoras com treinamento sistemático em processos psicodiagnósticos incluindo métodos projetivos e o próprio Desiderativo. Cada produção individual recebeu duas classificações independentes das variáveis analisadas no Desiderativo, chegando-se a uma codificação final a partir do consenso das avaliações prévias. Ao se detectar alguma discordância, os casos foram avaliados por um terceiro examinador (segunda autora desse trabalho), de modo a selecionar a codificação mais apropriada às respostas obtidas. Na sequência, calculou-se o índice de acordo e a correlação entre as codificações realizadas, visando avaliar a precisão das referidas análises e sistematizar indicadores da fidedignidade do sistema avaliativo utilizado (Guimarães et al., 2008).

Para caracterizar a produção das mulheres no Questionário Desiderativo, realizou-se a estatística descritiva dos dados, incluindo valores de média, mediana, desvio padrão, mínimo e máximo. Os resultados referentes ao Desiderativo foram organizados a partir das seguintes variáveis: Adequação ao Real (Tempo de Reação Médio, Sequência das Escolhas, Necessidade de Indução, Respostas Antropomórficas); Conteúdo do Pensamento (Funcionamento Lógico, Nível de Organização, Distinção entre realidade interna e externa); Manifestações Afetivas (Autopercepção, Associação Ideo-afetiva, Interações); Defesas Instrumentais (Racionalização, Dissociação e Identificação Projetiva). Detalhamento adicional sobre esses procedimentos podem ser consultados em Guimarães-Eboli (2017).

 

Resultados

Inicialmente cumpre destacar os indicadores de precisão relativos ao Questionário Desiderativo, reiterando achados preliminares de Guimarães-Eboli e Pasian (2018). Observou-se que o acordo entre examinadores independentes atingiu, nas variáveis examinadas, valor igual ou superior a 72,0%, com valor médio superior a 93,0% no conjunto dos indicadores desse método projetivo. Esses achados evidenciam elevado índice de precisão nas análises realizadas por meio do Questionário Desiderativo, a partir do sistema avaliativo de Nijamkin e Braude (2000), como proposto em Guimarães et al. (2008).

A análise das correlações entre as duas codificações independentes das variáveis analisadas no Questionário Desiderativo resultou valores estatisticamente significativos, sendo elas altas ou moderadas, com média de 0,802. Referidos indicadores reforçam os achados anteriores e confirmam indicadores de boa precisão nas análises das respostas ao método projetivo em foco. Confirma-se, desse modo, a adequada fidedignidade do processo avaliativo proposto para esse método projetivo de avaliação psicológica (Guimarães et al., 2008).

Para apresentar o padrão de respostas das participantes ao Questionário Desiderativo foram destacadas, neste trabalho, variáveis referentes à Adequação ao Real, Funcionamento Lógico, Manifestações Afetivas e Defesas Instrumentais. A Tabela 1 sistematiza os achados referentes aos indicadores de Adequação ao Real, incluindo exame do tempo médio de latência das respostas, sequência das escolhas realizadas, necessidade de indução nas respostas e respostas antropomórficas.

Conforme preconiza a fundamentação teórica do instrumento (Nijamkin & Braude, 2000), seria esperado que cada participante emitisse três respostas às consignas positivas e outras três às negativas, passando pelos reinos animal, vegetal e inanimado, nessa ordem (preservação da vitalidade). Entretanto, como foi possível perceber nessa tabela houve alta prevalência de necessidade de indução, o que aponta para falhas ao responder, aumentando, portanto, o número de respostas em cada consigna. Neste estudo, foi possível avaliar que em 48,3% dos casos houve mais de três respostas nas catexes positivas e nas catexes negativas, em cerca de 71,7% dos casos. Ou seja, na maioria dos casos avaliados, houve falhas ao responder, apesar de se tratar de mulheres sem características psicopatológicas, adaptadas à realidade.

Para compreender as falhas lógicas ocorridas ao responder ao Desiderativo, ensejadoras das induções, destacou-se a ocorrência das chamadas perseverações de reino. Esse fenômeno foi observado em 71,7% das participantes (n = 60), correspondendo a um fenômeno frequente nas mulheres avaliadas, conforme detalhada em Guimarães-Eboli (2017).

Ao tentar identificar processos psicológicos envolvidos nestes resultados, observou-se que 72,0% das perseverações de reino (que obrigam o psicólogo a realizar induções) abrangeram respostas do tipo "objeto". Dessa maneira, é possível afirmar que, no presente estudo, a perseveração do reino objeto foi fenômeno presente na maioria dos casos avaliados, representando, além disso, o principal motivador para se realizar a indução durante a aplicação do Questionário Desiderativo.

