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Psicologia em Revista

Print version ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.26 no.2 Belo Horizonte May/Aug. 2020

http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2020v26n2p605-623 

ARTIGOS

DOI - 10.5752/P.1678-9563.2020v26n2p605-623

 

Família, escola e transição ecológica: uma revisão integrativa da literatura nacional

 

Family, school and ecological transition: an integrative review of national literature

 

Familia, escuela y transición ecológica: una revisión integradora de la literatura nacional

 

 

Luciane Guisso*; Cibele Cunha Lima da Motta**

 

 


Resumo

Este trabalho visa a apresentar uma revisão integrativa da literatura nacional referente à família, escola e transição para a escolaridade. Assim, realizouse uma busca de artigos científicos nas bases de dados Scielo e Pepsic, para mapear a produção nacional sobre o tema, entre os anos de 2006 e 2016. Mediante a combinação de palavras-chave, encontraram-se 17 artigos que discutem a relação entre família e escola e como ocorre a transição da criança pequena para o contexto escolar. A análise dos artigos evidenciou que a entrada da criança na escola tende a ser vivenciada, tanto pela família quanto pela criança, como período de estresse, pois envolve a adaptação de todos. O clima familiar positivo, permeado por práticas educativas do tipo indutivas, e a participação ativa na vida escolar das crianças possibilitam que as famílias experimentem satisfatoriamente esse momento de transição para a escolarização.

Palavras-chave: Família. Transição ecológica. Crianças em idade escolar.


Abstract

This work aims at present an integrative review of national literature concerning family, school, and transition to schooling. Thus, a search for scientific articles on Scielo and Pepsic databases was performed to map the national production on the subject between the years of 2006 and 2016. Through the combination of keywords, it was possible to find 17 articles that discuss the relationship between family, school, and how small children make the transition to the school context. The analysis of the articles highlighted that the child’s entry into school tends to be experienced as a stressful moment, both by the family and the child, as it requires adaptation from everyone involved. A positive family environment, permeated by inductive educational practices and active participation in the child’s school life, allows families to experience such transitional moments in a more satisfactory way.

Keywords: Family. Ecological transitions. School-age children.


Resumen

Este trabajo objetiva presentar una revisión integradora de la literatura nacional referente a la familia, escuela y transición para la escolaridad. Así, se realizó una búsqueda de artículos científicos en las bases de datos Scielo y Pepsic para mapear la producción nacional sobre el tema, en los últimos diez años (2006-2016). Mediante la combinación de palabras clave se encontraron 17 artículos que discuten la relación entre familia y escuela, y también, cómo se desarrolla la transición del niño para el contexto escolar. El análisis de los artículos evidenció que la entrada del niño en la escuela tiende a ser experimentada tanto por la familia como por el niño como un período de estrés, pues implica la adaptación de todos. El clima familiar positivo permeado por las prácticas educativas inductivas y la participación activa en la vida escolar de los niños posibilitan que las familias vivan ese momento de transición para la escolarización de forma más satisfactoria.

Palabras clave: Familia. Transición ecológica. Niños en edad escolar.


1. INTRODUÇÃO

O início da vida escolar, no ensino fundamental, é uma etapa para as famílias com filhos pequenos que tende, geralmente, a ser vivenciada com estresse. Em geral, é o primeiro momento em que a criança precisa adaptar-se às regras institucionais, apresentar resultados que serão avaliados academicamente e se socializar com colegas em idade igual ou semelhante. Para que essa experiência seja vivida satisfatoriamente, a família e a escola necessitam estar integradas, a fim de assegurar o desenvolvimento infantil pleno.

A família representa o primeiro ambiente de socialização do indivíduo. Ela é responsável pela transmissão de normas, valores e padrões, além de ter um papel fundamental no processo de desenvolvimento humano (Dessen, & Polonia, 2007; Kreppner, 2003). Também o papel da família é assegurar a continuidade e o bem-estar de seus membros e da coletividade, bem como a proteção. Dessa forma, ela produz um impacto significativo na construção do comportamento e das habilidades sociais, principalmente na vida das crianças que aprendem, desde cedo, formas de existir, sentir e estar no mundo, por meio das relações familiares vivenciadas (Kreppner, 2000).

