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Psicologia em Revista

Print version ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.20 no.2 Belo Horizonte  2014

http://dx.doi.org/DOI-10.5752/P.1678-9523.2014v20n2p278 


ARTIGOS

DOI - 10.5752/P.1678-9523.2014v20n2p278

 

Estudo sobre o "estado da arte" de um programa de pósgraduação em Psicologia

 

The "state of the art" of the human development and learning axis of the graduate program in Psychology

 

Estudio sobre el "estado del arte" de un programa de postgrado en Psicología

 

 

Silvia Maria Cintra da Silva *; Fabiana Marques Barbosa**; Luciana Guimarães Pedro***; Victor Carvalho Muniz****

 

 


Resumo

Foi realizado um levantamento do tipo "estado da arte" nas dissertações publicadas entre 2005 e 2010, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Aplicada – Mestrado, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), do eixo Psicologia do desenvolvimento humano e da aprendizagem, elaborando um panorama a respeito das pesquisas realizadas em termos de temáticas, palavras-chave, metodologia e autores referenciados. Das 132 dissertações defendidas, 24 eram desse eixo. A maioria dos trabalhos tratava de temas ligados à Psicologia escolar e educacional, assim como as palavras-chave. Há uma hegemonia da teoria histórico-cultural e da metodologia qualitativa de pesquisa. Verificou-se uma contradição entre os títulos e o conteúdo revelado nas palavras-chave; nomes clássicos da Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem foram privilegiados, em detrimento daqueles da área da Psicologia escolar e educacional. A produção se mostra atualizada perante as demandas sociais; embora a maioria dos trabalhos tenha feito referência à Psicologia escolar e educacional e não à Psicologia do desenvolvimento humano e da aprendizagem, como consta do título do eixo.

Palavras-chave: Estado da arte. Pesquisa. Produção acadêmica. Psicologia escolar e educacional.


Abstract

A survey, "state of the art", was conducted with the papers being published between 2005 and 2010 in the Graduate Program in Applied Psychology – Master’s degree at the Federal University of Uberlandia (UFU), Human Development and Learning Psychology axis, developing an overview about the researches carried out in terms of themes, keywords, methodology and authors referenced. Of the 132 dissertations, 24 were from that axis. Most of the papers dealt with issues related to school and educational psychology, as well as the keywords. There is a dominance of historical-cultural theory and qualitative research methodology. A contradiction was verified between the titles and the content revealed in the keywords; classical names of the Learning and Development Psychology have been privileged detrimentally to those from the area of School and Educational Psychology. The production seems refreshed in respect to social demand, although most of the works have indicated that school psychology and not the Psychology of Human Development and Learning, as stated in the title of the axis.

Keywords: State of the arte. Research. Academic production. School and Educational Psychology.


Resumen

Se realizó un inventario del "estado del arte" en los trabajos publicados entre los años 2005 y 2010 en el Programa de Postgrado en Psicología Aplicada - Maestría de la Universidad Federal de Uberlândia (UFU), del eje Psicología del Desarrollo Humano y del Aprendizaje, elaborando un panorama sobre los estudios realizados en términos de temas, palabras clave, metodología y autores citados. De las 132 tesis defendidas, 24 eran de este eje. La mayoría de los trabajos trataba sobre temas relacionados con la Psicología escolar y educacional, así como palabras clave. Hay un predominio de la teoría histórico-cultural y de la metodología de investigación cualitativa. Hay una contradicción entre el título y el contenido que se revela en las palabras clave. Se han privilegiado nombres clásicos de la Psicología del desarrollo y del aprendizaje en detrimento de los de la Psicología escolar y educacional. La producción se muestra actualizada de acuerdo con las demandas sociales, aunque la mayoría de los trabajos se haya referido a la Psicología escolar y educacional y no a la Psicología del Desarrollo Humano y del Aprendizaje, como se indica en el título del eje.

Palabras clave: Estado del arte. Investigación. Producción académica. Psicología escolar y educacional.


