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Psicologia em Revista

versión impresa ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.26 no.1 Belo Horizonte ene./abr. 2020

http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2020v26n1p101-124 


ARTIGOS

DOI - 10.5752/P.1678-9563.2020v26n1p101-124

 

Habilidades sociais e saúde mental: um estudo bibliométrico da produção brasileira

 

Social skills and mental health: a bibliometric study of the brazilian production

 

Habilidades sociais e saúde mental: um estudo bibliométrico da produção brasileira

 

 

Nádia Prazeres Pinheiro-Carozzo*; Jaqueline da Cruz Rossi**; Gisele Silva Sá***

 

 


Resumo

Um repertório elaborado de habilidades sociais (HS) favorece as relações interpessoais de pacientes psiquiátricos, prevenindo recaídas e reinternações. Por outro lado, o déficit em HS pode constituir sintomas, efeito ou fator de risco para o desenvolvimento de quadro psicopatológico. Este estudo realiza uma análise bibliométrica da produção acadêmica brasileira que relaciona habilidades sociais e saúde mental. Após a análise de 66 estudos, indica-se que a maioria foi publicada em forma de artigos científicos de dupla autoria, com concentração da produção entre os anos de 2009 e 2014, decorrente de pesquisas realizadas em instituições públicas localizadas no eixo Sul/Sudeste do Brasil. Percebe-se, ainda, maior frequência de estudos de correlação entre HS e sintomas de transtornos psiquiátricos, com amostra universitária e grupos clínicos e com o uso do Inventário de Habilidades Sociais (IHS) Del Prette.

Palavras-chave: Habilidades sociais. Saúde mental. Estudo bibliométrico.


Abstract

Social skills may favor the interpersonal relationship of psychiatric patients, preventing relapses and readmissions; on the other hand, a deficit in social skills (SS) may set up symptoms, effects or risks to the development of psychopathologies. This study develops a bibliometric study of the Brazilian academic production about social skills and mental health. After analyzing sixty-six studies, results indicate that most of the studies were published as scientific articles of dual authorship; the production concentrates between the years 2009 and 2014, coming from researches carried out at public institutions located in South/Southeast regions of Brazil. Moreover, it is noticeable a higher number of studies approaching the correlation between social skills and symptoms of psychiatric disorders in university and clinical sampling populations and the application of the Social Skills Inventory - Del Prette SSI.

Keywords: Social skills. Mental health. Bibliometric study.


Resumen

Las habilidades sociales favorecen las relaciones interpersonales de los pacientes psiquiátricos, previniendo recaídas y reingresos; por otro lado, su déficit puede constituirse en síntoma, efecto o riesgo para el desarrollo de cuadro psicopatológico. Este trabajo realiza un estudio bibliométrico de la producción académica brasileña que relaciona habilidades sociales y salud mental. Tras el análisis de 66 estudios, los resultados indican que la mayoría de los estudios fue publicada en forma de artículos científicos de doble autoría, con la concentración de la producción entre los años 2009 y 2014, decurrentes de pesquisas conducidas por las instituciones públicas ubicadas en el Sur/Sureste de Brasil. Además, se señala que la producción se concentra en estudios de correlación entre HS y síntomas de trastornos psiquiátricos en la población universitaria y en la población clínica, y la preferencia por el instrumento Inventario de Habilidades Sociales (IHS) Del Prette.

Palabras clave: Habilidades sociales. Salud mental. Estudio bibliométrico.


 

 

1. INTRODUÇÃO

A socialização, as interações e as relações sociais são fatores que garantem a saúde mental e o desenvolvimento saudável dos indivíduos (Del Prette & Del Prette, 2012). Para lidar adequadamente com tais demandas, o indivíduo carece de um repertório elaborado de habilidades sociais (HS), que, por sua vez, são classes de respostas e comportamentos que favorecem o convívio social (Del Prette & Del Prette, 2001). As HS abrangem um repertório comportamental, constituído de diversas classes e subclasses que foram sistematizadas por Del Prette e Del Prette (2014) como habilidades de comunicação, habilidades de civilidade, habilidades assertivas de enfrentamento ou defesa de direitos e de cidadania, habilidades empáticas, habilidades sociais profissionais ou de trabalho, habilidades sociais de expressão de sentimento positivo e automonitoria.