Na família, as transições ecológicas, entendidas como eventos favoráveis ou adversos ocorridos durante o desenvolvimento humano, são consideradas momentos sensíveis dentro do ciclo vital, que demandam mudanças da posição da pessoa em relação a seu ambiente ecológico, por meio de transformação de papéis ou status bem como do próprio ambiente, ou mesmo uma combinação de todos os eventos citados (Bronfenbrenner, 2002; Andolfi, & Angelo, 1998; Carter & McGoldrick, 1995; Bronfenbrenner, & Ceci, 1994). A fase da família com filhos pequenos em processo de escolarização exige reorganização da vida familiar e adaptação da criança ao contexto escolar. As novas interações promovidas nesse espaço favorecem o desenvolvimento psicossocial da criança, constituindo, dessa forma, em período de transição ecológica familiar (Carter, & McGoldrick, 1995).

A maneira como cada família vivenciará as transições ecológicas por que passa, ao longo do seu ciclo de vida, reflete-se na própria adaptação da criança. Um clima emocional positivo na família assegura a transição da criança de modo mais seguro. Já um clima negativo pode ser verificado pela não coesão, não resolução dos conflitos e hostilidade e pela ausência de uma relação afetiva apoiadora da criança.

O clima familiar é permeado por um conjunto de técnicas e estratégias utilizadas pelos pais para orientar o comportamento das crianças na socialização. Tais estratégias, denominadas práticas educativas parentais (Piccinini, Frigo, Alvarenga, Lopes, & Tudge, 2007), dividem-se em duas categorias principais: indutivas, caracterizadas por estratégias que visam a orientar comportamentos da criança mediante os elementos lógicos da situação e as consequências dos atos. Esse tipo de prática permite às crianças desenvolverem autonomia e controle sobre seu comportamento (Hoffman, 1991, 1994). Já as práticas parentais coercitivas se caracterizam pelo uso de força, punição física e privação de privilégios e afeto. O uso dessas estratégias gera fortes emoções, como medo e raiva, e não facilita a compreensão da criança quanto à necessidade de mudar de atitude (Hoffman, 1991, 1994).

Nesse sentido, as práticas educativas influenciam o desenvolvimento da criança e se refletem na forma como elas lidam com as regras e interagem socialmente (Marturano, 2008; Alvarenga, & Piccinini, 2001). O contexto escolar, como importante sistema de interação social, refere-se a um ambiente em que a criança revela os reflexos das práticas educativas adotadas em casa, influenciando na adaptação e no comportamento escolar.

A escola, porém, representa um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem. É local que reúne uma gama de conhecimentos secularmente acumulados, deveres, regras e valores. Também é espaço permeado por conflitos, problemas e diferenças (Mahoney, 2002).

Na escola, o contexto social da criança se amplia, os adultos se tornam mais exigentes, a dependência é menos tolerada, o suporte afetivo e social está menos disponível que antes. Nas relações interpessoais, é preciso negociar interações não apenas com crianças da mesma idade, mas também com as mais velhas, de idades mais avançadas. No plano acadêmico, a criança se depara com uma extensa agenda de novas habilidades a serem desenvolvidas e conhecimentos a serem dominados. Todas essas mudanças se constituem em expressivo desafio à capacidade adaptativa da criança, uma vez que ela é apresentada a múltiplas demandas num outro contexto que não o familiar (Marturano, 2008).

O momento de frequentar a primeira série é um evento importante no desenvolvimento da criança, pois permite que adquira certa independência, ao passo que aumentam as exigências por autorregularão, cooperação com os colegas, hábitos de trabalho bem como seguimento de regras determinadas pelos adultos. Consiste, também, em um período de imprevisibilidade e incertezas. A combinação das novas exigências com a expectativa de autonomia, em ambiente físico e social estranho, configura um contexto em que cotidianamente as crianças serão afetadas por emoções como excitação, ansiedade e medo (Trivellato- Ferreira, & Marturano, 2008).

O apoio familiar na transição e o investimento, ao longo dos anos pré-escolares, constituem os alicerces de adaptação bem-sucedida na escola. Os pais e a família podem facilitar a transição para a primeira série, mediante as experiências de acolhimento e aprendizado escolar, garantindo, assim, o desenvolvimento de novas competências na criança as quais serão base, para que esta amplie relacionamentos e formas de lidar com as situações da vida.

