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Psicologia em Revista

versão impressa ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.15 no.3 Belo Horizonte dez. 2009

 

ARTIGOS

 

Enfrentamento, locus de controle e preconceito: um estudo com pessoas de orientação sexual homoafetiva

 

Coping, locus of control and prejudice: a study with homoafetive orientation people

 

Afrontamiento, locus de controly prejuicio: un estudio de las personas con orientación sexual homoafetiva

 

 

André Faro Santos*; Sheyla Christine Santos Fernandes**

Universidade Federal da Bahia

 

 


RESUMO

Esta pesquisa objetivou identificar os tipos de enfrentamento da discriminação mais usados por pessoas de orientação sexual homoafetiva, além de verificar a adesão ao tipo de locus de controle usado para explicar os acontecimentos de suas vidas e analisar as relações entre modos de enfrentamento e locus de controle. Participaram 31 pessoas de orientação sexual homoafetiva residentes em Aracaju-SE. Realizou-se a coleta por meio da escala de modos de enfrentamento de problemas (EMEP) e uma escala de locus de controle. As principais estratégias de enfrentamento usadas foram o foco no problema e o suporte social, sendo que o locus de controle interno predominou como explicação da causalidade. O locus interno apresentou correlação positiva com o foco no problema (p<.01) e o suporte social (p<.05), enquanto que o locus externo correlacionou-se positivamente com o foco na emoção (p<.01) e busca pela religiosidade (p<.05).

Palavras-chave: obesidade mórbida; psicanálise; cultura; cirurgia bariátrica; corpo.


ABSTRACT

The aim of this research was to identify the types of discrimination coping more usual to homoafective orientation people, and to examine the adhesion of the type of locus of control utilized for explain the lives happened, and to analyze the relations between types of coping and locus of control. 31 homoafective orientation people of Aracaju (SE) take part in this study. The instruments utilized were the Ways of Coping Scale and the Locus of Control scale. The most coping strategies were focus of problem and social support, to explain the causality the participants pointed intern locus of control. The intern locus of control presented positive correlation with problem focus (p<.01) and social support (p<.05), the extern locus of control presented positive correlationed to emotion focus (p<.01) and religiosity inquiry (p<.05).

Keywords: coping strategies; sex prejudice; locus of control; attribution of causality.


RESUMEN

Esta investigación tuvo como objetivo identificar los tipos de afrontamiento más utilizados por las personas de orientación sexual homoafetiva, verificar el cumplimiento con el tipo de locus de control utilizado para explicar los acontecimientos de sus vidas y examinar la relación entre las formas de afrontamiento y locus de control. Participaron 31 personas de orientación sexual homoafetiva que viven en Aracaju (SE). Los instrumentos utilizados para coleta de dados fueron la Escala de Modos de Enfrentamiento de Problemas (EMEP) y una escala de Locus de Control. Las principales estrategias utilizadas fueron el enfoque en el problema y el apoyo social, y el locus de control interno prevaleció como una explicación de la causalidad. El locus interno mostró una correlación positiva con el enfoque en el problema (p<.01) y el apoyo social (p<.05), mientras que el locus externo se correlacionó positivamente con el enfoque de la emoción (p<.01) y la búsqueda de religiosidad (p<.05).

Palabras-clave: estrategias de afrontamiento; prejuicio sexual; locus de control; atribución de causalidad.


 

 

1 Introdução

Há poucas décadas, cerca de 40 anos, o corpo de cientistas das áreas da saúde e humanas ainda discutia a orientação sexual das pessoas através da dicotomização arbitrária da díade saúde X doença. Indivíduos que mantinham relações "fora do padrão comum" da sociedade viam-se à margem da compreensão da sexualidade humana, sendo considerados doentes e desviantes, tornando-se, frequentemente, alvos de preconceitos dos mais variados tipos.

Atualmente, no âmbito científico, o diálogo é outro, inclusive pela exclusão da nosologia "homossexualismo" dentre os critérios diagnósticos do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), desde a sua segunda edição, em 1973. Porém, mesmo diante dessas mudanças, o preconceito necessariamente não foi reduzido, e as pessoas de orientação sexual homoafetiva permanecem marginalizadas (Mott, 2006).

Por orientação sexual homoafetiva entende-se a direção do desejo e, ou, identidade sexual para com pessoas do mesmo sexo ou de ambos os sexos (Herek, 2007; Madureira & Branco, 2007). Nesse sentido, alguns estudos conferem que os indivíduos expostos a situações frequentes de discriminação sexual podem desenvolver altos níveis de estresse (Meyer, 2005; Price, 2007), logo as pessoas de orientação sexual homoafetiva em virtude da não heterossexualidade podem ser consideradas como vulneráveis a essa problemática (Herek, 2007; Meyer, 2003).