 

 

Introdução

Este artigo refere-se a um levantamento, do tipo "estado da arte", das dissertações publicadas no período de 2005 a 2010, no Programa de Pós- Graduação em Psicologia Aplicada – Mestrado, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Especificamente, buscaram-se analisar as dissertações do eixo Psicologia do desenvolvimento humano e da aprendizagem1. Por meio deste estudo, procurou-se elaborar um panorama a respeito das pesquisas que vêm sendo realizadas nesse eixo, em termos de temáticas, palavras-chave, metodologia e autores referenciados para definir as abordagens teóricas e metodológicas. Com base nessas informações de caráter descritivo, almeja-se também analisar em que medida tais pesquisas têm dialogado com as questões educacionais mais emergentes em nosso país, propondo temas relevantes nesse sentido.

Segundo Ferreira (2002), os estudos relativos ao "estado da arte" podem ser definidos como uma modalidade de pesquisa bibliográfica, que têm por objetivo:

 

O desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários (p. 258).

 

As pesquisas do tipo "estado da arte" sobre as produções de uma determinada área ou instituição são uma possibilidade de verificar-se a situação do conhecimento em um dado momento, permitindo colocar em ordem as diversas informações, além de compreender as relações existentes entre elas, em termos de semelhanças e contradições (Soares apud Ferreira, 2002). Portanto podem surgir diversas possibilidades de análises a partir desse olhar panorâmico para um conjunto de produções.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo do acesso à pósgraduação stricto sensu. De acordo com Balbachevsky (2005), no ano de 2002, mais de 61 mil estudantes estavam matriculados em programas de mestrado e 34,8 mil em programas de doutorado, sendo que, no mesmo ano, 23 mil receberam o título de mestre e 6,8 mil de doutor, nas mais diversas áreas de conhecimento.

De acordo com dados de 2006 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (CAPES/MEC) (Brasil, 2010), houve significativo aumento das produções científicas no País, em decorrência do crescente número de cursos, alunos e instituições que oferecem cursos stricto sensu. As informações são de que, em 2004, o número de alunos matriculados nesses cursos foi de 112.938, sendo que cerca de 85% da produção científica do País foi realizada pela pós-graduação. Em 2010, a Capes informou que, na última avaliação trienal, o número de titulados como mestres e doutores foi de 139 mil.

Essa ampliação no número de mestres e doutores é acompanhada de um maior número de teses, dissertações, artigos científicos, entre outros, que têm sido considerados requisitos para avaliar a competência das instituições de ensino superior. Ainda segundo a Capes (Brasil, 2010), entre 2007 e 2010, o total de publicações científicas foi de 300 mil.

Diante desse panorama, ressalta-se que a qualidade da universidade está sendo medida em termos de sua produção, ou seja, com base em critérios de tempo, quantidade e custo, ao passo que deveria ser definida em relação aos fatores de competência e excelência, tendo como objetivo fundante o atendimento de necessidades sociais (Chauí, 2003) e da formação criteriosa de pesquisadores.

Assim, qualidade transforma-se em quantidade, compondo um perigoso posicionamento ideológico, enquanto que, segundo a autora, a qualidade dos estudos depende efetivamente "do conhecimento, por parte dos pesquisadores, das mudanças filosóficas, científicas e tecnológicas e seus impactos sobre as pesquisas" (Chauí, 2003, p. 14).

Uma das consequências dessa lógica que suprime a excelência dos trabalhos em relação ao número de produções é a perda do caráter inovador das pesquisas. Ribeiro (1999) tece críticas ao modo como os trabalhos científicos são escritos atualmente. Usando uma metáfora, o autor afirma que "não há pior inimigo do conhecimento que a terra firme" (Ribeiro, 1999, p. 190), alertando sobre o risco da elaboração de trabalhos, principalmente da área de Ciências Humanas, que não ousam propor ideias genuínas, perpetuando produções repetitivas e cristalizadas. A revisão bibliográfica, com a leitura dos clássicos e do que tem sido produzido sobre o assunto na atualidade, é essencial, porém não pode engessar o trabalho, de modo que o autor se embase somente em produções alheias, desapropriando-se de suas próprias ideias e reflexões.

