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Psicologia em Revista

versão impressa ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.26 no.1 Belo Horizonte jan./abr. 2020

 

EDITORIAL

 

 

Psicologia em Revista, comprometida com a pluralidade de perspectivas teóricas e metodológicas, apresenta, neste primeiro número de 2020, um conjunto de 15 artigos que trazem uma rica diversidade temática. O primeiro relata a pesquisa da história de duas instituições asilares, uma psiquiátrica e outra prisional, de uma cidade do interior catarinense, de modo a resgatar memórias singulares e coletivas.

As idades da vida são contempladas em três artigos. O primeiro trata das significações da infância nas letras das músicas de Chico Buarque; o segundo discute prevalência do adultocentrismo e a desconsideração da perspectiva da criança diante da possibilidade de sua adoção, mostrando os descompassos desses atravessamentos na construção dos vínculos entre pais e filhos; o terceiro discute, à luz das representações sociais, as relações intergeracionais entre jovens e idosas.

A pesquisa de revisão bibliográfica é objeto de três artigos: um que se detém nos próprios métodos de revisão bibliográfica dos estudos científicos; outro que apresenta uma revisão dos estudos sobre a produção brasileira acerca das relações entre as habilidades sociais e a saúde mental; e o terceiro, que traz uma revisão de literatura sobre os estudos realizados à luz da psicanálise, sobre os adolescentes que receberam medidas socioeducativas em decorrência do cometimento de atos infracionais.

No campo da saúde mental, temos um artigo com um relato sobre os resultados da investigação sobre a disponibilidade de pessoas, que fizeram uma tentativa de autoextermínio, de continuarem em tratamento.

A problemática da violência contra a mulher é abordada em dois artigos. O primeiro discute as motivações e expectativas de mulheres em situação de violência que buscam a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, no momento de formalização da denúncia a seus agressores. O segundo busca discutir o enfrentamento da violência contra a mulher por meio das estratégias de trabalho das equipes de saúde da família.

A história de vida uma professora, sobre seu processo de construção identitária, é apresentada em outro artigo. O texto enfatiza a imaginação no processo narrativo.

As reflexões sobre a condição da mulher são objeto de dois artigos traçados com base em distintas abordagens psicanalíticas. Um destaca a presença da mulher na teoria lacaniana, tendo em vista a relação com a mãe, a relação com o desejo da mãe e nas parcerias amorosas. Já em outra vertente psicanalítica, são tomadas as contribuições Karen Horney para a compreensão da feminilidade e da monogamia nos relacionamentos amorosos.

Fecham o rol dos 15 artigos os possíveis diálogos entre a teoria da subjetividade e a teoria da Psicologia sociocultural, e a cirurgia bariátrica como técnica biopolítica de produção de corpos dóceis, discutida em seus efeitos disciplinares.

Na Sessão aberta, publicamos a tradução de Bodies in plural: towards na anarcha-feminist manifesto, de autoria de Chiara Bottici.

Integra ainda este número o dossiê Resistência e criação: micropolítica das violências e subjetivação do medo no contexto da ciência e da democracia.

A diversidade teórico-metodológica das temáticas pesquisadas convida os leitores, as leitoras ao diálogo interdisciplinar.

Boa leitura!

A Comissão Editorial.

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