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Revista da SPAGESP

Print version ISSN 1677-2970

Rev. SPAGESP vol.2 no.2 Ribeirão Preto  2001

 

PARTE III - FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM COM GRUPOS

 

Processos inconscientes no grupo de reflexão

 

 

Luzia Chamosa Rivas D’Amore 1; Jair Franklin Oliveira Junior 2

Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo de Campinas - SPAG-CAMP

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Os autores estudam os processos inconscientes que ocorrem nos grupos de reflexão. Os grupos observados são de alunos em formação na Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo de Campinas. O curso tem em sua grade curricular a disciplina “Grupo de Reflexão”, no primeiro e no segundo anos de seu curso de três anos de duração. A aplicação do grupo de reflexão tem se mostrado de grande valia para discutir as dificuldades de comunicação, evitar ou elaborar crises na relação professor/aluno e alunos/instituição e facilitar a emergência das capacidades de cada um e do grupo como um todo na realização de tarefas. O objetivo da disciplina também é o treinamento prático e vivenciado, a partir do momento em que o aluno observa o professor-coordenador no grupo de reflexão e a emergência de conflitos no grupo institucional.

A metodologia utilizada vai de encontro aos interesses e necessidades do profissional de saúde que constantemente depara-se em suas instituições com situações nas quais questões emocionais grupais estão presentes e, a partir do vivenciado no grupo de reflexão, poderá entender os conflitos institucionais e relacionar-se com o paciente de forma mais humana.


ABSTRACT

The authors study the unconscious processes that happen in the reflection groups. The observed groups are composed by students in formation in the Society of Analytical Psychotherapy of Group of Campinas. The course with three years has in its curricular program the reflection group in the first and in the second years. The application of the reflection group has shown efficient to reduce the communication difficulties, to avoid or to elaborate crises in the relationship between teacher / student and students / institution and to facilitate the emergency of the capacities of each one and of the whole group in the accomplishment of tasks. The objective is also the training starting from the moment in that the student observes the teacher-coordinator in the reflection group. The used methodology is according with the interests and the health professional’s needs, that constantly face themselves in their institutions with situations in which emotional issues are present and, starting from the experience in the reflection group will be able to work the relationship in the institution and with the patient in a more human way.


RESUMEN

Los autores estudian los procesos inconscientes que ocurren en los grupos de reflexión. Los grupos observados son de estudiantes en formación en la Sociedad de Psicoterapia Analítica del Grupo de Campinas. El curso que tiene una duración de tres años, posee el grupo de reflexión en su programa curricular, en el primer y en lo segundo año. La aplicación del grupo de reflexión se ha mostrado valiosa para reducir las dificultades de comunicación, evitar o elaborar las crisis en la relación profesor/estudiante y estudiantes/institución y para facilitar la emergencia de las capacidades de cada uno y del grupo como un todo en la realización de las tareas. El objetivo también es el entrenamiento a partir del momento en que el estudiante observa al profesor-coordinador en el grupo de reflexión. La metodología usada está de acuerdo con los intereses y las necesidades del profesional de salud que constantemente se enfrenta en sus instituciones con situaciones en que los problemas emocionales están presentes y, a partir de la experiencia en el grupo de reflexión podrá trabajar la relación en la institución y con el paciente de una manera más humana.


 

 

Utilizamos a expressão “Grupo de Reflexão”, criada por Dellarossa (1979), por considerá-la adequada para transmitir a realidade do trabalho desenvolvido, que é pensar, refletir, elaborar  todas as questões que surgem no grupo. O grupo de reflexão é um instrumento de trabalho que propicia o exame dos conteúdos emocionais presentes nos agrupamentos humanos.

A SPAG - CAMP (Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo de Campinas) que trabalha com a formação de grupanalistas tem em sua grade curricular a disciplina denominada grupo de reflexão no primeiro e no segundo ano de seu curso de três anos de duração. O grupo de reflexão é realizado uma vez por mês com duração de uma hora e meia. A aplicação das técnicas grupais  na área da educação tem se mostrado de grande valia para diminuir as dificuldades de comunicação, evitar ou elaborar crises na relação professor/aluno e alunos/instituição e facilitar a emergência das capacidades de cada um e do grupo como um todo, na realização das tarefas solicitadas e dificultar o “boicote” ao crescimento pessoal e institucional.