Portanto é de grande importância compreender o que se tem pesquisado e de que forma, além de refletir sobre as repercussões desses milhares de pesquisas nas necessidades sociais e científicas do País. E, nesse sentido, no que se refere à área da Psicologia, é fundamental, como afirma Patto (2007), atentar-se para a dimensão política da produção acadêmica.

 

Sobre o Programa de Mestrado em Psicologia Aplicada

O Programa de Mestrado do Instituto de Psicologia da UFU foi criado em 14 de novembro de 2002, pelo parecer n° 90/2002/Consun2 – Portaria 09/2002/Consun, tendo seu funcionamento se iniciado em 5 de maio de 2003. É afiliado ao Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia e sustenta-se com as verbas do Programa de Apoio à Pós-Graduação da Capes/MEC (Proap), da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp) e por recursos do próprio Instituto de Psicologia.3

O Programa de Mestrado é estruturado em quatro eixos temáticos:

 

a) Psicologia do desenvolvimento humano e da aprendizagem;

b) Psicologia da intersubjetividade;

c) Psicologia da saúde;

d) Psicologia social e do trabalho.

 

Sua área de concentração se dá em Psicologia aplicada, buscando abarcar a produção científica dos docentes/orientadores do Programa, e está voltada para aplicações da Psicologia no que se refere à prevenção, manutenção e tratamento da saúde nos processos de desenvolvimento e de aprendizagem nos diversos momentos da vida; no diagnóstico e na busca de alternativas para problemas sociais; e na identificação, compreensão e procura de recursos para as questões referentes à esfera do trabalho e de suas organizações.

O curso tem uma duração total de 24 meses, com regime semestral. Seu currículo é composto, ao todo, por 29 disciplinas, e o corpo docente, constituído por 15 professores advindos das linhas temáticas supracitadas. Apesar de ser um curso relativamente novo, é interessante o estudo das produções acadêmicas realizadas até este momento, tendo em vista não apenas a compreensão da história da instituição, mas também um panorama das produções realizadas, a fim analisar em que medida elas têm dialogado com as questões educacionais brasileiras mais relevantes e, desse modo, embasar ações interventivas e políticas futuras para a instituição.

 

Metodologia

Este estudo caracteriza-se por um levantamento bibliográfico que envolve aspectos qualitativos e quantitativos. Para a realização desse levantamento acerca do "estado da arte" das dissertações do eixo Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem do mestrado em Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, foi feita uma busca no banco de dissertações on-line disponível no site do Programa de Pós-Graduação em questão (www.pgpsi.ufu.br). Essa busca foi realizada considerando-se todo o período de existência do Programa, ou seja, de 2005 a 2010, excluindo-se 2011, pois, na data de realização da pesquisa, ainda não havia dissertações defendidas nesse ano.

Inicialmente, foram identificadas, pela leitura dos títulos e dos nomes dos orientadores das dissertações, quais compunham o referido eixo. Do total de 132 dissertações defendidas no período de 2005 a 2010, 24 eram desse eixo, ou seja, 18,18%, sendo que, em 2005, 2006, 2008 e 2009, foram defendidas três dissertações em cada ano; e cinco dissertações em cada um dos anos de 2007 e 2010.

Uma vez determinadas as 24 dissertações que seriam consideradas para este estudo, seguiu-se com a leitura dos resumos e dos trabalhos completos, com o intuito de identificar os seguintes itens: títulos dos trabalhos, palavras-chave citadas, teorias que norteavam as dissertações, metodologia empregada nas pesquisas e autores citados para referenciar os estudos.

