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Avaliação Psicológica

versión impresa ISSN 1677-0471versión On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.21 no.1 Campinas ene./mar. 2022

http://dx.doi.org/10.15689/ap.2022.2101.20254.08 

ARTIGOS

 

Assessment of Sadistic Personality (ASP): evidências de validade no contexto brasileiro

 

Assessment of Sadistic Personality (ASP): validity evidence in the Brazilian context

 

Assessment of Sadistic Personality (ASP): evidencia de validez en el contexto brasileño

 

 

Paulo Gregório Nascimento da SilvaI; Patrícia Nunes da FonsecaII; Ricardo Neves CoutoIII, IV; Paloma Cavalcente Bezerra de MedeirosV; Emerson Diógenes de MedeirosVI

IUniversidade Federal da Paraíba, João Pessoa-PB, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2878-309X
IIUniversidade Federal da Paraíba, João Pessoa-PB, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-6322-6336
IIIUniversidade Federal do Delta do Parnaíba-PI, Brasil.https://orcid.org/0000-0001-9989-4857
IVFaculdade Regional da Bahia, Parnaíba-PI, Brasil
VUniversidade Federal do Delta do Parnaíba, Paraíba-PI, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5868-8333
VIUniversidade Federal do Delta do Parnaíba, Paraíba-PI, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1407-3433

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O estudo objetivou adaptar a Assessment of Sadistic Personality (ASP) para o Brasil, averiguando as qualidades psicometricas do instrumento. Foram realizados dois estudos com participantes de diferentes estados brasileiros. No estudo 1 (n = 242) foi realizada a adaptação da ASP e executada uma análise fatorial exploratória, que sugeriu uma estrutura unifatorial. No Estudo 2, (n = 225) a análise fatorial confirmatória apontou indicadores adequados e confiabilidade satisfatória, além de reunidas evidências de validade convergente da ASP com a tríade sombria e o cyberstalking. Em suma, a ASP apresentou evidências de validade e precisão, podendo ser uma ferramenta útil para pesquisadores que buscam conhecer os correlatos da personalidade sádica.

Palavras-chave: Sadismo; Validade do teste; Personalidade sombria; Psicometria.


ABSTRACT

The study aimed to adapt the Assessment of Sadistic Personality (ASP) scale for Brazil, investigating the psychometric qualities of the instrument. Two studies with participants from different Brazilian states were conducted. In study 1 (n = 242), the ASP was adapted and exploratory factor analysis was performed, which suggested a unifactorial structure. In Study 2 (n = 225), confirmatory factor analysis indicated adequate indicators and satisfactory reliability, in addition to gathering evidence of convergent validity for the ASP with the Dark Triad and cyberstalking. The ASP presented evidence of validity and reliability, constituting a useful tool for researchers who seek to identify the correlates of the sadistic personality.

Keywords: Sadism; Test validity; Dark personality; Psychometry.


RESUMEN

El estudio objetivó adaptar el Assessment of Sadistic Personality (ASP) para la población brasileña, averiguando las cualidades psicométricas del instrumento. Se han realizado dos estudios con participantes de diferentes estados brasileños. En el estudio 1 (n = 242) el ASP fue adaptado y se ejecutó un análisis factorial exploratorio, que indicó una estructura unifactorial. Con relación al estudio 2 (n = 225) el análisis factorial confirmatorio apuntó indicadores adecuados y confiabilidad satisfactoria, además de reunir evidencias de validez convergente del ASP con la tríada oscura y el cyberstalking. En resumen, el ASP presentó evidencias de validez y precisión, y puede ser una herramienta útil para los investigadores que buscan conocer los correlatos de la personalidad sádica.

Palabras clave: Sadismo; Validez de la prueba; Personalidad oscura; Psicometría.


 

 

O sadismo é um fenômeno tradicionalmente discutido no contexto forense, sobretudo, nas suas formas mais extremas de manifestação, isto é, em crimes e contextos sexuais (Paulhus & Dutton, 2016). Nesta direção, têm-se debatido o interesse do sádico em depreciar e humilhar as pessoas, com a finalidade de sentir prazer a partir do sofrimento do outro (O'Meara et al., 2011; Shahnawaza et al., 2019).

Inicialmente, o sadismo foi reconhecido como um transtorno de personalidade, que necessitava de mais estudos pela American Psychiatric Association [APA] (1987), sendo incluído no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III). Desta forma, o sadismo foi caracterizado como um padrão de comportamento desadaptativo e duradouro de dominar e abusar de outros com crueldade, humilhação e/ou comportamento agressivo. Entretanto, nas versões posteriores do DSM o sadismo foi removido da lista de patologias (Paulhus & Dutton, 2016). Segundo O'Meara e Hammond (2016) a exclusão foi motivada por quatro razões principais: a) preocupações de que o sadismo poderia ser invocado como uma ferramenta exculpadora (que absolve de culpa) para infratores violentos; b) confusão no diagnóstico devido à sobreposição de outros transtornos de personalidade; c) heterogeneidade dos critérios sugeridos, que poderia ocasionar problemas com o diagnóstico de pacientes díspares, que exibiam sintomas muito diferentes, e; d) o foco da classificação do DSM na patologia, implicaria não haver uma diferenciação na classificação entre expressões patológicas e não patológicas do sadismo.

