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Psicologia em Revista

versão impressa ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.16 no.1 Belo Horizonte abr. 2010

 

ARTIGOS

 

Contribuições para o estudo da adolescência sob a ótica de Winnicott para a Educação

 

Contributions to the study of adolescence in Winnicott’s perspective on education

 

Contribuciones para el estudio de la adolescencia bajo la óptica de Winnicott para la Educación

 

 

Daniella Machado de Oliveira *; Leopoldo Pereira Fulgencio **

 

 


Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar algumas das contribuições de Winnicott sobre a fase da adolescência, com vistas especialmente para o trabalho dos educadores de adolescentes. Winnicott enfatiza a adolescência como um período em que o jovem é, essencialmente, imaturo, um ser isolado, que não aceita falsas soluções e que procura sentir-se real, buscando experiências para isso. Apoiado na sua teoria do amadurecimento afetivo, mostram-se tanto as dinâmicas presentes no amadurecimento do adolescente quanto quais as funções que se espera que um ambiente adequado (familiar, escolar, cultural) deve realizar para sustentar esse amadurecimento. São essas formulações, entre outras, dirigidas à adolescência que serão explicadas neste artigo. Com este estudo, espera-se contribuir, por meio deste recorte da obra de Winnicott, para a compreensão dos adolescentes, seja para eles mesmos seja para pais, professores e todos aqueles que lidam com eles.

Palavras-chave: adolescência; identidade; educação.


Abstract

This article aims to present Winnicott’s contribution to the study of adolescence, focusing especially on the work of educators who deal with adolescents. Winnicott emphasizes adolescence as a period when youngsters are essentially immature and isolated. They do not accept false solutions and seek to come closer to reality, trying to experience it in every way. Based on his theory of emotional maturity, the dynamics present in the adolescent’s maturing process is taken into account. The article also considers which functions a suitable (family, school, cultural) environment is expected to carry out in order to sustain that maturity. Through this focus on Winnicott’s work, we hope this study will contribute to a better understanding of teenagers, being addressed to the adolescents themselves, as well as to parents, teachers, educators and everyone who deals with them.

Key words: adolescence; identity; education.


Resumen

Este artículo tiene como objetivo presentar algunas contribuciones de Winnicott a la fase de la adolescencia, con mira en el trabajo de los educadores de adolescentes. Winnicott enfatiza la adolescencia como un período en que el joven es particularmente inmaduro, un ser aislado, que no acepta soluciones falsas y que busca sentirse real, buscando experiencias para eso. Su teoría de la madurez afectiva muestra las dinámicas presentes en la madurez del adolescente, funciones que se espera que en un ambiente adecuado (familiar, escolar, cultural) se deba realizar para sostener esta madurez. Son estas formulaciones, entre otras, dirigidas a los adolescentes que serán explicadas en este artículo. Con este estudio, se espera contribuir a través de este recorte de los trabajos de Winnicott, a la comprensión de los adolescentes, ya sea por sí mismos, por los padres, por los profesores y aquellos que tratan con ellos.

Palabras Clave: Adolescencia; identidad, educación.


 

 

A adolescência tem sido considerada uma fase do desenvolvimento humano em que questões como a busca de identidade, sexualidade, irresponsabilidade, desejo de se afastar das figuras parentais, associação a um grupo ou tribo, rompimentos com tradições surgem como problemas e desafios desse período, especialmente no campo da educação, em que aparecem problemas como rebeldia, descompromisso, confronto com professores e também as dificuldades destes em lidar com alunos adolescentes.

A questão da adolescência pode ser abordada por diversas perspectivas teóricas, seja do campo da Sociologia, do Direito, da História ou da Psicologia. Está fora de questão conceber uma visão unitária sobre a adolescência, tratase, pois, de escolher um ponto de vista em razão de um determinado problema ou aspecto que se procura elucidar.

Entre as perspectivas teóricas da Psicologia, temos aquelas que consideram as motivações inconscientes as bases das determinações dos comportamentos, sentimentos e pensamentos, tais como a psicanálise, a Psicologia analítica de Jung e até mesmo a teoria comportamental-cognitivista atual, geradas pela história afetiva do indivíduo. Ao procurar fazer esse recorte, é preciso, pois, especificar por que se optou por focar a questão do adolescente do ponto de vista de Winnicott.

Em primeiro lugar, reiterando a perspectiva psicanalítica clássica, é pelo motivo de ele se preocupar com as motivações inconscientes (Winnicott, 1971, p. 193), mas também porque, diferentemente de Freud e da psicanálise tradicional, ele não reduz a questão da adolescência ao problema da administração da instintualidade, mas faz afirmações tais como: “Os adolescentes têm sim problemas com os instintos, no entanto, mais importante do que isso é que eles querem ser alguém em algum lugar” (Winnicott, 2005a, p. 123).