Segundo Ferreira (2002), grande parte das pesquisas do tipo "estado da arte" opta por analisar as produções com base no resumo. A autora alerta quanto a essa escolha metodológica, visto que, no resumo, muitas vezes, não há dados suficientes para realizar uma análise cuidadosa do trabalho. Ressalta que quando o objetivo é apenas mapear os dados, a opção de ler somente o resumo pode tranquilamente ser suficiente, porém uma análise mais aprofundada requer o retorno ao texto original. Desse modo, no estudo realizado, priorizou-se, em um primeiro momento, a análise dos resumos, mas, posteriormente, foi necessário retomar as dissertações na íntegra, a fim de compreender os aspectos eleitos como norteadores da análise.

Para facilitar o agrupamento dos dados, as informações foram coletadas ano a ano e, em seguida, os dados gerais foram agrupados em cinco tabelas contendo os critérios definidos para a análise.

 

Discussão dos dados

A seguir, apresentar-se-ão as cinco tabelas, seguidas das respectivas análises.

 

 

 

Analisando a tabela 1, referente aos títulos das dissertações, pode-se observar que, apesar de o eixo ser intitulado Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, somente em três pesquisas conseguiu-se identificar, pelo título, uma relação mais direta com os processos de desenvolvimento e de aprendizagem, a saber: "A constituição da criança na escola: marcas das experiências iniciais", "Dilemas e desafios: a criança, o autoconceito e a linguagem escrita" e "A promoção do desenvolvimento da criança autista nos processos educacionais". Entretanto a maioria dos trabalhos (54,16%) tratava de temas explicitamente ligados à Psicologia escolar e educacional, tais como dificuldades de aprendizagem, queixa escolar, práticas pedagógicas, formação de professores, inserção escolar, educação infantil e atuação do psicólogo. Há dissertações que abordam, ainda, temáticas relativas a crianças abrigadas e a estresse infantil. Apesar de os temas relativos ao campo da Psicologia escolar e educacional englobarem também as questões referentes aos processos de desenvolvimento e aprendizagem, a análise com base nos títulos indica uma ênfase nos contextos educacionais, concedendo especificidade a essa temática.

Com o intuito de distinguir o que neste artigo considera-se como Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem e Psicologia Escolar e Educacional, cabe esclarecer que a Psicologia do Desenvolvimento pode ser definida como um campo de estudo da Psicologia que se preocupa com as transformações vividas pelo sujeito desde o nascimento até a morte (Papalia & Olds, 2006). A dimensão da aprendizagem pode ser definida, genericamente, como o processo pelo qual o ser humano, no curso de seu desenvolvimento, apropria-se dos conhecimentos disponíveis em seu contexto. Vários teóricos, tais como Piaget, Vigotski e Wallon se debruçaram no estudo das relações entre o desenvolvimento humano e a aprendizagem e, por isso, essas duas instâncias usualmente aparecem de forma associada, por meio da expressão "Psicologia do desenvolvimento humano e da aprendizagem". Já a Psicologia Escolar e Educacional pode ser compreendida não somente como o local de atuação do psicólogo, mas com base no compromisso ético e político que esse profissional deve ter para com as questões referentes ao encontro entre o ser humano e os processos educativos, independentemente do contexto de atuação (Tanamachi & Meira, 2003). Antunes (2007) ressalta que a Psicologia Escolar e a Psicologia Educacional encontram-se intimamente relacionadas, mas há uma distinção entre ambas; enquanto a Psicologia Educacional relaciona-se à área de conhecimento, a Psicologia Escolar está ligada mais especificamente ao campo de atuação do psicólogo. Trata-se, portanto, de uma área de conhecimento dentro da Psicologia que se volta para a produção de saberes acerca do fenômeno psicólogo na relação com o processo educativo e que, como âmbito profissional, refere-se a um campo de atuação determinado que se debruça sobre o campo educacional em diferentes espaços (escola, universidades, etc.) e para as relações que ali se estabelecem em torno da aprendizagem (Antunes, 2007).