A interação entre família e escola (como na transição da criança para o ensino fundamental) corresponde a uma situação primordial do desenvolvimento humano. No entanto, essa etapa do ciclo vital é uma temática pouco explorada no cenário brasileiro de pesquisas em Psicologia. Este artigo foi desenvolvido com o objetivo de apresentar uma revisão integrativa da literatura nacional referente à família, escola e transição para a escolaridade, a fim de evidenciar as discussões em torno dessa temática e reconhecer novas demandas de investigação nesse campo de conhecimento e de intervenção.

2. MÉTODO

Este trabalho se refere a uma revisão integrativa de literatura nacional. A revisão integrativa permite sintetizar os resultados de estudos cujas temáticas são idênticas ou similares, possibilitando explicações mais abrangentes para determinado fenômeno (Santos et al., 2013).

Neste trabalho, buscou-se identificar as produções nacionais de 2006 a 2016, a respeito da temática "família, escola e transição para a escolaridade". A opção por analisar a literatura científica brasileira teve como foco considerar a proposta político-pedagógica das escolas sobre a participação dos familiares e também sobre engajamento da família brasileira nesse momento de transição escolar.

Para assegurar a abrangência da revisão, realizou-se um levantamento nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Pepsic. A pesquisa foi feita por meio da combinação de duas palavras-chave, intermediadas pelo uso do operador booleano "AND". As estratégias de busca foram:

a) "família AND escola";
b) "família AND transição escolar";
c) "família AND práticas parentais";
d) "família AND contexto de desenvolvimento";
e) "família AND crises";
f ) "família AND separação";
g) "escola AND transição escolar";
h) "escola AND práticas parentais;
i) "escola AND contexto de desenvolvimento";
j) "escola AND crises"; e
k) "escola AND separação".

Foram empregados os seguintes critérios de inclusão:

a) ser artigo que apresentasse resultado de investigação científica;
b) serem pesquisas realizadas de 2006 a 2016;
c) serem artigos revisados por pares;
d) serem artigos publicados em revistas de Psicologia e Educação.

Foram excluídos trabalhos como teses, dissertações, e-books e resenhas. Salienta-se que a delimitação realizada pela combinação das palavras-chave visou a conhecer o que vem sendo estudado e produzido sobre a temática, no contexto nacional.

Destaca-se que a seleção dos artigos que compõem o corpo deste trabalho foi realizada, inicialmente, por meio da leitura do título e, em seguida, do resumo. Quando estes abordavam a temática proposta para este trabalho, procedeu-se à leitura integral dos artigos, à análise e à discussão do material.

3. RESULTADOS

Pela busca realizada nos bancos de dados, localizaram-se 1.784 artigos. Depois da leitura inicial, foram excluídos 8, duplicados, 304 que não atendiam aos critérios de inclusão, 1.473 que não atendiam ao objetivo do trabalho. Foram selecionados 17 artigos, lidos na íntegra, cujos resultados serão discutidos ao longo do estudo, conforme a figura 1.

 

 

Destaca-se que, quanto ao período de publicação, 10 artigos foram publicados entre 2012 e 2016. Os demais foram distribuídos da seguinte forma: 2006 (n=1), 2007 (n=1), 2008 (n=2), 2009 (n=1), 2010 (n=1), 2011 (n=1). Esse dado informa a concentração do tema nos últimos anos bem como sua atualidade no contexto de pesquisa nacional.

No que diz respeito aos participantes dos estudos, foram identificados trabalhos cujo escopo foi:

a) pais de crianças em idade escolar (Fevorini, & Lomônaco, 2009; Castoldi, Lopes, & Prati, 2006);
b) estudantes em transição para a escolaridade (Alvão, & Cavalcante, 2015; Correia- Zanini, & Marturano, 2015, Benetti, Grisard, & Figueiredo, 2014; Barbosa, Santos, Rodrigues, Furtado, & Brito, 2011; Marturano, & Gardinal-Pizato, 2008; Trivellato-Ferreira, & Marturano, 2008);
c) docentes (Coelho, 2015; Saraiva, & Wagner, 2013); e
d) pais e professores (Lima, & Chapadeiro, 2015, Lima, & Silva, 2015; Munhoz, & Scatralhe, 2012; Silveira, & Wagner, 2009).

