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Psicologia em Revista

Print version ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.25 no.3 Belo Horizonte Sept./Dec. 2019

http://dx.doi.org/10.5752/P.1677-1168.2019v25n3p942-959 

ARTIGOS

DOI - 10.5752/P.1678-9563.2019v25n3p942-959

 

Internet e adolescência: uma intervenção com os adolescentes, pais e professores1

 

Internet and adolescence: an intervention with teenagers, parents and teachers

 

Internet y adolescencia: una intervención con adolescentes, padres y profesores

 

 

Tamara Raquel Fim*; Fernanda Aparecida Szareski Pezzi**

 

 


Resumo

Este artigo consiste num relato de experiência de uma prática profissional que teve como objetivo analisar a influência do uso da internet na adolescência, na percepção de adolescentes, pais e professores. A intervenção foi realizada por uma psicóloga numa escola estadual de um Município do Estado do Rio Grande do Sul. Participaram 15 adolescentes, 14 pais e 9 professores. Como metodologia, utilizou-se de rodas de conversas e dinâmicas em que os participantes puderam expressar e refletir sobre o papel da internet em suas vidas. Desse modo, constatou-se que a internet ocupa um lugar de grande relevância na vida dos adolescentes, tornando-se uma ferramenta essencial na cena familiar e escolar. Pais e professores também fazem uso dessa tecnologia, embora estabeleçam com ela uma relação mais cuidadosa e responsável. A intervenção mostrou-se pertinente, pois possibilitou a discussão sobre essa temática tão presente no atual contexto histórico e cultural.

Palavras-chave: Internet. Adolescência. Pais. Professores. Prática profissional.


Abstract

This article includes the report of an experience of a professional practice that aimed to analyze the influence of Internet use in adolescence, in adolescents’, parents’ and teachers’ perception. The intervention was carried out by a psychologist at a state school in a city in the state of Rio Grande do Sul. The participants included fifteen (15) adolescents, fourteen (14) parents and nine (9) teachers. As methodological procedures we used chat meetings and group dynamic where participants were able to express and reflect on the role of the Internet in their lives. Thus, it was found that the internet holds a place of great importance in the lives of teenagers, becoming an essential tool in the family and school scenario. Parents and teachers also make use of this technology, although keeping a more careful and responsible relationship with it. The intervention proved to be relevant, because it made possible the discussion on this topic so present in the current historical and cultural context.

Keywords: Internet. Adolescence. Parents. Teachers. Professional practice.


Resumen

Este artículo consta de un relato de experiencia de una práctica profesional que tuvo como objetivo analizar la influencia del uso de Internet en la adolescencia, en la percepción de los adolescentes, sus padres y profesores. La intervención se llevó a cabo por una psicóloga en una escuela pública, en una ciudad del estado Rio Grande do Sul. Participaron 15 adolescentes, 14 padres y nueve profesores. La metodología utilizada fue conversaciones y dinámicas en las que los participantes fueron capaces de expresar y reflexionar sobre el papel de Internet en sus vidas. De este modo, se descubrió que Internet ocupa un lugar de gran importancia en la vida de los adolescentes, convirtiéndose en una herramienta esencial en el ámbito familiar y escolar. Los padres y profesores también utilizan de esta tecnología, a pesar de establecer con ella una relación de más cuidado y más responsable. La intervención resultó ser relevante, ya que hizo posible la discusión sobre este tema tan presente en el contexto histórico y cultural actual.

Palabras clave: Internet. Adolescencia. Padres. Profesores. Práctica profesional.

1. INTRODUÇÃO

Tem-se assistido progressivamente à proliferação dos sistemas de rede, particularmente da internet, observando-se, nos últimos anos, a emergência de um campo de relações cibernéticas entre pessoas com os mesmos interesses, mas, muitas vezes, geograficamente dispersas (Assunção & Matos, 2014). As mídias sociais e a internet mudaram a natureza das relações entre as pessoas, que, desde seu aparecimento, atraíram muitos adeptos os quais as integraram em suas vidas diárias. Assim, torna-se relevante refletir sobre este momento em que se vive um modo inédito de socialização e individuação (Assunção & Matos, 2014).

Com o avanço das redes sociais, surgiram diferentes formas de comunicação, como o Facebook, Google Plus, Twitter e Instagram, que têm cada vez mais adeptos, especialmente os adolescentes (Mesquita, 2015). Nesse contexto, os adolescentes são considerados como "nativos digitais" (Prensky, 2001), pois "nasceram e cresceram com as tecnologias digitais presentes em sua vivência, não necessitando do uso de papel nas tarefas com o computador" (p. 1). Eles detêm o domínio da linguagem dos hipertextos (links) e são capazes de realizar várias tarefas simultaneamente.

