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Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471versão On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.21 no.1 Campinas jan./mar. 2022

http://dx.doi.org/10.15689/ap.2022.2101.16020.12 

ARTIGOS

 

Adaptação Transcultural do Teacher's Rating Scale of Student's Actual Behavior: versão brasileira

 

Cross-cultural Adaptation of Teacher's Rating Scale of Student's Actual Behavior: Brazilian version

 

Adaptación transcultural de la Teacher's Rating Scale of Student's Actual Behavior: versión brasileña

 

 

Ana Paula Pureza PantojaI; Edmylla Francyelle dos Santos SilvaII; Fernando Augusto Ramos PontesIII; Simone Souza da Costa SilvaIV

IUniversidade Federal do Pará, Belém-PA, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1191-4644
IIUniversidade Federal do Pará, Belém-PA, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1376-159X
IIIUniversidade Federal do Pará, Belém-PA, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9569-943X
IVUniversidade Federal do Pará, Belém-PA, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0795-2998

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo objetivou realizar a adaptação transcultural do Teacher's Rating Scale of Student's Actual Behavior (TRS) para o contexto brasileiro. O TRS é uma escala utilizada para avaliar a percepção que pais e/ou professores apresentam sobre as competências de crianças entre 8 a 12 anos. Foram realizadas cinco etapas metodológicas: tradução, síntese das traduções, tradução reversa (back-translation), análise de comitê e pré-teste. Após todas as avaliações, a escala mostrou-se de fácil aplicação, bons níveis de aceitação e compreensão pela população-alvo, composta por 10 pais de crianças em um centro de referência à saúde da criança. O TRS-versão brasileira foi adaptado no que se refere às equivalências semânticas, idiomáticas, conceituais e culturais.

Palavras-chave: percepção; competência; criança; escala classificação dos pais, adaptação.


ABSTRACT

This study aimed to carry out the cross-cultural adaptation of the Teacher's Rating Scale of Student's Actual Behavior (TRS) to the Brazilian context. The TRS is a scale used to evaluate the perception that parents and/or teachers present regarding the competencies of children between 8 and 12 years of age. Five methodological steps were executed: translation, translation synthesis, back-translation, committee analysis and pre-testing. After all evaluations, the scale was easy to apply and presented good levels of acceptance and understanding by the target population, represented by 10 parents of children in a reference center for children's health in Brazil. The TRS-Brazilian version was adapted with regard to semantic, idiomatic, conceptual and cultural equivalences.

Keywords: perception; competence; child; parent rating scale, adaptation.


RESUMEN

Este estudio tuvo como objetivo realizar la adaptación transcultural de la Teacher's Rating Scale of Student's Actual Behavior (TRS) para el contexto brasileño. El TRS es una escala utilizada para evaluar la percepción que padres y/o profesores presentan sobre las competencias de niños entre 8 a 12 años. Se ejecutaron cinco etapas metodológicas: traducción, síntesis de las traducciones, retrotraducción (back-translation), análisis de comité y pre-test. Después de todas las evaluaciones, la escala se mostró de fácil aplicación, buenos niveles de aceptación y comprensión por la población objetivo, compuesta por 10 padres de niños en un centro de referencia a la salud infantil en Brasil. El TRS-versión brasileña fue adaptado en lo que se refiere a las equivalencias semánticas, idiomáticas, conceptuales y culturales.

Palabras-clave: percepción; competencia; niños; escala clasificación de los padres, adaptación.


 

 

O sentimento de competência, ou a percepção de competência, refere-se ao julgamento expressado pelo indivíduo relacionado à sua capacidade para executar uma tarefa específica ou um determinado comportamento (Almeida et al., 2009; Bronson, 2000). Segundo Harter (1978), os indivíduos buscam a competência em todas as suas realizações ao longo da vida, o que influencia fortemente a motivação para se engajar e persistir em certas atividades.

No decorrer do desenvolvimento e na medida em que amadurece cognitivamente, a criança inicia a distinguir suas habilidades em domínios diferentes (por exemplo, competência física, social, acadêmica) e altera as suas percepções de acordo com seus aspectos pessoais (idade, gênero, motivação intrínseca). O desenvolvimento da percepção de competência se dá na interação da pessoa com suas experiências vividas, com as interpretações e avaliações que pessoas significativas (pais, professores, seus pares) fazem acerca dos seus comportamentos e características (Shavelson et al., 1976; Harter, 2012a; Valentini & Rudisill, 2004).