Para além disso, ressalta-se que a literatura psicológica não apresenta uma compreensão clara e universalmente aceita sobre a conceitualização do sadismo (O'Meara & Hammond, 2016). Entretanto, é possível verificar esforços nessa direção, por exemplo, para O'Meara et al. (2011) uma pessoa com personalidade sádica humilha ou inflige intencionalmente alguém, com a finalidade de afirmar poder, experimentando prazer em testemunhar ou causar dor/sofrimento psicológico, físico ou emocional, sendo consensual ou não. Já em sua revisão crítica da literatura, Foulkes (2019) assume a posição de que o sadismo pode ser caracterizado pelo valor hedônico de ser cruel com os outros.

Assim, de acordo com O'Meara et al. (2011), a personalidade sádica existe ao longo de um continuum de interesse, que envolve um padrão de comportamento que descreve uma pessoa que humilha os outros de maneira cruel, que intencionalmente inflige/causa sofrimento físico, sexual ou psicológica a alguém, visando demonstrar poder e dominância ou apenas por prazer. Esta definição também permitiu abordar o sadismo de forma mais ampla, não apenas como uma condição patológica, mas como um construto que pode se apresentar na vida cotidiana, ou seja, o "sadismo cotidiano", o qual se refere a manifestações comuns de crueldade ou a forma subclínica de sadismo.

Tal compreensão do fenômeno possibilitou distingui-lo de outras manifestações de sadismo, que comumente ocorrem em contextos específicos (Buckels et al., 2013). A exemplo do sadismo sexual, que ocorre no âmbito criminal e refere-se a um distúrbio de preferências sexuais, que visam a humilhar e dominar as vítimas, culminando, por vezes, em manifestações mais severas, como ferimentos graves ou morte (Longpré et al., 2018).

Dito isto, entende-se que o cotidiano pode refletir em algum grau tendências sádicas (e.g., trabalho, escola e nas relações interpessoais). Assim, quando compreendido como uma dimensão da personalidade não patológica, a tendência sádica pode explicar comportamentos comuns, tais como humilhar ou intimidar outras pessoas, bem como apresentar reações agradáveis à violência ocorridas em filmes, esportes e/ou vídeo games (Paulhus & Dutton, 2016). Posto isto, compreende-se que o sadismo se refere a uma característica estável, caracterizada por uma propensão a sentir prazer na imposição ou observação, experiências de sofrimento, degradação e /ou humilhação de outras pessoas (Trémolière, & Djeriouat, 2016). Além disso, sabe-se que pessoas que apresentam níveis elevados de sadismo são motivadas intrinsicamente a se envolverem em agressões, apenas por prazer, sem ganhos próprios ou mecanismo de defesa (Buckels et al., 2013).

Ademais, têm-se verificado que pessoas com acentuado traço de sadismo apresentam impulsividade, desejo de afirmação, comportamentos antissociais, falta de empatia e falta de remorso, por eventualmente causar impactos negativos na vida de outras pessoas (O'Meara, et al., 2011; Paulhus, 2014; Pfattheicher & Schindler, 2015). Nessa conjuntura, evidencia-se que o sadismo está associado ao aumento dos níveis de comportamento antissociais, como cyberbullying e cyberstalking (Smoker & March, 2017), sendo um correlato significativo da psicopatia, maquiavelismo e repulsa por animais (Meere & Egan, 2017).

Devido à importância atribuída ao fenômeno, os pesquisadores têm empreendido esforços no desenvolvimento de instrumentos que possibilitaram avaliar de forma prática o sadismo subclínico (Min et al., 2019). A saber: Short Sadistic Smpulse Scale (SSIS; O'Meara et al., 2011), a Comprehensive Assessment of Sadistic Tendencies scale (CAST; Buckels & Paulhus, 2013) e Assessment of Sadistic Personality (ASP; Plouffe et al., 2017).

O'Meara et al. (2011) desenvolveram a Short Sadistic Impulse Scale (SSIS), composta por 10 itens, que medem a predisposição para atitudes e comportamentos sádicos, sendo a maioria referente a imposição de dor a outras pessoas para diversão pessoal. A medida serve como uma ferramenta de triagem para identificar indivíduos com tendências sádicas (Shahnawaz et al., 2019). Em seu estudo de validação, por meio do método dos componentes principais, verificou-se uma estrutura unidimensional, com adequada precisão (alfa de Cronbach; α = 0,86). A SSIS tem sido empregada em diferentes pesquisas e ajudado na compreensão do sadismo e seus correlatos, a exemplo da perpetração do cyberbullying e cyberstalking em relacionamentos íntimos (Kircaburuna et al., 2018; Smoker & March, 2017) e repulsa por animais (Meere & Egan, 2017).