Nesse sentido, as HS têm como objetivo completar exitosamente uma tarefa social (Del Prette & Del Prette, 2009), resolver problemas imediatos e minimizar futuros (Caballo, 2003). Portanto elas promovem a adaptação social e proporcionam uma melhor qualidade das relações interpessoais (Del Prette & Del Prette, 2014), com reflexos na saúde e, portanto, na saúde mental, que

É uma parte integrante da capacidade de um indivíduo para ter uma vida plena, incluindo a capacidade de estabelecer e manter relações, estudar, trabalhar e ter momentos de lazer, e para tomar decisões sobre a educação, emprego, a habitação, bem como fazer outras escolhas (World Health Organization, 2013, p. 7, tradução nossa) 1.

O déficit no repertório de HS está correlacionado, de maneira positiva e significativa, com uma variedade de problemas psicológicos e síndromes clínicas (Del Prette & Del Prette, 2012). Segundo Argyle (1984), os pacientes psiquiátricos são particularmente sensíveis a situações sociais negativas, especificamente àquelas que carecem de enfrentamento, tais como a que deve abordar conteúdos pessoais, conflituosos ou críticas. Assim, a dificuldade em interagir e manter relações sociais interfere no funcionamento social, dificultam a des-hospitaliazação, aumentam índices de re-hospitalização e comprometem a reinserção social (Lieberman et al., 1984; Bellack, Morrison, Mueser, & Wade, 1989; Patterson, Moscona, McKibbin, Davidson, & Jeste, 2001; Bandeira, 2003).

Del Prette, Ferreira, Dias e Del Prette (2015) destacam três tipos de relação entre os déficits em HS e a saúde mental:

a) constitui um risco ou fator de vulnerabilidade para o desenvolvimento de problemas psicossociais ou transtornos psicológicos;
b) fazem parte de sintomas ou critérios diagnósticos de diferentes transtornos; e
c) aparecem como efeito do quadro psicopatológico.

Uma das alternativas para prevenir e minimizar essa relação é o uso de intervenções para a aprendizagem das HS em diferentes grupos e ambientes, com objetivos em três níveis: prevenção primária, prevenção secundária e prevenção terciária. A primária visa a minimizar as chances de problemas futuros para pessoas expostas a algum fator de risco. A secundária visa a lidar com problemas de pessoas já acometidas por algum fator de risco. Enquanto a terciária visa a minimizar as consequências dos déficits em HS em pessoas sem perspectiva de "cura" (Murta, 2005). Configuram-se num auxílio no incremento do repertório socialmente habilidoso, melhorando as relações interpessoais, promovendo desenvolvimento e bem-estar dos indivíduos (Del Prette & Del Prette, 2014). Além de diminuir o número e a gravidade das re-hospitalizações (Donahoe & Driesenga, 1988) e diminuir impacto de futuros eventos estressantes (Lieberman et al., 1993).

Diversos autores brasileiros, conscientes dessa relação entre saúde mental e habilidades sociais, têm desenvolvido estudos nessa interface do conhecimento, envolvendo variáveis como estresse (Murta & Troccoli, 2009; Menkes, 2012; Samora & Silva, 2014), problemas físicos de saúde (Martin, 2011; Dascanio, 2012; Ferreira & Del Prette, 2013), uso, abuso e, ou, dependência de substâncias químicas (Costa, 2012; Cunha, Peuker & Bizarro, 2012; Francischetto & Soares, 2015), fobia social (Rocha, 2012), fibromialgia e dor crônica (Penido, 2004); depressão (Fernandes, Falcone, & Sardinha, 2012; Bolsoni-Silva & Guerra, 2014; Campos, Del Prette & Del Prette, 2014; Feitosa, 2014), entre outras.

O objetivo deste estudo foi realizar uma análise bibliométrica para caracterizar a produção acadêmica brasileira que relaciona as habilidades sociais e o campo da saúde mental, segundo aspectos de origem institucional do estudo, ano de publicação ou defesa, quantidade de autor(es), modalidade de estudo (tese, dissertação ou artigo científico) e categoria de estudo (teórico, correlação, caracterização, intervenção, construção/validação de instrumentos ou outros). Entende-se que esse tipo de estudo permite aos pesquisadores identificar lacunas na produção bem como indica futuras linha de pesquisa e fomenta o desenvolvimento de novas investigações, modelos, programas e técnicas de promoção, prevenção e intervenção em saúde mental com foco no desenvolvimento de HS.

