EDITORIAL

Caro leitor, Abrimos este número com a grata notícia de que Psicologia em Revista foi alçada a B1 na classificação do Qualis Capes. Consideramos essa reavaliação como um reconhecimento da seriedade, qualidade e do compromisso com a diversidade deste periódico.

Amparada em sua proposta generalista e plural, a revista traz para o leitor temas instigantes e variados no campo da Psicologia, aberta à publicação de distintos trabalhos acadêmicos e práticas profissionais. Assim, Jacqueline Barus Michel passeia por domínios conexos à nossa área, no intuito de problematizar a diferença entre os sexos, enfocando a subordinação das mulheres nesse contexto. Visando a discutir a escola como espaço de aprendizagem de competências sociais, Denise da Silva Maia e Beatriz de Oliveira Meneguelo Lobo apresentam um relato de experiência profissional com alunos do 4º ano do ensino fundamental do Colégio Israelita Brasileiro, centrando-se no desenvolvimento de habilidades de solução de problemas interpessoais. Já no âmbito acadêmico, Ana Carolina Santos Silva, Edla Cavalcanti Amorim, Gabriela Gama Silva, Jaqueline de Souza Silva e Divanise Suruagy Correia apresentam uma pesquisa qualitativa desenvolvida em dois grandes hospitais gerais de Maceió, com o objetivo de compreender o significado das pacientes com lúpus e seus impactos no cotidiano dessas mulheres. Por outro lado, Anna Thereza Carneiro Pinto Abdala, Anamaria Silva Neves e João Luiz Leitão Paravidini examinam os processos de transmissão psíquica, em uma perspectiva psicanalítica, com o intuito de refletir acerca do incesto e sua articulação com a herança psíquica na composição do espaço intersubjetivo da família. Ainda analisando a questão familiar, Maria Ignez Costa Moreira, Paula Maria Bedran, Soraia Dojas Carellos e Ana Paula Carvalho Pereira Passos buscam rastrear a trajetória de crianças, adolescentes e famílias na rede de proteção, evidenciando a precariedade dos registros sobre a história pessoal e familiar destes. Enfatizam ainda que essa precariedade complica tanto a elaboração e superação das vivências e das condições que geraram o acolhimento institucional quanto acarreta ações desconectadas nessa rede. Seguindo a rota dos adolescentes, Aline Vilarinho Montezi, Tomíris Forner Barcellos, Fabiana Follador Ambrósio e Tânia Maria José Aiello-Vaisberg analisam, com base na psicanálise e em seu método, o imaginário social sobre a adolescência apresentado na obra cinematográfica "Linha de passe", reconhecendo as dificuldades do adulto, na ausência paterna e na falta de holding social. Ainda no campo do cinema, mas na perspectiva da Psicologia organizacional, Idonezia Collodel Benetti analisa o filme "Em boa companhia", com base no estruturalismo de Lévi-Strauss e na análise sintática da narrativa de Greimas, desvelando os efeitos da globalização nas empresas e no trabalhador. No artigo "Suicídio de agricultores no Rio Grande do Norte: compreensão fenomenológica preliminar dos aspectos existenciais", Elza Dutra e Marcelo Vial Roehe investigam os significados psicossociais e culturais do suicídio de agricultores em um estudo também qualitativo, mas, desta vez, com embasamento na analítica existencial de Martin Heidegger. Agora discutindo a toxicomania, Helena Greco Lisita e Márcia Rosa realizam reflexões com base em Bentham, Marx e Lacan, tendo como intercessor para esse diálogo o uso da droga. Ainda em uma discussão teórica, Adriane Freitas Barroso e Ilka Franco Ferrari analisam o conceito de inconsciente, destacando sua matriz freudiana e efetuando a articulação com Lacan, com base na construção formal do conceito de sujeito.

Na seção aberta, este número apresenta para o leitor a dissertação "Reflexões sobre a formação do psicólogo no Brasil: a importância dos estágios curriculares", de Bruno de Morais Cury. O autor busca evidenciar as funções dos estágios curriculares, seus impasses, hiatos e dificuldades. Traz também a resenha do livro "Psicologia: diálogos contemporâneos", de Patrícia Eliane de Melo e Manoel Deusdedit Júnior, composto por produções de conhecimento e experiências que têm como pretensão a transformação social buscando a articulação teoria e prática.

Agradecemos as colaborações dos autores, técnicos e pareceristas, e convidamos você à leitura!

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