Observou-se que as mulheres avaliadas apresentaram sinais de maior mobilização emocional nas catexes negativas, indicada por: maior tempo de latência médio, maior necessidade de indução nestas respostas, maior frequência de sequência alterada de escolhas (qualquer sequência diferente de animal-vegetal-inanimado). Referidos achados sugerem que, diante do contato com elementos de rejeição interna (catexes negativas), houve necessidade de maior tempo para as mulheres processarem internamente o impacto das instruções, bem como maior frequência de falhas ao responder (tornando necessárias as induções), quando comparado ao desempenho delas diante das consignas positivas. As respostas antropomórficas, por sua vez, ocorreram numa frequência bastante baixa, sem diferenças observáveis quanto ao tipo de catexe.

Desse modo, as mulheres evidenciaram maior facilidade para identificar, projetivamente, seus recursos de preservação da identidade (respostas às catexes positivas). Sinalizaram mais dificuldades para apontar elementos sentidos como desintegradores (respostas às catexes negativas), sendo tal observação realizada no grupo como um todo (n = 60).

Em continuidade à análise dos resultados obtidos por meio do Questionário Desiderativo têm-se os dados referentes ao funcionamento lógico. Estão descritos na Tabela 2.

Os dados da Tabela 2 informam sobre o uso, pelas mulheres participantes, de seus recursos racionais e lógicos para modular os afetos e para se adaptar à realidade. Destacam-se as altas taxas médias de respostas com conteúdo lógico, bem como elevados índices de adequada distinção entre realidade interna e externa. Tais indicadores apontam para a capacidade destas mulheres de, ao responder ao Desiderativo, elegerem características adequadas aos símbolos escolhidos ou rejeitados, que independem da opinião particular delas e, portanto, são compartilhados pelo senso comum. Essa habilidade é indicativa de adequado distanciamento entre a percepção de si e o símbolo escolhido, sugerindo consideração da realidade existente em sua adaptação ao ambiente, conforme seria esperado de mulheres adultas, sem indicadores psicopatológicos.

Especificamente em relação ao nível de organização do pensamento, as participantes emitiram respostas com características equilibradas em termos de concretude e abstração nas catexes positivas. Já nas catexes negativas, houve maior incidência de respostas baseadas nas características palpáveis dos símbolos escolhidos. Ou seja, ao selecionar elementos mobilizadores de angústia para responder ao instrumento, as participantes deram mais destaque a conteúdos simbolicamente menos elaborados, cuja ameaça inerente se relacionava mais a seus atributos concretos.

A seguir serão examinadas as variáveis relacionadas às manifestações afetivas, conforme sistema avaliativo adotado para o Questionário Desiderativo. Esses dados compõem a Tabela 3.

Observou-se que, quanto à autopercepção, as mulheres apresentaram indicadores compatíveis com os previstos teoricamente para indivíduos sem indicadores psicopatológicos (Nijamkin & Braude, 2000). Assim, ao escolher e verbalizar símbolos que representassem seus recursos internos para se adaptar à realidade (catexes positivas), essas mulheres sinalizaram autopercepção positivamente valorizada na maioria das respostas emitidas. Por outro lado, ao responder sobre os elementos causadores de conflito e angústia (catexes negativas), houve a projeção majoritária de atributos desvalorizados, o que também corresponde ao teoricamente esperado nas respostas a esse instrumento.

Em relação à associação ideoafetiva, conforme sua avaliação pelo Desiderativo, a maioria das mulheres apresentou respostas cujo conteúdo afetivo correspondia ao teor das racionalizações apresentadas. Ou seja, ao emitir respostas referentes ao que gostariam de ser (catexes positivas), estas mulheres elegeram, na maioria das respostas, atributos positivos e, ao escolher o que não desejariam ser (catexes negativas), destacaram predominantemente atributos negativos, coordenando adequadamente ideias e afetos.

Por fim, no que se refere ao tipo de interações implícitas nas respostas das participantes, houve predomínio de conteúdos sinalizadores da valorização do contato com o outro na maioria das respostas às catexes positivas. Por outro lado, também nas catexes negativas, interações de aproximação apresentaram presença marcante, o que sugere que o contato com o outro é, ao mesmo tempo, elemento desejado e valorizado, mas também temido e causador de angústia, nas participantes examinadas.

Em sequência às análises dos indicadores do Desiderativo alcançados para este estudo, e adentrando a temática dos recursos defensivos das participantes, elaborou-se a Tabela 4, que traz informações referentes às chamadas Defesas Instrumentais.