A percepção de competência não se configura como um processo individual, mas se dá na relação com os outros significativos o que confere à percepção destes um papel central no processo de construção pelo indivíduo da autopercepção de competência. O senso de competência na infância começa a se desenvolver principalmente com o feedback, o suporte, as atitudes e a interação pessoal com indivíduos significativos. Por meio de um "espelho social", constrói-se um sistema de representações descritivas sobre si mesmo, do seu próprio autoconceito e suas competências com base em como o outro o vê e o percebe (Cooley, 1902; Harter, 2012a; Papalia & Feldman, 2013). Sendo assim, a percepção que os pais e professores (indivíduos significativos para criança) tem sobre a criança influencia na sua percepção de competência.

Com base na perspectiva de indissociabilidade entre a auto percepção e a percepção dos outros significativos que marcam o processo de construção da percepção de competência, Harter (1985) desenvolveu o Self-Perception Profile for Children (SPPC), para avaliar a autopercepção de competência em crianças de 8 a 12 anos e o Teacher's Rating Scale of The Student's Actual Behavior (TRS) para avaliar a perspectiva de um avaliador adulto sobre as competências da criança. Estes dois instrumentos se sustentam na noção de competência multidimensional, de modo que seus itens se distribuem em cinco domínios específicos: competência acadêmica; aceitação social, competência motora, aparência física e conduta comportamental (Harter, 1985).

O TRS, em sua versão original, foi projetado para ser respondido por professores sobre as percepções de competências das crianças, no entanto Hater (1985) considera que este pode ser aplicado a outros observadores adultos, como pais, terapeutas e conselheiros. Estudos que utilizaram o TRS na população parental observaram altos níveis de consistência interna (alfa entre 0,82 e 0,89) e alta de confiabilidade por teste-reteste (Cole et al., 1998). Com a aplicação do TRS e do SPPC é possível identificar a coerência da autopercepção da criança e a percepção de um observador sobre as competências infantis (Harter, 1985, 2012b).

A avaliação de pessoas significativas costuma ser as informações que a criança tem acesso sobre a sua competência. Quando a criança recebe frequentemente avaliações negativas de diferentes pessoas (pais e professores, por exemplo) ela passa a contar apenas com informações negativas para construir sua autoimagem, e o inverso ocorre quando a mesma se depara com avaliações positivas, o que possibilita a construção de uma autoimagem positiva sobre suas habilidades (Cole, 1997). Sendo assim, identificar como as pessoas significativas avaliam a criança pode ajudar a compreender a percepção que esta tem de si mesma.

Na pesquisa e na prática clínica a avaliação de pais e professores são importantes, pois permitem conhecer o funcionamento de crianças e de adolescentes (Cole et al., 1998). Portanto, ter instrumentos que avaliem a mesma variável sobre a perspectiva dos pais, professores e da criança, permite obter dados importantes que indicam as fontes relacionais que podem estar associadas às fragilidades e forças da criança em diferentes ambientes (Cole et al., 1998).

Considerando que a percepção de competência é um processo que se desenvolve na interação com as pessoas significativas estudos internacionais (Bourchtein et al., 2017; Dunn et al., 2009; Fefer et al., 2015) se utilizam da SPPC e da TRS para avaliar a percepção de competência de crianças com diferentes características e a percepção de outros avaliadores (principalmente pais e professores) sobre a competência infantil. McQuade et al., (2017) investigaram a percepção de competência em cuidadores e em suas crianças com déficit de atenção e hiperatividade.

No Brasil Valentini et al. (2010) adaptaram e validaram a SPPC para a população brasileira. Os resultados mostraram que a versão brasileira obteve índices satisfatórios de validade fatorial confirmatória (χ2/gl = 4,33; Non-normed Fit Index = 0,958; Comparative Fit Index = 0,967 e Tucker e Lewis´s Index of Fit = 0,962) e de consistência interna teste-reteste. Estes achados têm contribuído com o desenvolvimento de investigações que se propõe a avaliar a competência na perspectiva da criança.

Apesar do crescimento de estudos sobre percepção de competência infantil, ainda são escassas as pesquisas que se propõe a avaliar a competência na perspectiva da criança e dos adultos. Esta lacuna provavelmente se dá em decorrência da falta de instrumentos que permitam avaliar a competência infantil na perspectiva de seus cuidadores, tornando-se difícil identificar a coerência entre a avaliação da criança e dos adultos.