Winnicott tem sido considerado atualmente um clássico da teoria psicanalítica, e sua obra tem apontado para aspectos que não haviam até então sido considerados, aspectos que não dizem respeito à sexualidade.

Entre os psicanalistas, ele parece ser o autor que mais diretamente escreveu sobre esse assunto. Para elucidar, em sua obra, encontramos ao menos dezessete textos diretamente dedicados ao tema da adolescência. Fundamental olhar para a obra de outros psicanalistas clássicos (tais como Freud, Klein, Lacan) para notar que eles não dedicaram textos exclusivamente a esse tema. Esses psicanalistas focaram a adolescência no instante em que ela chega, sem se apoiar no papel da mãe, num ambiente sustentador que possibilite que as principais necessidades sejam reconhecidas e atendidas.

Além disso, alguns autores têm considerado que a obra de Winnicott reformulou profundamente a psicanálise (Loparic, 2001 e 2006; Dias, 2003; Abram, 2008), apresentando uma teoria do amadurecimento afetivo que é mais ampla que a teoria da sexualidade. Dias afirma:

Ela [a teoria do amadurecimento pessoal] serve, portanto, de guia prático para a compreensão da saúde, assim como para a detecção precoce de dificuldades emocionais, podendo ser útil não só para os psicanalistas e psicoterapeutas, mas também para as mães e pais preocupados em facilitar o amadurecimento pessoal de seus filhos, para os profissionais cujo trabalho afeta, em algum nível, o desenvolvimento emocional de bebês, crianças, adolescentes e adultos e, igualmente, para todos os que foram alertados para a necessidade de se pensar em atividades e políticas de prevenção na área de saúde psíquica (Dias, 2003, p. 14).

Neste artigo, pretendem-se comentar algumas das principais contribuições desse autor para a compreensão das dinâmicas psicoafetivas que ocorrem nessa fase do amadurecimento, especialmente as que podem ajudar os educadores e o ambiente escolar no cuidado com os adolescentes.

Este trabalho surgiu de motivações pessoais derivadas de observações da minha experiência como professora de adolescentes e de dificuldades surgidas durante o trabalho com eles, envolvendo principalmente o relacionamento interpessoal. Houve necessidade, então, de ampliação de meus conhecimentos sobre essa fase do desenvolvimento humano, sobretudo compreender como pensa, age e sente o adolescente, e saber lidar, mesmo que parcialmente, com seus conflitos, dúvidas, medos, rebeldia, ironia e confrontação.

Para Winnicott, a objetividade na apreensão dos fatos não é conseguida por meio de testes e questionários, mas sim pela intimidade, confiabilidade e comunicação que um contato verdadeiro e confiável construído no tempo permite alcançar. Trata-se de um estudo teórico, partindo da obra desse autor sobre a fase da adolescência e, com tal desenvolvimento, dediquei-me a interpretar o que vivenciei em minha experiência como pano de fundo, no contato com meus alunos adolescentes, fazendo uma leitura crítica dos fatos observados e vividos.

A proposta aqui é o desenvolvimento de um olhar psicanalítico para observar, pensar, refletir e tentar compreender os adolescentes, e possibilitar construir outros modos de relacionamentos no ambiente escolar, estratégias diferentes para os educadores e repensar a escola como ambiente no cenário atual.

Para isso, será necessário apresentar algumas das principais características da teoria de Winnicott sobre o amadurecimento pessoal. Nessa perspectiva, o amadurecimento segue uma linha que vai da dependência absoluta do início para a independência relativa da maturidade. Esse processo é impulsionado por duas tendências básicas: a necessidade de ser e a tendência inata à integração. O bebê nasce extremamente imaturo, e sua existência depende totalmente do ambiente, seguindo uma série de conquistas ou integrações que o levarão a ser uma pessoa inteira que se relaciona com os outros como pessoas inteiras. Esse ambiente é a mãe que, inicialmente, deve ter uma identificação com seu bebê e atendê-lo nas suas necessidades.

Em toda a sua obra, o autor enfatiza o papel de uma mãe suficientemente boa (Winnicott, 1990), uma pessoa capaz e preparada para reconhecer a fragilidade e dependência do seu bebê, segurando, amparando, adaptando-se para sustentar o que ele chamava de “ser em desenvolvimento”, nos estágios mais precoces da vida. Esses estágios iniciais são fundamentais para que o bebê se integre, transformando essas integrações em conquistas para o amadurecimento pessoal.

Para Winnicott (1990), a saúde mental de um indivíduo é fundada pela mãe em sua experiência de vida e de cuidados com seu bebê, pois ela é o primeiro ambiente que se apresenta a ele.