 

 

O emprego de descritores ou palavras-chave tem por função delimitar a temática abordada na pesquisa e orientar as buscas em levantamentos bibliográficos. Ressalta-se a importância da elaboração cuidadosa dos indexadores, que levou inclusive a Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia Brasil (BVS-Psi Brasil) a organizar uma terminologia específica para a Psicologia, de acordo com o Vocabulário de Termos em Psicologia4. Um dos objetivos para o emprego dessa terminologia específica é facilitar a busca e a recuperação de informações em português, espanhol e inglês.

As palavras-chave citadas nas dissertações deveriam possibilitar a identificação das temáticas centrais dos trabalhos desenvolvidos pelo Programa de Mestrado. Inicialmente, contabilizamos um total de 87 palavras-chave, sendo que as mais citadas foram "abrigo" (5,74%), "formação docente" (4,59%), "teoria histórico-cultural" e "brincadeira", ambas com 3,44%. Outro fator relevante é que 57,47% das palavras-chave foram citadas apenas uma vez, o que pode indicar a existência de uma variabilidade temática significativa entre as pesquisas do referido eixo.

Para aprofundar a análise a respeito dos descritores e facilitar a leitura e a compreensão da tabela referente às palavras-chave, elas foram agrupadas segundo sua semelhança temática, como pode ser visto na tabela 2. Assim, foram criadas as seguintes categorias: Psicologia escolar e educacional (21,84%), aprendizagem e desenvolvimento (17,24%), abrigo/institucionalização (10,34%), concepções teóricas (8,04%), educação especial/inclusiva (6,90%), formação e atuação profissional (6,90%), escola (5,74%), metodologia de pesquisa (4,60%), relação família-escola (3,44%), arte (3,44%) e educação a distância (2,30%). Não foi possível agrupar oito descritores (9,20%), devido a sua especificidade ou generalidade, como "significações no cotidiano" e "concepções".

Se, na tabela 1, apenas três títulos fazem referência explícita à temática do eixo de Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, na categorização das palavras-chave, encontramos 11 indexadores que nela se encaixam. Embora essa informação aponte para uma coerência com a proposta do eixo, ela indica uma contradição entre os títulos e o conteúdo revelado nas palavras-chave. Ainda dialogando com a tabela 1, em que a maioria dos trabalhos (54,16%) trata de temas especificamente ligados à Psicologia escolar e educacional, encontramos uma prevalência de termos relacionados a essa área, indicando um descompasso entre o escopo do eixo e as produções dos mestrandos.

 

 

O quesito abordagens teóricas (tabela 3) refere-se à escolha teórica para a fundamentação dos trabalhos. Para apreender a teoria norteadora das dissertações, foi utilizada como critério a citação explícita no texto da abordagem selecionada pelo autor. Com base nas análises, podemos notar uma hegemonia da "teoria histórico-cultural", que foi eleita por 44% das pesquisas, seguida da "teoria da experiência da aprendizagem mediada" e da "teoria bioecológica do desenvolvimento humano", ambas citadas em 16% dos estudos. Vale ressaltar ainda que 12% dos trabalhos fizeram uma revisão bibliográfica, mas não explicitaram nenhuma teoria principal para fundamentar a investigação.

Eleger um referencial teórico específico para conduzir as dissertações demonstrou ser, de acordo com o levantamento realizado, um fator que esclarece a postura epistemológica do trabalho, facilitando ao leitor a identificação dos conceitos utilizados e possibilitando maior compreensão a respeito das análises desenvolvidas nas pesquisas. Além disso, considerou-se que, como a maioria das dissertações se encontra na área da Psicologia Escolar e Educacional, o respaldo dessa maioria na teoria histórico-cultural mostra uma coerência entre esse campo e os estudos realizados.

 

 

A tabela 4 apresenta os autores referenciados nas teorias das dissertações. Esse critério de categorização foi estabelecido considerando-se os autores que deram uma sustentação teórica mais evidente aos trabalhos. Observou-se que 47,05% das dissertações citaram autores relacionados à teoria históricocultural, como Lev Vigotski, A. Luria, M. Bakhtin e Ana Bock. Na sequência, aparecem Urie Bronfenbrenner, apontado em 11,76% dos trabalhos; Reuven Feuerstein, em 8,82%, e Henri Wallon, referenciado em 5,88%.