Entretanto, apesar da SSIS ser uma medida com importantes contribuições para o estudo do sadismo, o instrumento limita-se apenas a uma forma direta de sadismo (físico ou verbal; Min et al., 2019), devido a isto, Buckels e Paulhus (2013) elaboraram a Comprehensive Assessment of Sadistic Tendencies scale (CAST), que se propõe a avaliar o sadismo de forma mais abrangente, englobando tanto manifestações diretas de sadismo (e.g. danos físicos ou verbais a outras pessoas), quanto manifestações indiretas, nomeadas de sadismo vicário, que se refere ao prazer de observar as pessoas sendo prejudicadas (e.g. atitudes positivas frente a representações de sofrimento físico nos esportes e na mídia). Esta medida tem sido utilizada na explicação da personalidade sombria e condutas antissociais, a exemplo do vandalismo (Pfattheicher et al., 2019), o prazer de trollar pessoas na internet, além de ser associada a tríade sombria (Buckels et al., 2014).

Em sua revisão, Foulkes (2019) aponta que apesar das contribuições destas medidas na avaliação das tendências sádicas em amostras da população geral, os instrumentos supracitados apresentam limitações, pois algumas destas, quando elaboradas, não foram revisadas por pares ou não apresentaram evidências relativas a suas qualidades psicométricas. Além disso, tais instrumentos capturavam essencialmente apenas o prazer com a dor ou sofrimento de outros (Foulkes, 2019). Por exemplo, na SSIS seus itens avaliam em sua maioria a natureza dolorosa dos impulsos sádicos (O'Meara et al., 2011), ou a CAST que não inclui o aspecto subjugador deste tipo específico de personalidade (Paulhus & Jones, 2015).

Visando solucionar as deficiências de instrumentos prévios, Plouffe et al. (2017) realizaram uma extensa revisão de literatura acerca da temática do sadismo e elaboraram a Assessment of Sadistic Personality (ASP), que abrange características ausentes em medidas anteriores. O instrumento foi composto, inicialmente, por 20 itens que refletiam as tendências sádicas (subclínica) à subjugação, de buscar prazer por meio da humilhação e da baixa empatia. Ademais, os itens também refletem comportamentos comuns manifestados pelo sádico: intimidação, agressão, antagonismo e humilhação (Buckels et al., 2013).

A pesquisa empírica realizada por Plouffe et al. (2017) reuniu 401 universitários canadenses, divididos em dois estudos. Por meio de análise fatorial foi possível observar uma solução unifatorial, que reuniu nove itens, com adequada consistência interna (α) verificados nos dois estudos, respectivamente 0,96 e 0,83. Além disso, foram verificadas evidências de validade convergente com relações positivas entre o CAST e os três fatores da tríade sombria (psicopatia, narcisismo e maquiavelismo) e correlação negativa com inteligência emocional, honestidade, humildade e amabilidade, além de verificar diferenças entre os sexos nas pontuações da ASP, tendo os homens apresentando níveis mais elevados.

Posteriormente, Plouffe et al. (2019) com amostra de 638 universitários canadenses e empregando a análise fatorial confirmatória, obteve uma estrutura unifatorial ajustada da ASP, além de encontrar evidências complementares de invariância métrica, com homens apresentando níveis mais elevados de sadismo em comparação com às mulheres. Além de verificar uma estrutura unidimensional, com adequada consistência interna (α > 0,80), foi possível reunir evidências de validade convergente com outras medidas de sadismo (CAST) e construtos teoricamente relacionados (tríade sombria da personalidade).

Em pesquisa transcultural, realizada por Kowalski et al. (2019), com 1.124 residentes da Itália e Polônia, observou-se evidência de validade de construto (unifatorial); bem como, validade convergente, por meio da SSIS, tríade sombria, reatividade interpessoal e características desadaptativas descritas no DSM-5; e discriminante com os traços de personalidade de extroversão, neuroticismo e abertura. Em suma, os resultados dos estudos supracitados apoiaram as qualidades métricas da ASP em diferentes países.

Ademais, para além dessas evidências de validade convergente e discriminante, segundo Plouffe et al. (2017), a ASP apresentou vantagens quando comparadas a medidas prévias, pois além de ser uma medida concisa que avalia o sadismo subclínico, seus itens tendem a abranger todo o domínio do conteúdo e refletem a crueldade oriunda da pessoa sádica, tais como, a tendência de buscar prazer, por controle e falta de empatia. Além disso, os mesmos autores sugerem que a ASP pode ser uma ferramenta importante não apenas para avaliar comportamentos sádicos frente aos modelos gerais e patológicos de personalidade, mas também para subsidiar clínicos e pesquisadores sobre comportamentos prejudiciais ou problemas considerados socialmente malévolos.