Diferentemente das gerações anteriores, a internet ofereceu ao sujeito contemporâneo as mais variadas possibilidades, uma vez que ultrapassar as fronteiras das realidades geográficas, sociais, culturais, profissionais e afetivas se tornou simples e corriqueiro. Em contraste a isso, o adolescente precisa lidar com questões e exigências atuais.

Diante desse cenário de inovações tecnológicas, é necessário considerar as peculiaridades da adolescência. Fase da vida, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no período dos 10 aos 19 anos de idade, e, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), dos 12 aos 18 anos. Nesse sentido, convém destacar que os critérios explicativos para demarcar e conceituar esse período são distintos em cada cultura, tendo em vista a complexidade que ela representa em termos de desenvolvimento humano (Verza, 2008). De acordo com Zimerman (1999) e Calligaris (2011), pode-se afirmar que a adolescência é marcada por mudanças de ordem biopsicossociais, caracterizada por rupturas e aprendizados, ritos de passagens e busca por pertencimento a algum grupo fora do âmbito familiar.

A adolescência não deve ser vista apenas como uma passagem para a vida adulta. A criança entra na adolescência com muitos conflitos e incertezas e precisa sair dela com sua maturidade estabilizada, com caráter e personalidade adultos. (Aberastury & Knobel, 1981). É impossível pensar em uma única adolescência, de caráter universal. Trata-se de um fenômeno psicológico e social, constituído histórica e culturalmente, nomeado como tal no século XX, sendo caracterizada como um processo de transição entre a infância e a vida adulta (Verza, 2008).

Trata-se de um período que não se pode acelerar, adiantar ou impedir, pois é necessário para alcançar o amadurecimento. Calligaris (2011) considera a adolescência como moratória, ou seja, como uma espera. "Há um sujeito capaz, instruído [. . .] pela escola, pelos pais, pela mídia, para adotar os ideais da comunidade" (Calligaris, 2011, p. 15). O sujeito se torna adolescente quando, apesar de seu corpo e seu espírito estarem prontos para a competição, não é reconhecido como adulto. Por mais um tempo, ficará sob a tutela dos adultos, preparando-se para o sexo, o amor e o trabalho. A autorização para viver tudo que lhe foi ensinado é postergada. E o tempo de suspensão é a adolescência (Calligaris, 2011). Entretanto apenas a passagem do tempo não é suficiente para que essa fase transcorra de maneira adequada; a provisão do ambiente (família, escola e cultura) é imprescindível na sustentação das demandas do adolescente.

Assim, o advento da tecnologia e a grande quantidade de informações têm propiciado alterações significativas no modo de ser e estar no mundo, ou seja, nos valores éticos, morais, sociais e na qualidade das inter-relações na atualidade. O que não significa que os jovens de tempos passados atravessavam a adolescência sem enfrentar transformações, conflitos e dificuldades. Cada geração defrontase com as questões peculiares da realidade social na qual está inserida (Shibuya, 2012), e, no mundo atual, a internet perpassa o desenvolvimento de muitos adolescentes.

Pela internet, o adolescente tem acesso a uma quantidade de informações quase inesgotáveis. Conecta-se ao mundo, sem delimitação de fronteiras físicas. A internet não só revolucionou as diferentes tecnologias, mas também modificou as configurações sociais em que as pessoas vivem, a forma como o percebem e, principalmente, sua forma de ser (Nicolaci-da-Costa, 2005). Antes, os espaços estavam bem demarcados: interno e externo. Hoje, entretanto, movimenta-se num espaço virtual, no qual o mundo das relações pessoais não é mais o mesmo, tendo em vista que a internet possibilitou novas formas de relações entre pessoas de diferentes lugares, modificando consequentemente o comportamento das pessoas. "O virtual existe sem estar presente" (Lévy, 1999, p. 48), possibilitando que as pessoas se aproximem independentemente da sua localização geográfica.

Nos últimos anos, alguns estudiosos (Assunção & Matos, 2014; Lévy, 1999; Prensky, 2001; Verza, 2008) têm-se debruçado sobre as transformações que a internet introduziu no quotidiano dos indivíduos e sobre as consequências psicológicas e sociais dessas mudanças. Os dados encontrados têm sido divergentes, sobretudo no que se refere às questões da promoção da sociabilidade ou da alienação social. Assunção e Matos (2014) mostraram que existe uma associação positiva ao nível da interação social, permitindo a comunicação com outros e com o mundo. Enquanto que Kraut et al. (1998) sugerem que há essencialmente consequências negativas, retirando seus utilizadores de situações sociais genuínas.

Diante dessas mudanças que acontecem em tempo real, o computador, smartphone, tablets conectados à internet se tornaram, para muitos, um companheiro fiel, sobretudo para o adolescente que parece usá-la como recurso indispensável. Essa nova forma de comunicação amplia a discussão sobre a construção do laço social na Contemporaneidade. Estar em rede (virtual) se tornou uma nova forma de se orientar, de estabelecer laço com o semelhante.