Como afirma Dellarosa (1979), o ensino é desestruturante, num contínuo vaivém, trazendo, conseqüentemente, angústia, sofrimento, medo da mudança, do novo, do desconhecido. Por isso, o aluno precisa de continência, ou como diria Winnicott, da instituição como uma mãe suficientemente boa. Durante o curso, o processo de desestruturação/estruturação psicotiza o aluno, e cada vez mais o professor reveste-se de importância capital como o “porto seguro”, “a mãe suficientemente boa”, aquele que proporciona apoio, segurança, confiança, amizade e colaboração.

A existência de conflitos nas relações humanas é inevitável, como Bleger (1971) alerta: “o patológico não está no fato de uma organização ter problemas, mas em não poder discuti-los”.

Dessa forma, acreditamos ser o grupo de reflexão um espaço potencial para a conscientização dos conflitos dos alunos com a instituição, consigo próprios, com os professores, para desobstruir o caminho, para facilitar a execução da tarefa, e alcançarem o objetivo, isto é, concluírem o treinamento grupanalítico e receberem os ensinamentos a que se propuseram, quando livremente optaram por iniciar o curso.

Quando iniciamos o grupo de reflexão no primeiro ano, geralmente, os alunos ficam inicialmente em silêncio e depois começam a perguntar sobre a pauta, pois se sentem perdidos. Esperam que os professores se apresentem e que peçam para os alunos se apresentarem, que determinem o planejamento do encontro. Desejam um professor que mostre o caminho “certo” para poupá-los do sofrimento da construção deste. Deparam-se com o medo de não terem recursos próprios, de não serem capazes de encontrarem meios para lidarem com as situações desconhecidas. A proposta do grupo de reflexão é deixar um espaço livre para os alunos utilizarem conforme suas necessidades. Mas, como não estão acostumados a ter liberdade, inicialmente não sabem como utilizá-la.

O início de um grupo de reflexão provoca sempre uma ausência de estrutura, o que dá origem a uma situação caótica, na qual os integrantes tendem a criar algum tipo de estrutura que lhes seja familiar, utilizando-se de fantasias e da busca de semelhança desta experiência com situações anteriores. O grupo se vê sem estrutura quando o coordenador deixa os seus membros à vontade, podendo trabalhar como quiserem, sem normas pré-estabelecidas, de modo diferente dos seminários que são obrigados a preparar e apresentar nas outras disciplinas do curso. A necessidade de apresentação, no início de um grupo, evidencia os sentimentos persecutórios: “Conhecendo, não terei medo”.

Grinberg (1976) comenta os efeitos da falta de estrutura no início de um grupo. Estrutura é o conjunto de vínculos que une um grupo, ou seja, quando nos reunimos em grupo, existe algo que pretendemos fazer, um objetivo, uma finalidade, determinados tipos de laços, relações, papéis. A falta de estrutura conduz ao caos, à angústia diante do desconhecido e às emoções de natureza esquizo-paranóide. Todo indivíduo tem necessidade de contar com uma sólida estrutura social, que lhe confira segurança, a situá-lo e protegê-lo dentro de um sistema de normas e valores conhecidos.

Consideramos que vivências desta natureza podem auxiliar o profissional de saúde a entender o que sentem os pacientes, especialmente aqueles regredidos, doentes, que necessitam de apoio, orientação e continência emocional quando abandonados à própria sorte.

O relacionamento grupal impulsiona certos tipos de fantasias e desejos, o que Bion (1970) denomina “Pressupostos Básicos”. No primeiro pressuposto - dependência - o grupo apóia e venera seu líder, que passa a ser idealizado, assumindo características de deidade. É uma dependência regressiva, como se a razão pela qual o grupo se formou é a de ser alimentado material e espiritualmente pelo líder. Na necessidade de ser alimentado, cada Ego individual perde seus limites e funde-se em uma entidade comum, mais ou menos indiferenciada. Diante das intimidações, reais ou fantasiadas, de agressão ou hostilidade, que ameaçam desintegrar o grupo, são utilizados mecanismos de defesa como projeção, idealização e negação, que são primitivos e encontrados em estados psicóticos. Segundo Melanie Klein (1974) fazem parte do dinamismo da posição esquizo-paranóide e depressiva.