Em relação ao método utilizado nos estudos, constatou-se a prevalência de artigos qualitativos (n=10). Identificaram-se pesquisas quantitativas (n=4), revisões de literatura (n=2) e ensaio teórico (n=1). Em relação às técnicas de coletas de dados, as pesquisas qualitativas realizaram: entrevista semiestruturada (n=6), grupo focal (n=2), observação e entrevista (n=1), e genograma (n=1). Já nas pesquisas quantitativas, foram utilizadas escalas (4) com emprego de procedimentos estatísticos.

Os elementos de discussão dos artigos que compõem o corpo deste trabalho foram agregados em temáticas de análise que se referiram às palavras-chave usadas nesta revisão integrativa, ou seja, família e transição escolar; família e escola; família e práticas parentais; família e contexto de desenvolvimento; família e crises; família e separação; escola e transição escolar; escola e práticas parentais; escola e contexto de desenvolvimento; escola e crises; escola e separação. Desse modo, o exame dos artigos evidenciou três categorias de análise cujos dados serão discutidos no trabalho.

3.1. TRANSIÇÃO ESCOLAR E ESTRESSE INFANTIL

Esta categoria abrange investigações relacionadas às mudanças vivenciadas pela família e pela criança com sua entrada na escola, sendo que a criança pode enfrentar momentos de estresse mais prolongados que influenciarão sua adaptação ao contexto escolar. Entre os estudos encontrados, cinco pesquisas tiveram como objetivo investigar as mudanças presenciadas pelas crianças em relação à transição para a escolaridade, à influência da família na adaptação infantil no cenário escolar e à importância dos recursos da criança para se socializar nesse contexto.

Os resultados das investigações indicam que os estressores vivenciados pela família influenciam na transição da criança para a escolaridade. Castoldi, Lopes e Prati (2006) mencionam que as crianças que têm uma adaptação melhor à escola são aquelas cujas famílias não vivenciaram mortes em suas famílias atuais nem experiência de separação dos pais. No entanto crianças com dificuldades na adaptação escolar apresentavam, em seu ciclo de vida, experiências extremas de perdas, como morte do pai em assassinato. Também os achados desse trabalho indicam que a vivência de outros estressores, como alianças familiares, pouca rede de apoio e mudanças de residência, afetavam a transição e adaptação escolar da criança.

No que diz respeito à contribuição da família para a entrada dos filhos no contexto escolar, o trabalho de Alvão e Cavalcante (2015) apresenta aspectos identificados nas crianças que se adaptavam melhor à transição escolar:

a) lembrança da preparação e envolvimento dos pais, antes de irem para a escola;
b) sabiam que, no ambiente escolar, podiam se relacionar com outras pessoas;
c) demonstravam satisfação consigo mesmo, pois, na escola, não tinham chorado ou realizado algum outro comportamento de protesto.

As crianças que manifestavam mal-estar ou tristeza associavam isso a características da relação que tinham com a mãe agressiva ou doente. Ainda, o estudo observou que crianças que tinham em seu repertório habilidades em fazer amigos conseguiam adaptar-se melhor ao contexto escolar e construir bons relacionamentos que as ajudavam a ter sucesso naquele espaço.

Em relação à adaptação ao cenário escolar, muitas crianças relataram ter dificuldade com os colegas (uma vez que eram alvos de gozação, agressão, provocação), assim como na relação com o professor (não se dar bem com o professor, ser repreendido por ele). A pesquisa de Marturano e Gardinal-Pizato (2008) indica que as crianças mais protegidas do estresse foram aquelas que apresentavam, ao ingressar na primeira série, uma gama de habilidades específicas e hábitos eficientes aprendidos com a família. Dessa forma, constatou-se que, além das características pessoais da criança, a transição para a vivência da escolaridade apresentava menos estresse quando as crianças já tinham experiências anteriores relacionadas à educação infantil, conforme indicado nos achados de Trivellato- Ferreira e Marturano (2008).

As crianças apresentaram recursos próprios que traziam de seu contexto de origem e que influenciaram em sua adaptação escolar, porém características individuais relacionadas ao gênero precisam ser consideradas. No trabalho de Correia-Zanini e Marturano (2015), emergiram reflexões em torno da transição da escolaridade para meninos e meninas. Os resultados da pesquisa indicaram que meninos tendem a apresentar mais sintomas de ordem psicofisiológica que meninas, podendo manifestar tendência à somatização diante das situações estressantes.