Para Nicolaci-da-Costa (1998, p. 12), "Os jovens se adaptam às mudanças com mais naturalidade do que as gerações anteriores que não querem abandonar a segurança dos referenciais já conhecidos". Onde o mundo da internet proporciona aos internautas um estilo de vida em constante transição, a qual é indiscutivelmente acelerada entre o virtual e o real.

De acordo com Bauman (2001), na Contemporaneidade, as pessoas têm se ocupado delas mesmas, dos afazeres e das correrias, muitas vezes impostas pelo próprio discurso social. Essa tarefa de cuidar de si mesmo é tão fatigante que as pessoas não se arriscam assumir compromissos sólidos e duradouros com o próximo. Nesse contexto, intervir nesse mundo habitado por adolescentes, máquinas, conexões, posts, trocas, discussões é essencial para se entender o mundo que se construirá e os sujeitos que dele farão parte, considerando que tal intervenção não ocorrerá passivamente, pois, conforme se intervêm e se propõe a pensar sobre tal assunto, algo já está sendo produzido.

O papel dos pais e professores é indispensável para o uso correto dos aparelhos eletrônicos, pois são essas pessoas que ensinarão aos jovens, por meio de exemplos e do bom uso, os perigos e limites a serem respeitados nas redes virtuais, bem como na internet como um todo (Souza & Souza, 2010). A orientação possibilita ao adolescente saber distinguir os males e benefícios que a internet e as redes sociais virtuais lhe oferecem.

Tais recursos estão disponíveis e acessíveis para as pessoas, com seus pontos positivos e negativos, e os adolescentes estão cada vez mais imersos nesse mundo digital. Uma forma de se posicionar perante os jovens é dominando esse mundo no qual eles já nasceram inseridos. A linguagem dos adolescentes na Contemporaneidade é a linguagem do virtual, do digital, da rapidez. Manterse informado e atualizado sobre o mundo é uma das formas de se "conectar" socialmente com os adolescentes. Diante desse cenário, o objetivo deste estudo consiste em descrever uma prática profissional desenvolvida em uma escola estadual, com o intuito de analisar a influência do uso da internet na adolescência, na percepção dos adolescentes, pais e professores.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um relato de experiência acerca de uma prática profissional realizada por uma psicóloga, durante o Curso de Especialização em Desenvolvimento da Infância e Adolescência. A intervenção desenvolvida versou sobre a influência do uso da internet na adolescência. Participaram 15 adolescentes com idade entre 13 e 17 anos, alunos do 1º ano do ensino médio da rede pública estadual de um município do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A intervenção também foi composta por 14 pais dos adolescentes e ainda por 9 professores desses alunos.

Inicialmente foi efetuado o contato com a coordenação pedagógica e a direção da escola para a apresentação da proposta da prática. Mediante a aceitação da proposta, foi assinado o termo de concordância da instituição pela direção da escola. Posteriormente, a proposta foi apresentada aos adolescentes e, a partir da disponibilidade e interesses de participação destes, assinaram um termo de assentimento, e o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foi assinado pelos pais, autorizando a participação desses alunos. Aos pais e professores também se apresentou a proposta e foi assinado o TCLE. A intervenção foi composta pelo total de 10 encontros, sendo que 7 foram realizados com os adolescentes, 2 com seus respectivos professores e 1 com os pais desses alunos. Durante a realização da prática profissional, observaram-se os princípios éticos necessários nas intervenções que envolvem seres humanos.

Para a realização dos encontros, foram empregados diferentes instrumentos, como um questionário on-line, respondido pelos adolescentes, sobre o uso da internet e mídias sociais, composto por questões que envolviam o uso da internet, do computador e celular. Também rodas de conversas, a fim de discutirem-se questões pertinentes e ouvir a opinião dos adolescentes, pais e professores sobre o uso da internet e redes sociais. O emprego dessa metodologia participativa favorece a construção de uma prática dialógica em pesquisa, que possibilita o exercício de pensar compartilhado (Figueirêdo & Queiroz, 2012). Foram empregadas ainda dinâmicas e mídias para facilitar a discussão. A profissional fez o registro das suas observações em um diário de campo. A teoria psicanalítica foi utilizada como referência para fundamentação, realização e análise da intervenção.