Com tais dados, pode-se perceber que os autores mais citados coincidem com a maioria das teorias utilizadas nas dissertações, espelhando os posicionamentos teóricos predominantes entre pesquisadores e orientadores do eixo Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Entretanto chama a atenção o fato de que os nomes clássicos da Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem foram privilegiados em detrimento de autores da área da Psicologia escolar e educacional, que é a temática da maior parte das dissertações. Vale ressaltar que a contribuição dos teóricos clássicos é fundamental, mas é importante que a produção atual também seja incorporada.

Neste artigo, são considerados autores da Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem os clássicos da área, como Jean Piaget, Henri Wallon, Urie Bronfenbrenner e Lev Vigotski, por exemplo, ou seja, autores que se dedicaram a investigar os processos pelos quais o ser humano se desenvolve nos aspectos neuropsicomotores e se apropria do conhecimento produzido pela humanidade. Nesse sentido, também merece destaque a incipiente menção a autores da Psicologia Escolar e Educacional brasileira, como Patto (1984, 1996); Machado e Souza (2000); Tanamachi e Meira (2003); Souza (2007); Martínez (2007); Souza (2009); Facci (2004, 2006); Guzzo (2011), Marinho-Araújo (2008); Barbosa e Souza (2012), que, nos últimos 30 anos, têm se dedicado a compreender as questões educacionais com base na realidade do País e de seus determinantes sociais e históricos, revelando, ainda, uma preferência por autores estrangeiros.

 

 

Compreende-se a metodologia como uma epistemologia, ou seja, como uma concepção de ciência e um modo de se produzir conhecimento, segundo as concepções de González-Rey (2002), que escreve: "A epistemologia aplicada às ciências sociais assume em todas as suas consequências o caráter históricocultural de seu objeto e do conhecimento como construção humana" (p. 27). Quanto à metodologia utilizada nas diferentes pesquisas, elegemos como categorias: pesquisa qualitativa, pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa e quantitativa, e não há denominação de metodologia, para os trabalhos em que não foi possível identificar uma concepção metodológica, mas apenas uma descrição de procedimentos.

Pode ser observado na tabela 5 que a maioria das dissertações (82,6%) optou pela metodologia qualitativa de pesquisa. A metodologia quantitativa foi citada apenas uma vez, e também apenas um trabalho empregou metodologia qualitativa e quantitativa. A principal opção metodológica/epistemológica apresentada nas dissertações se mostra coerente com investigações que focalizam a subjetividade (González-Rey, 2002). Para o autor, "A subjetividade não é um produto da cultura, é ela mesma constitutiva da cultura, não pode ser considerada resultado subjetivo de processos objetivos externos a ela, mas expressão objetiva de uma realidade subjetivada" (González-Rey, 2002, p. 29). Ao investigar os sujeitos e os contextos em que estes se (inter) constituem, a metodologia qualitativa busca conhecer e compreender, de modo aprofundado, seu objeto, em uma interlocução entre olhares e vozes de pesquisados e pesquisadores, com essa participação coletiva comparecendo também na elaboração de novos conhecimentos.

 