Ao indicar quais são as fases desse amadurecimento, Winnicott (1990, p. 127) relaciona as seguintes fases: a da dependência absoluta (mais ou menos os quatro primeiros meses de vida do bebê), a da dependência relativa (incluindo a fase do desmame, da transicionalidade, do uso do objeto e da conquista do EU SOU), a fase rumo à independência (também denominada fase do concernimento), com a entrada, ao final dessas fases, na fase edípica e no período da latência, seguindo-se, então, a adolescência, a fase de maturidade e a velhice. Não será o caso aqui de retomar cada uma dessas fases, mas de, tendo essa linha em mente, considerar o que Winnicott, tendo essas referências, afirmou sobre a adolescência.

Um fator importante será considerar que o adolescente, para Winnicott, retoma todas as dinâmicas que caracterizam as fases anteriores, acrescidas de potências que não estavam presentes na primeira infância: a potência física para agredir e procriar (Winnicott, 1971).

Com tais referências, será possível compreender as principais afirmações que Winnicott fez diretamente sobre adolescência, entre elas que a principal característica do adolescente é a sua imaturidade, que o adolescente é um ser isolado, que deseja ser alguém em algum lugar, que não aceita falsas soluções, que a cura e superação desse período vem com o passar do tempo (desde que existam cuidados ambientais adequados), além de algumas indicações sobre como deve ser o ambiente para os adolescentes, sobretudo o familiar, a escola e outros grupos.

Ao final, será possível, então, comentar o que resulta para os educadores dessas contribuições de Winnicott, explicitando a questão da sustentação afetiva, das relações pessoal, comunicativa e verdadeira, dos ambientes escolar, familiar, grupal, entre outros, e no trato com os adolescentes.

 

A adolescência para Winnicott

Winnicott (2005a) considera a adolescência o momento em que esses estágios são revividos, acrescidos de outras dinâmicas, visando a alcançar a maturidade, isto é, um novo começo quanto à adaptação do ambiente e aos cuidados da provisão ambiental.

Para Davis e Wallbridge (1982, p. 95), na obra Limite e espaço, seguindo o pensamento winnicottiano, a adolescência é um momento de se fazer uma nova adaptação à realidade, e a vulnerabilidade do eu ocasiona uma nova dependência em relação aos cuidados, amparo e sustentação do ambiente, pois o adolescente, por ser imaturo, padece do sentimento de irrealidade, e sua luta indica este caminho: ser alguém e constituir-se em um eu dentro de um grupo, por meio de um ambiente firme, seguro e suficientemente bom.

Juntamente com isso, surgem a astúcia, arrogância, hostilidade, mentira, ironias e a necessidade de confronto com a sociedade. Dias (2003, p. 293) declara: “O que aponta para o fato de que o adolescente repete os padrões dos estágios primitivos é que ele padece do sentimento de irrealidade, e sua principal luta diz respeito a sentir-se real”.

Para Winnicott, não há como evitar, retardar, impedir esse processo, ele é natural e necessário para se chegar à maturidade. No entanto, é um processo que pode ser interrompido por invasões e intrusões devido à falta de provisão ambiental, ou seja, as pessoas que compõem o ambiente (pais ou substitutos) devem estar sempre presentes, transmitindo preocupação e demonstrando que estarão por ali caso o adolescente precise de ajuda, amparo, bem como para perceber as suas necessidades. Em relação a esse aspecto, declara o autor: “De fato, existe somente uma cura real para a adolescência: o amadurecimento. Isso e a passagem do tempo resultam, no final, no surgimento da pessoa adulta” (Winnicott, 2005a, p. 163).

Mas não basta apenas esperar o tempo passar, o ambiente deve substituir os cuidados característicos análogos aos das fases primitivas do desenvolvimento, por meio da provisão ambiental, presença e demonstração de preocupação, afeto por parte dos pais. Winnicott faz comentários sobre esse aspecto:

Não devemos tentar curar adolescentes como se estivessem sofrendo de alguma doença psiquiátrica. Utilizei a frase “tédios de adolescente” para descrever os poucos anos em que cada indivíduo não tem outra saída a não ser esperar e, ainda assim, fazê-lo sem ter consciência do que está acontecendo (Winnicott, 2005b, p. 221).

Winnicott afirma que a principal característica do adolescente é a sua imaturidade: “A imaturidade é uma parte preciosa da adolescência” (Winnicott, 1971, p. 198). Essa imaturidade aparece tanto na oscilação entre ser e não ser dependente quanto na falta de compreensão do ambiente como um todo, das situações como dependentes umas das outras, das ações como tendo consequências, etc. A imaturidade também torna possível que muitas experiências e muitas propostas mais criativas possam ser feitas, e Winnicott considera que essa possibilidade é algo que pode contribuir para o próprio desenvolvimento da sociedade: “Nela [na imaturidade do adolescente] estão contidos os aspectos mais excitantes do pensamento criativo, sentimentos novos e diferentes, ideias de um novo viver. A sociedade precisa ser abalada pelas aspirações daqueles que não são responsáveis” (Winnicott, 1971, p. 198).