3.2. RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA, E A REPERCUSSÃO NA TRANSIÇÃO ESCOLAR

Nesta categoria, são apresentados estudos que abordam que os sistemas família e escola são dois contextos fundamentais promotores de desenvolvimento humano. Nove trabalhos foram analisados e apontam para a importância da parceria família e escola na garantia plena do bem-estar da criança.

Nos estudos, o principal desafio indicado se refere a como garantir a parceria família e escola. Menciona-se que a situação pode ser decorrente da relação de assimetria estabelecida pela escola para com as famílias. Os achados do estudo de Saraiva e Wagner (2013) indicam que as famílias são percebidas como culpadas pelo fracasso escolar dos filhos e são responsabilizadas pelas dificuldades de aprendizagem identificadas. Os resultados do trabalho apontam que não há uma corresponsabilização da escola em relação ao acompanhamento e desenvolvimento das crianças.

Nas estratégias identificadas como eficazes para trabalhar a parceria escola e família, os estudos de Dessen e Polonia (2007), Coelho (2015), Munhoz e Scatralhe (2012) e Benetti, Grisard e Figueiredo (2014) retratam alguns caminhos. O primeiro trabalho menciona a importância de investimentos em projetos pedagógicos mais inclusivos que contemplem participação familiar nas atividades escolares, observando e respeitando o contexto cultural das famílias dos estudantes atendidos. Já no estudo de Munhoz e Scatralhe (2012), indicase a importância de criação de um espaço comunicacional na escola, por meio do auxílio de um mediador da própria escola, que faria conversas juntando os agentes escolares e a família, na busca de melhores soluções, como a efetivação da transição escolar da criança. O emprego de grupos focais com os agentes escolares com base em cases vivenciados pelos professores também é abordado como alternativa relevante, conforme estudo de Coelho (2015), uma vez que permite a reflexão e o diálogo dos profissionais, principalmente na temática relação família e escola. Outra possibilidade refere-se à criação de um sistema integrado para atender estudantes, famílias e professores no contexto escolar, conforme explorado no trabalho de Benetti, Grisard e Figueiredo (2014).

A parceria família e escola pode funcionar como propulsora de desenvolvimento humano. Os achados de Oliveira e Marinho-Araújo (2010) apontam a importância da aproximação escola e família. Contudo é indicada no citado trabalho a necessidade do investimento em políticas públicas, programas e projetos relacionados ao desenvolvimento da comunicação e parceria entre os dois sistemas mencionados.

Outro fator a ser observado em relação à parceria família e escola refere-se ao contexto do estudo. A maioria dos trabalhos está focada no cenário urbano, sendo poucos os investimentos voltados a aprofundar e entender o contexto de relação família e escola, e transição para a escolaridade, no contexto rural. Lima e Silva (2015) abordam que a escassez de pesquisas sobre o cenário rural repercute no avanço do conhecimento e elaboração de políticas públicas para a infância no campo. Os achados dos autores refletem que as famílias têm dificuldades em participar das atividades na escola, principalmente pela dispersão e distância geográfica, pelas características do trabalho naquele contexto e pela falta de transporte público. Essas especificidades necessitam ser olhadas, pensando nas características das famílias e a(s) ruralidade(s) presentes que repercutem na inserção da criança na escola.

A forma como se olha para a relação família escola precisa ser (re)considerada. Os resultados do trabalho de Fevorini e Lomâco (2009) apresentam as transformações nas configurações das famílias, e como a escola tendeu a responsabilizar e culpabilizar as famílias pelo processo educativo dos filhos. No entanto, o próprio trabalho indica que o funcionamento escolar contribui para a permanência das dificuldades de aprendizagem e fracasso escolar. Ademais, Lima e Chapadeiro (2015) propõem, em seu estudo, utilizar-se da teoria sistêmica, que compreende tanto escola como família como sistemas complexos de interações, para pensar a funcionalidade e a comunicação desses espaços. No que se refere à transição para a escolaridade e desafios na escolarização dos estudantes, o estudo citado considera que a visão sobre a vivência da entrada na escola e o processo de escolarização podem ser alterados, quando professores e pedagogos também perceberem que, muitas vezes, sua visão contribui para a manutenção dos problemas na escolarização que identificam.