Nesse concerne, têm-se evidenciado uma relação positiva do sadismo com os fatores da tríade sombria. Entretanto, o que o diferencia dos demais traços sombrios, refere-se ao fato de que pessoas sádicas se envolverem em situações de sofrimento de terceiros apenas por prazer (Plouffe et al., 2019). Ademais, tem se apoiado a inclusão do sadismo subclínico como uma dimensão da personalidade sombria (Buckels et al., 2013), originando a "Dark Tetrad" da personalidade. Segundo Paulhus (2014) a junção dos quatro fatores é justificada, pois apesar dos quatro traços de personalidade serem distintos, a característica comum que os une é a indiferença, ou seja, a falta de empatia com os outros, que se desenvolve de forma distinta nos diferentes traços, o que explica tanto a sobreposição teórica quanto a empírica do porquê devem ser estudados em conjunto, fato que tem sido discutido e evidenciado em diferentes pesquisas que utilizaram a ASP (Min et al., 2019; Plouffe et al., 2017; 2019).

Nesse contexto, o modelo da Dark Tetrad, tem sido considerado, principalmente, em investigações pautadas em condutas desviantes no contexto online, no qual o sadismo e a psicopatia têm-se mostrado como um preditor de comportamentos antissociais (Buckels, et al., 2014; Van Geel et al., 2017). Especificamente, tem-se observado que pessoas com níveis elevados de psicopatia e sadismo apresentam uma maior tendência de se envolverem em comportamentos antissociais no contexto online (Sest & March, 2017). Além disso, o sadismo explica melhor comportamentos de intimidação e de brutalidade em comparação a outras dimensões da tríade sombria (Paulhus, 2014).

Assim, considerando o explanado até o momento, percebe-se que as evidências de vaidade e precisão da ASP em diferentes contextos buscam entender as tendências sádicas de forma mais abrangente, além de explorar os seus correlatos. Portanto, justifica-se considerá-la em pesquisas em âmbito nacional, pois em português brasileiro, nota-se uma escassez de instrumentos direcionados à análise do construto. Cabe ressaltar que apenas a Comprehensive Assessment of Sadistic Tendencies scale (CAST; Buckels, 2018) possui versão utilizada no Brasil (Monteiro et al., 2021), contudo, avalia apenas as manifestações diretas e indiretas de sadismo. Tal fato motivou a presente pesquisa, que possibilitará o planejamento de estudos, além de avanços teóricos e empírico da temática no Brasil.

Dessa forma, a presente pesquisa, que tem como objetivo geral adaptar a Assessment of Sadistic Personality (ASP), reunindo evidências de validade e precisão, além de verificar a validade convergente da medida. Neste último aspecto de validade, espera-se que o sadismo apresente associações positivas com a tríade sombria da personalidade: maquiavelismo, narcisismo e psicopatia (O'Meara et al., 2011; Pineda et al., 2021; Plouffe et al., 2017) e com a perpetração do cyberstalking (Kircaburun et al., 2018; March et al., 2020; Smoker & March, 2017). Para tanto, foram realizados dois estudos, que serão descritos a seguir.

 

Estudo 1. Adaptação e evidências psicométricas da Assessment of Sadistic Personality

Método

Participantes

Participaram 242 pessoas da população geral da região nordeste, oriundas principalmente estado do Piauí (94,60%). Estes foram recrutados de maneira acidental, não probabilística (Midade = 21,51; DP= 3,71; amplitude 18 a 40 anos), em sua maioria do sexo feminino (57,4%), heterossexuais (80%), com ensino superior incompleto (72,2%).

Instrumentos

Os participantes responderam um livreto contendo os seguintes instrumentos:

Assessment of Sadistic Personality - (ASP): instrumento elaborado por Plouffe et al. (2017), composto por nove itens que avaliam tendências sádicas, por exemplo os itens: 03 "Machucaria alguém se isso significasse que eu estaria no controle" e o 05 "Ser malvado(a) com os outros pode ser emocionante/ excitante (prazeroso)". Estes são respondidos em escala de cinco pontos tipo Likert, variando entre 1 (Discordo fortemente) a 5 (Concordo fortemente). Destarte, ressalta-se que o item 09 apresenta pontuação inversa.

Questionário sociodemográfico: Foram respondidas as seguintes perguntas: sexo, idade, estado civil e nível de escolaridade, renda familiar, para caracterizar a amostra.

Procedimento

Inicialmente, foi realizado o método de tradução reversa (back-translation), seguindo as recomendações de Borsa et al. (2012). Assim, procedeu-se a tradução e adaptação da escala para o contexto brasileiro por dois tradutores independentes e, em seguida, retraduzida para o inglês, sendo as traduções foram às cegas e, posteriormente, foram verificadas a equivalência dos itens das duas versões (português e inglês). Os tradutores estiveram atentos aos ajustes semânticos e idiomáticos, fazendo adequações e correções nos itens, quando necessário.