Winnicott também declara:

O menino ou a menina adolescentes não querem ser entendidos. Essa é uma fase que precisa ser efetivamente vivida e é essencialmente uma fase de descoberta pessoal. Cada indivíduo vê-se engajado numa experiência viva, num problema de existir” (Winnicott, 2005a, p. 115).

Estão se adaptando a um novo modo de estar no mundo, não só um novo corpo, em virtude das transformações biológicas, mas um novo modo de estabelecer relações, e precisam de provisões ambientais quanto às suas necessidades instintuais, relacionais, ideológicas, etc.

As principais necessidades dos adolescentes citadas por Winnicott são: a de evitar a falsa solução (Winnicott, 2005a, p. 123); a de sentir-se real; a de ser rebelde em um contexto que, confiadamente, acolha também a dependência; a de aguilhoar repetidamente a sociedade (Winnicott, 2005a, p. 123).

Para tanto, necessita de ambiente confiável, estável, seguro, que saiba reconhecer as suas necessidades. Em Privação e delinquência, Winnicott afirma:

O ambiente desempenha, neste estágio, papel de imensa importância, a ponto de ser mais adequado, num relato descritivo, supor a continuidade da existência e do interesse do pai, da mãe, da família pelo adolescente. Muitas das dificuldades por que passam os adolescentes, e que muitas vezes requerem a intervenção de um profissional, derivam de más condições ambientais (Winnicott, 2005a, p. 117).

Essa busca de experiências vem acompanhada da mistura de rebeldia e dependência. Continua, ainda, o autor:

Aqueles que cuidam de adolescentes não raro veem-se perplexos com o fato de que esses meninos e meninas, por vezes tão rebeldes, podem também ser, ao mesmo tempo, dependentes a ponto de parecerem crianças e mesmo bebês, manifestando padrões de dependência que talvez remontem aos primeiros meses de vida (Winnicott, 2005a, p. 123).

Winnicott denominou esse aspecto do adolescer como as calmarias da adolescência, como um período para ensaio e erro, experimentações (Winnicott, 2005a, p. 124). Declara o autor que os adolescentes “veem-se obrigados a transpor uma espécie de zona de calmarias, uma fase em que se sentem fúteis e ainda não se encontraram. Nosso papel, em tudo isso, é o de expectadores” (Winnicott, 2005a, p. 122).

No entanto, para o autor, apesar de toda essa vontade do jovem de conhecer e explorar situações, o adolescente é, por si só, um ser isolado: “O adolescente é essencialmente um isolado. Todo relacionamento entre indivíduos e, em última instância, toda socialização, parte de uma posição de isolamento” (Winnicott, 2005a, p. 118). Trata-se de um tipo de solidão que visa a encontrar a si mesmo. Winnicott expõe: “Esta preservação do isolamento é parte da procura de uma identidade, e para o estabelecimento de uma técnica pessoal de comunicação que não leva à violação do self central” (Winnicott, 2005b, p. 173). O autor comenta:

São as relações individuais, uma por uma, que levam finalmente à socialização. O adolescente está repetindo uma fase essencial na infância, pois o bebê também é um isolado, pelo menos até que seja capaz de estabelecer a capacidade de relacionamento com objetos que estão fora de seu controle mágico (Winnicott, 2005a, p. 165).

Para Winnicott, os grupos de adolescentes são mais um aglomerado do que um grupo com identidade conjunta bem determinada: “Os grupos de adolescentes jovens são ajuntamentos de indivíduos isolados que procuram formar um agregado por meio de identidade de gostos” (Winnicott, 2005a, p. 118).

Desse modo, os grupos de adolescentes podem ser comparados a um aglomerado de sujeitos isolados que desejam formar um agregado de seres por meio da similaridade de gostos, afinidades, ideias, modos de viver e de vestir comuns.

A base para a formação de grupos é a vida em família, e sobre isso o autor faz o seguinte comentário:

A base para a vida em grupo é a vida em família, e sabemos o quanto é conveniente para o adolescente que o lar original continue a existir, de modo que ele possa rebelar-se contra o mesmo tanto quanto utilizá-lo, de modo que possam ser feitas experiências com grupos diferentes e mais amplos sem a perda do grupo original [...] (Winnicott, 2005c, p. 173).

Assim, para que essas ampliações de grupo ocorram e se estendam de modo saudável, o filho deve sentir segurança e apoio no grupo familiar. Sem essa confiabilidade mínima, o crescimento pessoal não ocorre de forma integral, mas com distorções.

Winnicott considera que o amadurecimento é um tipo de expansão da vida e do ambiente familiar:

A criança precisa sair do colo da mãe, mas não daí para o espaço sideral; esse afastamento deve dar-se em direção a uma área maior, mas ainda sujeita a controle: algo que simbolize o colo que a criança abandonou. Uma criança mais velha foge de casa, mas só até a cerca do jardim. A cerca simboliza agora aquele aspecto do holding mais estreito que acabou de ser rompido: a casa, digamos. Mais tarde, a criança elabora tudo isso quando vai à escola e entra em relação com grupos fora do lar. Cada um desses grupos representa uma fuga de casa; mas, ao mesmo tempo, todos simbolizam esse lar que foi deixado para trás e, na fantasia, destruído (Winnicott, 2005c, p. 132).