As participantes alcançaram sucesso no uso das Defesas Instrumentais no Desiderativo. Conseguiram executar as operações mentais necessárias para responder às instruções (dissociação, identificação projetiva e racionalização), evidenciando eficiência em sua organização psíquica para as demandas da realidade, como previsto pelos princípios desse método projetivo de avaliação psicológica.

A Dissociação, enquanto defesa instrumental no Desiderativo, representa o funcionamento no plano simbólico e, assim, a possibilidade de lidar com a "fantasia de morte" proposta pela técnica (deixar de ser o que é para assumir outra identidade). Desse modo, considerando-se os altos índices de adequadas Dissociações nas respostas das participantes, é possível afirmar que apresentaram boa capacidade de compreender o caráter simbólico das instruções e, com isso, renunciar temporariamente à identidade humana, abrindo-se para outras possibilidades de identificação, sinalizando, portanto, flexibilidade adaptativa.

O sentido da defesa instrumental Identificação Projetiva relaciona-se à possibilidade (ou não) da pessoa verbalmente representar uma ideia ou sentimento, recorrendo, portanto, a representações verbais, sinalizando capacidade de regular suas ações e comportamentos pelo pensamento. Visto o elevado índice de adequação no uso da Identificação Projetiva no Desiderativo neste grupo de mulheres, pode-se apontar que conseguiram selecionar símbolos integrados para neles projetarem suas características pessoais, diferenciando a própria identidade do símbolo escolhido ou rejeitado.

A Racionalização, enquanto defesa instrumental no Desiderativo, representa a capacidade de diferenciar fatores afetivos (que contribuíram para a escolha do símbolo selecionado) dos aspectos racionais e lógicos utilizados nesse processo. É indicador do ajuste do pensamento à realidade. As mulheres avaliadas apresentaram uso eficiente da racionalização, sugerindo emissão de justificativas lógicas e adequadas às escolhas e rejeições no Desiderativo, na maioria das respostas emitidas.

Ao examinar as Defesas Instrumentais observou-se que, nas catexes negativas, houve maior incidência de inadequações nas respostas quando comparado às catexes positivas. Isso sugere que a instrução de tomar contato com símbolos mobilizadores de angústia e conflito, presentes nas catexes negativas, dificulta, em certa medida, a habilidade de raciocinar adequadamente e de diferenciar fantasia versus realidade, favorecendo mais falhas lógicas ao responder a essa parte do Questionário Desiderativo.

 

Discussão

Importante destacar, inicialmente, que os resultados obtidos na presente investigação contribuíram para reafirmar empiricamente a precisão do sistema avaliativo de Nijamkin e Braude (2000) para o Questionário Desiderativo, conforme compilação apresentada em Guimarães et al. (2008). Necessário destacar, no entanto, a obrigatoriedade de prévio treinamento profissional do psicólogo com relação aos fundamentos teóricos subjacentes à utilização deste instrumento, bem como à padronização referente à aplicação e codificação do Desiderativo, a fim de se garantir a precisão avaliativa observada neste estudo.

Cabe, nesse momento, analisar particularidades dos resultados, relevantes para a otimização das avaliações psicológicas realizadas mediante este instrumento projetivo. Inicialmente cumpre ressaltar que as mulheres avaliadas, mediante o Questionário Desiderativo, apresentaram indicadores de suficientes recursos lógicos e do raciocínio para se adaptar ao meio em que vivem, denotando eficiente teste da realidade na maioria das vezes, com boa precisão avaliativa das situações de vida que enfrentam. A grande maioria de suas respostas tiveram conteúdos considerados lógicos, estavam associadas ideo-afetivamente, com predomínio de autopercepção valorizada nas catexes positivas e desvalorizada nas negativas, bem como evidenciaram adequado uso das defesas instrumentais ao responder ao instrumento.

As participantes apresentaram, em média, padrão de respostas ao Questionário Desiderativo próximo ao que a literatura traz como referência teórica, depreendendo-se, portanto, sinais de funcionamento da personalidade compatível com o que é considerado frequente e comum na população geral. Tais resultados são relevantes na medida em que refletem um padrão geral de funcionamento da personalidade saudável e adaptativo, esperado em relação ao grupo avaliado por se tratar de mulheres adultas sem problemas relativos à saúde mental (não pacientes).

Considerando-se as peculiaridades dos indicadores avaliados, no que se refere ao Tempo de Reação Médio (TRm), comparando-se estes resultados com os obtidos com adolescentes em Guimarães e Pasian (2009), observou-se que as mulheres tiveram TRm mais elevado que o dos adolescentes, embora tenha respeitado o padrão de normalidade proposto por Ocampo et al. (1979/1985) (entre cinco e 30 segundos). Em ambos os grupos (mulheres adultas e adolescentes de ambos os sexos) os valores de TRm foram maiores nas catexes negativas que nas positivas.