Posteriormente, a medida passou por um estudo de validação semântica, que contou com a participação de 20 pessoas da população geral do nordeste brasileiro, de ambos os sexos e de diferentes níveis educacionais. Na oportunidade foram verificados a adequação para o idioma e a compreensão dos itens dos instrumentos, seguindo os procedimentos estabelecidos por Pasquali (2016). Vencida esta etapa, tratou-se de aplicar o livreto em ambiente de sala de aula, porém os estudantes respondiam de maneira individual, levando aproximadamente 20 minutos, em média, para finalizar a participação na pesquisa.

No início da aplicação, foi apresentado aos participantes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para que fosse autorizada a participação na pesquisa, sendo assegurado o caráter anônimo e confidencial das respostas. Foi enfatizado o caráter voluntário da participação na pesquisa e que não traria nenhum prejuízo ou bônus aos participantes, e que poderiam desistir a qualquer momento sem ônus. A pesquisa seguiu as recomendações contidas nas Resoluções nº 466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, tendo sido submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde de uma instituição pública de ensino brasileira (Número do Parecer: 3.624.087/ CAAE: 20170719.6.0000.5188). O tempo médio de participação foi de aproximadamente 10 minutos.

Análise de dados

Inicialmente, o software SPSS (versão 26) foi utilizado para os procedimentos de análise dos dados, possibilitando análises descritivas para caracterização da amostral (média e desvio padrão). Por meio do software Factor 9.2 (Lorenzo-Seva & Ferrando, 2013) averiguou-se a dimensionalidade da ASP, tendo em conta o método Hull Comparative Fit Index (CFI; Lorenzo-Seva, Timmerman, & Kiers, 2011), através de uma análise fatorial exploratória categórica ULS (Unweighted Least Squares) e matriz de correlações policóricas. Ressalta-se que o método Hull configura-se como um dos melhores na estimação da dimensionalidade de um dado conjunto de itens (Lorenzo-Seva et al., 2011). Além disso, verificou-se a consistência interna (precisão) pelo coeficiente alfa de Cronbach (a) com base nas correlações policóricas e pelo ômega (ω) de McDonald.

Resultados

Inicialmente, a análise fatorial exploratória foi realizada, visando conhecer a estrutura fatorial da matriz de correlações policóricas entre os nove itens da ASP. Os resultados do índice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) = 0,88 e o Teste de Esfericidade de Bartlett, 𝜒2(36) = 814,3; p < 0,001 comprovarram a pertinência de realizar a análise fatorial. O método Hull sugeriu uma solução unidimensional, verificado pelo índice de ajuste Global Fit Index (GFI e CFI) = 0,99. O valor próprio (autovalor) foi de 4,30 e explicou 47,78% da variância total. As cargas fatoriais e a consistência interna da escala são apresentadas na Tabela 1.

Em suma, resultados apresentados na Tabela 1 demonstraram evidências satisfatórias acerca da validade da ASP, apresentando estrutura unifatorial. Ressalta-se que o item 09 ("Eu não machucaria ninguém de propósito, mesmo que não gostasse deles".) foi descartado por não alcançar carga fatorial mínima |0,30|. Assim, a medida reuniu oito itens, com as saturações fatoriais variando entre 0,59 (item 01, "Zombei de pessoas para que elas soubessem que estou no controle", item 08. "Penso em machucar pessoas que me irritam.") e 0,80 (item 03. "Machucaria alguém se isso significasse que eu estaria no controle"). Ademais, a consistência interna (precisão), foi medida por meio do coeficiente alfa de Cronbach (α) e ômega de McDonald, ambas foram 0,90, sendo considerados meritórios.

Vencida esta etapa, para que fosse assegurada as qualidades psicométricas da ASP, foram reunidas evidências complementares de sua estrutura interna. Procedeu-se uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC), por ser considerada uma técnica mais robusta. Ressalta-se que, assim como no primeiro estudo, foi considerada a natureza categórica (ordinal) da medida para escolha do estimador a ser utilizado. Mais detalhes serão descritos a seguir.

 

Estudo 2. Comprovação da estrutura fatorial da Assessment of Sadistic Personality

Método

Participantes

Contou-se com 225 participantes (Midade = 26,18, DP = 7,72; amplitude 18 a 66 anos), selecionados não-probabilisticamente (por conveniência) de diferentes estados brasileiros, sendo a maioria dos estados da Paraíba (27,6%), Piauí (20,4%) e Ceará (10,7%), quanto ao sexo a maioria eram mulheres (58,7%), heterossexuais (75,6%), com ensino superior incompleto (44%).

Instrumentos

Os participantes responderam os mesmos instrumentos descritos no Estudo 1, acrescido da Dark Triad Dirty Dozen (DTDD). Adaptada para o contexto brasileiro por Gouveia et al. (2016), constituída por 12 itens, distribuídos equitativamente em três fatores: maquiavelismo ("Costumo usar enganações ou mentiras para conseguir o que quero"), psicopatia ("Costumo ser cínico") e narcisismo ("Costumo esperar favores especiais dos outros"). Estes itens são distribuídos equitativamente entre os fatores e são respondidos numa escala do tipo Likert variando de 1 (Discordo fortemente) e 5 (Concordo fortemente).