Mas esse processo só pode acontecer se o ambiente no qual a criança e o adolescente vivem oferecer as condições de sustentação para isso. É óbvio que lares com representação alcoólica, repletos de intrigas e desavenças, violência doméstica e variações de humor do casal parental provocam essa perturbação e a desconfiança do filho em relação ao ambiente, pois este o desaponta e não o atende nas suas necessidades. Pode-se crer que o que Winnicott fala sobre crianças também se aplica, nesse ponto específico, também aos adolescentes: “O ambiente caótico significa, para a criança, imprevisibilidade. [...] O ambiente frustrador produz confusão mental, e a criança poderá desenvolverse permanentemente confusa, nunca organizada, no sentido de orientação” (Winnicott, 2005a, p. 254).

Sobre a adolescência, algo para que Winnicott chama a atenção é a inaceitabilidade por parte do jovem por falsas soluções, lições de moral e conselhos. Para o autor, os adolescentes “buscam curas imediatas, mas, ao mesmo tempo, rejeitam todas as curas que encontram, pois acabam enxergando nas mesmas um elemento falso” (Winnicott, 2005a, p. 122).

Novamente em Privação e delinquência, há o comentário: “O adolescente está empenhado em descobrir o próprio eu para que lhe possa ser fiel” (Winnicott, 2005a, p. 170). As soluções verdadeiras são as que eles encontram, pois são criações deles mesmos. Estão em busca de “suas verdades”. Winnicott ainda acrescenta: “Há centenas de soluções falsas” (Winnicott, 2005a, p. 127), pois só acreditam em suas próprias descobertas. Auxiliar o adolescente a encontrar suas soluções pode ser acompanhado de conselhos ou informações, desde que não sejam, para o adolescente, sentidos como algo a que ele deve se submeter.

 

A escola como ambiente

Fica evidente, na obra de Winnicott, a importância do ambiente na sustentação psíquica da vida do indivíduo. Dos ambientes em que os adolescentes vivem, boa parte de seu tempo é na escola.

[...] Chego à seguinte conclusão: se aceitarmos como correta a identificação entre saúde e maturidade relativa, devemos ter como certo que o indivíduo só possa atingir sua maturidade emocional num contexto em que a família proporcione um caminho de transição entre o cuidado dos pais (ou da mãe) e a vida social. E deve-se ter presente que a vida social é em muitos aspectos uma extensão das funções da família (Winnicott, 2005c, p. 136).

É fato que a escola é um campo em que a criança e o adolescente ampliam suas relações e atuam de forma que fortalecem seu papel em um novo ambiente. Sanches comenta sobre isso:

Trata-se de um lugar da diversidade e diferenças entre as crianças. Nele, a criança amplia suas referências, antes apenas familiares, conhecendo e tendo acesso a formas e maneiras diferentes de ser daquelas da sua própria casa ou família. Exatamente por isso, a escola é um ótimo campo para as crianças experimentarem suas relações. É muito comum que apareçam questões na escola que não surgem em casa, pois é lá que elas têm a possibilidade de experimentar (Sanches, 2005, p. 160).

Pais, professores e todos os que fazem parte do ambiente do adolescente podem ser reconhecidos ora como opositores, ora como cuidadores, ora como pessoas com as quais se identifica e depende, ora como pessoas das quais ele precisa afastar-se e diferenciar-se. O importante é saber que o adolescente quer suas próprias respostas como afirmação e busca de si mesmo (Winnicott, 2005a, p. 122).

Torna-se fundamental um ambiente suficientemente bom e acolhedor, substituindo os cuidados característicos dos estágios primitivos de desenvolvimento. A essa referência, o autor cita: “A tarefa consiste em fazer face às necessidades mutantes do indivíduo que cresce, não apenas no sentido de satisfazer a impulsos instintivos, mas também de estar presente para receber as contribuições que são características essenciais da vida humana” (Winnicott, 2005c, p. 131).

No livro Winnicott na clínica e na instituição, Sanches (2005) comenta que a teoria do amadurecimento pessoal, de Winnicott, revela que, quanto mais precoce a resposta do ambiente a dificuldades, maiores as possibilidades de evitar que estas se solidifiquem em estruturas somáticas, e isso torna a escola que trabalha com crianças e adolescentes o contexto propício para o reconhecimento das necessidades e dificuldades, abrindo espaço e caminho para o ajuste das respostas ambientais às necessidades dos alunos.