3. RESULTADOS

O uso da internet por adolescentes cresce exponencialmente conforme surgem novas ferramentas e aplicativos (Shibuya, 2012). Desse modo, a prática profissional ora relatada buscou analisar a influência do uso da internet na adolescência, na percepção dos adolescentes, pais e professores. Como aponta o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, 2013), as principais atividades dos adolescentes na internet estão relacionadas às redes sociais, ao entretenimento e à busca de informações, em que a internet ajuda a ampliar as possibilidades de conhecer novas pessoas, mas também pode revelar uma exposição a situações de vulnerabilidade, caso não sejam tomados os cuidados adequados. Para os adolescentes, a internet é uma grande biblioteca; um lugar para fazer amizades, um caminho para o avanço profissional e um local que possibilita contato com outros povos (Fundo das Nações Unidas para a Infância, 2013).

Nessa perspectiva, no primeiro momento com os adolescentes, foi realizado um breve diagnóstico da realidade deles com relação ao uso da internet, por meio de um questionário on-line sobre o uso da internet disponibilizado no Google Doc, e da dinâmica "Quem sou eu". Nesta, por meio da descrição de algumas redes sociais, aparelhos eletrônicos, jogos e aplicativos da internet, os adolescentes precisavam adivinhar o item ao qual se referia e falar sobre ele. Foi possível perceber que todos os adolescentes tinham conhecimento das mídias eletrônicas e utilizavam smartphones, que tinham como condição o acesso à internet, pois não se imaginavam sem ela, sendo as demais funcionalidades do aparelho consideradas secundárias. No que se refere aos aplicativos, o WhatsApp era o mais usado, e todos participavam de algum grupo. Todos tinham uma conta no Facebook, e alguns, no Instagram. O computador era usado para acessar a internet, fazer pesquisas, entrar nas redes sociais, jogar e digitar trabalhos.

Quando questionados sobre o acesso e as publicações na internet, os adolescentes afirmaram que postavam fotos, músicas e links, eram amigos dos pais e professores, cuidando sobre quem adicionavam, que, na maioria, eram amigos ou conhecidos. Poucos tinham tablet, pois optaram em ter um telefone mais moderno. Os meninos quase todos tinham vídeo game e jogavam online. De modo geral, percebe-se que os adolescentes não fugiam ao padrão já conhecido e demonstrado pelo relatório do Unicef (2013).

A partir desse levantamento realizado com os adolescentes, pôde-se afirmar que a internet, as redes sociais virtuais tornaram-se extensões do que as pessoas são, pensam ou fazem, como explica Mesquita (2015). Nessa troca mútua, tornase cada vez mais difícil afirmar quem tem poder sobre quem, se é a tecnologia que influencia o sujeito em seu modo de ser ou se é este, por sua vez, que influencia os caminhos que definem a tecnologia. Dessa forma, pode-se considerar uma relação dialética entre o sujeito e a tecnologia.

Nessa perspectiva, buscou-se também compreender como esses adolescentes agiam e se comportavam nesse mundo virtual. Realizou-se a dinâmica da máscara. Os adolescentes deveriam produzir uma máscara, e esta deveria ser dividida ao meio, estabelecendo o lado A e o lado B. A máscara poderia ser feita como cada um preferisse. Após desenhar a máscara no lado A, eles deveriam responder "quem sou eu? Como me vejo? Como sou em casa com meus pais/ irmãos? Como sou na escola? Como sou quando estou com meus amigos?". No lado B, deveriam responder "como as pessoas acham que eu sou? Como os outros me veem? Que imagem eu passo de mim mesmo nas redes sociais, mundo virtual, na internet?".

A partir da discussão, pôde-se perceber que, mesmo afirmando assumir a mesma postura na vida real e virtual, os adolescentes se comportavam de modo diferente na internet. Demonstraram preocupação com o que as outras pessoas pensariam e, assim, acabavam modelando suas publicações de acordo com o que os outros gostavam, de forma que, por vezes, deixavam de publicar algo por medo de serem mal interpretados, ou mesmo mentiam sobre seus gostos e opiniões, para não serem criticados. A forma como se viam se mostrou diferente do que os amigos pensavam sobre eles. Nesse contexto, pode-se afirmar que o adolescente não está criando falsas imagens de si, apenas mostrando um pouco de todas as que o compõe (Cruz, 2012).

Como demonstra Tiburi (2014, citado por Gomes & Caniato, 2016, p. 139), na internet, as identidades do sujeito se fundem, confundem e difundem, os rostos e corpos desaparecem e não há pessoas concretas, mas representações e simulações baseadas em discursos. Noutra perspectiva, ao considerar a adolescência e as redes virtuais, Bach (2014, p. 45) afirma que, considerandose as questões existenciais que permeiam essa fase da vida, constata-se que os adolescentes usam esse espaço virtual como meio de se proteger do “olhar do outro, possibilitando-lhe até mesmo evitar, transitoriamente, os desafios com que a adolescência lhe confronta”, ou como meio de se autoafirmar, em que o adolescente pode ser quem é sem o risco de ser julgado por isso. Assim, a internet possibilita a simulação da vida e, para interagir no ciberespaço, os adolescentes precisam criar uma identidade adequada à comunidade virtual a que querem pertencer. Dessa forma, os adolescentes recriam-se em formato digital, incorporando características performáticas que transpareçam uma identidade socialmente desejada (Gomes & Caniato, 2016). Para os adolescentes que participaram da intervenção, ficou evidenciada essa preocupação com o olhar dos outros, especialmente o dos próprios pais.