Intimate Partner Cyberstalking Scale(IPCS; Smoker & March, 2017), que avalia de forma global a perpetração do cyberstalking. Nesta pesquisa será utilizada a versão reduzida, validada para o Brasil por Silva et al. (2021) composta por 10 itens [e.g., itens 05 "Já verifiquei o histórico do telefone/computador do(a) meu(minha) parceiro(a) para verificar o que ele(a) estava fazendo" e o item 10, "Já usei ou considerei usar aplicativos de telefone para rastrear as atividades de meu(minha) parceiro(a)"], que são respondidos em uma escala tipo likert de cinco pontos, variando de "1 (Discordo totalmente)" a "5 (Concordo totalmente)".

Procedimento

Os procedimentos adotados seguem as orientações das Resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde e são semelhantes ao do Estudo 1. Entretanto, o tempo de resposta foi de aproximadamente 15 minutos, devido o acréscimo do segundo instrumento.

Análise de dados

O software SPSS, versão 26 foi utilizado para tabulação dos dados, enquanto com o software R, efetuaram-se análises descritivas para caracterizar a amostra. Utilizando-se do pacote Lavaan (Rossel, 2012) foram executadas uma análise fatorialconfirmatória (AFC) e o modelo de validade convergente, ambas consideraram a natureza categórica (ordinal) das medidas, com estimador Weighted Least Squares Mean and Variance-Adjusted (WLSMV; Muthén & Muthén, 2014) implementado na matriz de correlações policóricas.

A adequação do modelo foi avaliada pelos indicadores: (1) Comparative Fit Index (CFI): índice comparativo dos modelos. Considera valores a 0,90 como modelo ajustado; (2) Tucker-Lewis Index (TLI): indice de adequação do modelo, sendo adequados valores acima de 0,90; e (3) Root-Mean-Square Error of Approximation (RMSEA), refere-se ao ajuste do modelo, com intervalo de confiança de 90% (IC90%), que recomenda valores entre 0,05 e 0,08, admitindo-os até 0,10 (Tabachnick & Fidell, 2013).

O pacote psych, disponível no R, foi adotado para avaliar a confiabilidade, considerando os índices alfa de Cronbach e o ômega (ω) de McDonald. Ademais, buscando reunir evidências adicionais de validade da ASP, verificando sua relação com variáveis externas. Para tanto, foi considerado a personalidade sádica, os três fatores da tríade sombria (maquiavelismo, narcisismo e psicopatia) e a perpetração do cyberstalking. Ressalta-se que são reunidas evidências de validade externa com construtos relacionados quando encontradas relações de magnitudes entre 0,20 a 0,50 (Nunes & Primi, 2010).

Resultados

Considerando a estrutura unidimensional da ASP, para os 8 itens restantes, validados no Estudo 1, foi realizada uma análise fatorial confirmatória (AFC) adotando o método de estimação dos Weighted Least Square Mean and Variance Adjusted (WLSMV), resultando nos seguintes indicadores de ajuste: χ2/ gl = 1,38, CFI = 0,93, TLI = 0,90, RMSEA (IC90%) = 0,04 (0,01-0,08), Pclose = 0,62 e SRMR = 0,07. Além disso, a confiabilidade (precisão), foi considerada adequada (α = 0,75) e (ω = 0,74).

Finalmente, foram reunidas evidências de validade convergente para medidas externas, por meio da Modelagem por Equações Estruturais, com estimador WLSMV, coerente com a natureza das medidas utilizadas. Foi considerado um modelo composto por cinco variáveis latentes: uma representando a ASP (sadismo; reunindo 8 itens), três correspondendo aos fatores, da tríade sombria [maquiavelismo, psicopatia e narcisismo (com 4 itens cada um)], além da perpetração do cyberstalking (agrupando 10 itens). Foi observado que a variável latente sadismo apresentou peso de regressão como esperado, associando-se positivamente com os outros construtos: tríade sombria [maquiavelismo (λ = 0,83 p < 0,001), psicopatia (λ = 0,68; p < 0,001), narcisismo (λ = 0,53; p < 0,001)] e cyberstalking (λ = 0,38; p < 0,001), apresentando os seguintes índices de ajuste [CFI = 0,95; TLI = 0,93; RMSEA = 0,033 (IC90% = 0,023/ 0,042)].

 

Figura 1

 

Discussão

O presente estudo teve como principal objetivo adaptar para o contexto brasileiro a Assessment of Sadistic Personality (Plouffe et al., 2017), além de conhecer evidências de validade fatorial e consistência interna da medida, ainda verificar sua relação com a tríade sombria e cyberstalking, reunindo evidências complementares de validade convergente. Reforça-se a importância desse empreendimento para que haja avanços teóricos e metodológicos para o entendimento do sadismo no cenário nacional, pois contar com instrumentos com qualidades psicométricas adequadas e fundamentação teórica pertinente possibilitam, hipotetizar, testar e compreender seus antecedentes e consequentes.