2. MÉTODO

Este estudo constitui-se de uma revisão bibliométrica da produção em habilidades sociais (HS) e saúde mental. Revisão que, utilizando-se de viés quantitativo de análise, tem como objetivo mapear a produção e apresentar o estado da arte a partir de mensurações e análises estatística (Vosgerau & Romanowski, 2014).

2.1. Base documental

Compuseram a amostra desta pesquisa 66 estudos. Como critérios de inclusão, os estudos precisavam estar escritos em português, seus autores afiliados a instituições brasileiras e atender conceitualmente aos descritores. Como critérios de exclusão, artigos em outro idioma, autores brasileiros afiliados a instituições estrangeiras e pesquisa executada fora do Brasil.

2.2. Procedimentos de coleta de dados

A coleta de dados ocorreu no período de abril a agosto de 2015. Consistiu-se de quatro etapas e envolveu dois tipos de estudo (figura 1).

1ª etapa: levantamento na plataforma de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do período de 1987 a 2012, período disponível durante a busca.

2ª etapa: levantamento em bases de dados digitais: periódicos indexados nas bases de dados Lilacs, Scielo, Index-Psi/Periódicos e Pepsic. Para as buscas nas bases de dados, foram utilizados os descritores: "habilidades sociais", "assertividade", "empatia", "treinamento em habilidades sociais", "treinamento assertivo", "competência social" combinados em pares com os descritores "saúde mental" e "higiene mental", que deveriam estar contidos no título e, ou, resumo do estudo.

3ª etapa: triagem a partir da leitura do título e resumo dos estudos para avaliar a inclusão dos mesmos. Foram excluídos artigos que não se enquadravam conceitualmente nas categorias (descritores) ou que atendiam a um dos critérios de exclusão. Em seguida, foram excluídos os artigos que se repetiam nas bases de dados bem como artigos frutos de teses e dissertações já recuperadas na plataforma CAPES. Estes foram contabilizadas apenas uma vez na categoria tese ou dissertação.

4ª etapa: leitura dos artigos triados para análise dos indicadores bibliométricos.

 

 

2.3. Procedimento de análise dos dados

De posse dos 66 artigos inclusos no estudo, para fins de categorização, os materiais foram lidos na íntegra. Foi realizada análise orientada pelos seguintes indicadores bibliométricos: origem institucional do estudo; ano de publicação ou defesa; quantidade do(s) autor(es); modalidade de estudo (se tese, dissertação ou artigo científico); e tipo de estudos: se (1) teóricos, (2) caracterização e, ou, correlações, (3) intervenções, (4) construção, adaptação e validação de instrumentos, e (5) outras. Definições de categorias semelhantes às apresentadas também foram formuladas por Bolsoni-Silva et al. (2006) e Teixeira (2015).

O quadro 1 apresenta os critérios para inserção dos estudos em cada uma das categorias.

 

 

Além da categorização, foi realizada subclassificação dos estudos de "caracterização", "correlação" e "intervenção". Os estudos de "caracterização" foram classificados em subcategoria de população utilizada para composição da amostra; enquanto os de "correlação", além da população, identificaram a subcategoria de variáveis correlacionadas. Já os estudos da categoria "intervenções" foram classificados em subcategorias de população, objetivo (caracterizar/avaliar um procedimento ou programa, ou caracterizar/avaliar o progresso de sujeitos pós-procedimento) e foco da intervenção (centrada no sujeito, no ambiente ou em ambos), conforme fizeram Durlak e Wells (1997) e Abreu, Miranda e Murta (2016) (ver quadro 1)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para melhor organizar a apresentação de dados e a sua discussão, esta sessão foi subdivida em três: a primeira relata e discute os dados de identificação dos estudos, são eles: origem institucional do estudo; ano de publicação ou defesa; quantidade de autor(es); modalidade de estudo (tese, dissertação ou artigo científico); a segunda parte traz a categorização dos estudos (teóricos; construção, adaptação e validação de instrumentos; e outros); e a terceira, a subcategorização dos estudos (caracterização, correlação e intervenção).

3.1. Parte I: sobre a caracterização dos estudos

Foram identificados 66 estudos, sendo, em sua maioria, artigos científicos (74,3%); em segundo lugar, dissertações de mestrado (22,7%); e, em terceiro, teses de doutorado (3%). A maior produção foi entre os anos 2009 e 2014, quando se concentraram 80,3% dos estudos, com destaque para os anos de 2012 (31,8%) e de 2014 (21,2%) que, juntos, concentram 53% de toda a produção.

