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Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471versão On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.21 no.1 Campinas jan./mar. 2022

http://dx.doi.org/10.15689/ap.2022.2101.22207.11 

ARTIGOS

 

Estudos sobre o emprego do Senior Apperception Test (SAT) em idosos longevos

 

Studies about the employment of the Senior Apperception Test (SAT) in long-living elders

 

Estudios sobre el uso del Senior Apperception Test (SAT) en ancianos longevos

 

 

Rodrigo Jorge SallesI; Leila Salomão de La Plata Cury TardivoII

IUniversidade São Judas Tadeu, São Paulo-SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0485-4671
IIInstituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-8391-0610

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi apresentar os resultados de uma investigação comparativa e correlacional utilizando a Técnica de Apercepção Temática para Idosos (SAT). Participaram da pesquisa 30 idosos longevos divididos em dois grupos: idosos que vivem na comunidade e residentes de uma instituição de longa permanência. Foram utilizados um questionário de caracterização, oito pranchas do SAT, a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM). A comparação dos resultados do SAT evidenciou que os idosos institucionalizados demonstraram percepções mais positivas sobre a velhice. As correlações indicaram que maiores pontuações na GDS-15 se associam moderadamente à ausência de soluções de problemas nas histórias elaboradas para o SAT. Observou-se que baixas pontuações no MEEM se relacionam com maior número de distorções ou superficialidade nas percepções dos estímulos do SAT, assim como um maior número de narrativas que se distanciam dos temas evocados para as pranchas.

Palavras-chave: Velhice; Longevidade; Técnicas Projetivas; Teste de Apercepção Temática.


ABSTRACT

This study presents the results of a comparative correlational investigation using the Senior Apperception Test (SAT). Study participants were 30 long-living older adults, divided into two groups: those who live in the community and the residents of a long-term institution. The study used a characterization questionnaire, eight SAT cards, the Geriatric Depression Scale (GDS-15), and the Mini-Mental State Examination (MMEE). The comparison of the SAT results showed that the institutionalized older adults had a more positive perception about aging. The correlations demonstrated that higher GDS-15 scores were moderately associated with the absence of solutions to problems in the stories elaborated for the SAT. It was found that low MMEE scores were related to a higher number of distortions or superficiality in the perception of the SAT stimulus, as well as to a greater number of narratives that were distant from the themes evoked in the cards.

Keywords: Old age; Longevity; Projective Techniques; Thematic Apperception Test.


RESUMEN

El objetivo de este estudio fue presentar los resultados de una investigación comparativa correlacional utilizando la Técnica de Apercepción Temática para Ancianos (SAT). Participaron 30 ancianos longevos divididos en dos grupos: ancianos residentes en la comunidad y los que viven en residencias de ancianos. Se empleó un cuestionario de caracterización, ocho tableros del SAT, la Escala de Depresión Geriátrica (GDS-15), y el Mini Examen del Estado Mental (MEEM). La comparación de resultados del SAT evidenció una percepción más positiva sobre la vejez en ancianos institucionalizados. Las correlaciones indicaron que una mayor puntuación en el GDS-15 se asocia moderadamente con la ausencia de soluciones de problemas en las historias elaboradas para el SAT. Se observó que una puntuación baja en el MEEM se relaciona con un mayor número de distorsiones o superficialidad en las percepciones de los estímulos del SAT, así como a un mayor número de narrativas que se distancian de los temas evocados para las láminas.

Palabras clave: Vejez; Longevidad; Técnicas Proyectivas; Test de Percepción Temática.


 

 

De acordo com as terminologias adotadas no campo das ciências do envelhecimento, são denominados idosos, muito idosos e/ou idosos longevos, o grupo de indivíduos com 80 anos ou mais (Nogueira et al., 2010). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018) referentes ao censo de 2010, a faixa etária de 80 anos ou mais é composta por 2.935.585 pessoas, representando 14% da população idosa brasileira. As projeções indicam que, em 2050, os idosos longevos serão aproximadamente 13,8 milhões, correspondendo a um aumento de , 2.226%, comparado aos 591 mil idosos com oitenta anos ou mais registrados no censo de 1980 (Nogueira et al., 2010; Krug et al., 2018).