Considerações finais

O levantamento realizado na produção de dissertações do eixo Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem do Programa de Mestrado em Psicologia da UFU encontrou 24 dissertações defendidas no período de 2005 a 2010. Pôde ser constatado que a maioria trata de temáticas explicitamente ligadas à Psicologia escolar e educacional. Embora a Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem seja conteúdo relacionado à Psicologia Escolar e Educacional, pois os conhecimentos relacionados àquele campo são imprescindíveis para a formação e a atuação neste, foram identificados somente três trabalhos cujo teor está direta e explicitamente ligado a tais campos. A busca pelas palavras-chave, que delimita o assunto da dissertação e também orienta a procura em levantamentos bibliográficos, levou à organização de categorias em que os descritores se encaixam e aqui novamente encontramos a maior parte das pesquisas voltada para a Psicologia Escolar e Educacional, seguida pelo tema da formação e atuação docente e Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Como analisado anteriormente, embora esse dado indique uma aproximação com o eixo do programa, ao mesmo tempo explicita uma contradição entre os títulos das pesquisas e os seus indexadores. Vale ressaltar, retomando Ferreira (2002), que é importante considerar o conteúdo completo das obras investigadas em estudos do tipo "estado da arte" para se realizarem análises mais aprofundadas. Ainda assim, tais indícios encontrados nas palavras-chave consistem em indicadores relevantes para se refletir sobre a proposta do Programa de Pós-Graduação em questão, na busca por desenvolver coerência e qualidade.

Houve uma prevalência da teoria histórico-cultural na fundamentação teórica dos trabalhos. Reitera-se uma coerência na adoção desse referencial para embasar tanto o corpo teórico dos estudos quanto a análise de dados, pois este possibilita uma compreensão acerca dos aspectos culturais, sociais e subjetivos que compõem a complexidade do fenômeno educacional5. Ainda nesse sentido, a maior presença de autores dessa teoria mostra-se coerente com a opção pelo referencial citado acima. Contudo, como já comentado, se a maior parte das dissertações ancora-se no campo da Psicologia escolar e educacional, há pouca menção a autores cuja produção encontra-se nessa seara, especialmente aqueles que têm pesquisado e publicado em nosso País nos últimos anos (Patto, 1984, 1996; Machado & Souza, 2000; Tanamachi e Meira, 2003; Souza, 2007; Martínez, 2007; Souza, 2009; Facci, 2004; Guzzo, 2011; Marinho-Araújo, 2008; Barbosa, 2011).

A metodologia de pesquisa, que se articula dialeticamente com o referencial teórico e configura desde a escolha do objeto de estudo até os modos eleitos pelo pesquisador para responder às questões da investigação, nesse levantamento encaminha-se preferencialmente por uma orientação qualitativa. Considerando as temáticas das dissertações produzidas no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Pgpsi) da UFU, essa opção possibilita formas de encontro com os participantes que permitem um mergulho no contexto em que as relações são constituídas e se constituem, a partir dos olhares e das vozes desses sujeitos.

Se pesquisar também é produzir conhecimento, tal produção se dá no plano coletivo, no encontro de investigadores (que se vão constituindo nesse processo) e participantes, considerados como elementos ativos na construção do estudo de que tomam parte. A Psicologia como uma ciência produtora de conhecimento e categoria profissional se encontra em um momento ímpar para repensar sua prática numa sociedade desigual e excludente. Nesse sentido, tem-se buscado legitimar um projeto coletivo para a categoria e que por ela seja reconhecido, de forma a garantir que a Psicologia se insira cada vez mais significativamente em nossa sociedade.

No que se refere à Psicologia Escolar e Educacional, nos últimos 30 anos, vários trabalhos têm desenvolvido reflexões acerca da formação e atuação do psicólogo na seara educacional (Patto, 2007; Tanamachi, Proença & Rosa, 2002; Souza e Silva, 2009). De uma prática voltada para o indivíduo e apoiada na psicometria, aos poucos esse profissional passou a incorporar tanto as questões do cotidiano pedagógico como aquelas relativas à instituição educacional, à formação docente e às políticas públicas.

Retomando-se o objetivo de realização de um levantamento do tipo "estado da arte" das dissertações publicadas no período de 2005 a 2010 no eixo Psicologia do desenvolvimento humano e aprendizagem do Pgpsi- UFU, e considerando que essa produção é fruto do trabalho de pesquisas e estudos de discentes e docentes do Programa, cabem algumas reflexões a respeito desse trabalho e sobre a Psicologia como ciência produtora de conhecimentos.