Uma das dificuldades mais frequentes do professor que trabalha com essa faixa etária é tolerar as reações rebeldes dos alunos adolescentes, rejeição às atividades propostas e provocações. Na prática, são atitudes que podem desestabilizar o equilíbrio do professor. O fundamental é procurar entender que mensagem implícita está envolvida nesses comportamentos, pois a imaturidade do adolescente, a sua necessidade de confronto são formas de experimentar a si mesmo.

A questão que se coloca ao ambiente é a de sustentar o adolescente no seu amadurecimento, o que implica reconhecer sua condição (imaturidade, procura de ser real, necessidade de enfrentamento, de agrupamento, etc.) e, nessa experiência de comunicação verdadeira, poder se colocar no lugar em que ele precisa, seja para fornecer “colo” na dependência, seja para oferecer um enfrentamento firme e afetivo.

Em A criança e seu mundo, Winnicott diz:

Os pais e professores também precisam estar aptos a enfrentar o surpreendente antagonismo que os adolescentes podem contrair em relação aos adultos, em especial contra aqueles que querem ajudar nessa época crítica do crescimento (Winnicott, 2001, p. 247).

Aqui fica clara a recusa dos conselhos e soluções prontas por parte dos adolescentes citadas anteriormente.

O autor comenta sobre a função da escola:

Uma delas é o fornecimento, durante algumas horas diárias, de uma atmosfera emocional que não é a tão densamente carregada do lar. Isso propicia à criança uma pausa para o desenvolvimento pessoal. [...] A escola, que é um apoio, mas não uma alternativa para o lar, pode fornecer oportunidades para uma profunda relação pessoal com outras pessoas que não os pais (Winnicott, 2001, p. 217).

Sendo assim, essas oportunidades surgem com a presença dos professores, funcionários, alunos e no estabelecimento de uma estrutura ambiental que garanta aos últimos a possibilidade de realização de experiências. Isso significa que a escola (Sanches, 2005) tem que criar condições para o enriquecimento da capacidade criativa dos alunos, auxiliando-os a encontrar uma relação entre suas ideias livres e o comportamento que precisam ter para se relacionar em grupo. A escola deve propiciar a comunicação, trocas de experiências, debates e convivência.

Winnicott comenta que há grupos de adolescentes cujos lares são insatisfatórios (Winnicott, 2001, p. 234). O primeiro grupo compreende jovens que usam esses lares para seu desenvolvimento emocional, pois seus pais estão dispostos e proporcionar e identificar o que necessitam. Nesse caso, a escola, para eles, torna-se um ambiente agradável, que acrescenta algo em suas vidas. Já em relação ao grupo de lares insatisfatórios, o autor declara:

Frequentam-na com a ideia de que a escola talvez lhes forneça o que o lar não logrou propiciar. Não vão à escola para aprender, mas para encontrar um lar fora do lar. Isso significa que procuram uma situação emocional, um grupo de que gradativamente possam fazer parte, um grupo que possa ser testado por sua capacidade para enfrentar a agressão e tolerar ideias agressivas (Winnicott, 2001, p. 234).

Assim, nota-se que os alunos do primeiro grupo necessitam de ensino, instrução, troca de experiências e buscam isso na escola. Por outra parte, os alunos privados de lares saudáveis necessitam de uma escola organizada, regularização das atividades, disposição de professores, supervisões, ou seja, precisam de uma direção, algo que seus lares não têm.

Observando atualmente o cenário escolar atual, nota-se que, principalmente nas escolas municipais e estaduais, a escola se tornou um cenário de combate. Alunos de um lado, professores de outro, ambos em times opostos, e diretores e coordenadores no meio, sem saber exatamente de que lado ficam, pois o ambiente “escola” tornou-se um lugar de sintomas, e profissionais da educação estão se sentindo desorientados e desafiados em relação às atitudes dos estudantes, pois, de acordo com a citação, grande parte destes está em busca de um lar fora do lar, ou seja, um lugar de contenção, ordem, orientação. No caso dos colégios particulares, o professor se sente acuado pelo poder que o aluno pagante exerce.

A escola, antes de educar e transmitir instrução, é um espaço da sociedade e assume a função de civilizar o indivíduo. Winnicott (2001, p. 231) sempre se ocupou de falar para cuidadores em geral, como babás, enfermeiras, assistentes sociais, professores, mães, médicos, pois sabia da importância do suporte afetivo, e sua teoria permite essa abrangência de discussão no ambiente escolar, pois é uma teoria que trata das relações inter-humanas, em termos dos seus afetos. Sanches, em Winnicott na clínica e na instituição, afirma:

A escola, de fato, está menos “misturada” com as crianças do que as famílias. Dessa forma, é mais fácil para a instituição enxergar questões que os pais, tão diretamente ligados a elas, não têm possibilidade de ver. É como se a escola entrasse nas famílias como um olhar de fora, mais isento, mais objetivo, menos carregado de fantasmas (Sanches, 2005, p. 60).