Esta escassez de instrumentos dificulta tratar a percepção de competência como um fenômeno que se processa na interação estabelecida pela pessoa em desenvolvimento e as pessoas significativas. Em termos gerais, os estudos no Brasil que investigam a percepção de competência infantil, limitam-se a usar apenas a SPPC como forma de avaliar esse construto (Bandeira et al., 2014; Nobre et al., 2015, Villwock & Valentini, 2007). Neste sentido, a comunidade científica necessita dispor de instrumentos, como o TRS, que avaliem a percepção de competência na perspectiva dos adultos que tenham sido adaptados e/ou validados para o contexto Brasileiro

A utilização de instrumentos padronizados é necessária para conferir validade aos estudos clínicos ou epidemiológicos. No entanto, para serem efetivamente usados em uma cultura, um país ou em uma língua específica, os instrumentos de coleta de dados devem passar por um processo rigoroso de adaptação de sua versão original, pois as diferenças entre culturas não permitem que se faça uma simples tradução (Hambleton & Patsula, 1998; Hambleton, 2005; Borsa et al., 2012).

Desta forma, cada item de uma escala ou um questionário, não só devem ser traduzidos de forma linguística, mas considerar os aspectos culturais, idiomáticos e contextuais. Por vezes alguns itens poderão ser transformados completamente para capturar a validade do conteúdo do instrumento em um nível conceitual em diferentes culturas. Este processo chamado de adaptação transcultural busca produzir equivalência entre a cultura fonte e a cultura alvo com base no conteúdo (Beaton et al., 2000).

Em termos de pesquisas, as vantagens de realizar a adaptação transcultural de um instrumento consiste em poder comparar dados de amostras em diferentes países, investigar diferenças e semelhanças entre duas populações, permitir maior equidade na avaliação de um construto a partir da mesma perspectiva teórica e metodológica. Além disso, diminui os custos financeiros e de tempo, quando comparados àqueles que desenvolvem novas medidas (Gjersing et al., 2010; Hambleton, 2005).

Na literatura especializada em adaptação e validação ainda não há consenso sobre as estratégias de execução e diretrizes que os pesquisadores devem adotar com vistas a garantir a obtenção de instrumentos adaptados (Lino et al., 2017). No entanto, alguns estudos têm proposto algumas etapas metodológicas para os procedimentos de adaptação transcultural de instrumentos (Guillemin et al., 1993; Beaton et al., 2000; Borsa et al., 2012). Diante desse cenário, o objetivo deste estudo é realizar a tradução para a língua portuguesa e adaptação para a cultura brasileira do instrumento Teacher's Rating Scale of The Student's Actual Behavior (TRS), desenvolvido originalmente nos Estados Unidos.

 

Método

Trata-se de um estudo metodológico, desenvolvido a partir de um referencial composto por cinco etapas: tradução, síntese das traduções, tradução reversa (back-translation), análise de comitê e pré-teste, segundo as recomendações de Guillemin et al., (1993), Beaton et al., (2000) e Borsa et al. (2012) para processos de tradução e adaptação transcultural de instrumentos.

As quatro primeiras etapas da pesquisa foram realizadas em locais aleatórios, visto que foram escolhidos mediante a disponibilidade dos participantes (tradutores e juízes). A quinta etapa do processo de adaptação (pré-teste) ocorreu no Centro de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança (CASMUC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Nas primeiras etapas do processo participaram 07 profissionais (04 tradutores e 03 juízes). Os tradutores participaram das três primeiras etapas, sendo dois deles professores de inglês. Os juízes participaram da quarta etapa do processo de adaptação, dois além de serem bilíngues tinham conhecimento do construto estudado e um tinha como idioma nativo o inglês. Da última fase do processo de adaptação (pré-teste) participaram 10 pais de crianças entre 8 a 12 anos de idade. Os pais atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ter idade superior a 18 anos; apresentar-se como cuidador principal da criança e serem alfabetizados. Foram excluídos os participantes que não preencheram os critérios de inclusão, e aqueles que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e esclarecido (TCLE).

Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes instrumentos:

Questionário de Identificação: instrumento elaborado pelas pesquisadoras com o objetivo de traçar um perfil da população do estudo, aplicado nos pais de crianças de 8 a 12 anos de idade, com dados sócio demográficos.