Dando sequência à intervenção, os adolescentes assistiram a cenas do filme Homens, mulheres e filhos (dez. 2014) (Reitman, 2014). Discutiu-se o fato de o filme trazer temas como a cultura dos vídeos games, anorexia, infidelidade, a busca por fama e a proliferação de material ilícito na rede. O filme retrata a internet como principal rede de comunicação, demonstrando o quanto esta influencia a vida de seu usuário. Ele propicia a discussão sobre o lugar que as pessoas ocupam no mundo e a influência da internet e demais tecnologias na vida delas. Assim, a discussão teve como objetivo fazer com que os adolescentes refletissem sobre a função da internet na sua própria história e o modo como cada um se relaciona com essa ferramenta. Os adolescentes levantaram questões acerca do exibicionismo presente nas redes sociais e internet, por meio das "selfies". Nesse sentido, o campo virtual coloca em questão

Nosso modo de existir ante a virtualização e a espetacularização. Assim, vemos que impera, na internet, a ilusão de que tudo pode ser visto e exibido. Vivemos em um "império das sensações", que leva à seguinte situação: aquilo que não for sensação não pode existir (Gomes & Caniato, 2016, p. 137).

As reflexões tiveram continuidade a partir do curta-metragem interativo chamado Take this Lollipop (Zada, 2011), que usa o aplicativo Facebook Connect para trazer os espectadores ao filme, pelo uso de imagens e mensagens de seus próprios perfis do Facebook. Buscou-se problematizar os perigos existentes na divulgação de determinadas informações que são postadas na internet. O vídeo mostra como as pessoas podem ser vítimas das suas próprias postagens. Os adolescentes afirmaram saber dos perigos de colocar informações pessoais na internet, mas somente quando se tratava de informações diretas, como senhas, números de documentos. Quando questionados sobre publicar informações indiretas, como fotos, comentários, localização, com quem estão, estes, em sua maioria, não identificaram perigo. Apenas alguns se mostraram cautelosos quanto a divulgar qualquer informação de cunho pessoal.

Com essa experiência, foi possível constatar o quão necessário faz-se dialogar com os adolescentes acerca da internet e seu uso. Segundo Mesquita (2015), os adolescentes podem até demonstrar certo domínio sobre a vida virtual, mas, diante da infinidade de possibilidades que se apresentam para eles no contato com a internet, sempre haverá temas, assuntos, fatos a serem discutidos, seja em casa ou na escola.

O quinto encontro serviu para analisar a relação que os adolescentes vêm construindo com o tempo e espaço. Nesse encontro, assistiu-se ao vídeo All work and all play (Maciel, Liedke, & Rodrigues, 2010), e discutiu-se sobre as mudanças de gerações que ocorreram nos últimos 20 anos, a velocidade com que o tempo parece passar, a forma como administramos nosso tempo e em como o perdemos quando navegamos no mundo da internet e das redes sociais. A noção de espaço, que parece cada vez menor conforme estamos conectados com o mundo, e que as distâncias se desfazem num click, no quanto isso tudo aproximou as pessoas, os "mundos" e as culturas, mas também, por vezes, distanciou aquilo que estava perto.

Pode-se perceber que os jovens, atualmente, enquadrados pela classificação "geração Z" (Sawaia, 2010), são a descrição física do momento temporal, histórico e cultural em que vivemos. Como ensina Lévy (2011), vivemos conectados ao mundo, cuja comunicação é aberta, cujo espaço é infinito, gerando uma quebra de fronteiras, uma miscelânea de culturas. Nas palavras do autor, vivemos num ciberespaço com uma cibercultura. Ou ainda como ensina Chauí (2010), vivemos no aqui (atopia, ausência de lugar de espaço) e agora (acronia, ausência de tempo). Nesse momento, os adolescentes expressaram situações do seu contexto familiar acerca da maneira como se veem impulsionados pela dinâmica tempo-espaço.

Para Prioste (2013), o ciberespaço está assumindo o lugar do outro humano, e a economia libidinal está atravessada por objetos tecnológicos, os quais se tornam alvo de investimento libidinal para todos os membros da família. De fato, os adolescentes testemunharam um avanço muito rápido da tecnologia em menos de 15 anos. Logo, cresceram com a ideia de que tudo é muito rápido e é necessário acompanhar o ritmo desses avanços. Já seu conceito de espaço parece se limitar ao espaço existente entre si e a tela do computador e, ou, smartphone. Num click, qualquer espaço parece ser desfeito.

