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Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471versão On-line ISSN 2175-3431

Aval. psicol. vol.21 no.1 Campinas jan./mar. 2022

http://dx.doi.org/10.15689/ap.2022.2101.nt 

NOTA TÉCNICA

 

Nota Técnica referente ao artigo "Evidências de Validade do Rorschach Performance Assessment System (R-PAS) no diagnóstico da esquizofrenia"

 

Technical Note referring to Paper: "Evidence of validity of Rorschach Performance Assessment System in the diagnosis of schizophrenia"

 

Nota Técnica referente al artículo: "La evidencia de la validez del Rorschach Performance Assessment System en el diagnóstico de la esquizofrenia"

 

 

Philipe Gomes VieiraI; Anna Elisa de Villemor-AmaralII

IUniversidade São Francisco, Campinas-SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5083-6453
IIUniversidade São Francisco, Campinas-SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1815-8194

 

 

Introdução

Esta nota técnica tem por objetivo retificar informações contidas no artigo "Evidências de Validade do Rorschach Performance Assessment System (R-PAS) no diagnóstico da esquizofrenia" publicado neste periódico científico (Vieira & Villemor-Amaral, 2015). Após uma nova revisão dos bancos de dados, revelou-se uma falha nas importações em diferentes aplicativos, o que resultou em alguns erros nas tabelas de resultados.

Por esta razão, tornou-se necessário rodar as mesmas análises estatísticas apresentadas por Vieira e Villemor-Amaral (2015) com o banco de dados devidamente exportado e revisado. Assim sendo, encontram-se, a seguir, os resultados corrigidos e os comentários relativos as mudanças ocorridas em relação ao artigo original.

 

Resultados e Discussão

Como é possível observar na Tabela 1, diferente do que fora apresentado previamente por Vieira e Villemor-Amaral (2015), não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos no que concerne as variáveis (Hd), FQu, FQn, DV2, DR2, MAH e Content Complexity. Contudo, nota-se substanciais alterações nos resultados para outras variáveis, como será discutido na sequência. O grupo denominado Controle alcançou média superior a apresentada pelos Pacientes em FQo, indicando diferenças estatisticamente significativas entre eles. Desse modo, entende-se que o grupo controle revela acurácia perceptiva, sugerindo habilidade de perceber o ambiente de maneira convencional e realista, quando comparado aos pacientes, que, de acordo com Resende e Argimon (2012), tendem a apresentar prejuízos no teste de realidade. Corroborando esse achado, assim como as discussões propostas pelas referidas autoras, em FQ- o grupo de pacientes produziu a média superior, cuja diferença estatisticamente significativa evidencia a sua tendência a perceber a realidade de modo distorcido.

Para a variável P, nota-se uma média superior no grupo Controle, o que denota, de acordo com Meyer et al. (2011), uma maior sensibilidade a sinais óbvios advindos do meio, bem como a preservada capacidade de notar elementos e/ou situações considerados altamente convencionais. Por outro lado, os pacientes pontuaram mais na variável PEC, cuja diferença estatisticamente significativa alude associações ilógicas e/ou bizarras que ilustram as perturbações em nível do pensamento, tipicamente compartilhadas por pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia. Na mesma direção, os pacientes demonstraram a maior média em FAB2. Essa diferença, considerada estatisticamente significativa, encontra-se relacionada a tendência de pacientes esquizofrênicos promoverem combinações ilógicas de ideias que violam o sentido de realidade e/ou prejudicam a comunicação com os demais, características previamente discutidas por Resende e Argimon (2012).

Por fim, a variável Critic Content%, porcentagem que engloba todos os conteúdos considerados críticos, tais como An, Bl, Ex, Fi, Sx, AGM e MOR mostrou-se com média superior nos pacientes. Tal diferença estatisticamente significativa pode estar relacionada a um padrão primitivo de pensamento compartilhado por pessoas diagnosticadas com esquizofrenia, como salientam Meyer et al. (2011).

É importante ressaltar que não houve nenhuma mudança nos resultados das análises de correlação, originalmente apresentados em Vieira e Villemor-Amaral (2015). Tais achados vão ao encontro do estudo conduzido por Dzamonja-Ignjatovic et al. (2013), tendo em vista que evidenciam a severidade das perturbações inerentes ao funcionamento da esquizofrenia.

 

Referências

Dzamonja-Ignjatovic, T., Smith, B., Jocic, D., & Milanovic, M. (2013). A comparison of new and revised Rorschach measures of schizophrenic functioning in a Serbian clinical sample. Journal of Personality Assessment, 95(5), 471-478. http://dx.doi.org/10.1080/00223891.2013.810153        [ Links ]

Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2011). Rorschach Performance Assessment System. Toledo: Rorschach Performance Assessment System, LLC.         [ Links ]

Resende, A. C., & Argimon, I. I. L. (2012). A técnica de Rorschach e os critérios da CID-10 para o diagnóstico da esquizofrenia. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25(3), 422-434.         [ Links ]

Vieira, P. G., & Villemor-Amaral, A. E. (2015). Evidências de validade do Rorschach Performance Assessment System no diagnóstico da esquizofrenia. Avaliação Psicológica, 14(1), 53-62. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v14n1/v14n1a07.pdf        [ Links ]

 

 

Sobre os autores:
Philipe Gomes Vieira é Psicólogo Clínico, Mestre e Doutor em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco.
Anna Elisa de Villemor-Amaral é Psicóloga Clínica, professora pesquisadora do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco.

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