A literatura salienta a necessidade de estudos sobre este grupo, tendo em vista a elevada prevalência de morbidades e incapacidades que afetam esses idosos, comprometendo sua autonomia e capacidade funcional, gerando maior risco de quedas e institucionalização (Brito et al., 2014; Bortoluzzi et al, 2017; Lenardt & Carneiro, 2013; Nogueira et al., 2010). Em se tratando da saúde mental, as pesquisas com idosos longevos demonstram que a depressão é a condição que mais afeta essa população, existindo uma forte associação entre sintomas depressivos e indicadores de funcionalidade como a capacidade cognitiva e o grau de independência nas atividades de vida diária, indicando que maiores índices de dependência resultam em maior sintomatologia depressiva nessa etapa da vida (Brito et al., 2014; Lima et al., 2009).

Por conseguinte, faz-se necessário apresentar as possíveis contribuições teóricas e práticas que a Psicologia pode prestar para o estudo da longevidade. Em se tratando da Avaliação Psicológica, é verificada uma escassez de instrumentos que possam ser empregados em idosos longevos, sendo eles em sua maioria destinados a avaliação de funções intelectuais e cognitivas. No que diz respeito aos instrumentos para avaliação da personalidade, destaca-se a Técnica de Apercepção Temática para Idosos (Senior Apperception Test - SAT), um dos poucos instrumentos disponíveis no Brasil para avaliação dos aspectos subjetivos da velhice (Miguel et al., 2012; Salles, 2018).

O SAT foi elaborado por Leopold e Sonya Bellak em 1973, tendo como objetivo investigar problemas específicos do envelhecimento e as principais atitudes e preocupações das pessoas idosas em relação às questões centrais da velhice (Bellak & Abrams, 2012). Sua tarefa é semelhante à proposta pelo Teste de Apercepção Temática (TAT), o idoso é encorajado a contar uma história com começo e fim para cada uma das pranchas apresentadas pelo avaliador.

O instrumento é composto por um total de 17 pranchas que retratam situações típicas da velhice, como a relação com netos, a conjugalidade, a perda da saúde, a dependência física, a solidão, a qualidade das interações familiares e a relação com o corpo. Segundo Bellak e Abrams (2012), quando comparado ao TAT, o SAT apresenta estímulos menos ambíguos, envolvendo figuras com sexo e idade mais bem delimitados. As narrativas dos idosos também são diferentes daquelas apresentadas por adultos no TAT, sendo mais concretas e com maior presença de conteúdos e referências pessoais. Tendo em vista suas diferenças, os autores da adaptação brasileira do instrumento destacam que a técnica se presta mais à investigação das preocupações que afligem o idoso do que a um exame profundo da dinâmica de sua personalidade (Miguel et al., 2012).

A consulta à literatura internacional sobre o SAT evidencia poucas publicações sobre o uso do instrumento, sendo que as escassas publicações se concentraram no final da década de 70 e início dos anos 80, sendo produzidas em território norte-americano (Sckroth, 1978; Foote & Kahn, 1979; Stock & Kantner, 1980). Verdon (2011) corrobora esta informação afirmando que nos últimos 20 anos as pesquisas com técnicas temáticas para idosos tornaram-se raras.

No cenário brasileiro, observa-se, ainda que de maneira discreta, um crescente interesse pelo uso do SAT evidenciado a partir do aumento de pesquisas científicas realizadas nas últimas duas décadas. As pesquisas realizadas no Brasil são predominantemente qualitativas, enfatizando o uso do SAT em uma perspectiva dialógica na clínica com idosos, exercendo o papel de mediador para a comunicação emocional, possibilitando a ampliação do seu uso para outros tipos de enquadres clínicos, como o Psicodiagnóstico Interventivo (Gil, 2005; Gil, 2010; Salles, 2014; Salles & Tardivo, 2017). Tais pesquisas confirmam que o SAT é um instrumento útil no auxílio ao idoso para expressar diretamente estados gerais da velhice e/ou outras vivências emocionais de difícil comunicação.