De forma geral, o estresse ocorre em situações que excedem os recursos pessoais para lidar com eventos externos e, ou, internos, ou mesmo que sobrecarreguem a capacidade adaptativa dos indivíduos (Lazarus, 1999). Com isso, acredita-se que assumir uma orientação sexual diversa da heterossexual é situar-se como um possível alvo de preconceito, o que se formata como uma situação estressógena capaz de vulnerabilizar os indivíduos aos transtornos decorrentes da relação entre o estresse e a inserção social (Meyer, 2005).

O preconceito, que é um possível foco de influência do convívio social sobre o indivíduo, indica a iminência de diversos estressores que vão ligar-se ao fato de como o sujeito lida com as demandas impostas pela segregação, além dos efeitos deletérios consequentes da exposição a condições opressoras em nível interpessoal, institucional, coletivo, simbólico e sociopolítico (Haslam & Reicher, 2006).

Nesse ínterim, o preconceito sexual é aqui entendido como atitudes negativas e comportamentos de intolerância direcionados aos indivíduos, ou assuntos ligados a estes, em virtude de sua orientação sexual diversa da heterossexual (Meyer, 2003, 2005). Vale ressaltar que, apesar de na literatura ser encontrada a referência ao preconceito sexual como o dirigido também contra as mulheres, para este estudo não está incluso o preconceito contra mulheres heterossexuais, tendo em vista que o presente enfoque se voltou para os grupos minoritários em decorrência de sua orientação sexual, isto é, homossexuais, bissexuais e transgêneros.

Dado o exposto, mediante a exposição subliminar e constante ao status de opressão cotidiana, o preconceito sexual assume o papel tanto de microestressor situacional, o qual requer uma resposta imediata para a atribuição de significado à experiência, como de um estado de tensão crônica, em que a capacidade de administração do estresse vai sendo exaurida, podendo ocasionar prejuízos à saúde e ao convívio social (Pieterse & Carter, 2007; Price, 2007).

A teoria do estresse social está ligada ao excesso de situações adversas que indivíduos de categorias estigmatizadas são expostos em virtude de sua posição social (Meyer, 2005). Tal perspectiva sugere que condições no ambiente social, e não apenas situações individuais, são fontes de estresse que podem levar a efeitos deletérios sobre a saúde das pessoas sob a forma de doenças físicas e psíquicas. Diante disso, pessoas que são alvo de preconceito tendem a requerer uma maior mobilização de recursos adaptativos frente aos eventos estressores em comparação às pessoas que não se incluem em grupos estigmatizados (King, 2005; Liang, Alvarez, Juang & Liang, 2007).

Uma das formas de compreensão do estresse se dá pela análise das estratégias de enfrentamento (tradução aproximada do termo inglês coping strategies), as quais correspondem a um processo em que o indivíduo administra as demandas internas ou externas específicas percebidas como estressantes e as emoções que são geradas (Lazarus & Folkman, 1984).

As estratégias de enfrentamento demonstram as ações, comportamentos e, ou, pensamentos que são usados para lidar com um conjunto de estressores (Lazarus, 1999). Entendidas como um processo, as estratégias de enfrentamento podem ser aprendidas, usadas e descartadas, de acordo com a possibilidade de serem identificadas e reforçadas num dado momento da experiência do indivíduo (Lazarus & Folkman, 1984). Tomando como problema a diversidade das respostas ao estresse, Lazarus e Folkman (1984) sugeriram que o enfrentamento tem duas funções básicas: o foco no problema e o foco na emoção. O primeiro busca modificar a relação da pessoa com o meio externo, enfatizando a demanda causadora do estresse. Já o segundo direciona-se à resposta emocional frente ao estressor, visando a adequar a reação emocional às possibilidades de lidar com a situação.

A focalização no problema revela-se como a intenção para atuar sobre a situação que originou o estresse, procurando modificá-la e assim reduzir o estresse e retornar ao estado de bem-estar. A meta pode ser a de alterar a relação entre o indivíduo e o estressor, cujo impacto se dá por meio do estresse. O foco no problema pode ser correspondente, por exemplo, à reestruturação cognitiva ou à busca por informações acerca do estressor, caracterizando-se pela objetividade da ação do indivíduo diante do estresse, seja internamente ou externamente (Antoniazzi, Dell'Aglio & Bandeira, 1999).