Teacher's Rating Scale of The Student's Actual Behavior - TRS (Harter - 1985, 2012b):é um instrumento destinado para professores, pais ou outros avaliadores com o objetivo de se obter a perspectiva adulta sobre as competências de crianças de oito a 12 anos de idade

Constitui-se de cinco domínios independentes: competência acadêmica (percepção sobre a competência da criança na esfera do desempenho acadêmico); aceitação social (percepção quanto ao grau em que a criança é aceita pelos seus pares e apresenta habilidades sociais para estabelecer realações de amizades), competência motora (percepção sobre a capacidade da criança de praticar de esportes e jogos ao ar livre), aparência física (percepção quanto ao grau que a criança apresenta uma boa aparência, um bom corpo, um bom peso e altura) e conduta comportamental (percepção quanto o grau que a criança se comporta adequadamente e evita problemas).

Cada domínio apresenta 3 itens, logo, o instrumento é formado por 15 itens no seu total. Cada item apresenta quatro opções de resposta, no formato de duas sentenças opostas que mostram dois grupos de crianças com comportamentos opostos. Os sujeitos devem primeiro escolher em qual grupo a criança se parece e, em segundo lugar, em que grau se assemelha àquele grupo ("Muito verdadeiro" ou "Pouco verdadeiro"). Um exemplo dos itens: "Esta criança acha difícil fazer amigos ou Para esta criança é bastante fácil".

As respostas são organizadas em estrutura de respostas alternativas na escala do tipo Likert de 1 a 4 pontos. As pontuações mais altas representam competências superiores e pontuações mais baixas, competências inferiores. A pontuação final é obtida pela média das respostas equivalentes em cada domínio.

Procedimento de coleta

Etapas da Adaptação Transcultural: A figura 1 representa um resumo ilustrativo da sequência do protocolo usado na adaptação transcultural deste estudo.

 

 

Primeira Etapa (Tradução): a primeira etapa consistiu na tradução do texto do documento original no idioma inglês para o idioma português do Brasil, realizado por dois tradutores independentes e plenamente proficientes em ambos os idiomas, denominados tradutor I e II. Eles produziram suas traduções do instrumento para o português, gerando, respectivamente, a tradução I e II.

Segunda etapa (Síntese de traduções): nesta fase, as traduções I e II foram comparadas e sintetizadas numa única versão pelos dois tradutores, formulando a tradução A. Nesta etapa também foi escrito um relatório documentando o processo de síntese, comentando cada uma das questões abordadas e como elas foram resolvidas.

Terceira etapa (tradução reversa (back-translation)): tradução A foi submetida ao processo de tradução reversa, sendo traduzida do idioma português para o idioma original do instrumento (inglês), com o objetivo de verificar se a tradução em questão estava refletindo o mesmo conteúdo da versão original. Este procedimento foi realizado por dois tradutores independentes professores de inglês, denominados de tradutores III e IV, que não tinham conhecimento prévio do instrumento.

As duas versões retrotraduzidas, denominadas de tradução III e IV, foram analisadas e comparadas com a versão original. Os tradutores (III e IV) destacaram inconsistências grosseiras e erros conceituais na tradução, que foram ajustadas, posteriormente em uma única versão consensual, o que gerou a tradução B.

Quarta etapa (análise de comitê): todas as traduções (I, II, III, IV, A e B) realizadas nas etapas anteriores foram enviadas ao comitê de especialista, composto por dois profissionais bilíngues, com conhecimento específico acerca do construto avaliado pelo instrumento e um professor de letras com idioma nativo em inglês, com conhecimento do instrumento original. Esta etapa realizou a equivalência semântica (equivalência do significado das palavras), idiomática (equivalência de expressões coloquiais ou idiomáticas de difícil tradução por expressões equivalentes no idioma português) e conceitual (equivalência de determinadas palavras ou expressões que possuem significados conceituais semelhantes). Consolidaram-se as versões do instrumento em uma única versão, a tradução C.