Apesar do predomínio de estudos qualitativos, o SAT também tem sido utilizado em pesquisas quantitativas com grupos específicos, a exemplo da pesquisa de Tardivo (2008), que conduziu um estudo sobre a depressão geriátrica, correlacionando os resultados do SAT com as pontuações da Escala de Depressão Geriátrica (GDS), demonstrando a presença de indicadores mais acentuados de desesperança nas narrativas de idosos com sintomas depressivos. O SAT também foi utilizado em uma investigação comparativa sobre a qualidade das percepções sobre a velhice em idosas ativas e não ativas quanto a prática de atividade física laboral ou social realizadas regularmente (Cozzolino et al., 2019).

Ainda que o SAT se preste a investigação das experiências subjetivas de idosos de diferentes intervalos etários, é necessário considerar que os estudos de validação do SAT foram realizados predominantemente com idosos jovens, com média de idade de 70,3 anos, contando com apenas 15 idosos com idades entre 81 e 85 anos, colocando em pauta a necessidade de mais pesquisas sobre o uso desse instrumento em idosos longevos (Miguel et al., 2012). Portanto, o objetivo desse estudo foi comparar os resultados obtidos nas categorias de análise do SAT por idosos longevos que vivem na comunidade e idosos longevos que vivem em uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI), apresentando também as correlações entre os resultados deste instrumento com escalas a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM).

 

Método

Participantes

Participaram desta pesquisa 30 idosos com idade igual ou superior a 80 anos, de ambos os sexos, divididos em dois grupos: 18 idosos que moram em suas residências e 12 idosos que residem em uma ILPI, ambos recrutados a partir de critérios de amostragem por conveniência. Foram excluídos idosos com comprometimento cognitivo rastreado a partir da aplicação prévia do MEEM, indicado por escore abaixo da pontuação de corte de acordo com o tempo de escolaridade (Brucki et al., 2003).

Os dados foram coletados em domicílio com idosos residentes em um bairro de classe média e classe média baixa localizado no município de São Paulo, escolhido a partir de uma parceria com uma instituição filantrópica que presta atendimento a idosos da comunidade, que disponibilizou o contato dos idosos assistidos. A mesma instituição também possui parceria com uma ILPI privada localizada em São Paulo, tendo a coleta de dados sido realizada na sede da instituição. Todos os participantes desta pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordando com a participação na pesquisa.

Instrumentos e Procedimentos

A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob o número de parecer 2.231.487 e CAAE: 72364216.1.0000.5561. Foram utilizados quatro instrumentos para a coleta de dados, aplicados na seguinte ordem: a) MEEM, instrumento que tem por objetivo avaliar parâmetros cognitivos; b) Questionário de Caracterização Socioeconômica, instrumento construído pelos pesquisadores com o intuito de caracterização dos idosos; c) SAT, para este estudo foram utilizadas as pranchas de número um, dois, três, seis, oito, nove, dez e doze. A seleção destas pranchas segue a sugestão do manual brasileiro do SAT, que estipula estas oito pranchas como um protocolo básico que consegue contemplar as questões mais fundamentais da velhice (Miguel et al., 2012); d) Versão Abreviada da GDS com 15 perguntas (GDS-15), escala elaborada para rastreio de sintomas depressivos em idosos, adaptada e validada por Almeida e Almeida (1999). O tempo médio para aplicação de todos os instrumentos foi de aproximadamente uma hora, realizados em um único encontro pelo mesmo pesquisador. As histórias contadas para o SAT foram gravadas em um equipamento de áudio e transcritas na íntegra.