Quanto à origem institucional dos autores, notou-se que 14 estudos (21,2%) foram fruto de parcerias interinstitucionais. E que a produção nacional caracterizase por se concentrar nas instituições do eixo Sul-Sudeste, com destaque para a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) (8 estudos), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) (7 estudos cada); e por ser produzida em instituições públicas (83,9%). Acerca da quantidade de autores, foi considerada somente a produção de artigos, uma vez que a escrita de dissertações e teses deve ser individual, apesar de orientada. Assim, os resultados indicam que 34,7% dos artigos foram escritos por 2 autores; 30,6% por 4 ou mais autores; 22,4% por 3 autores; e 12,3% têm autoria individual.

Percebeu-se que a maior quantidade da produção foi em forma de artigo científico publicado em revistas eletrônicas. Esse dado pode ser explicado pelo fato de que o banco de teses e dissertações da CAPES, que foi um dos buscadores utilizados para esta pesquisa, está atualizado até o ano de 2012, que coincide com o período de aumento e maior produção na temática HS e saúde mental. Isso faz com que os estudos de cursos stricto sensu elaborados nos últimos anos não tenham sido contemplados na busca. Esse aumento de pesquisas publicadas em artigos entre os anos de 2012 e 2016 faz referência ao cada vez maior grau de exigência de publicações por parte das universidades, que atrelam promoções e progressões de carreira à produção científica; e da CAPES, que utiliza esse critério, entre outros, para atribuir notas aos cursos de graduação e pós-graduação, indicando a qualidade destes.

Apesar de estarem em expansão desde o fim da década de 1990, ainda é pequeno o número de pesquisas que envolvem mais de uma instituição. A formação de redes de cooperação entre instituições de ensino, segundo Gazda e Quandt (2010), compõe um dos fundamentos do desenvolvimento científico, e os projetos e estudos do tipo interinstitucionais são formas de efetivação desse vínculo acadêmico.

Por outro lado, é mais frequente a autoria conjunta de artigos científicos, dado que pode ser discutido à luz do aumento do número de grupos de pesquisa desde a década de 1990, haja vista que pesquisadores do mesmo grupo tendem a produzir em coautoria uns com os outros. De acordo com Mocelin (2009), tal aumento no número de grupos vincula-se à

Alocação e a escassez de recursos para a pesquisa; a obrigatoriedade da inscrição dos pesquisadores, por parte das instituições de fomento à pesquisa, em grupos de pesquisa, sob a pena de não poderem participar da distribuição dos recursos; a livre formação de equipes compostas por um pesquisador e estudantes de graduação e pós-graduação; a afinidade temática; e, até mesmo, os jogos de interesse [. . .] à ampliação da concorrência no ambiente científico (p. 37).

Já a concentração de pesquisas no eixo Sul-Sudeste é histórica. Uma vez que lá se concentra a maioria dos cursos de mestrado e doutorado do Brasil – totalizando 63,2% dos programas em Psicologia em funcionamento em todo o País (consulta em Plataforma Sucupira, 2016) – é esperado que a produção acadêmico-científica, tanto em forma de teses e dissertações quanto de artigos científicos, seja maior nessas regiões.

Além disso, as instituições públicas mantêm maior produção. Duas hipóteses podem ser levantadas: a primeira é de que as instituições públicas de ensino superior adotam resoluções para promoção e progressão docente, que determinam pontuação mínima para ascensão na carreira, e um dos itens que mais pontuam é a produção em revistas científicas Qualis A a B3. A segunda hipótese reside em que a carga horária de docentes vinculados a centros universitários ou faculdades privadas é distribuída, em sua maior parte, em sala de aula, diminuindo ou comprometendo o tempo de dedicação a outras atividades, como pesquisa.

3.2. Parte II: sobre a categorização dos estudos

A tabela 1 ilustra a categorização dos estudos em razão do tipo de pesquisa e modalidade de estudo.

 

 

Na categorização dos estudos, sob o ponto de vista quantitativo, dois aspectos chamaram a atenção: a inexistência de estudos do tipo "construção e validação de instrumentos" e a ampla maioria de estudos do tipo "caracterização/correlação".