Quinta etapa (pré-teste): o objetivo desta etapa foi verificar se os itens, as instruções e a escala de resposta estavam compreensíveis para o público-alvo, logo, consistiu na aplicação prévia da tradução C em uma amostra por conveniência de 10 pais de crianças com oito a 12 anos de idade, o convite foi feito por contato pessoal. Durante este processo foi realizado uma avaliação da adequação dos itens e da estrutura do instrumento como um todo, ou seja, se os termos eram claros e se estavam bem redigidos. Em casos da não compreensão de algum item, o respondente sugeriu sinônimos para melhorar a compreensão dentro da sua realidade. As sugestões provenientes desta etapa foram avaliadas pelo comitê de especialistas que se reuniu após a quinta etapa, formulando-se assim, a tradução D, sua versão final.

Esta pesquisa foi submetida ao comitê de ética da UFPA, como parte de um projeto maior intitulado: "Cuidadores de pessoas com TDAH: suas percepções, rotina, estresse e autoeficácia parental-uma proposta de intervenção", sob parecer n° 2.051.363.

Os procedimentos de análise seguiram as orientações de Borsa et al. (2012), que considera que em um processo de adaptação transcultural não é realizado tratamento estatístico com os dados, uma vez que o objetivo deste processo é, além de adaptar um instrumento para outra cultura, avaliar a adequação dos itens e da estrutura do instrumento como um todo. Já as informações relativas ao Questionário de Identificação foram analisadas de forma descritiva, com o estabelecimento de média e desvio padrão, apenas para o fim de caracterização dos participantes.

 

Resultados

O processo de adaptação transcultural teve início com a etapa da tradução, na qual os tradutores I e II tiveram que traduzir os 15 itens da TRS; como cada item se configura no formato de 2 sentenças opostas, o total de itens traduzidos foi de 30. Ao se comparar as duas traduções (tradução I e II), observou-se que houve concordância em 80% dos termos traduzidos. Os termos discordantes foram julgados e analisados na síntese de traduções, unificados em uma única versão, na Tradução A.

Na etapa da retrotradução, os tradutores III e IV realizaram retrotradução da Tradução A para o idioma de origem, resultando na tradução III e IV. Ao comparar a tradução III e IV observou-se concordância em 90% dos termos. Os termos ou sentenças que apresentaram discordância foram julgados e analisados pelos tradutores, gerando uma versão unificada, a Tradução B. Para calcular a concordância entre os tradutores foi utilizado o teste de concordância Kappa a partir de:

No qual o "P(O)" refere-se a proporção observada de concordância, ou seja, a soma das respostas concordântes divididas pelo total. O P(E) refere-se a proporção esperada de concordâncias, soma dos valores esperados de concordância divididas pelo total (Paes, 2008).

A quarta etapa consistiu na análise pelo comitê de todas as traduções realizadas nas etapas anteriores (tradução I, II, III, IV, A e B), juntamente com a versão original do instrumento. Esta estapa consistiu na análise de todos os itens, considerando a equivalência cultural, idiomática, linguística e contextual.

Com o objetivo de manter o sentido pretendido pelo instrumento original, assim como garantir a compreensão dos itens pelos indivíduos numa faixa mais ampla de escolaridade, o comitê optou por modificar alguns itens. As sugestões estavam, principalmente, relacionadas à substituição de palavras por sinônimos, anástrofe ou ordem gramatical.

Por fim, o pré-teste, a última etapa deste processo de adaptação transcultural, verificou se os itens, as instruções e a escala de resposta eram compreensíveis para o público-alvo e trouxeram contribuições para uma melhor percepção da aplicabilidade do instrumento. Fizeram parte desta etapa 10 pais com idade média de 39,8 (±6,98) anos, a maioria do sexo feminino (80%), a escolaridade era de 70% (n=4) dos participantes com ensino médio completo ou incompleto e 30% (n=3) com ensino fundamental.

Seguem algumas considerações acerca dos procedimentos decisórios dos itens mais divergentes no processo de adaptação transcultural do TRS para população brasileira (Tabela 1):

Subescala Competência Acadêmica

Na questão n°1, o termo original em inglês em destaque "This child is really good at his/her school work" foi traduzido como "dever da escola" e "tarefa da escola". Na síntese de tradução, discutiu-se que os dois termos são considerados sinônimos na língua portuguesa, no entanto, optou-se por "dever da escola", por ser o termo mais utilizado nas escolas brasileiras. O comitê de especialistas ainda sugeriu que pudesse ser utilizado o termo "dever de casa", uma vez que a população alvo era constituída por pais, e o termo "dever da escola" poderia ser associado a um conhecimento específico da sala de aula, que alguns pais poderiam não ter acesso. Desta forma, os dois termos foram utilizados na fase pré-teste, os pais, sujeitos do piloto, foram questionados quanto ao termo mais adequado e de melhor compreensão. 90% dos pais relatou o termo "dever da escola", pois o termo "dever de casa" poderia inferir outros tipos de deveres que a criança realiza no ambiente familiar, que não necessariamente estaria envolvido com competência acadêmica.