Análise dos Dados

Os resultados foram inicialmente sistematizados de forma descritiva e, posteriormente, realizaram-se análises conforme as normas específicas para cada instrumento. O SAT foi analisado inicialmente a partir de procedimentos de análise de conteúdo, seguindo as categorias de análise apresentadas no manual brasileiro (Miguel et al., 2012). A análise foi realizada a partir de quatro categorias de interpretação, com suas respectivas subcategorias: percepção; motivação; sentimentos; perspectivas para o futuro. Após a categorização de cada uma das oito histórias, elas foram pontuadas seguindo o sistema de pontuação apresentado pelo manual, atribuindo-se um ponto a cada classificação identificada nas quatro categorias de análise descritas acima (Miguel et al., 2012). Para comparar os resultados obtidos pelos dois grupos de idosos no SAT, foi utilizado o teste Exato de Fisher.

Para comparar os dois grupos de idosos quanto às variáveis coletadas a partir do questionário socioeconômico, foi utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon para as medidas quantitativas, como idade e renda e o Teste Exato de Fisher para as medidas-atributo, como sexo e estado civil. A GDS-15 foi analisada a partir do número de respostas positivas para sintomatologia depressiva. As comparações entre as pontuações obtidas pelos dois grupos de idosos na GDS-15 e no MEEM foram feitas a partir do teste não-paramétrico de Wilcoxon. Por último, foi realizada uma correlação entre os resultados do SAT e do MEEM, assim como a comparação da somatória de pontos positivos para sintomatologia depressiva presentes na GDS-15 com as categorias de análise do SAT, adotando-se o índice de correlação linear de Pearson.

 

Resultados

Em se tratando da caracterização dos dois grupos de idosos, conforme apresentado na Tabela 1, observou-se que a média de idade total dos participantes deste estudo foi de 86,7 anos. A comparação entre os dois grupos de idosos revelou uma média de idade menor no grupo de idosos da comunidade (84,4 contra 90,0) e com diferença significativa. Quanto ao sexo, notou-se uma concentração maior de mulheres nos dois grupos (83,3%). Quanto ao estado civil, houve pouca diferença entre os grupos, sem diferença significativa, sendo a maior parte do total de participantes viúvos (63,3%).

Quanto à escolaridade, identificada a partir da quantidade de anos estudados, observou-se uma tendência acentuada de idosos da comunidade com escolaridades mais baixas que os idosos que residem na ILPI, 58,3% dos idosos na ILPI possuíam mais de 11 anos de estudo, enquanto 77,8% dos idosos da comunidade possuíam de 1 a 4 anos de estudo. Em se tratando da renda mensal, a média no grupo de idosos da comunidade é consideravelmente menor (R$2.461 contra R$11.245), apresentando diferenças significativas.

Na Tabela 2 foram observados, para o MEEM, valores médios significativamente menores para o grupo de idosos da comunidade (p-value = 0,0207). Em se tratando da GDS-15, apesar de serem notados no grupo de idosos da comunidade valores maiores do que no grupo de idosos que residem na ILPI, a diferença entre os dois não foi significativa (p-value = 0,2945).

A Tabela 3 apresenta os percentuais de respostas ao SAT para cada grupo de idosos. A respeito da categoria de análise Percepção, que investiga a adequação e qualidade da percepção dos estímulos, bem como à presença de conteúdo pessoal na narrativa construída pelo idoso, no subitem Adequação da Percepção, notou-se nos dois grupos de idosos um percentual mais alto de percepção típica, ou seja, narrativas coerentes com os temas mais frequentemente evocados para as pranchas, com o grupo de idosos da comunidade com um percentual significativamente mais baixo que o grupo de idosos da ILPI. Em relação à qualidade da percepção, foi possível notar nos dois grupos um percentual mais alto de Discriminada, indicando que os idosos mencionam em suas narrativas pelo menos um elemento da figura (detalhes do contexto geral e ambiente), além das personagens centrais, observando-se no grupo de idosos da comunidade um percentual significativamente mais baixo, revelando percepções mais superficiais. Ainda no que diz respeito à categoria Percepção, em se tratando da presença de vida interior, que indica a maior ou menor presença de elementos pessoais na narrativa, identificou-se nos dois grupos um percentual mais alto de Presente, com um percentual um pouco mais baixo nos idosos da comunidade, revelando percepções mais descritivas, com menor descrição de afetos, ações e emoções dos personagens.