O foco na emoção salienta a resposta emocional ao estressor, visando a reduzir a sensação desagradável do estresse. Segundo Lazarus e Folkman (1984), as pessoas usam o enfrentamento focalizado na emoção como forma de manter a esperança e o otimismo frente à adversidade, porém essa atitude é tomada evitando-se pensar ou agir sobre o problema. O foco na emoção geralmente surge quando, ao fazer uma reavaliação acerca do estressor, o indivíduo não se percebe competente para enfrentar a situação, cabendo-lhe suportar a tensão por meio de regulações afetivas diversas. Cita-se, como exemplo, a ação de fumar um cigarro, ingerir bebidas ou evitar o contato com o problema a fim de não elevar a tensão emocional (Antoniazzi, Dell'Aglio & Bandeira, 1998; Lazarus & Folkman, 1984).

Além desses, outros tipos enfrentamento têm sido identificados, são eles: a religiosidade, em que existe a busca de soluções e respostas ligadas às crenças de cunho religioso; e o suporte social, que se caracteriza pela criação ou manutenção de redes de apoio junto a pessoas significativas para o indivíduo; todas essas agindo como formas de confrontar ou lidar com o estresse (Faria & Seidl, 2005; Seidl, Trócolli & Zannon, 2001).

O objetivo da mobilização das estratégias de enfrentamento é tolerar, minimizar, assimilar ou ignorar o estressor, sendo um importante mecanismo de adaptação para a resolução de problemas e manejo do estresse em contextos particulares (Lazarus, 1999). Para a mobilização das estratégias de enfrentamento, Lazarus e Folkman (1984) indicaram que, na mediação entre o estímulo estressógeno e a ocorrência do estresse, estão envolvidos processos cognitivos que determinam como o evento estressor está sendo percebido e qual a resposta que pode ou deve ser emitida para lidar com ele. Assim, acredita-se que a teoria de atribuição de causalidade é uma abordagem possível para a explicação da mobilização de determinadas estratégias de enfrentamento em detrimento de outras.

A teoria da atribuição de causalidade pressupõe que as pessoas tendem a usar causas externas ou internas para explicar os acontecimentos que ocorrem consigo cotidianamente (Martinko, Douglas & Harvey, 2006). Segundo Marks (1998), as atribuições têm o poder de modificar comportamentos, visto a mediação estabelecida pelas pessoas em vista de suas crenças de controlabilidade sobre os eventos de sua vida.

Dentre os modelos explicativos para a atribuição de causalidade (Heider, 1944, 1958; Weiner, 1986;), a teoria do locus de controle mantém uma posição de destaque, pois provê um parâmetro definidor, e estável, de como os indivíduos determinam seus comportamentos (Hamsher, Geller & Rotter, 1968; Marks, 1998; Meyer, 2003).

Desse modo, o locus de controle aparece como uma variável central na explicação e determinação da conduta humana e consiste na expectativa generalizada acerca das responsabilidades das ações que o ser humano realiza (Castillo & Ramirez, 2000). Rotter (1966, 1990), um dos pioneiros no estudo do locus de controle, o definiu como um conceito referente às crenças que os indivíduos estabelecem sobre a fonte de controle dos comportamentos ou acontecimentos habituais que ocorrem consigo ou no ambiente em que estão inseridos, indicando a existência de um controle de reforçamento interno-externo, o qual alude ao grau em que o indivíduo considera que os reforçamentos são contingentes à sua conduta (Campos & Lagunes, 2000; Diaz-Loving & Andrade-Palos, 1984). Obviamente, a maioria das pessoas situa-se entre os dois extremos, formando uma distribuição contínua entre crenças de controle (Castillo & Ramirez, 2000).

Sobre o locus de controle, alguns estudos mostram que os sujeitos que se percebem mais satisfeitos com suas vidas têm um maior locus de controle interno (Alvarez & Noriega, 2000), são, portanto, pessoas que atribuem os reforçamentos ou as consequências de seu comportamento às contingências de suas próprias ações e características; assim sendo, vivem mais em função de si, sentem emoções fortes com maior frequência, expressam abertamente suas cognições e conferem um sentido positivo aos problemas.

Presume-se, então, que uma série de variáveis estão associadas ao locus de controle, tanto de modo preditor como sucessor, tendo em vista sua capacidade inquestionável de configurar os conteúdos representacionais inerentes às interpretações e às condutas pessoais. Não obstante a ampla gama de estudos apresentados, ressalta-se a escassez concernente à associação entre locus de controle e estratégias cognitivas de lidar com o estresse, trazendo à tona um inevitável interesse em averiguar tal problema.