3.3. PRÁTICAS EDUCATIVAS E COMPORTAMENTO NA ESCOLA

Esta categoria reúne três trabalhos que abordam a relação entre práticas educativas utilizadas pelos pais e também pelos professores e o comportamento da criança na escola. Os estudos analisados permitiram refletir como o conjunto de estratégias e regras utilizadas principalmente pelos pais repercute em comportamentos menos adaptativos, dificultando a transição e a vivência da escolaridade.

Desse modo, o trabalho de Patias, Siqueira e Dias (2012) buscou refletir sobre os efeitos das práticas parentais coercitivas e a influência no comportamento escolar e no desenvolvimento infantil. Os achados desse estudo indicam que a vivência pela criança de punições, explicações ou uso de recompensas afetarão sua maneira de estar na escola, podendo ser mais ou menos adaptativa. Resultados similares foram localizados no trabalho de Barbosa et al. (2011) que relatam a associação do uso de práticas parentais coercitivas pelos pais e a manifestação da agressividade na criança, tanto na família como na escola.

Os pais confiam nas práticas educativas adotadas pela escola. Os achados de Silveira e Wagner (2009) discutem a influência das práticas educativas utilizadas pela família e pelos professores na criança. No trabalho citado, identificou-se que os professores investigados, em sua maioria, realizam práticas indutivas, dando continuidade às práticas parentais realizadas pelos pais. Os autores concluíram que há consistência e continuidade nas práticas educativas adotadas pela família e pela escola, o que afetará positivamente no comportamento da criança bem como em sua adaptação ao contexto escolar.

4. DISCUSSÃO

Conforme apontado nos estudos, foi possível constatar que a temática família, escola e transição para a escolaridade se refere a um assunto ainda pouco explorado no campo da pesquisa, no cenário nacional. Desse modo, os trabalhos selecionados pautaram-se em apresentar a influência do contexto familiar e escolar na inserção e adaptação da criança ao ensino fundamental (Alvão, & Cavalcante, 2015; Correia-Zanini, & Marturano, 2015; Lima, & Chapadeiro, 2015; Lima, & Silva, 2015; Benetti, Grissard, & Figueiredo, 2014; Saraiva, & Wagner, 2013).

Referente aos aspectos metodológicos dos trabalhos analisados, sobressaíramse estudos com ênfase na pesquisa empírica, no entanto foram registrados relatos de pesquisa, estudos teóricos e revisões de literatura. Salienta-se que a variedade de métodos utilizados indica que o tema é um fenômeno abrangente no campo da investigação científica. Ressalta-se que nenhuma revisão de literatura que contemplasse os três descritores, "família, escola e transição para a escolaridade", foi localizada no cenário nacional. Esse dado indica uma importante lacuna existente na literatura, englobando os dois contextos de desenvolvimento humano e a transição para a escolarização de criança em idade escolar.

Os estudos analisados são, em sua maioria, pesquisas empíricas. O foco dos trabalhos permitiu observar que apenas um público acaba, na maioria das vezes, sendo contemplado nas pesquisas (pais ou filhos). Indica-se a necessidade de outros estudos integrados relacionando a família, docentes e estudantes. A escuta de todos que estão envolvidos no cenário escolar pode contribuir para pensar de forma integrada acerca da transição para a escolaridade, com base na vivência de todos os envolvidos.

Em relação ao ano de publicação dos trabalhos, 2015 se destaca como o ano com maior número de registros (n=5). No que se refere ao período delimitado para este estudo (2006-2016), identifica-se um aumento das pesquisas no contexto nacional nos seis últimos anos em relação à temática "família, escola e transição para a escolaridade", o que ratifica a pertinência e atualidade do tema no contexto atual.

Sobre a categorização das temáticas realizadas, pode-se verificar que estas apresentam aspectos centrais para a compreensão do tema "família, escola e transição para a escolaridade". Vários estudos apresentam pontos que se entrelaçam, com destaque para o estresse vivenciado pela criança em sua entrada na escola, a relação e parceria entre família e escola, as práticas parentais utilizadas pela família e pela escola e sua influência no comportamento das crianças, como na entrada e adaptação ao ensino fundamental.