Assim, aparecem fatos e comportamentos na escola que, muitas vezes, não ocorrem no ambiente familiar, ou este não o vê. O professor, nesse caso, precisa ter um vínculo, um elo afetivo com seus alunos para perceber um grito de socorro, uma dificuldade, evitando sofrimento tanto para o aluno quanto para a família.

Nota-se que a perspectiva winnicottiana coloca o ambiente como um fator de base e suporte para as relações humanas. No entanto isso dependerá muito da estrutura do colégio em estar ou não aberta a outros conhecimentos e estudos, principalmente de outras áreas, e se os vários segmentos do colégio (ensinos fundamental I e II, ensino médio) têm sincronia entre si; se há ou não disputas entre professores, coordenadores e direção; se há participação e envolvimento dos pais em atividades e reuniões. Então é o ambiente que precisa ser avaliado. A psicanálise winnicottiana pode ser uma perspectiva a mais de estudo e compreensão para o campo da educação. Winnicott esclarece, em seu A criança e seu mundo:

Quanto mais observamos, tanto mais concluímos que, se os professores e alunos estão convivendo de um modo saudável, encontram-se empenhados num sacrifício mútuo de espontaneidade e independência, e isso é quase tão importante, como parte da educação, quanto o ensino e aprendizagem dos assuntos programados (Winnicott, 2001, p. 230).

Logo, parece importante a abertura das escolas para essas reflexões, e a teoria winnicottiana amplia o olhar do leitor no que se refere à sustentação ambiental, o cuidar, o manejo.

Assim, pode haver um avanço na qualidade do atendimento e supervisão dos alunos, bem como a melhora nas relações interpessoais com uma atuação mais preventiva de situações conflituosas. Como experiência própria, considero importante, em algumas vezes, deixar o conteúdo de lado e realizar uma atividade de conversa com a classe, revelar nossos sentimentos, como estamos nos sentindo, o que os alunos têm a dizer, oferecer abertura para sugestões, trazer um tema de destaque social para a sala, usar uma estratégia que tenha “a cara” da turma e aplicá-la.

Mas, para isso, o professor deve fazer uma boa e criteriosa avaliação diagnóstica da classe, traçar o perfil dela, identificar quais atividades podem ser exploradas e quais não dão certo. Trata-se de um desafio para o docente, sobrecarregado de horas/aula, provas a serem corrigidas, conteúdos a serem atingidos e assimilados, pressões por parte da diretoria e coordenação, muitas turmas e sem saber exatamente o nome de cada aluno, desenvolver essa capacidade de prestar atenção ao jovem, perceber a necessidade de uma classe quanto a uma atividade que pode fazer florescer ideias, trocas e debates. Isso é cuidar na obra winnicottiana, é saber segurar o aluno, ampará-lo, ter jogo de cintura (manejo) para mudar o foco de uma atividade que não está dando resultado e modificá-la com outra estratégia, de modo que ele possa extrair de si mesmo ou desenvolver seu potencial criativo. Apresentar a ele condições para que seu potencial seja expresso.

Ao ingressar no colégio, em 2006, percebi e senti muita indisciplina e hostilidade de algumas classes. Fui, em muitos momentos, desafiada e ridicularizada por alunos adolescentes que agiam individualmente e em grupo. Senti que, se demonstrasse impotência e fraqueza, estaria no domínio do grupo. A teoria de Winnicott me auxiliou a perceber que o ambiente e as pessoas que o compõem (familiares, educadores, amigos, etc.) devem ter um relacionamento pessoal e afetivo. Não se trata de uma técnica (no sentido mecânico) dos cuidados, mas das efetivas relações interhumanas marcadas pela comunicação e pela proximidade emocional, sem que isso signifique aceitar tudo que o adolescente faz. Mas eu precisava melhorar a qualidade no relacionamento com os alunos.

A questão que se coloca ao ambiente é a de sustentar o adolescente no seu amadurecimento, o que implica reconhecer sua condição (imaturidade, procura de ser real, necessidade de enfrentamento, de agrupamento, etc.) e poder, nessa experiência de comunicação verdadeira, colocar-se no lugar em que ele precisa, seja para fornecer “colo” na dependência seja para oferecer um enfrentamento firme e afetivo.

Ao me mostrar firme, presente, pude reconhecer exatamente o que aqueles alunos precisavam em termos de atividades, formas de relacionamento, pois esse jogo de testar o professor é, na verdade, uma afirmação de si mesmo. Ao final de dois anos, nosso relacionamento interpessoal melhorou significativamente, com resgate do respeito à minha pessoa, bem como a participação dos alunos nas aulas.

É evidente que há casos isolados e que requerem intervenções e encaminhamentos para profissionais especializados, como os psicólogos.

 

Considerações finais

Pode-se dizer que Winnicott tem uma teoria da adolescência que serve de guia e orientação para os educadores e uma contribuição ao campo social.