Portanto, mediante o que foi exposto, esta pesquisa objetivou:

1. identificar os tipos de enfrentamento da discriminação mais usados por pessoas de orientação sexual homoafetiva a partir de quatro dimensões: foco no problema, foco na emoção, foco na religiosidade e foco no suporte social;

2. por meio de dois indicadores (locus de controle interno e locus de controle externo), verificar a adesão ao tipo de locus de controle usado pelos sujeitos para explicar os acontecimentos de suas vidas;

3. analisar as relações entre modos de enfrentamento da discriminação e locus de controle.

 

2 Método

A amostra foi composta por 31 participantes que se autodeclararam, no tocante à sua orientação sexual, como homossexuais, bissexuais ou transgêneros, mediante convite de participação. A coleta ocorreu na cidade de Aracaju-SE, durante um evento a respeito do preconceito sexual contra esses grupos. Para tanto, utilizou-se de dois instrumentos: a escala de modos de enfrentamento de problemas (EMEP) e uma escala de locus de controle, com a finalidade de obter dados sobre a maneira pela qual as pessoas explicam os acontecimentos de suas vidas.

A escala de locus de controle usada consiste em uma validação para o português do instrumento de Reyes (1995), submetida à nova validação (Fernandes & Almeida, 2008), cujos índices psicométricos foram bastante satisfatórios [alfas de cronbach (a) acima de .80] e tem, em seu formato final, 46 itens divididos em duas dimensões: 23 enfatizando o locus de controle interno (ex.: o que tenho na vida é fruto da minha luta por isso) e 23 o locus de controle externo (ex.: os êxitos que tenho se devem à minha boa sorte), com cinco opções de resposta apresentadas na forma tipo Likert de 5 pontos, variando do "discordo totalmente" (1) ao "concordo totalmente" (5). No início das perguntas, procedendo-se a adaptação das instruções elaboradas por Fernandes e Almeida (2008) para o presente estudo, foi inserido um trecho com recomendações para o preenchimento das respostas, conforme extrato a seguir:

As seguintes frases expressam o que as pessoas sentem e fazem a respeito de diversas situações de sua vida. Assinale com um "X" o número equivalente à sua postura diante do conteúdo que cada frase expressa.

A "escala modos de enfrentar problemas" (EMEP), validada por Seidl, Tróccoli e Zannon (2001), foi elaborada para conhecer as estratégias de enfrentamento mobilizadas pelos sujeitos que vivem uma situação de estresse. O instrumento é composto por 45 itens e tem quatro subescalas que expressam cognições (ações intrapsíquicas) e comportamentos (ações diretas) para lidar com eventos estressantes: focalização no problema (18 itens; a = .84), focalização na emoção (15 itens; a = .81), busca de prática religiosa (7 itens; a = .74) e busca de suporte social (5 itens; a = .70). As respostas são dadas em uma escala tipo Likert de cinco pontos, variando do "eu nunca faço isso" (1) ao "eu faço isso sempre" (5).

Os participantes foram instruídos mediante texto escrito, sendo efetuada uma adaptação do texto sugerido por Seidl, Tróccoli e Zannon (2001), a fim de ser aplicado à situação de discriminação e preconceito sexual. Optou-se, nas instruções da EMEP, pelo termo opção sexual, em vez de orientação sexual homoafetiva, tendo em vista o interesse pelo uso de uma nomenclatura usualmente relacionada ao tema. Diante dessa escolha, faz-se necessário ressaltar que, embora o seu uso não seja consensual no âmbito científico e, ou, da militância, o termo opção sexual pareceu sugerir um nível de compreensão comum entre os indivíduos. Dado o exposto, as instruções tiveram o seguinte conteúdo:

As pessoas reagem de diferentes maneiras a situações difíceis ou estressantes. Para responder a esse questionário, pense sobre como você lida com situações em que sua opção sexual seja o tema da discussão. Concentre-se nas coisas que você faz, pensa ou sente para enfrentar situações deste tipo no momento atual de sua vida.

Na análise da EMEP, efetuou-se o somatório dos valores assinalados na escala Likert de 5 pontos, categorizando segundo 4 subescalas, em que a maior média dos escores indica a principal estratégia de enfrentamento usada individualmente (Seidl, Tróccoli & Zannon, 2001).

Antes da aplicação dos questionários, os indivíduos foram informados sobre o caráter e objetivos da pesquisa, enfatizando-se o anonimato e a livre participação. Havendo o consentimento, procedia-se o preenchimento dos instrumentos pelos próprios participantes.