Na apresentação da primeira categoria, "transição escolar e estresse infantil", observa-se que estressores vivenciados pela família (separação, mortes) afetam diretamente o bem-estar e adaptação da criança à escola (Castoldi, Lopes, & Prati, 2006). No entanto, quando os pais são envolvidos com os filhos, proporcionando momentos de troca e inclusão do novo momento a ser experimentado pela criança (como em sua preparação para a ida à escola), o estresse e a adaptação infantil tendem a ser mais toleráveis (Alvão, & Cavalcante, 2015). Também experiências anteriores da criança com educação infantil tendem a ser sinônimos de melhor adaptação escolar (Marturano, & Gardinal, 2008). No entanto, faz-se necessário ressaltar a relação de complementariedade que a escola deve estabelecer com a família. Além das funções características, os agentes escolares necessitam estar preparados para acolher tanto a criança como a família, sendo que a primeira passa a viver um momento diferente em seu ciclo de vida, representado pela saída do filho para outro sistema, sendo que a criança precisará lidar, de modo mais independente, com as demandas que aparecerem.

No que se refere à segunda categoria, "relação família e escola, e a repercussão na transição escolar", as pesquisas analisadas evidenciam a preocupação constante dos agentes escolares com a participação da família na escola (Saraiva, & Wagner, 2013). Famílias que se ausentam das reuniões, retirada do boletim escolar e auxílio aos filhos nos deveres são vistos como pouco preocupadas na escolarização dos filhos. Há uma culpabilização e responsabilização dos estudantes e de suas famílias pela não adaptação, e dificuldades na aprendizagem do estudante. Pouco se reflete em torno do contexto das famílias, as individualidades dos estudantes e a corresponsabilização da escola na garantia do bem-estar do estudante e de sua aprendizagem.

Enfatiza-se que são mencionadas, nos estudos, iniciativas para melhorar a parceria entre escola e família, tanto na transição para escolaridade bem como para atender às múltiplas demandas envolvendo a relação entre ambos os sistemas. As estratégias mencionadas nos trabalhos referem-se a investimento em projetos pedagógicos (Dessen, & Polonia, 2007), abertura de um espaço comunicacional na escola (Munhoz, & Scatralhe, 2012), estudo de cases pelos professores (Coelho, 2015), criação de centro integrado para atendimento escola, família e estudante (Benetti, Grisard, & Figueiredo, 2014), bem como busca pelo desenvolvimento de políticas públicas voltadas à área (Oliveira, & Marinho-Araújo, 2010). Acredita-se que todas as iniciativas são necessárias e fundamentais. No que se refere ao campo das políticas públicas, garantir espaços aos docentes para formação, capacitação e sistemas de atendimento nas escolas são investimentos em direitos sociais e na saúde docente.

A análise da terceira categoria, "práticas educativas e comportamento na escola", trata sobre as formas de socialização adotadas pelos pais em relação aos filhos. Práticas parentais chamadas "coercitivas", em que se empregam agressão, punição física, negligência e violência, são fatores de risco para o desenvolvimento infantil. Crianças que experimentam essa forma de relação com seus pais, quando em contextos como o escolar, podem apresentar atritos nas relações com colegas e, ou, professores. A forma como as crianças aprendem a resolver conflitos em seus lares tende a ser reproduzida em outros contextos, como o escolar. Assim, crianças que experimentam desde cedo práticas educativas negativas apresentam mais dificuldades em socializar-se e adaptar-se em contextos como o escolar (Patias, Siqueira & Dias. 2012). No entanto é importante observar que práticas coercitivas também podem ser realizadas pelos professores, por exemplo. Dessa maneira, conhecer o desenvolvimento infantil e práticas educativas parentais é fundamental tanto para a família como para os agentes escolares, no intuito de proporcionar às crianças ambientes seguros, saudáveis e protetivos da infância que as auxiliem em seu pleno desenvolvimento.