Isto posto, entende-se que a ASP é um instrumento elaborado com intuito de avaliar as tendências sádicas (subclínica) de maneira mais abrangente, pois seus itens abarcam todo o domínio do conteúdo e refletem a crueldade oriunda da pessoa sádica, tais como a tendência a buscar prazer, por controle e falta de empatia. Assim, é possível avaliar o fenômeno de forma mais compreensiva, quando comparado com outra medida comumente empregada em pesquisas, especificamente a SSIS (O'Meara et al., 2011).

Dito isto, estima-se que os principais objetivos dessa pesquisa foram alcançados, pois o instrumento apresentou evidências consideráveis de qualidade métrica, pois as análises empregadas reuniram evidências psicométricas da medida supracitada no contexto brasileiro, com parâmetros verificados por meio da análise fatorial exploratória, realizada no Estudo 1 e da análise fatorial confirmatória no Estudo 2. Além desses parâmetros internos, apresentou-se validade externa com os fatores da tríade sombria na direção teoricamente esperada.

Tendo em conta os principais resultados da pesquisa, no Estudo 1, foi possível reunir evidências favoráveis de qualidade métrica da ASP (validade fatorial e precisão). Assim, deve-se ter em conta que os resultados apontaram evidências psicométricas satisfatórias, entretanto, o item nove (Eu não machucaria ninguém de propósito, mesmo que não gostasse deles) foi descartado das análises subsequentes porque apresentou carga fatorial abaixo do ponto de corte comumente utilizado na literatura ( 0,30; Marôco, 2014; Pasquali, 2016).

No entanto, deve-se ponderar a natureza do item em questão, que possui codificação inversa, ou seja, na direção oposta ao construto em questão. Entende-se que expressões inversas tendem a apresentar viés de resposta, ocasionando certa confusão na resposta dos participantes (van Sonderen et al., 2013), o que possivelmente motivou o baixo desempenho do item nove. Nessa direção, apesar de em algumas culturas terem replicado a estrutura e o conjunto de nove itens originais (Plouffe et al., 2017), em algumas outras o item nove teve pouca qualidade métrica, sendo sugerido a sua exclusão, a exemplo da Itália e Polonia (Kowalski, et al., 2019), além do Canadá (Plouffe et al., 2019).

No Estudo 2, visando reunir evidências psicométricas complementares da medida, foi observado, a partir dos resultados do Estudo 1, que os dados empíricos se adequaram ao modelo teórico (e.g., CFI e TLI 0,90 e RMSEA < 0,08; Tabachnick & Fidell, 2013), bem como a consistência interna (precisão), avaliada pelos indicadores de Alfa de Cronbach e o ômega de McDonald, com valores considerados adequados, ou seja, 0,70 (Cohen et al., 2014; McDonald, 1999). Esses resultados corroboraram a estrutura unifatorial, já observada em pesquisas prévias em contexto canadense (Plouffe et al., 2017; Plouffe et al., 2019).

Além disso, foram reunidas evidências complementres de validade, especificamente, testou-se a validade convergente com medidas externas. Foram considerados os fatores da triade sombria (maquiavelismo, psicopatia e narcisismo) e a perpetração do cyberstalking, para os quais têm-se, consistentemente, evidenciado relações positivas, sendo corroborado nesta pesquisa, pois o sadismo e os fatores da tríade sombria e o comportamento de cyberstalking apresentaram relações positivas e moderadas (Nunes & Primi, 2010) como teoricamente esperado (Buckels et al., 2013; March et al., 2020; O'Meara et al., 2011; Pineda et al., 2021; Plouffe et al., 2017; Smoker & March, 2017). Isto corrobora a indicação de que a tétrade sombria está associada a comportamentos antissociais online, a exemplo do cyberstalking (Kircaburun et al., 2018).

Entretanto, mesmo com achados tenham sido promissores, esta pesquisa apresenta limitações, fazendo-se necessário elencá-las. Nessa direção, pode-se citar a amostra, uma vez que foi por conveniência (não probabilística), contando com a colaboração dos participantes que, convidados, aceitaram colaborar com a pesquisa (Cozby, 2003), fato que não permite que os resultados extrapolem as amostras consideradas, restringindo a generalização dos achados referente ao sadismo para a amostra considerada. Dito isto, ressalta-se que não foi objetivo do estudo a generalizar os resultados, mas apresentar uma medida parcimoniosa sobre tendência sádica que reunisse evidências que comprovassem a validade e precisão.

Outra limitação potencial refere-se ao fato de ter sido aplicada uma medida de autorrelato (lápis e papel), trazendo algumas desvantagens, pois e o sadismo é um fenômeno socialmente aversivo. Dessa forma, o conteúdo dos itens pode funcionar como um agente de alteração de respostas para promoção pessoal (Gouveia et al., 2009), possibilitando que as pessoas falseiem as suas respostas e distorção a realidade (Kohlsdorf & Costa Junior, 2009).