No que concerne à categoria "teóricos", totalizam cinco, todos da modalidade artigos científicos. Os trabalhos foram publicados nos anos de 2005 (1 estudo), 2012 (2 estudos) e 2014 (2 estudos). O estudo de 2005 fez uma revisão sistemática da produção nacional acerca do treinamento em habilidades sociais (THS), identificando 17 programas com predomínio de programas em grupo, no contexto clínico e com objetivo de melhoria no desempenho social (Murta, 2005). Garbin, Guilam e Pereira Neto (2012) discutiram a possibilidade de uso da internet e da inclusão digital como meio de desenvolver habilidades sociais e pessoais e "empoderamento", e, por conseguinte, promover a saúde de maneira geral. Nesse mesmo ano, Formozo, Oliveira, Costa e Gomes (2012) refletiram sobre as influências do relacionamento interpessoal, notadamente, as habilidades de comunicação e empatia, para melhorar a qualidade do cuidado em saúde. O terceiro estudo, de autoria de Feitosa (2014), trouxe uma análise da literatura e, a partir dela, concluiu que a depressão frequentemente relaciona-se com problemas interpessoais e que estes, por sua vez, devem ser trabalhados à luz do aprimoramento de HS. Já Samora e Silva (2014), após pesquisa bibliográfica, chegaram à conclusão de que indivíduos com déficits em HS têm maior propensão ao estresse.

Na categoria de "construção e validação de instrumentos", a busca não recuperou nenhum estudo. Uma hipótese provável é de que os instrumentos utilizados para avaliar HS fazem especificações quanto à idade, como no caso do Inventário de habilidades sociais (Del Prette & Del Prette, 2001) e Inventário multimídia de habilidades sociais para crianças;2 ou quanto ao gênero, como o Inventário de habilidades assertivas (Teixeira, 2015). Mas não há qualquer especificação, indicação ou restrição quanto à aplicabilidade no âmbito da saúde mental, o que, por sua vez, leva à utilização desses mesmos instrumentos e a não necessidade de elaboração de novos. Apesar da ausência de estudos, pode-se citar a presença de uma dissertação do ano de 2012 que se aproxima da categoria em questão. O estudo, entretanto, não teve como objetivo construir ou validar um instrumento, mas sim avaliar sua aplicabilidade em uma amostra de pacientes esquizofrênicos.

A categoria "outros" englobou 12 estudos. As quatro dissertações foram classificadas em "outros". Assim, verificou-se que seus autores inicialmente realizaram uma revisão de literatura, o que enquadraria o estudo na categoria "teóricos"; em seguida, foi realizada uma pesquisa empírica: sendo 1 de "caracterização", 2 de "intervenção"; e 1 de "validação de instrumento", em que a Escala Rathus de assertividade (Rathus, 1973) foi utilizada como parâmetro para investigação de evidências de validade e fidedignidade, e não como escala principal a ser estudada. Pôde-se perceber que, nos programas de pós-graduação, vem sendo estimulado o estudo bibliográfico, seja na modalidade de pesquisa bibliométrica, revisão integrativa, meta-análise ou revisão sistemática de literatura que são

Úteis para integrar as informações de um conjunto de estudos realizados separadamente sobre determinada terapêutica/intervenção, que podem apresentar resultados conflitantes e/ou coincidentes, bem como identificar temas que necessitam de evidência, auxiliando na orientação para investigações futuras (Sampaio & Mancini, 2007, p. 84).

Em relação aos oito artigos da categoria "outros", verificou-se que: 1 realizou caracterização e intervenção, enquadrando-se, portanto, em mais de uma categoria; 1 realizou correlação e testa o poder de um modelo preditivo por meio da regressão logística múltipla, não tendo HS como a principal variável; 5 realizaram programas ou processos de intervenção avaliando progressos no repertório em HS dos sujeitos envolvidos. Entretanto, como foram programas/ intervenções diversos do THS ou treino assertivo (TA), não se enquadraram na categoria "intervenção”" (verificar critérios no quadro 1). E um relatou a experiência da implantação da saúde mental como tema transversal na graduação em Medicina e, como consequência, obteve melhoras autorrelatadas no repertório de habilidades empáticas. Entretanto, pelo mesmo motivo do anterior, foi enquadrado como "outros".

Por outro lado, 54,5% dos estudos pertencem à categoria "caracterização/ correlação". Se, por um lado, unir os estudos de caracterização e correlação em uma só categoria contribuiu para o número, por outro, como ela foi submetida à subclassificação, foi possível separá-la para análise. A parte III deste artigo tratará dela detalhadamente, assim como dos estudos sobre "intervenção", que corresponderam a 21% da amostra.