Em relação à categoria de análise Motivação, que envolve a análise dos comportamentos demonstrados pelos personagens em cada história, em seu subitem Motivação para interação com o ambiente, os dois grupos apresentaram um percentual mais alto de motivações que visam a Relação, caracterizada pela busca de estabelecimento de relações de apoio e gratificação com outros personagens, com o grupo de idosos da comunidade com um percentual significativamente mais alto nesta categoria. Quanto a Motivação para Solução de problemas, foi observado um percentual maior de Ausentes no grupo de idosos da comunidade e um percentual maior em Presentes no grupo de idosos que residem na ILPI, com diferença significativa entre os dois grupos.

A categoria de análise Sentimentos possui três subitens: sentimentos predominantes; sentimentos em relação ao ambiente; sentimentos em relação à velhice. Em relação aos sentimentos predominantes, foi possível observar um percentual maior de sentimentos predominantemente Negativos nas histórias dos idosos da comunidade e um percentual maior em sentimentos Positivos nas histórias dos idosos da ILPI, com diferença significativa entre os dois grupos. Por último, no subitem Sentimentos em relação à velhice, houve um percentual maior de sentimentos Negativos nos idosos da comunidade e um percentual com maior variedade de distribuição entre as respostas Positivas (36,5%), Negativas (34,4%) e Não discerníveis (29,2%) nos idosos da ILPI, com diferença significativa entre os dois grupos.

A análise da categoria Perspectivas futuras, prevê a análise das possíveis perspectivas para o futuro observadas a partir de cada história, sendo realizada a partir de duas dimensões: futuro imediato e futuro remoto. A respeito das perspectivas para o futuro imediato, foi identificado nos dois grupos um maior percentual em Positivos, mas com o grupo de idosos da comunidade com percentual menor que o grupo de idosos que residem na ILPI, com diferença significativa entre os grupos. Sobre o futuro remoto, os dois grupos apresentaram maiores percentuais de respostas do tipo Não Discernível. Afora essa resposta, notou-se o grupo de idosos da comunidade com um percentual maior de sentimentos Negativos (14,6%) em relação ao futuro remoto em contraponto a um maior percentual de sentimentos Positivos (8,3%) e Resignados (8,3%) no grupo de idosos que residem na ILPI, com diferença significativa entre os dois grupos.

Em se tratando da correlação entre SAT e MEEM (Tabela 4), a correlação foi estabelecida entre a pontuação geral para o MEEM e as pontuações obtidas na categoria de análise Percepções e suas respectivas subcategorias: adequação; qualidade e vida interior. A hipótese estabelecida para cruzar estes dados foi à correlação entre desempenhos inferiores nos parâmetros cognitivos do MEEM e possível comprometimento na percepção das pranchas.

A partir dos dados apresentados, foi possível identificar correlações fortes e significantes entre pontuações baixas no MEEM e adequações atípicas no SAT, observadas tanto para o grupo geral quanto para cada um dos grupos separadamente. Também foram observadas correlações de moderadas a fortes e significantes entre pontuações baixas no MEEM e percepções com qualidade superficiais no SAT, constatadas tanto para o grupo geral quanto para cada um dos grupos separadamente. Entretanto, notaram-se correlações muito fracas e não significantes na relação entre baixas pontuações no MEEM e a ausência de vida interior, tanto para o grupo geral quanto para cada um dos grupos separadamente. Desta forma, conclui-se que, nos idosos participantes deste estudo, baixas pontuações no MEEM relacionam-se com maior número de distorções ou superficialidade nas percepções dos estímulos objetivos das pranchas, assim como um maior número de narrativas que se distanciam dos temas frequentemente evocados para as pranchas.

Por fim, foram feitas correlações entre as pontuações obtidas na GDS-15 e algumas das categorias do SAT, apresentadas na Tabela 5. Partiu-se da hipótese de que maiores pontuações na GDS-15, indicativas de maior número de sintomas depressivos, poderiam relacionar-se com pontuações mais altas nas seguintes categorias e subcategorias do SAT: ausência de motivação para solução de problemas; sentimentos predominantes negativos; sentimentos em relação ao ambiente negativos; sentimentos em relação à velhice negativos; perspectivas para o futuro imediato negativas ou resignadas; perspectivas para o futuro remoto negativas ou resignadas; qualidade da percepção do estímulo superficial.