Outro termo da questão 1: "This child can't do the school work assigned". O verbo em destaque foi traduzido como "atribuído". No entanto, o comitê de especialistas optou por substituir por outro termo de equivalência semântica e mais característico do ponto de vista sociolinguístico do nosso país, considerando os níveis mais baixos de escolaridade: "Esta criança não consegue fazer o dever da escola que lhe é pedido". Na fase do pré-teste, os pais não relaram dificuldades quanto ao uso desta sentença.

Subescala Aparência Física

Na questão n°4, a frase: "This child is good looking", o termo destacado foi traduzido como "bonita" e "boa aparência". Na síntese de tradução, os tradutores pontuaram que a palavra "good looking", no sentido de adjetivo, associa-se com a ideia de "bonita", além do que, na linguagem coloquial, é mais frequentemente traduzida desta forma.

O comitê de especialistas discutiu que ao utilizar a palavra "bonita", a questão adotaria um foco voltado para conceitos de beleza e/ou estética, no entanto, o sentido pretendido pelo instrumento original em inglês era de compreender a percepção dos pais quanto ao grau que a criança apresenta uma boa aparência (a maneira como se parecem). Além disso, a versão do instrumento para a criança, o SPPC, possui uma sentença equivalente: "Some kids think that they are good looking", e no seu processo de tradução e validação para população brasileira, foi adotado: "Algumas crianças acham que têm boa aparência". Como o TRS e o SPPC são instrumentos paralelos, construídos sob a mesma base teórica, o comitê de especialista utilizou o termo "boa aparência", para manter equivalência entre as duas escalas.

Ao aplicar o instrumento TRS com a população alvo, na fase do pré-teste, percebeu-se que 90% da amostra questionou a diferença entre a questão n°4 ("Esta criança tem uma boa aparência") e a questão n°9, que não apresentou divergências na sua tradução ("Esta criança tem uma boa aparência física"). Para facilitar a compreensão, a equipe de pesquisa utilizou os termos em destaque das duas questões, acompanhados de suas respectivas breves explicações. O termo "boa aparência" era relacionado com "a maneira como se parecem" e o termo "aparência física" era relacionado com aspectos físicos, como o peso, a altura, o rosto e o cabelo. Após essa explicação, a população alvo não relatou dúvidas relacionadas a esse aspecto.

Subescala Conduta Comportamental

Na questão n°10, o termo original em inglês em destaque "This child usually acts appropriately" foi traduzido como "apropriadamente" e "adequadamente". Na síntese de tradução, discutiu-se que os dois advérbios são considerados sinônimos na língua portuguesa, no entanto, optou-se por "apropriadamente", por ser a tradução mais próxima. O comitê de especialistas sugeriu que utilizasse os dois termos na fase do pré-teste, para analisar a devolutiva da população alvo. Na fase do pré-teste, os pais, sujeitos da pesquisa, relataram o uso de "adequadamente", devido melhor compreensão. Dois pais não conheciam o termo "apropriadamente".

Subescala Competência Motora

Por fim, na questão n°13: "This child is good at new games right away". O termo em destaque foi traduzido como "imediatamente" e "logo de cara". Durante a síntese de tradução, os tradutores optaram por "imediatamente", por ser um advérbio de tempo mais adequado utilizado na língua portuguesa. Na retrotradução, traduziu-se como "immediately", que apresenta o mesmo sentido semântico de "right away". O comitê de especialista indicou que o sentido pretendido pelo instrumento original era que a criança fosse boa em novos jogos, principalmente aqueles que não conhecia, e experimentaria pela primeira vez. Desta forma, utilizou-se o seguinte termo: "Esta criança se sai bem em novos jogos assim que aprende". Na fase do pré-teste, os pais não relaram dificuldades quanto ao uso desta sentença.

A versão final do TRS é apresentada no anexo.