3.3. Parte III: sobre a subcategorização dos estudos

3.3.1. Estudos de caracterização

O objetivo dos estudos do tipo "caracterização", inerente à sua própria denominação, é o de caracterizar o repertório de habilidades sociais de uma determinada população. Nesse sentido, cabe a análise da população. Os resultados indicaram que os estudos se concentram em três grupos populacionais: grupos clínicos, familiares e universitários (tabela 2).

 

 

As principais características populacionais dos grupos clínicos foram:

a) utilizou-se amostra de ambos os sexos, com exceção para os estudos sobre fibromialgia, cujos participantes das pesquisas são somente do sexo feminino. Isso pode ser justificado, pois a fibromialgia é uma doença mais prevalente no sexo feminino, por isso a escolha por esse sexo (Wolfe, Ross, Anderson, & Russell, 1995), apesar de que são necessários estudos também com a população masculina;
b) sujeitos com a faixa etária entre 20 e 50 anos, o que colocou como foco principal a população clínica adulta. Estudos com população clínica de crianças e adolescentes parecem ser uma lacuna nas pesquisas que relacionam as variáveis HS e saúde mental.
c) grupo formado por pacientes em tratamento ambulatorial em unidades de saúde das regiões Sul e Sudeste do País.

Este resultado justifica-se por três fatores. O primeiro já explicitado, quanto à maior produção de pesquisa nesse eixo geográfico brasileiro; o segundo, pois o descritor utilizado ("saúde mental") ainda está bastante atrelado a conceitos como psicopatologias, psiquiatria, transtornos mentais e hospitalização; e o terceiro, por ser de mais fácil acesso à pesquisa, quando comparado àquela em serviços de urgência/emergência.

Universitários é outro grupo bastante investigado nas pesquisas com essa temática. Os estudos concentraram-se em caracterizar o repertório de HS ante duas situações às quais os acadêmicos geralmente são expostos: falar em público, como em casos de apresentação de trabalhos, participação em congressos e defesas de trabalhos de conclusão de curso; e relações interpessoais, dado o convívio contínuo com colegas e professores. Essa população é de fácil acesso para professores e pesquisadores vinculados a instituições de ensino, hipótese que se utiliza na justificativa pela preferência do uso dessa amostra de pesquisa.

O grupo de familiares apresentou 2 estudos, entretanto, se é somado o estudo com grupo de mães, alcança-se o quantitativo de 3 estudos. Esses estudos utilizaram como participantes: mães de crianças em tratamento de doença oncohematológica, familiares cuidadores de pacientes psiquiátricos e familiares de escolares com comportamento agressivo. A caracterização de repertório familiar pode auxiliar tanto na prevenção de doenças quanto na compreensão de variáveis envolvidas em condutas de pacientes ou crianças.

Quanto aos instrumentos utilizados para caracterizar as populações pesquisadas, o mais usado foi o questionário (66,7% dos estudos). Estes variaram entre questionários formulados pelo próprio pesquisador, questionários específicos de pesquisas e questionários liberados pelo Conselho Federal de Psicologia. Os roteiros de entrevistas, tanto semiestruturados quanto estruturados, apareceram como o segundo instrumento mais usado pelos pesquisadores (33,3%). Esse dado pode estar relacionado ao fato de que os estudos de caracterização buscam dados específicos da população e, apesar de que tanto os questionários quanto as entrevistas podem contemplar esse objetivo, os questionários facilitam o trabalho de tabulação de dados e economia de tempo.

Entre os instrumentos, notadamente o Inventário de habilidades sociais (IHS) Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001) foi o mais utilizado, por ser fruto de trabalho de um consolidado grupo da área. Outros instrumentos utilizados são o Inventário multimídia de habilidades sociais para crianças (IMHSC)3, o Inventário de graduação de dificuldades em situações sociais (Falcone, 2001) e a Escala de assertividade de Rathus (Rathus, 1973).

3.1.2. Estudos de correlação

Os estudos do tipo "correlaçã"” são aqueles que têm como objetivo principal relacionar variáveis. No que se refere a esse aspecto, verifica-se a presença de seis variáveis ligadas à saúde mental que são correlacionadas com as habilidades sociais. São elas: estresse, uso e abuso de álcool e outras drogas, deficiências/outros problemas médicos, depressão, ansiedade e outras variáveis. Outro aspecto a ser analisado é a população que foi utilizada como amostra, nesse caso, destacaram-se grupos clínicos, pais e casais, universitários, crianças e adolescentes, profissionais e cuidadores (tabela 3).