Segundo Gomes e Caniato (2016), o desenvolvimento da internet criou uma nova forma de organização social, deslocando as comunidades para a "rede", nas quais há uma interação diferente daquela associada à presença física imediata do interlocutor. A peculiaridade de tal interação se deve ao fato de que os perfis são elaborados pelos usuários, que se representam nas redes, independentemente de critérios de tempo e de espaço (Martino, 2010, citado por Gomes & Caniato, 2016). De acordo com Lévy (2015), o ciberespaço funciona como um novo lugar de sociabilidade, originando novas formas de relações sociais, com códigos e estruturas e específicas.

Assim, em diferentes momentos durante os encontros, buscou-se saber o que significava para eles esse momento da vida e como eram formados seus laços sociais. Para isso foi empregada a dinâmica da bola (em um círculo, quem recebe a bola precisa falar) e a atividade do desenho de duas árvores, uma com as pessoas importantes da família e outra com os amigos.

Os adolescentes relataram que a adolescência não é uma fase fácil e justificaram que ser adolescente é estar sob pressão constante dos amigos, pais, sociedade. Se, por um lado, a internet facilitou a vida dos adolescentes porque podem encontrar nela todo tipo de informação, também dificultou, pois os pais também encontram informações na internet e, por vezes, questionam o jovem sobre sexo, drogas, festas, que eles não querem ou não se sentem preparados para responder. Os adolescentes também afirmaram ter vergonha do que os pais escrevem nas redes sociais, por isso alguns têm os pais no grupo "restrito" do Facebook. Nesse sentido, é possível remeter esse comportamento ao que diz Backes (2004) ao considerar que a adolescência envolve a passagem do familiar ao social, em que o sujeito precisa falar em nome próprio, numa reelaboração do espelho e reaparecimento das resoluções simbólicas edipianas. Se o estádio do espelho oferecia a sustentação pela voz e olhar do outro primordial, a adolescência incluirá o outro de outro sexo, que jogará papel fundamental nas novas identificações (Backes, 2004).

No que se refere a seus laços sociais, pôde-se perceber que, para a maioria dos adolescentes, a família, o namorado, a namorada e os amigos eram considerados como as pessoas mais importantes para eles, o principal vínculo afetivo e laço social. Os adolescentes tinham mais amigos na vida real que na virtual. A maioria dos amigos da vida real eram também os do meio virtual, de maneira que poucos amigos eram exclusivos das redes sociais (que moravam longe, amigos de jogos). Nesse contexto, para Lévy (2011, p. 11), as redes sociais virtuais foram um importante fator de aproximação entre os que estão longe, porque essas pessoas podem manter seus laços sociais por meio de trocas de mensagens ou informações no espaço virtual.

Diante da multiplicidade como dimensão subjetiva, na atualidade, os adolescentes parecem ser acometidos por uma desorientação e um desamparo (Gomes & Caniato, 2016). Para Minerbo (2009, citado por Gomes & Caniato, 2016, p. 141), essa falta de suporte e de amparo faz com que os adolescentes tenham de se constituir em meio a laços simbólicos frouxos, o que dificulta a internalização de referências identitárias estáveis e, com isso, identificações pouco consistentes. Esse cenário oferece aos adolescentes a possibilidade de "serem autores" de sua identidade, o que constitui uma forma inédita de protagonismo, que pode ser observada no uso que os adolescentes fazem das redes sociais na internet. Ainda de acordo com Minerbo (2009, citado por Gomes & Caniato, 2016, p. 141), a experiência de "ser" dos adolescentes na atualidade não provém da interioridade, mas sim da construção de uma forma de identidade baseada nos signos produzidos e oferecidos pela sociedade de consumo. Ao contrário da subjetividade moderna, na qual os indivíduos sentiam que eram produto de seu meio e tinham uma experiência subjetiva de identidade clara, em um movimento "de dentro para fora", na subjetividade contemporânea, é o estilo de vida que determina os modos de ser, em um movimento "de fora para dentro".

No último encontro com os adolescentes, buscou-se fazer um fechamento das discussões sobre o que a internet representava na vida de cada um, bem como os alertar sobre os crimes virtuais. Para isso, foi realizada a leitura de um texto sobre a história da internet e sobre os crimes virtuais. Os adolescentes produziram cartazes sobre o tema. Em geral, eles demonstraram saber sobre os crimes, mas acreditavam que jamais aconteceriam com eles, que bastaria um bom antivírus para protegê-los. Quanto à representatividade da internet para os adolescentes, eles disseram que representa, acima de tudo, "vida", pois não saberiam viver sem ela, entre outras coisas como: economia de tempo, amizades, mundo, poder, dinheiro, inovação, evolução, pesquisa e conhecimento. Ressaltou-se a importância de incentivar um maior conhecimento sobre o mundo virtual, pois, além de trazer muitos benefícios ao homem, a internet também resultou em alguns malefícios, que começam a aparecer quando ela não é usada de forma correta, cujo conhecimento contribuiria para um melhor uso.