Chamou a atenção, nos atuais achados, a ocorrência de falhas ao responder nas mulheres, ensejando a ocorrência de induções durante a aplicação. Mais especificamente, observou-se, no presente estudo, que a perseveração do reino objeto foi um fenômeno presente na maioria dos casos avaliados, representando, além disso, a principal causa de necessidade de indução durante a aplicação do instrumento.

Também, no grupo dos adolescentes (Guimarães & Pasian, 2009), foi comum a ocorrência de falhas ao responder, ocorrendo aumento no número de respostas emitidas. Tal aspecto chama a atenção e suscita a necessidade de se questionar sobre este caráter de "falhas" e "oposição" tradicionalmente atribuído a este indicador, sobretudo ao se analisar a perseveração do reino objeto. Ressalta-se que as instruções da técnica fazem uso da palavra "objeto" para se referir à categoria de respostas do tipo inanimadas. Neste "reino objeto", do Desiderativo, estão incluídas respostas de conteúdos relativos a elementos da natureza, sentimentos, abstrações, entre outros, respostas dificilmente enquadráveis, de acordo com o senso comum, na denominação "objeto". Sendo assim, é possível conjecturar que o respondente não estaria necessariamente se opondo às instruções nem cometendo falha lógica ou dissociativa ao perseverar sua resposta no reino objeto. Diante destas condições, torna-se forçoso relativizar o caráter prejudicial tradicionalmente atribuído às perseverações de reino objeto no Questionário Desiderativo.

Outra especificidade observada na presente investigação, considerando-se a totalidade das participantes, foi a ocorrência de maior tempo para processarem internamente o impacto das instruções (assim como ocorreu com os adolescentes em Guimarães & Pasian, 2009), bem como maior frequência de falhas nas defesas instrumentais nas catexes negativas. Assim, as participantes apresentaram maior facilidade para identificar, projetivamente, seus recursos de preservação da identidade (respostas às catexes positivas), reagindo com mais dificuldades para apontar elementos sentidos como desintegradores (respostas às catexes negativas).

Referidos achados reforçam a relevância de se atentar para estes dois conjuntos de catexes separadamente, ao se analisar as respostas de examinandos ao Desiderativo. Isto porque, além do preconizado teoricamente acerca do significado diferenciado delas, na presente investigação houve comprovações empíricas destas especificidades nos padrões de resposta aos dois tipos de catexe (questões do instrumento).

As informações referentes aos aspectos formais do padrão de respostas das mulheres diante do Questionário Desiderativo fornecem subsídios científicos favorecedores à utilização desse instrumento projetivo em avaliações psicológicas no contexto do Brasil. São relevantes evidências para o uso desse rico método projetivo por possibilitarem a identificação daquilo que é comum entre mulheres adultas sem indicadores de dificuldades no campo da saúde mental.

Ressalta-se, contudo, a necessidade de mais investimentos em pesquisas voltadas para a investigação de indicadores psicométricos do Questionário Desiderativo como técnica de avaliação de personalidade no contexto sociocultural brasileiro, visto que ainda existe pouca literatura científica a respeito (Pinto Júnior & Tardivo, 2015). Além disso, estudos voltados para elaboração de padrões de resposta para outros grupos e/ou faixas etárias tornam-se necessários, além de evidências de validade, com o objetivo de torná-lo um instrumento cientificamente fundamentado para uso por psicólogos do país, conforme previsto pelas diretrizes do Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2020).

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Sonia Regina Pasian
Departamento de Psicologia - FFCLRP, USP
Avenida Bandeirantes, 3900, Monte Alegre
14040-901, Ribeirão Preto, SP. Tel.: (16) 3315-3785.
E-mail: srpasian@ffclrp.usp.br

Recebido em novembro de 2019
Aprovado em fevereiro de 2019

 

 

Nota sobre os autores:
Nicole Medeiros Guimarães-Eboli é psicóloga do Tribunal de Justiça de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil e Doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. E-mail: nmgeboli@gmail.com
Sonia Regina Pasian é psicóloga do Tribunal de Justiça de São Paulo, São Paulo-SP, Brasilpela Universidade de São Paulo (USP), com doutorado em Ciências (Saúde Mental) e livre docência pela USP. Atualmente, é professora titular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo, onde coordena o Centro de Pesquisas em Psicodiagnóstico.

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