 

 

 

 

Os estudos que correlacionaram habilidades sociais e estresse somam quatro no total, tendo como participantes, profissionais, cuidadores e universitários, de ambos os sexos. Todos utilizaram como instrumento para descrever o repertório de HS, o IHS Del Prette (Del Prette & Del Prette, 2001), além disso, em 75% dos estudos foi utilizado o Inventário de sintomas de stress de Lipp (ISSL) (Lipp, 2000). Naqueles que correlacionaram habilidades sociais e depressão, dois no total, um utiliza amostra de grupos clínicos e outro de universitários; ambos utilizam a versão brasileira do Inventário de depressão de Beck (BDI) (Beck, Ward, Mendelson, Mock, & Erbaugh, 1961) e predominância de amostra sexo feminino. Nesse ponto, pode-se supor que: a) a amostra de universitários é utilizada por ser mais acessível; e b) como a depressão tem maior prevalência no sexo feminino, há a preferência pelo uso dessa amostra (American Psychiatric Association, 2014).

Aqueles estudos que correlacionaram habilidades sociais e ansiedade somam dois no total, tendo como população universitários de ambos os sexos, da Região Sudeste. Mais uma vez, comparecendo a população de mais fácil acesso e estudos oriundos da Região Sudeste do Brasil. Observou-se o uso do IHS Del Prette (Del Prette & Del Prette, 2001), o Questionário de avaliação de comportamentos e contextos para universitários – QHC Universitário (Bolsoni-Silva, 2011) e o Inventário de fobia social - Mini-Spin (D'El Rey, Lacava, & Cardoso, 2007). Já os estudos que correlacionam habilidades sociais e uso e abuso de álcool e outras drogas somam três no total, tendo como população-alvo universitários e grupos clínicos, das regiões Sul e Sudeste, com predominância do gênero feminino, com faixa etária entre 18 e 59 anos, que utilizaram o IHS Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001), QHC Universitários (Bolsoni-Silva, 2011) e as versões brasileiras do Alcohol use disorders identification test (AUDIT) (Saunders, Aasland, Babor, Fuente, & Grant, 1993) e da Escala de apego adulto (EAA) (Collins & Read, 1990).

Os estudos que correlacionaram habilidades sociais e deficiências/outros problemas médicos somaram três no total, tendo como população-alvo crianças, adolescentes e pais da região Sudeste. Foi verificado o uso do Inventário de habilidades sociais para adolescentes (IHSA) (Del Prette, 2009), Sistema de avaliação de habilidades sociais – SSRS-BR (Del Prette & Del Prette, 2005) e as versões brasileiras do Child behavior checkList (CBCL) (Achenbach & Rescorla, 2001) e do The Wechsler intelligence scale for children (WISC III) (Wechsler, 1991) e, em um dos estudos, fez uso específico de uma entrevista semiestruturada. Por último, os estudos que correlacionaram habilidades sociais e outras variáveis somaram sete no total. São estudos com as mais diversas variáveis de saúde mental: sobrecarga de familiares cuidadores, imagem corporal, desemprego e bem-estar psicológico, satisfação conjugal, sofrimento psicológico, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e autoeficácia de profissionais da saúde.

Com esses resultados, ficam evidentes:

a) a presença de variáveis que são reconhecidas pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) (American Psychiatric Association, 2014) como transtornos psiquiátricos: ansiedade, depressão, uso, abuso e dependência de substâncias. Acredita-se que isso se dê não somente pela relação com a saúde mental, mas pelo crescente debate acerca desses temas na sociedade atual, alavancado pelo aumento na quantidade de diagnóstico dessas psicopatologias;
b) a preferência pela adoção de universitários como amostra na condução dos estudos. Além do já explicitado acerca do acesso, o contingente dessa população é grande e variado, o que possibilita o desenvolvimento de diversos temas de pesquisa, assim como é uma população que está inserida na academia, ambiente de pesquisa, o que pode sensibilizar os alunos a participarem como sujeitos de investigações;
c) o destaque para o uso do IHS Del Prette (Del Prette & Del Prette, 2001), que, além de ser um instrumento de qualidade, contempla situações/ contextos, demandas/respostas e diversos tipos de interlocutores, leva o nome dos principais autores na temática de HS no Brasil atualmente.