Constatei que os estudos e observações de Winnicott referem-se a um tipo de experiência da natureza humana que podem ser encontrados em todo indivíduo, independente da cultura na qual está inserido, pois são questões que fazem parte da constituição psíquica do ser, experiências de sentir-se real, continuidade de ser, ou seja, a provisão ambiental que lança e solidifica essas bases.

Ser confrontado por um adolescente exige firmeza do adulto em estar preparado para ver e ouvir insultos, ser testado na sua autoridade (Winnicott, 1971). O desafio do confronto, rebeldia, ironia, inconformismo do adolescente, citados em O brincar e a realidade, vão sempre existir, uma vez que é um momento de amadurecimento e de encontro de si mesmo. Para ilustrar, o autor afirma: “A confrontação tem de ser pessoal. Se é que os adolescentes querem ter a vida e vitalidade, os adultos são necessários. A confrontação é própria da contenção que não é retaliatória, nem vindicativa, mas possui sua própria força” (Winnicott, 1971, p. 202).

E, como Winnicott declara na mesma obra: “O conselho dado à sociedade poderia ser: por amor aos adolescentes e à sua imaturidade, não lhes permitam crescer e atingir uma falsa maturidade” (Winnicott, 1971, p. 198).

Trata-se, então, de um desafio para os professores de adolescentes, no sentido de estarem prontos e firmes para receberem esse confronto, elaborálo e devolvê-lo sem retaliação. A indisciplina é, não só, um pedido do jovem para a imposição de limites e contenção, mas também o encontro e afirmação de si mesmo (Winnicott, 2001).

É possível, mesmo em situações difíceis e constrangedoras a que são submetidos os profissionais da educação, fazer uma leitura rápida do que o jovem está pedindo e necessitando. Se a família não pode sustentar psiquicamente e acolher esse adolescente, a escola pode e deve realizar esse trabalho, pois é nesse ambiente que o jovem testará toda sua potencialidade e exercerá seu papel social de estudante.

No entanto, ler e estudar Winnicott nos auxilia a ampliar, reconhecer e atuar de forma preventiva nos relacionamentos, auxiliando tanto professores, coordenadores e, principalmente os alunos, em uma perspectiva que valoriza a figura do adolescente e suas necessidades. Sua teoria favorece a profilaxia de diversos distúrbios psicológicos, demonstrando que, quanto mais precoce a resposta do ambiente a dificuldades, maiores as possibilidades de evitar que essas se transformem em estruturas somáticas defensivas.

Isso torna a escola um contexto rico para o reconhecimento das necessidades e dificuldades dos alunos, abrindo espaço para discussão, estudo e caminho para o ajuste mesmo que incompleto, para o acolhimento das respostas ambientais às necessidades dos adolescentes.

Assim como a relação mãe-bebê é de reciprocidade, de atendimento e suprimento, a relação professor-aluno deve ter um vínculo afetivo que proporcione uma ampliação da escola como um ambiente de suporte, de experiências, de trocas, de interações que possibilitem aos adolescentes a expressão do ser em si mesmo, por meio do gesto de criação, do potencial criativo, o modo como pensam e sentem.

Enfim, os cuidados iniciais dos estágios primitivos do desenvolvimento humano são o alicerce da vida psíquica do ser humano. A relação de reciprocidade mãe-bebê (Winnicott, 1990, p. 132) é única e primordial para a saúde, pois é ela que lança as bases para as experiências de ser e sentir-se real. Na adolescência, esses cuidados são retomados para que o jovem, por meio da sua imaturidade, possa realizar experiências de si mesmo e desenvolver um modo de ser e de relacionar-se, contando com a sustentação ambiental fundada na comunicação e no atendimento a essas necessidades, seja no ambiente familiar seja no escolar. Creio que este estudo possa abrir caminhos para modificar o que já é estudado, conhecido, possibilitando uma atuação mais profilática dos educadores, pois muito se estuda sobre a adolescência, mas os problemas continuam.

 

Referências

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Winnicott, D. W. (1990). Natureza humana. Rio de Janeiro: Imago.         [ Links ]

 

 

Recebido: fevereiro de 2009
A provado: dezembro de 2010

 

 

* Mestra em Psicologia pela PUC Campinas, professora de Pós-graduação em Docência no Ensino Superior (Ceunsp). E-mail: dnpsi@yahoo.com.br.

** Doutor em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor do Departamento de Pósgraduação em Psicologia na PUC Campinas (PUCCamp). E-mail: dleopoldo.fulgencio@gmail.com.

Este artigo é uma síntese de minha dissertação de mestrado, Contribuições para o estudo da adolescência sob a ótica de Winnicott para a educação, defendida no Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUC Campinas (2009), sob a orientação do prof. Dr. Leopoldo Fulgencio. Este estudo teve sua origem numa série de observações que vivenciei como professora de adolescentes, de 2006 a 2008, de ambos os sexos, em um colégio particular.

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