 

3 Resultados

Os resultados indicaram que as estratégias de enfrentamento mais usadas foram o foco no problema e a busca por suporte social, apresentando índices de mobilização bastante próximos, como pode ser observado na tabela 1.

 

 

Considerando o construto locus de controle, o mesmo procedimento foi adotado para investigar os tipos de explicações usados pelos participantes para atribuírem causas aos acontecimentos de suas vidas. Nesse sentido, foram somados os 23 itens referentes ao locus de controle interno e os 23 itens referentes ao locus de controle externo, conforme preconizado pela validação realizada por Fernandes e Almeida (prelo). Duas dimensões foram extraídas; estas representam o locus de controle interno e o locus de controle externos diretamente. Em seguida foi realizada a análise da média e do desvio padrão (DP) das dimensões (tabela 2). Os resultados demonstraram que a adesão ao locus de controle interno (média=4,26; DP=.47) é superior a adesão ao locus de controle externo (média=2,69; DP=.84), indicando que, para explicar os acontecimentos da vida, os participantes usam mais causas internas como o próprio mérito, capacidade ou habilidade em detrimento a causas externas, como Deus, a sorte ou outrem.

 

 

A fim de analisar as relações entre modos de enfrentamento da discriminação e locus de controle, foi realizada uma análise de correlação de Pearson entre as dimensões de enfrentamento da discriminação e o locus de controle.

Os resultados apresentaram correlações parciais entre as variáveis, sendo o locus de controle interno diretamente associado ao foco no problema (r=.568; p<.01) e ao foco no suporte social (r=.501; p<.05), e o locus de controle externo associado diretamente ao foco na emoção (r=.544; p<.01) e ao foco na religiosidade (r=.434; p<.05).

 

 

Esses dados indicaram que as pessoas que usam modos de enfrentamento voltados para a análise direta dos fatores estressores (o problema em si) e usam estratégias de enfrentamento voltadas para o suporte social, ou seja, buscam o recurso de enfrentar a discriminação por meio do apoio do grupo social, explicam os eventos de suas vidas com base nas próprias habilidades e nas próprias ações. Já as pessoas que usam recursos voltados para a emoção para enfrentar a discriminação e voltados para a religiosidade explicam os acontecimentos da vida com base em causalidades externas, como a sorte, o destino, Deus ou outras pessoas.

 

4 Discussão

Pode-se observar que os dois tipos de estratégias de enfrentamento mais usados pelos participantes foram o foco no problema e a busca por suporte social, indicando que uma vez diante de situações de preconceito, os indivíduos tendem a privilegiar a análise dos fatores estressores, ou seja, a postura discriminatória assumida por elementos externos (pessoas, atos institucionais, etc.) e que lhe trazem algum nível de desconforto.

Lazarus (1999) destacou que o foco no problema geralmente ocorre quando é vista a possibilidade de mudança na relação da pessoa com o estressor, sendo direcionadas ações visando a definir o problema, gerar alternativas e soluções, pesar custos e benefícios, agindo sobre a origem do estresse (Lazarus & Folkman, 1984). Nesse caso, tratar-se-ia de analisar a fonte do preconceito, em como lidar com a situação e, de certo modo, tentar resolvê-la, confrontá-la ou superá-la, reduzindo, assim, o estresse percebido. Pode-se citar, por exemplo, buscar a compreensão dos motivos de uma pessoa em particular ao discriminar a orientação sexual de outrem, ou ainda, manifestar-se contra uma lei que venha a reprimir a liberdade sexual. Sobre aspectos semelhantes, Madureira e Branco (2007) encontraram que, na formação da identidade sexual de jovens homossexuais, os indivíduos frequentemente fazem uso das estratégias de objetivação e preparação para lidar com problemas ligados ao preconceito, procurando desenvolver possíveis respostas diante de situações de discriminação atuais ou futuras.

O foco no problema é uma das estratégias que mais necessitam de suporte externo e, ou, ambiental, pois requer que o meio forneça possibilidades para que o indivíduo busque formas de reduzir a sua tensão frente a um dado estressor (Lazarus & Folkman, 1984). Em vista disso, supõe-se que o suporte social, por ser a segunda estratégia mais usada neste estudo, tenha surgido como um recurso auxiliar no processo de enfrentamento da discriminação, buscando-se, entre os indivíduos do mesmo grupo social, uma organização que atue como um fator protetor e redutor de estresse (Pieterse & Carter, 2007).