 

Discussão

O presente estudo objetivou realizar a adaptação transcultural do instrumento TRS para o contexto brasileiro. A partir dos resultados, pode-se inferir que a versão final da escala apresentou fácil aplicação, bom nível de aceitação e compreensão pela população-alvo. O TRS foi adaptado para avaliar a percepção que pais em um centro de referência à saúde da criança têm dos atributos e competências de seus filhos.

As abordagens teóricas que orientam as etapas a serem adotados durante o processo de adaptação transcultural são diversificadas, e ainda não apresentam um consenso. Todavia, a maioria dos estudos segue cinco sequências: tradução, síntese das traduções, retrotradução, análise por um comitê de especialistas e pré-teste (Lino, et al., 2017; Beaton et al., 2000; Borsa et al., 2012). De maneira similar, o presente estudo adotou as principais recomendações das cinco etapas proposta de operacionalização metodológica da adaptação transcultural do TRS, com a descrição ampla e detalhada da maior parte do processo.

O atual estudo utilizou quatro tradutores bilíngues (português e inglês) de maneira independente nas etapas de tradução/síntese e retrotradução, logo, dois tradutores em cada fase. Apesar dos conflitos de tradução de alguns termos específicos, a tradução apontou concordância em 80% dos termos e a retrotradução em 90%. Segundo Guillemin et al. (1993), as traduções são de maior qualidade quando realizadas por dois tradutores independentes, pois permite a detecção de erros e interpretações divergentes de itens ambíguos no original. Já a retrotradução, quando empregada, potencializa a qualidade da versão final do instrumento. O consenso na concordância entre os termos traduzidos e discutidos no processo de tradução de no mínimo 80%, confere a equivalência de conteúdo entre a versão original e adaptada.

O comitê de especialistas foi constituído de uma equipe multidisciplinar, composto por profissionais com conhecimento específico acerca do construto avaliado pelo TRS, além de um professor com idioma nativo em inglês. Os termos e expressões divergentes provenientes das etapas de tradução/síntese e retrotradução foram discutidos, e apesar de pequenas alterações, devido a algumas diferenças de cenários entre o Brasil e os Estados Unidos, o instrumento foi organizado sob uma perspectiva de adequação à população-alvo.

Tal como no estudo de Molina et al. (2013) que realizou a adaptação transcultural do TRS para o contexto argentino, na presente pesquisa o comitê de especialistas utilizou na discussão dos termos divergentes na adaptação do TRS, a escala de avaliação da percepção de competência da própria criança, a SPPC, validada no Brasil por Valentini et al. (2010). A SPPC foi utilizada para fazer uma análise comparativa com um item específico do domínio de aparência física do TRS, uma vez que os dois instrumentos foram concebidos com base no mesmo constructo teórico e são considerados paralelos e complementares entre si.

Com o objetivo de tornar o SPPC e o TRS instrumentos comparáveis entre si, Molina et al. (2013) usaram a SPPC no processo de adaptação e validação do TRS na Argentina ao discutir os itens divergentes entre os juízes e tradutores. Por fim, os autores consideram que o trabalho gerou uma versão adaptada com boas qualidades psicométricas ao país latino.

A adaptação do TRS permitirá a aplicação em conjunto do TRS e o SPPC. Por meio desses instrumentos será possível avaliar a competência como um fenômeno relacional estabelecido entre a pessoa que está em desenvolvimento e as pessoas significativas ao seu redor. Visto que, é por meio desse espelho social que a criança constrói a sua autopercepção, pelos constantes feedbacks dados pelas pessoas significantes (Cooley, 1902; Harter, 2012a; Papalia & Feldman, 2013).

Considerando que a autopercepção é um fenômeno pessoal que se desenvolve na relação com o outro, compreende-se que é fundamental acessar não apenas a percepção que a criança e o adolescente têm de suas competências, mas também a percepção que pessoas significativas tem sobre a criança. Neste sentido, a adaptação do TRS ao contexto brasileiro permitirá a comunidade cientifica realizar pesquisas com o objetivo de acessar a percepção de competência na perspectiva dos adultos e associar esta informação a percepção que crianças tem sobre si mesmo.

De fato, a adaptação do TRS no Brasil fomentará pesquisas cujos dados permitirão comparar a percepção de adultos em torno da competência de crianças observadas no contexto brasileiro com dados encontrados em outros países. Adicionalmente, o presente estudo contribuirá com a identificação de aspectos positivos e negativos que marcam a autopercepção de competência em crianças brasileiras com base na perspectiva dos adultos.