Após o término da intervenção com os adolescentes, ocorreu o encontro com os pais. Nesse momento, trabalhou-se com as características da adolescência, os benefícios e malefícios da internet e, posteriormente, abriu-se espaço para que os pais falassem um pouco de suas experiências com o mundo virtual. O que pôde ser percebido foi que estes não sabiam como se posicionar acerca do uso da internet. Apesar de ser uma ferramenta conhecida e de grande uso, os pais ainda mantinham muitas questões sobre seu uso, pouco sabiam sobre o que seus filhos faziam no mundo virtual. De forma unânime, todos os pais trouxeram que os filhos não "desgrudavam" do telefone celular; quando não estavam no telefone, estavam no computador; quando não estavam no Facebook, estavam no WhatsApp. Todos usaram a famosa frase "porque no meu tempo", referindose que, quando eles eram adolescentes, as coisas eram muito diferentes. Como os filhos, eles também “navegavam na web”, mas, de maneira mais contida, eles buscavam compreender tudo que a internet podia lhes oferecer.

Essa diferença entre pais e filhos estava no período histórico e cultural que ambos nasceram: enquanto os filhos eram nativos digitais, os pais eram imigrantes digitais. É de Prensky (2001, p. 4) essa diferenciação, em que todos os que não nasceram na era digital são tidos como imigrantes, pois ainda precisam ler manuais de instruções para saber como funciona um novo aparelho, rabiscar em papéis antes de escrever no computador; ou seja, vão se inserindo mais lentamente neste mundo virtual.

Na visão dos pais, havia muito mais benefícios na internet que malefícios. Eles concordavam que, para os filhos, ficara mais fácil realizar as pesquisas em casa. Por outro lado, os filhos acabavam se relacionando menos tempo com os pais. Quando questionados sobre o uso da internet e das redes sociais, se já tentaram dialogar com os filhos sobre essas questões, os pais disseram que sim, mas que, na prática, eles não sabiam muito o que fazer ou dizer aos filhos. Proibir o uso não dava, pois os adolescentes usariam da mesma forma, gerando talvez mais conflitos; tirar o aparelho não adiantaria, porque, quando devolvessem ao adolescente, o problema voltaria a existir. De acordo com os pais, o ideal seria conversar com os filhos e encontrarem um consenso, mas poucos realmente conseguiam convencer os filhos de que havia limites. Percebe-se que os pais temiam gerar brigas e discussões abordando essa temática.

Nesse sentido, Terres-Trindade (2014) destaca que as variáveis familiares, tais como insatisfação familiar, altos níveis de conflito interparental e entre pais e filhos, bem como práticas educativas parentais punitivas, agem como fatores de proteção ou risco para o uso consciente da internet. Assim, os pais, tentando evitar algum conflito, podem estar favorecendo o uso da internet e redes sociais, ao passo que, ao não exercer controle algum, também acabam favorecendo o uso desmedido. O segredo está em deixar claro ao adolescente o porquê de estar sendo cobrado pelo uso correto da internet, havendo um consenso entre os pais e os filhos (Terres-Trindade, 2014).

Os dois últimos encontros ocorreram com os professores. Nesses momentos, discutiu-se sobre o uso da internet, estabelecendo essa ferramenta dentro do contexto histórico e cultural atual, abordando os pontos positivos e os negativos de seu uso. Os professores foram convidados a refletir acerca do papel do educador e o uso da internet e redes sociais, se sua tarefa de educador sofreu alterações a partir do uso da tecnologia, qual o uso que vinha sendo feito da internet em sala de aula, entre outras questões. Nessa perspectiva, os professores trouxeram que a missão deles era tornar os alunos adultos pensantes, mais críticos. Mas, paradoxalmente, conforme a internet oferece mais informações, sob diferentes perspectivas, deveria emergir seres mais críticos, com diferentes visões, mas o que se via eram alguns adolescentes seguindo a lei do menor esforço, fazendo trabalhos plagiados, sem expressar o próprio ponto de vista.

Os professores que faziam uso da internet em sala de aula permitindo aos alunos realizarem pesquisas justificavam o uso dizendo que, nesses momentos, eles percebiam os adolescentes mais comprometidos com a tarefa. Já aqueles que não a usavam, afirmaram que até tentaram, mas que os alunos acabavam burlando as regras e acessando as redes sociais. De forma unânime, eles disseram que gostariam de elaborar aulas mais dinâmicas, fazer atividades práticas, mas nem sempre era possível em razão do tempo em sala de aula e dos recursos disponíveis.