Além de explorar a relação da ASP com diferentes medidas comportamentais, que já tem sido considerada em pesquisas previas, (e.g. cyberbullying, vandalismo e cyberstalking), também seria interessante verificar a estabilidade temporal da medida, por meio do método do teste-reteste (Plouffe et al., 2017) , além de considerar análises mais robustas, tais como a TRI ou a analise fatorial confirmatória multigrupo entre grupos específicos (e.g., sexo, ou comparar populações especificas, como presidiários e comunidade em geral), além de testar estrutura da 'Dark Tetrad' em contexto brasileiro. Por fim, seria igualmente importante comparar o instrumento ASP com outros comumente utilizados, especificamente a short sadistic impulse scale (O'Meara et al., 2011) e a Comprehensive Assessment of Sadistic Tendencies scale (Buckels & Paulhus, 2013).

Finalizando, acredita-se que o estudo contribuiu com o campo científico, pois reuniu evidências de validade, disponibilizando uma medida sobre o sadismo na sua versão português brasileiro para uso de pesquisadores e interessados na temática. Este fato é importante, pois no cenário nacional ainda são escassas medidas sobre o assunto, havendo apenas uma adaptada, que reúne qualidades psicométricas adequadas (Monteiro et al., 2021). Logo, acredita-se que o instrumento possa incentivar pesquisas, principalmente por um viés quantitativo, possibilitando compreender as motivações e os mecanismos psicológicos envolvidos no comportamento sádico.

 

Agradecimentos

À CAPES, que concedeu bolsa de doutorado ao primeiro autor, bem como ao CNPq, cuja a bolsa de produtividade fora concedida a quarta autora e quinto autor.

Financiamento

A presente pesquisa não recebeu diretamente nenhuma fonte de financiamento sendo custeada com recursos dos próprios autores. Contudo, o primeiro, o quarto e a quinta autora receberam financiamento de pesquisa referente a outros projetos de pesquisa, sendo estes últimos 306040/2021-2 e 309507/2019-7, respectivamente.

Contribuição dos autores

Declaramos que todos os autores participaram da elaboração do manuscrito. Especificamente, os autores Paulo Gregório Nascimento da Silva e Patrícia Nunes da Fonsêca participaram da redação inicial do estudo - conceitualização, investigação e visualização. Os autores Emerson Diógenes de Medeiros, Paulo Gregório Nascimento da Silva, Patrícia Nunes da Fonsêca e Ricardo Neves Couto participaram das análises dos dados e da redação final do trabalho - revisão e edição.

Disponibilidade dos dados e materiais

Todos os dados e sintaxes gerados e analisados durante esta pesquisa serão tratados com total sigilo devido às exigências do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Porém, o conjunto de dados e sintaxes que apoiam as conclusões deste artigo estão disponíveis mediante razoável solicitação ao autor principal do estudo.

Conflito de interesses

Os autores declaram que não há conflitos de interesses.

 

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Endereço para correspondência:
Paulo Gregório Nascimento da Silva
Universidade Federal da Paraíba. Castelo Branco
João Pessoa/PB. CEP: 58059-900
Centro de Ciências Humanas e Letras - Departamento de Psicologia.
tel. (83)99847-2799. E-mail: silvapgn@gmail.com

Recebido em março de 2020
Aprovado em abril de 2021

 

 

Nota dos autores:
Paulo Gregório Nascimento da Silva, é psicólogo (UFPI), Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Atualmente, é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Integrante do e NEDHES e colaborador do LABAP-D
Patrícia Nunes da Fonsêca, é Doutora em Psicologia Social (UFPB). Professora da Pós-Graduação em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba Coordenadora do Núcleo de Estudos em Desenvolvimento Humano, Educacional e Social - NEDHES.
Ricardo Neves Couto, é psicólogo (UFPI), Mestre e Doutor em Psicologia Social (UFPB). Professor da Faculdade Regional da Bahia e Pós-doutorando em Psicologia na Universidade Federal do Delta do Parnaíba, Parnaíba - PI. Colaborador do Núcleo de Estudos em Desenvolvimento Humano, Educacional e Social - NEDHES.
Emerson Diógenes de Medeiros, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia Social (UFPB). Atualmente é professor Associado do Departamento de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, UFDPar. Coordenador do Laboratório de Avaliação Psicológica do Delta - LABAP.
Paloma Cavalcente Bezerra de Medeiros, é psicóloga, Doutora em Psicologia Social (UFPB). Atualmente é professora adjunta do Departamento de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, UFDPar. Coordena o Laboratório de Neurociência e Psicologia Social (LaNPSo).
O presente artigo é oriundo do projeto de tese de doutorado do primeiro autor, sob orientação da segunda autora, contando com apoio da CAPES, que concedeu bolsa de doutorado ao primeiro autor, além do CNPq por meio da bolsa de produtividade ao quarto e quinto autores. Aproveitamos para demonstrar nossa gratidão a essas instituições.

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