Para este estudo, as correlações só se mostraram significativas no que concerne a relação entre GDS-15 e a categoria de análise Motivação para solução de problemas com classificações do tipo Ausente. Observaram-se correlações moderadas no grupo Geral, moderadas também nos idosos da comunidade e forte nos idosos da ILPI na relação entre pontuações altas na GDS-15 e ausência de soluções para os problemas apresentados nas narrativas, sendo todas elas significantes. Conclui-se que maiores índices de depressão se relacionam moderadamente à menor capacidade para solução de problemas nas histórias apresentadas para o SAT.

 

Discussão

Em se tratando da caracterização dos participantes, a análise dos dados evidenciou uma diferença significativa em relação à distribuição por sexo da população total de idosos participantes da pesquisa, resultando em uma amostra composta predominantemente por mulheres (83,3% da amostra total). A feminização da velhice é um fenômeno destacado pela literatura gerontológica, que salienta o predomínio de mulheres na população idosa brasileira (Almeida et al., 2015). Outro dado observado é a presença majoritária de idosos viúvos na amostra total (63,3%), aspecto coerente com o que tem sido apresentado em pesquisas com idosos longevos (Nogueira et al., 2010; Lourenço et al., 2012; Lenardt & Carneiro, 2013; Brito et al., 2014).

Duas diferenças relevantes observadas na caracterização dos participantes foram as discrepâncias de renda e escolaridade nos dois grupos de longevos. Observou-se uma diferença significativa na renda dos dois grupos de idosos, de R$2.461,00 para idosos da comunidade e R$11.245,00 para os idosos da ILPI. Em se tratando da escolaridade, os idosos da comunidade possuem, em sua maioria, de 1 a 4 anos de estudo (77,4%), enquanto um número significativo de idosos da ILPI possuía mais de 11 anos de estudo (58,3%), incluindo idosos com mais de uma graduação. As discrepâncias de renda e escolaridade observadas entre os dois grupos de idosos demonstram realidades socioeconômicas distintas. É importante salientar que a ILPI em que foi conduzida a coleta de dados é uma instituição privada, localizada em uma região nobre do município de São Paulo, contemplando, portanto, idosos com um alto poder aquisitivo e condições socioeconômicas diferenciadas, o que explicaria também a maior escolaridade deste grupo.

Quanto ao conteúdo das narrativas construídas pelos idosos longevos desta pesquisa para o SAT, a análise da categoria Percepção e sua subcategoria Adequação da Percepção demonstrou que os idosos longevos dos dois grupos relatam histórias coerentes com os temas frequentemente evocados para as pranchas, descritos por Bellak e Abrams (2012) e confirmados em pesquisas brasileiras com o SAT (Miguel et al., 2012). Portanto, é possível observar que as pranchas e seus temas são também sensíveis à realidade experiencial de idosos longevos.

Porém, uma das particularidades observadas na categoria Percepção foram as diferenças presentes entre os dois grupos de idosos nas subcategorias Adequação e Qualidade da Percepção. Observou-se que, apesar da frequência alta de respostas típicas e discriminadas nos dois grupos, os idosos da comunidade apresentaram um número maior de relatos atípicos (distantes dos temas frequentemente evocados) e superficiais (maior número de distorções e/ou omissões na percepção dos estímulos objetivos das pranchas). É importante considerar nesta análise a correlação positiva entre as duas categorias e as pontuações no MEEM, que permitiram a constatação de que pontuações baixas no MEEM se relacionam ao maior número de distorções e/ou omissões nas percepções dos estímulos das pranchas, assim como a um maior número de narrativas atípicas.