3.3.3. Estudos de intervenção

Por último, foram subcategorizados os estudos do tipo "intervenção", cujo objetivo pode ser o de avaliar um programa/intervenção ou descrever progressos nos sujeitos após programas/intervenção. Uma questão a ser relatada refere-se à distinção entre os dois objetivos: uma avaliação positiva do programa leva em consideração a opinião dos participantes em relação à condução, atividades desenvolvidas, duração do procedimento; e aqueles que buscam evidenciar o progresso do programa focam na realização de avaliações pré e pós-intervenção. Além da população e do foco da intervenção.

 

 

Como pode ser visto na tabela 4, percebeu-se um equilíbrio quanto ao objetivo dos estudos. Neste tipo de estudo, não ficou evidente a concentração em uma população específica. Ainda assim, destacaram-se os estudos com grupos clínicos de esquizofrenia, epilepsia e hipertensos; e crianças. Quanto à caracterização das sessões de intervenção, percebeu-se que o número de sessões variou entre 7 e 25; e dirige-se a três focos: intervenção centrada no público-alvo (N=10); intervenção centrada no ambiente, isto é, com o objetivo de modificação de contexto ambiental e social (N=1); e intervenção mista, tanto no público quanto no ambiente (N=2).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo alcançou o objetivo de realizar uma análise bibliométrica, identificando e caracterizando a produção acadêmica nacional que relaciona habilidades sociais e saúde mental. Após busca e triagem, que avaliou título, resumo e aspectos conceituais, foram inclusos 66 estudos para realização de análises quantitativas e qualitativas.

Os principais resultados quantitativos sinalizam que a maioria dos estudos foi publicada em forma de artigos científicos de dupla autoria, com concentração da produção entre os anos 2009 e 2014, e nas instituições públicas localizadas no eixo Sul-Sudeste do Brasil. No que se refere aos aspectos qualitativos, percebe-se que a produção se dirige a estudos de "correlação" entre HS e sintomas/critérios diagnósticos de transtornos psiquiátricos, em população universitária e com o uso do instrumento IHS Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001).

Esta pesquisa permitiu uma análise do panorama dos estudos sobre a HS e saúde mental no Brasil. Por meio desta revisão bibliométrica, foi possível verificar o crescimento da produção nesse campo científico, características de produtividade dos autores, instituições e regiões do país, e identificar lacunas de produção, servindo, portanto, como norte para novas pesquisas.

As limitações do estudo indicam as possibilidades de futuros encaminhamentos de pesquisas: inclusão de buscas em bases de dados internacionais; publicações de autores brasileiros em outros idiomas ou publicações de autores estrangeiros em revistas brasileiras; relacionar a produção nacional com a produção mundial, no que tange a critérios quanti e qualitativos, a fim de ampliar conhecimentos teóricos, práticos e de pesquisa na área.

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Texto recebido em 3 de outubro de 2016 e aprovado para publicação em 20 de setembro de 2017.

 

 

*Doutoranda em Psicologia em regime de cotutela entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade do Porto, Portugal, mestra em Psicologia da Saúde pela Universidade de Málaga, Espanha, graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), docente no Departamento de Psicologia da UFMA.E-mail: nadia.pinheiro@ufma.br.
**Especialista em Gestão de Talentos e Carreiras pela PUC-PR, graduada em Psicologia pela UFMA, analista de desenvolvimento humano na Alumar.E-mail: jaquelinerossi58@gmail.com.
***Especialista em Políticas Públicas pela Faculdade Laboro, graduada em Psicologia pela UFMA, coordenadora técnica no Serviço de Colhimento Institucional Modalidade Casa Lar.E-mail: giselesilvasa@gmail.com. Endereço: Universidade Federal do Maranhão. Cidade Universitária Dom Delgado. Centro de Ciências Humanas. Departamento de Psicologia. Avenida dos Portugueses, 1966 – Bacanga, São Luís-MA, Brasil. CEP: 65080-805. Telefone: (98) 3272-8336.
1 "Mental health [. . .] is an integral part of an individual’s capacity to lead a fulfilling life, including the ability to form and maintain relationships, to study, work or pursue leisure interests, and to make day-to-day decisions about education, employment, housing or other choices" (World Health Organization, 2013, p. 7).
2 Del Prette, Z. A. P., Del Prette, A., & Costa, M. Y. O. (1999). Inventário multimídia de habilidades sociais para crianças. [CDROM]. Disponível com os autores.
3 Del Prette, Z. A. P., Del Prette, A., & Costa, M. Y. O. (1999). Inventário multimídia de habilidades sociais para crianças. [CDROM]. Disponível com os autores.

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