Inicialmente é importante ressaltar que a formação dos orientadores bem como seus interesses de pesquisa, por vezes, delineiam vigorosamente as possibilidades de investigação por parte dos mestrandos. A forte tendência para as pesquisas na área de Psicologia escolar e educacional, de certo modo desfocada da nomenclatura do referido eixo, pode indicar um movimento de que as grandes teorias explicativas da aprendizagem e do desenvolvimento humano já não se mostram suficientes para pensar sobre o fenômeno educativo. As investigações têm buscado o campo educacional, considerando também o trabalho do psicólogo nesse âmbito e os conhecimentos necessários para a formação e a atuação desse profissional. A Psicologia escolar e educacional é uma área que tem crescido, o que pode ser visto pelo grande número de estudos e publicações e, nesse sentido, tem procurado estabelecer a identidade do profissional que atua nessa seara e divulgar as efetivas possibilidades de intervenção no contexto da educação6.

Se, como afirma Bourdieu, citado por Thiollent (1987, p. 44), "toda técnica é uma teoria em atos", todo fazer profissional está relacionado dialeticamente a determinadas elaborações teóricas. Assim, a produção acadêmica viva, que se dá em permanente e estreita ligação com as demandas da sociedade, acaba por acompanhar tal sociedade. Destaca-se que a produção do Pgpsi mostra que há uma atenção para as questões sociais atuais, como a institucionalização de crianças e a relação entre Psicologia e Arte, por exemplo, o que é fundamental tanto para os mestrandos como para a universidade e a comunidade que pode se beneficiar com tais produções. Consideramos, ainda, que as dissertações têm conseguido dialogar com as questões educacionais brasileiras mais relevantes, tanto no sentido de respaldar ações interventivas quanto se pensando na própria instituição em que o Programa está alocado.

Professores orientadores/pesquisadores que se dedicam a formar pesquisadores em nível stricto sensu precisam ter clareza acerca da árdua tarefa a que se dedicam, que também envolve, para além da produção de uma dissertação ou tese, a apropriação de um referencial teórico, a aprendizagem de uma proposta metodológica coesa e uma postura ética perante o objeto de estudo e a sociedade.

 

 

Referências

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Texto recebido em setembro 2011 e aprovado para publicação em dezembro de 2013.

*Doutora em Educação pela Unicamp. Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia. Endereço: Avenida Pará, 1720, bloco 2C - Campus Umuarama, Uberlândia-MG. CEP 38400-902. Telefone: (34) 3218-2235. E-mail: silvia_ufu@hotmail.com.
** Mestra em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: fabi.marquesb@hotmail.com.
*** Mestra em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: luciana_udi@hotmail.com.
**** Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: victormunizmail@yahoo.com.br.
1 O Mestrado em Psicologia Aplicada da UFU é dividido em eixos de pesquisa, que serão explicados a seguir.
2 O Conselho Universitário é o órgão máximo de função normativa, deliberativa e de planejamento da UFU.
3Atualmente conta com sete bolsas Capes/DS e três bolsas da Fapemig designadas a alunos que satisfaçam aos critérios de mérito e carência econômica.
4O Vocabulário de Termos em Psicologia, criado em 1974, permite uma busca eficiente de documentos na área e usa somente uma forma de indexação. Oferece o termo principal e a versão em inglês de 6.361 descritores incluídos, o que permite a incorporação de novos termos, bem como a revisão e atualização de outras relações existentes. Recuperado a partir de http://www.bvs-psi.org.br/php/level.php?lang=pt&component=17&item=124
5É importante ressaltar que esse referencial teórico é apenas uma dentre as possibilidades de fundamentação teórica que permitem um olhar ampliado sobre as questões educacionais.
6Nesse sentido, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (2013) elaborou um folheto intitulado "Orientação sobre as atribuições do(a) psicólogo(a) no contexto escolar e educacional", o qual está disponível em http://www.crpsp.org.br/ portal/midia/fiquedeolho_ver.aspx?id=72

 

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