No tocante aos resultados deste estudo, além de usar a estratégia de enfrentamento da discriminação focada no problema, os participantes indicaram que uma das mais frequentes formas de lidar com a discriminação está pautada na busca pelo apoio de pessoas próximas (foco no suporte social), compartilhando as repercussões originadas pela experiência de uma situação de discriminação. Acerca da relação entre o suporte social e a percepção de discriminação, Madureira e Branco (2007) destacaram que a formação de redes de apoio mútuo e a possibilidade de compartilhar os desafios de ser alvo de preconceito são elementos de alta relevância no enfrentamento de situações adversas, visto que se mostra como base de segurança coletiva na defesa de seus direitos, além manutenção do bem-estar individual ante a discriminação.

A estratégia de enfrentamento da busca do suporte social pode ser entendida como uma teia de relações que a pessoa estabelece com grupos de pertença, servindo como âncoras afetivas e cognitivas nos momentos de crise (Chor, Griep, Lopes & Faerstein, 2001). Os benefícios constatados em estudos científicos demonstram que pessoas que mantêm uma rede de suporte social benéfica apresentam uma maior capacidade de lidar com estresse, além de terem um melhor estado de saúde em comparação à população em geral e manejarem de forma mais eficaz estressores ligados à saúde e aos conflitos sociais (Chor et al., 2001; Lett et al., 2007; Pietrukowics, 2001).

Para Lazarus (1999), o impacto que um evento tem diante da capacidade de reação do indivíduo é determinado pela interpretação que o sujeito faz da situação. Conforme esse pressuposto, a compreensão do preconceito pode ser voltada para a sua interpretação e a consequente mobilização de modos de enfrentamento, revelando por qual(is) perspectiva(s) as pessoas estão dimensionando a experiência estressante que vivem (Madureira & Branco, 2007; Meyer, 2003; Meyer, 2005; Price, 2007). Assim, o significado atribuído às experiências de discriminação sexual é um elemento-chave nessa compreensão, pois revela como os indivíduos lidam com o preconceito e suas repercussões.

Sobre a relação entre estratégias de enfrentamento e características de personalidade, Malagris (2003) citou que traços personológicos influenciam as escolhas por determinadas estratégias de enfrentamento, de tal modo que, na ocorrência do estresse, pode haver uma predisposição em manifestar respostas habituais para lidar com estressores dos mais variados tipos. Em consequência disso, o locus de controle é um dos possíveis fatores que motivam a mobilização de determinadas estratégias de enfrentamento de situações estressógenas.

O locus de controle é um modelo que propõe ser a crença do indivíduo determinante potencial das decisões a serem tomadas. Aqueles que acreditam que os resultados são, pelo menos em parte, determinados pelas ações tomadas, são internamente orientados, tal como observado neste estudo. Portanto, se entende que são pessoas que acreditam na relação entre resultado ou consequência e ação individual, assim, têm um maior senso de responsabilidade pelos eventos cotidianos que ocorrem consigo ou no ambiente em que estão inseridas (Rotter, 1966) e pela direção que segue a própria vida.

De acordo com Reppold e Hutz (2003), os efeitos que o domínio, o controle e a compreensão que os sujeitos têm das causas que determinam seus eventos de vida relacionam-se à motivação, ao desempenho de competências e habilidades, aos níveis de saúde emocional, como bem-estar, autoconceito, percepção de rede de apoio social e depressão, e às estratégias de ação usadas. Desse modo, as pessoas que atribuem seus sucessos a esforços e atributos pessoais tendem a desenvolver mais afetos positivos e melhores expectativas de desempenho do que aqueles que os atribuem a outras dimensões. Já aqueles que justificam seus fracassos pela inaptidão e falta de capacidade tendem a sentir emoções negativas como culpa, ansiedade, medo, o que ocasiona um menor rendimento e uma maior ambivalência diante da necessidade de tomada de decisões (Eccles, Wigfield & Schiefele, 1998).

Como o locus de controle está vinculado às teorias cognitivistas do controle percebido (Rotter, 1990), é importante destacar que a interpretação que as pessoas constroem dos eventos é mais importante para a tomada de decisão do que as disposições motivacionais ou os resultados reais dos eventos em si, o que demonstra que a construção do locus de controle perpassa mecanismos defensivos irracionais e valorativos dos eventos. Nesse sentido, Weiner (1983) acrescenta duas dimensões à proposta inicial de Rotter, a natureza temporal das causas em termos de estabilidade/instabilidade e a possibilidade de controle volitivo (causas controláveis ou incontroláveis pelo sujeito). Se o evento é positivo, controlável e estável, a atribuição é interna, e esse tipo de atribuição pode levar o indivíduo a construir crenças que favoreçam a apresentação de comportamentos de maior habilidade social, maior autonomia e autoconfiança; em contrapartida, se o evento é incontrolável, negativo ou sem estabilidade, a atribuição tende a ser externa e pode desenvolver a introjeção de crenças que levem à não responsabilização dos próprios atos; entretanto se o evento é negativo, controlável e estável, as atribuições podem se voltar para causas internas e desenvolver nas pessoas um senso de baixa autoeficácia e apatia diante dos desafios da vida.