Conforme os resultados apresentados, os idosos da comunidade obtiveram pontuações mais baixas no MEEM, aspecto que também mantém relação com as diferenças no nível de escolaridade entre os dois grupos. Estudos sobre o MEEM evidenciam que a escolaridade é a variável mais sensível a alterações de escore entre os participantes. Em um estudo com 530 participantes de diferentes idades e escolaridades, Bertolucci et al. (1994) observaram que a variável idade não interferiu nos escores alcançados pelos participantes, entretanto, ao comparar os quatro níveis de escolaridades que compuseram o estudo (analfabetos, baixa, média e alta), os autores observaram diferenças estatisticamente significativas nos escores. Em estudo posterior realizado por Brucki et al. (2003) a análise por grupo de escolaridade, tomando como variável dependente os escores do MEEM, apresentou grande influência do nível escolar nos escores obtidos. A partir destes dados, é possível pensar na influência das habilidades cognitivas na qualidade da percepção dos estímulos do SAT, justificando as diferenças nesta categoria entre os dois grupos de idosos.

Não foram encontrados estudos brasileiros sobre a relação entre habilidades cognitivas e o desempenho no SAT, entretanto, em consulta à literatura estrangeira, é possível identificar o estudo de Foote e Kahn (1979) como o mais próximo desta discussão. Os autores estudaram a capacidade discriminativa do SAT para diferenciar respostas de idosos com comprometimentos mentais das de idosos sem comprometimentos mentais, residentes em duas casas de repouso para idosos. Foote e Kahn (1979) encontraram índices de significância gerais satisfatórios que permitem a observação de comprometimento mental no SAT, evidenciando tanto a validade do SAT como instrumento para rastreio de comprometimento mental severo como a relação entre as habilidades cognitivas e o desempenho no instrumento.

Também foram encontradas diferenças significativas entre os dois grupos de idosos em categorias como Motivação para solução de problema e Sentimentos predominantes. Observaram-se classificações que evidenciam perspectivas gerais mais positivas sobre a velhice e seus conflitos nos idosos que residem na ILPI, em contraponto à ausência de solução para os problemas, sentimentos predominantemente negativos em relação ao ambiente e a velhice nos idosos da comunidade. Estes dados mostram-se coerentes com os resultados da pesquisa de Tardivo (2008) sobre depressão e qualidade de vida de idosos de São Paulo, que observou menor presença de sintomas depressivos na GDS e SAT em idosos que residem em ILPIs quando comparados a idosos da comunidade. Portanto, os resultados contrariam a ideia socialmente difundida de que idosos que residem em ILPIs estão mais susceptíveis a depressão. Entretanto, cabe reafirmar as particularidades da ILPI em que foi feita a coleta dos dados. A instituição proporciona atividades que favorecem o envolvimento social dos idosos, disponibiliza acomodações individuais para seus pacientes, possibilita que idosos que possuem a mobilidade preservada possam sair e manter uma rotina fora da instituição, além de fornecer todo o suporte de consultas médicas. Estes e outros aspectos favorecem para que os idosos percebam a instituição como fonte de apoio e estabilidade nesta etapa da vida. Ainda assim é importante considerar que as pontuações obtidas pelos dois grupos de idosos da presente pesquisa foram consideradas abaixo do ponto de corte adotado em pesquisas com a GDS-15 (Almeida & Almeida, 1999; Paradela et al., 2005), revelando, portanto, que a média dos dois grupos não apresenta sintomatologia depressiva expressiva.

Em se tratando da análise da categoria Perspectivas futuras, os resultados apontaram para a presença de perspectivas futuras imediatas predominantemente positivas nos dois grupos de idosos, revelando que, mesmo em histórias com teor negativo, mais frequentes entre os idosos da comunidade, ainda prevaleceram expectativas positivas para o futuro. Aspecto semelhante foi observado por Sckroth (1978) que observou, em sua pesquisa, comparando histórias de jovens e idosos para o SAT, o predomínio de narrativas com entonação negativa nos dois grupos, apresentando, porém, desfechos positivos para as situações propostas. O autor também identificou a influência das variáveis gênero e idade na entonação das histórias narradas para o SAT, observando o predomínio de percepções mais otimistas sobre a velhice entre idosos e participantes do sexo feminino, em contraponto a presença de percepções mais negativas sobre a velhice nas histórias de jovens do sexo masculino. Sckroth (1978) também salienta a influência da sociabilidade dos idosos nas percepções sobre a velhice a partir do SAT.