Em síntese, os estudos analisados enfatizam a importância da integração família e escola para assegurar o pleno desenvolvimento e transição para a escolaridade infantil. Mesmo com funções específicas, ambos os sistemas (família e escola) se conectam na tarefa de assegurar o desenvolvimento de novas habilidades e competências às crianças. No que tange à escola, seus interlocutores têm papel fundamental em relação às práticas educativas que desempenham, na inclusão da diversidade das configurações familiares e no suporte ao estresse gerado na transição para a escolaridade.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender como ocorre a transição de crianças para a escolaridade possibilita perceber que família e escola correspondem a sistemas diferenciados, mas que se complementam na tarefa de contribuir para a transição para a escolaridade, de modo mais harmônico para a criança. Conhecer os atributos e as propriedades que compõem a interação desses sistemas, bem como as percepções das crianças que vivenciam esse momento configura-se em um campo importante de conhecimento que possibilitará novas formas de acolher e direcionar a entrada da criança na escola.

Nesse sentido, este trabalho procurou evidenciar que ambos os sistemas são corresponsáveis pela garantia do pleno desenvolvimento infantil. Por um lado, a mediação e a organização familiar oferecem suporte ao novo papel assumido pela criança no sistema escolar. Por outro, é fundamental que a escola esteja preparada para acolher a família nesse momento importante de transição. A segurança transmitida tanto pela família quanto pela escola são condições para que a criança se sinta segura e consiga integrar-se e desenvolver-se nesse cenário. Nesse sentido, a comunicação aberta e ativa entre esses sistemas é o elementochave para compor essa interação.

A revisão proposta neste artigo revelou também como o clima emocional na família e as práticas educativas empregadas por pais e professores refletem no comportamento da criança no espaço escolar. Em termos institucionais, a compreensão sobre as práticas educativas e sobre o funcionamento familiar refere-se a um instrumental teórico que possibilita aos agentes escolares refletir sobre o modo de atuação no espaço escolar e como isso afeta o comportamento e os processos de aprendizagem das crianças.

A relação entre escola e família e as experiências de transição ecológica, a partir da ótica do desenvolvimento humano, constituem uma área do saber em construção cuja produção de conhecimento, por meio de pesquisas, pode fomentar a criação de novas estratégias no contexto escolar que visem a assegurar melhor integração entre escola e família. Ressalta-se, também, a importância do investimento em políticas públicas, programa, projetos que promovam a aproximação entre a família e escola, tanto no contexto urbano como rural, haja vista o reconhecimento dessa parceria na própria proposta político-pedagógica escolar.

Destacam-se, como limitação deste estudo, as poucas pesquisas encontradas sobre a temática família, escola e transição ecológica no cenário nacional. Dessa forma, os efeitos da relação dos dois sistemas de desenvolvimento humano são lacunas na literatura que precisam ser mais bem investigadas, no intuito de pensar novos programas, projetos e políticas que visem a assegurar que a transição para a escolaridade ocorra de maneira integrada para a criança, família e escola.

Como orientação para futuros estudos, salienta-se a importância de investigações referentes à vivência do estresse na transição para escolaridade e práticas educativas protetivas do desenvolvimento infantil, tanto pelas famílias como pelos agentes escolares nos diferentes contextos (urbano e rural). Observase, também, serem pertinentes pesquisas voltadas ao acompanhamento da entrada dos novos estudantes ao cenário escolar, seja daqueles que vivenciaram experiências anteriores de escolarização assim como dos que estão passando por esse momento pela primeira vez, a fim de delimitar que outros fatores contribuam para a adaptação escolar. Percebe-se que os docentes carecem de informações relacionadas ao funcionamento e dinâmica das famílias que atendem. Considerase que pensar sobre tal temática pode contribuir para estratégias mais eficazes para fomentar a parceria entre escola e família, assim como uma melhor transição da criança para o contexto escolar. Dessa maneira, as investigações apontadas podem contribuir para pensar formas de minimizar o estresse da criança em sua entrada na escola, na compreensão do funcionamento das famílias e os estressores por ela vivenciados, bem como as práticas educativas usadas com os filhos.

REFERÊNCIAS

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Fonte de financiamento: CAPES.

 

 

Texto recebido em 14 de março de 2017 e aprovado para publicação em 7 de maio de 2018.

 

 

*Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).E-mail: lucianeguisso@yahoo.com.br.
**Pós-doutoranda em Psicologia na UFSC. Endereço: Rua Luiz Oscar de Carvalho, 75, Edifício Itambé - Trindade, Florianópolis-SC, Brasil. CEP: 88036-400.

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