É pertinente destacar que ambas as formas de explicar os eventos (causalidade interna e externa) podem aparecer mescladas, posto que depende de uma série de outros fatores as maneiras pelas quais as pessoas explicam os eventos que as envolvem, como, por exemplo, a própria natureza das situações, se é um evento de sucesso ou de fracasso na vida do indivíduo, ou mesmo se é considerado um acontecimento importante ou banal.

Em se tratando dos participantes deste estudo, cujo predomínio foi do locus de controle interno, pode-se sugerir que, ao passo que as explicações dos acontecimentos da vida são de ordem interna em detrimento das explicações de ordem externa, os comportamentos e as escolhas dessas pessoas têm causalidade pessoal, denotando a tendência a autorresponsabilização pelos eventos de suas vidas.

Considerando o grupo de pertença como um fator decisivo na construção das visões de mundo das pessoas (Fernandes, Da Costa, Camino & Mendoza, 2007), os resultados atingidos acerca da adesão ao locus de controle interno demonstram que, apesar de serem membros de um grupo socialmente desvalorizado, o que, de acordo com Nasser e Abouchedid (2006), pode ser fator decisivo na construção de mecanismos negativos de ação ou mesmo de sentimentos de apatia frente às adversidades da vida. Os participantes apresentaram representações internamente orientadas, voltadas para a crença nas ações individuais como determinantes dos resultados e o enfrentamento de foco no problema.

Esses dados parecem ser contrários aos pressupostos apresentados por Rotter (1990) e Weiner (1983), posto que a orientação homoafetiva não é uma situação controlável ou mesmo instável na vida das pessoas, e, mesmo diante desse dado, os participantes mostram orientação interna na explicação dos acontecimentos da vida, assim como apresentam o enfrentamento voltado para o foco no problema e suporte social. Esses resultados podem ser explicados a partir da natureza singular do grupo pesquisado: militantes de movimentos de luta contra o preconceito sexual. Ao passo que são sujeitos vitimados pela hostilidade e marginalização social, essas pessoas fazem parte de grupos sociais que constantemente trabalham em cima de mecanismos de informação, reflexão e ação na luta pelos direitos humanos das minorias sexuais e, desse modo, convivem com o treinamento e aprendizagem de novas habilidades no enfrentamento das situações de desvalorização social.

Na correlação entre o enfrentamento e locus de controle, observou-se que há associação entre o foco no problema, o suporte social e o locus interno, ao passo que o externo associou-se com o foco na emoção e na busca de religiosidade. Diante desses dados, algumas hipóteses podem ser formuladas.

Inicialmente, percebeu-se que as pessoas que lidam com o estressor preconceito de forma objetivada, considerando o problema como o alvo a ser modificado para manejar o estresse, atribuem as consequências dos acontecimentos de sua vida a uma origem interna, assumindo, de certo modo, a responsabilidade em promover mudanças em sua realidade. Pela literatura, preceitua-se que o foco no problema é uma das estratégias de enfrentamento que imprimem a necessidade de um maior envolvimento do indivíduo, tendo em vista que a modulação do estresse será efeito de sua intervenção, e capacidade de modificação, sobre o fator estressógeno (Lazarus, 1999). Por conseguinte, essa assertiva encontra fundamento no estilo atribucional dos participantes deste estudo, visto que, segundo Marks (1998), as pessoas que têm o locus de atribuição interno procuram assumir a direção da própria vida, implicando-se com os eventos que lhes cercam.

Quanto ao suporte social, estratégia correlacionada com o locus interno, a busca pelo estabelecimento de relações também é considerada como uma ação particular ao indivíduo (Chor et al., 2001; Meyer, 2005). Assim, diante dos dados deste estudo, cabe afirmar que as pessoas que mobilizam esse modo de enfrentamento do estresse o fazem de forma ativa, assumindo o movimento da criação e manutenção de redes sociais que o auxiliem a lidar com o preconceito e a discriminação, fatores estressantes aos quais são submetidos.

