EDITORIAL

Em mais este número, a Psicologia em Revista buscou dar continuidade ao seu compromisso de manter um espaço plural para a divulgação e o debate acadêmicos, acolhendo trabalhos de pesquisadores e profissionais da Psicologia e disciplinas afins, que a escolheram para a divulgação de seus trabalhos. Assim, nossa opção editorial continua sendo de um periódico generalista, aberto às múltiplas correntes teóricas e metodológicas, bem como às práticas tradicionais ou emergentes de que a Psicologia se ocupa, num momento em que a fragmentação de suas inserções enfrenta desafios e riscos que vão da epistemologia à ética e à política – afinal, são muitos os senhores a que serve a psicologia.

Continuamos também, como temos feito, desde que o projeto deste periódico foi reformulado, em 2002, mantendo o esforço de publicar autores estrangeiros, ao lado dos brasileiros. Com isso, buscamos um diálogo mais abrangente com a comunidade científica, dentro e fora do país. Assim, neste número, temos as colaborações de Robert Sévigny, da Universidade de Montreal, que discute o caso de uma paciente esquizofrênica que, curiosamente, ele acompanhou, não em seu país, mas em Beijing, no contexto da sociedade chinesa em plena transformação, nos anos de 1990; Marta Ambertin, das universidades de Tucumán e Buenos Aires, nos traz novas elaborações sobre a teoria do luto, em Freud e Lacan, apontando, em especial, os vazios ou o enigma incurável que ele inscreve na subjetividade; Oscar Muñiz e colaboradores, da Universidad Pontificia Bolivariana, de Medellín, discutem o estado de saúde mental de pessoas vítimas da violência armada, na Colômbia, buscando compreender como a experiência da violência nelas se inscreve psiquicamente. Entre os autores nacionais, Lúcia Cristina Rosa, da Universidade Federal do Piauí, e Pedro Humberto Faria Campos, da Universidade Católica de Goiânia, em colaboração com Carlene Borges Soares, especialista em saúde pública, discutem, através de questões distintas, envolvendo usuários e cuidadores, problemas oriundos dos novos modelos de atendimento, em instituições públicas, no campo da saúde mental. Paulo César Ribeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais, aborda, à luz da psicanálise, o estudo “dos gêneros”, assinalando a vulnerabilidade da masculinidade, dada a sua organização atípica, quando se trata da identidade de gênero. Renata Orlandi e Maria Juracy Toneli, da Universidade Federal de Santa Catarina, nos convidam, com novas contribuições, a refletir sobre a problemática da paternidade na adolescência e seus significados socialmente produzidos. A “Seção Aberta” da revista continua acolhendo resumos de teses e dissertações, resenhas de livros ou outras produções, como conferências, palestras, notas relevantes de eventos, bem como textos estrangeiros não inéditos. Lembramos, mais uma vez, que Psicologia em Revista está também publicada on line (www.pucminas.br/institutos/psicologia_revista.php).

A Comissão Editorial