Acerca do uso da tecnologia por nativos digitais e o processo de aprendizagem, Prensky (2001) destaca que as escolas descobriram que o aparato tecnológico não funcionava sozinho, que introduzir novas tecnologias na sala de aula não melhorava o aprendizado automaticamente, porque a tecnologia dava apoio à pedagogia e não o contrário. O autor usa o termo "Pedagogia de parceria" para definir um método no qual a responsabilidade pelo uso da tecnologia seria do aluno (e não do professor). Nessa perspectiva, os alunos com o conhecimento das mídias eletrônicas, que antes se limitavam a ouvir, passariam a assumir o papel de pesquisador, com a orientação e mediação dos professores.

Santos e Pacheco (2000, p. 246) referem-se à necessidade de refletir tanto sobre o ensinar como sobre o aprender, visto que ambos os processos têm características próprias, mas estão totalmente interligados. No processo ensinoaprendizagem, "O recurso computacional não traz, por si só, benefício algum". Os seres humanos sempre “serão os agentes de tais processos, os computadores, instrumentos” (Santos & Pacheco, 2000, p. 245), e complementam dizendo que os recursos tecnológicos certamente são mais ricos em potencialidades do que quadros negros, retroprojetores e livros, mas, ainda assim, da mesma forma que estes, meros instrumentos. Daí a importância dos professores e de se pensar em possibilidades de aliar a internet ao cotidiano da sala de aula

Dessa forma, por essa intervenção, foi possível constatar a forte influência que a internet vinha exercendo na vida dos adolescentes. A prática profissional proporcionou aos adolescentes reflexões sobre o uso da internet, o papel que exerciam na sua relação com esta, o quanto a tecnologia influenciava em suas vidas. Sair da posição de expectador, que apenas observava e pouco se questionava acerca da relação sujeito-internet, para protagonizar a cena, pondo-se no lugar de principal agente nessa relação. Permitiu aos pais e aos professores que estes também refletissem sobre o papel da internet em sua relação com os filhos e alunos, as facilidades e dificuldades advindas do uso da internet, e assim, as novas formas de interação e de aprendizagem; neste momento em que todos são convidados a aprender.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante ao exposto, acredita-se que a intervenção se mostrou válida para analisar o uso da internet na adolescência e sua influência na percepção dos adolescentes, seus pais e professores. Os adolescentes afirmaram não conseguir viver sem ela. E com base nisso, é importante ensiná-los que não podem agir como meros objetos, já que, nessa relação, o protagonista ainda é o ser humano. Ao adentrar essa fase da vida, o adolescente terá de aprender a se diferenciar dos pais, dos amigos, construindo sua própria identidade, baseada em valores próprios. O mesmo ocorre no trato com a internet; encontrar a sua identidade em meio a tantos outros “iguais”, construir-se diante de tantas possibilidades.

No que tange à cena familiar, cabe destacar que os pais também aderiram à internet e às redes sociais como ferramenta para facilitar algumas atividades diárias. Eles entendem a importância e as facilidades que o uso da internet e das redes pode oferecer, bem como compreendem os riscos e perigos que o mau uso pode acarretar.

A questão está no modo como podem orientar os filhos para um uso mais consciente e crítico. Abre-se espaço para um paradoxo, já que são os filhos que estão mais inseridos no mundo virtual, mas ainda é papel dos pais orientá-los, a fim de promover uma visão crítica sobre essa ferramenta.

No contexto escolar, percebe-se que a maneira de educar também se transformou, ou pede transformações. O professor, atuando dentro de um ambiente de ensino cujos membros são crianças e adolescentes, deve acompanhar as evoluções que vão surgindo, buscando inseri-las dentro do ambiente escolar.

Cabe destacar que muitos desafios serão impostos aos profissionais que estudam o comportamento humano, bem como aos pais, aos alunos e aos professores, pois, enquanto o ser humano evoluir, a tecnologia evoluirá também, que, por sua vez, levará a uma maior evolução do homem, e assim por diante; o ciclo é infinito. Uma estratégia importante é o diálogo e a produção de momentos de reflexão como proposto nesta prática, a fim de estabelecer uma relação saudável entre o ser humano e a tecnologia.

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Texto recebido em 9 de julho de 2016 e aprovado para publicação em 4 de novembro de 2016.

 

 

*Especialista em Desenvolvimento da Infância e Adolescência pela Setrem, psicóloga.E-mail: tami-f@hotmail.com.
** Mestra em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo–RS, Brasil; professora no curso de graduação em Psicologia da Setrem; psicóloga.E-mail: nandaszareski@yahoo.com.br.
1Artigo derivado da Especialização em Desenvolvimento da Infância e Adolescência, realizada na Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem). Três de Maio-RS, Brasil.

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