Em relação ao foco na emoção, destaca-se que essa é uma forma considerada passiva para lidar com o estressor, visando, essencialmente, a manejar a repercussão emocional derivada do estresse e restabelecer a homeostase com base na regulação emocional (Folkman & Moskowitz, 2004). Segundo Lazarus e Folkman (1984), o uso do foco na emoção pressupõe o entendimento que o estressor foi avaliado como pouco suscetível à mudança, sendo superior à capacidade de manejo do sujeito. Portanto a focalização na emoção parece indicar que o preconceito sexual está sendo avaliado como um fator que limita o seu manejo, restando ao indivíduo tentar administrar a sensação de prejuízo e ameaça imputada pela discriminação.

Sobre o enfrentamento pautado na religiosidade, Pietrukowics (2001) citou que busca do alívio de sofrimentos e males, portando em si um sentido simbólico para enfrentar as dificuldades da vida. Segundo a autora, "a fé é o alimento que dá à vida esperanças de dias melhores e ajuda a enfrentar as experiências mais dramáticas do cotidiano" (p. 34). Logo se pode compreender que a religião é um fator singular na investigação dos mecanismos cognitivos de enfrentamento do preconceito sexual, exercendo um papel de refúgio diante da discriminação e provendo recursos para lidar com o estresse, não encontrados em seu repertório individual. Por consequência, a correlação entre o foco na emoção, a religiosidade e o locus externo é pertinente, pois, para os indivíduos de estilo atribucional externo, os eventos são entendidos desde uma causalidade além de seu envolvimento, estando sob instâncias ou entidades externos o poder de explicação dos fatos (Marks, 1998).

Para as pessoas que mantém o locus externo como forma de designar causalidade sobre os eventos, há a noção de que pouco pode ser modificado a partir de seus comportamentos (Abbad & Menezes, 2004; Rotter, 1965), desse modo, as estratégias voltadas para a emoção e a religiosidade corroboram essa perspectiva, posto que a discriminação parece ser concebida com um fator que extrapola a capacidade de modificar a origem do preconceito, restando ao indivíduo lidar com as emoções negativas daí decorrentes ou recorrer à Providência Divina para minimizar o seu impacto.

 

5 Conclusões

Em acordo com os objetivos que foram estabelecidos, constatou-se que: (1) os dois tipos de estratégias mais usados pelos participantes foram o foco no problema e a busca por suporte social; (2) as explicações dos eventos da vida se apresentaram pautadas nas causalidades internas em detrimentos às causalidades externas; (3) as estratégias de enfrentamento foco no problema e foco no suporte social são variáveis associadas ao locus de controle interno, por sua vez, o foco na emoção e na religião são variáveis associadas ao locus de controle externo.

Pontua-se que esses resultados podem favorecer o desenvolvimento de estudos que denotem as consequências do uso do foco no problema, suporte social e o locus interno, que, ao lidar com o preconceito, necessariamente não implicam em resultados benéficos a posteriori. Apesar de o foco na emoção e a religiosidade não terem se mostrado como principais estratégias de enfrentamento, como também o locus externo, ressalta-se que as formas de lidar com estressor e atribuir causalidade não se excluem, salientando a necessidade de considerar as múltiplas formas de lidar com o preconceito sexual. Propõe-se, assim, que futuras pesquisas objetivem aprofundar a relação entre enfrentamento, locus de controle e a discriminação, investigando o poder explicativo de cada um dos construtos na determinação do estresse motivado pela orientação sexual homoafetiva.

Enfim os dados apresentados permitem considerar que estratégias de enfrentamento e locus de controle são variáveis que apresentam associações importantes, sendo pertinente usá-las no estudo do preconceito e da discriminação, uma vez que são construtos essenciais na determinação da tomada de decisão, das escolhas comportamentais e dos repertórios representacionais. Com isso, sugere-se que outros estudos enfatizem essa associação junto a diferentes categorias sociais, visando a compreender como se processa essa relação entre criar formas de lidar com estressores, entre eles o preconceito e a discriminação, e a causalidade atribuída aos acontecimentos que ocorrem na vida das pessoas.

 

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Texto recebido em fevereiro de 2009.
Aprovado para publicação em dezembro de 2009.

Agradecimentos:
À graduanda em Psicologia, Ellen Ingrid Aragão (Faculdade Pio Décimo - Aracaju-SE), pelo auxílio na coleta de dados.

 

 

* Doutorando em Psicologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia - UFBA, bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). E-mail: andrefaro@superig.com.br.
** Doutoranda em Psicologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia, professora assistente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas - UFAL. E-mail: sheylacsfernandes@msn.com

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