Sobre as correlações estabelecidas entre o SAT e a GDS-15, observou-se correlação significativa apenas na categoria Motivação para solução de problemas, revelando que maiores índices de depressão, indicados por mais pontos na GDS-15, relacionam-se moderadamente a menor capacidade para solução de problemas nas narrativas apresentadas para o SAT. Os resultados da correlação entre GDS-15 e SAT mostraram ser coerentes com a pesquisa de Tardivo (2008) com dois grupos de idosos, com e sem depressão, em que a autora observou maior insegurança e grau de sofrimento mais intenso nos protocolos de SAT de idosos com maiores pontuações para depressão.

Conclui-se que a realização do presente estudo demonstrou que o SAT pode ser considerado um instrumento útil para a investigação da velhice avançada vivenciada em domicilio e em ILPIs, apresentando indícios da validade do instrumento em idosos longevos. Os resultados das correlações entre SAT e GDS-15 enfatizam os achados de outras pesquisas sobre o uso conjunto destes instrumentos no processo de rastreio de quadros depressivos em idosos, devendo o profissional destinar maior atenção à presença de narrativas em que os dilemas dos personagens não são resolvidos, prevalecendo um clima geral de desesperança e desamparo. Já as correlações entre SAT e MEEM colocam em evidência a relevância de estudos aprofundados sobre as possíveis relações entre distorções e superficialidades na percepção de estímulos de testes projetivos aplicados em longevos, podendo ser este um importante indicador a ser considerado no rastreio de alterações cognitivas nessa população. Por último, é necessário destacar a influência da variável escolaridade no desempenho dos idosos, sendo possivelmente um dos fatores que pode explicar as diferenças encontradas entre os dois grupos, devendo ser alvo de futuros estudos sobre o SAT.

Considera-se como limitação do estudo a ausência de uma distribuição igualitária entre os dois grupos de idosos, com um maior número de idosos da comunidade em relação aos idosos da ILPI. Outra limitação foi o número reduzido de idosos do sexo masculino, que se justifica pela maior longevidade da população feminina, como também pela dificuldade dos homens de alcançarem a nota de corte proposta para o MEEM.

 

Agradecimentos

Não há menções.

Financiamento

A presente pesquisa não recebeu nenhuma fonte de financiamento sendo custeada com recursos dos próprios autores.

Contribuição dos autores

Declaramos que todos os autores participaram da elaboração do manuscrito. Especificamente, o autor Rodrigo Jorge Salles participou da redação inicial do estudo - conceitualização, investigação, visualização e da análise dos dados, e a autora Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo participou da redação final do trabalho - revisão e edição.

Disponibilidade dos dados e materiais

Todos os dados e sintaxes gerados e analisados durante esta pesquisa serão tratados com total sigilo devido às exigências do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Porém, o conjunto de dados e sintaxes que apoiam as conclusões deste artigo estão disponíveis mediante razoável solicitação ao autor principal do estudo.

Conflito de interesses

Os autores declaram que não há conflitos de interesses.

 

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Endereço para correspondência:
Rodrigo Jorge Salles
Rua Bela Cintra, 336, Apartamento 94, Bloco B, Bairro Consolação
São Paulo/SP, CEP 01415-000
Telefone: 11-98206-2608
E-mail: rodrigojsalles@hotmail.com

Recebido em fevereiro de 2021
Aprovado em junho de 2021

 

 

Nota sobre os autores
Rodrigo Jorge Salles é Psicólogo, Doutor em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Docente no curso de graduação em Psicologia e no programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu.
Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo é Psicóloga, com Doutorado e Livre Docência pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, onde é Professora Associada, desenvolvendo atividades na Graduação e Pós-Graduação (Orientadora de mestrado e doutorado). Bolsista produtividade do CNPq.
Artigo derivado da Tese de doutorado de Rodrigo Jorge Salles com orientação da professora Dra. Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo, defendida em 2018 no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP/USP).

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