As percepções de competência construídas ao longo do desenvolvimento podem, segundo Cole (1997) estar na base da confiança, resiliência, otimismo, assim como do desamparo, pessimismo e depressão. Neste sentido, a avaliação da percepção de competência na perspectiva dos adultos associado a auto avaliação da criança pode contribuir com a identificação de fatores prejudiciais da saúde mental de pessoas em desenvolvimento.

Além das vantagens e das possibilidades de investigação identificadas a partir da adaptação do TRS, vale destacar sua importância para estudos que se propõe a investigar a percepção de competência em crianças com algum tipo de deficiência. De fato, em alguns casos, a depender das limitações estabelecidas pela deficiência, é possível que a percepção de competência não possa ser acessada mediante a criança com deficiência, sendo possível conhecer o fenômeno somente a partir da perspectiva do seu adulto/cuidador. Nestes casos, o TRS se apresenta como uma ferramenta extremamente adequada.

Apesar do rigor metodológico adotado no processo de adaptação transcultural do TRS, os achados aqui apresentados devem ser recebidos com algumas ressalvas. Outras propriedades de medida, como validade de construto e confiabilidade precisam ser investigadas para determinar sua validação na população brasileira. Outra limitação do estudo refere-se ao número reduzido de pais da amostra do pré-teste, sendo necessário que em pesquisas futuras o instrumento seja testado com outros avaliadores adultos, como professores e terapeutas.

O estudo teve seu objetivo alcançado ao realizar a adaptação transcultural do TRS para o contexto brasileiro. O instrumento apresentou satisfatórias equivalências: conceitual, semântica, cultural e idiomática entre a versão adaptada e a original. Tais qualidades demostram que a escala pode ser útil para os que têm interesse em estudar a percepção dos adultos (pais, professores) sobre as competências e características da criança.

 

Agradecimentos

Agradecimento à Capes.

Financiamento

Todas as fontes de financiamento para elaboração e produção do estudo (coleta, análise e interpretação dos dados, bem como, escrita dos resultados no presente no manuscrito) foram fornecidas recebeu auxilio em formato Bolsa De Pesquisa (Capes).

Contribuição dos autores

Declaramos que todos os autores participaram da elaboração do manuscrito.

Disponibilidade dos dados e materiais

Todos os dados e sintaxes gerados e analisados durante esta pesquisa serão tratados com total sigilo devido às exigências do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Porém, o conjunto de dados e sintaxes que apoiam as conclusões deste artigo estão disponíveis mediante razoável solicitação ao autor principal do estudo.

Conflito de interesses

Os autores declaram que não há conflitos de interesses.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Ana Paula Pureza Pantoja
Avenida Almirante Wandenkolk, 1040, Top Class, Ap. 601, Cep: 6605503
Belém, PA, Brasil
E-mail: paulapantoja1807@hotmail.com

Recebido em junho de 2018
Aprovado em setembro de 2021

 

 

Nota sobre os autores
Ana Paula Pureza Pantoja é Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém.
Edmylla Francyelle dos Santos Silva é Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém.
Fernando Augusto Ramos Pontes, é Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Pós-doutor pela Universidade de Brasília e pela Universidade de Dortmund, Alemanha. Professoro Titular do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC/UFPA) e Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento.
Simone Souza da Costa Silva, é Pós-doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade de Dortmund, Alemanha. Professora Adjunta do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC/UFPA) e da Faculdade de Psicologia da UFPA.
Artigo derivado da Dissertação de mestrado Perfil Cognitivo, Percepção de Competência de Crianças Com e Sem TDAH e a Coerência com o Relato da Percepção dos Pais de Ana Paula Pureza Pantoja com orientação de Simone Souza da Costa Silva, defendida em 2019 no programa de pós-graduação Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará-UFPA.

 

 

ANEXO

Teacher's Rating Scale of The Student's Actual Behavior - Versão Brasileira

COMO MEU FILHO É

As frases abaixo se referem à maneira como algumas crianças são. Responda de acordo com o que você acha que seu filho é, e não pensando qual seria a melhor resposta, pois este questionário não tem respostas certas ou erradas. Depois indique se o tipo de criança que você escolheu é muito verdadeiro ou pouco verdadeiro em relação ao seu filho, marque apenas um quadrado.

 


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