Na posição esquizo-paranóide, corresponde aos três ou quatro primeiros meses, a criança tem uma vida essencialmente vegetativa, não fazendo distinção entre si mesma e o mundo que a rodeia. O bebê também não se relaciona com objetos totais, mas sim parciais, como o seio. Apesar disso, no nascimento já existe um Ego suficiente para experimentar ansiedade, usar mecanismos de defesa e formar uma primitiva relação de objeto, na fantasia e na realidade.

Trata-se de um Ego desorganizado com tendência à integração, é lábil, variando dia a dia ou mesmo de momento a momento. Este Ego frágil é exposto aos impulsos agressivos e amorosos e à realidade externa. Quando confrontado com os impulsos, utiliza mecanismos de projeção como defesa; a agressividade, que é uma ameaça interna, é projetada no objeto externo, que se transforma em perseguidor. Como a agressividade, a libido também é projetada, a fim de criar um objeto idealizado que irá satisfazer as necessidades do Ego de preservação da vida. Assim, o Ego estabelece relações com dois objetos, um ideal e outro perseguidor, não integrando a mãe total como alguém que gratifica e frustra. A fantasia do objeto bom funde-se com experiências prazerosas, a do objeto perseguidor, com as de frustrações e privação. Na posição esquizo-paranóide, a ansiedade predominante é a de perseguição e aniquilação.

O Pressuposto Básico de Dependência nos ajuda a entender a necessidade dos alunos de ter um professor tradicional, aquele que sabe tudo e está ali para ensinar, ou seja, um pai idealizado  que os alimente sem limites: alguns alunos perguntam: “- Não tem pauta?”.

No segundo pressuposto básico - luta e fuga - também estão presentes as ansiedades e defesas da posição esquizo-paranóide. Ao falharem as defesas, a dependência, a rivalidade, a inveja e a agressividade do grupo emergem. A forte carga agressiva presente impulsiona o grupo a criar um inimigo para o qual possa canalizar seus impulsos agressivos, evitando, assim, que o grupo seja destruído. Sob esta emoção, o grupo busca um líder-chefe para presidir a luta. O inimigo pode se localizar fora do grupo, acontecendo uma luta real ou imaginária com o indivíduo ou instituição, alheios ao processo. O inimigo pode ainda estar dentro do grupo, provocando formação de subgrupos e divisões. Quando o inimigo está fora, a luta provoca coesão e solidariedade entre seus integrantes. Neste momento, o grupo atua na posição esquizo-paranóide, projetando o ruim e ficando com o bom. Se esta defesa falhar e a agressividade se localizar dentro do próprio grupo e não for possível a projeção, ocorre a divisão do mesmo, o que corresponde aos estados psicóticos.

Este segundo pressuposto básico nos permite entender quando os alunos começam a criticar os professores e/ou Instituição. É um momento delicado, pois revela sentimentos dolorosos, como frustração, raiva, inveja etc. O aluno que não aprendeu a trabalhar com diferenças, que não aprendeu a enfrentar situações incômodas e frustrantes, poderá atacar o seu crescimento, abandonando o curso.

No segundo ano do curso de formação constatamos sentimentos mais duradouros de luta e fuga.

Uma turma de alunos de segundo ano expressou sua agressividade em decorrência do atraso no início do encontro, dizendo não estarem gostando do segundo ano, que no primeiro ano a sala de aula, os professores, as aulas, tudo era melhor. Em outro encontro falaram que investiram muito no curso, mas que não estavam tendo o retorno esperado. No início do curso explode a paixão devido a idealização e conforme vão se deparando com a realidade - a limitação dos professores e da instituição - surge a frustração de não ter  uma “mãe com leite inesgotável” e o medo de terem que se responsabilizarem também pelo processo de aprendizagem e pelo progresso (um grupo discutiu sobre os mendigos que não querem sair dessa vida, isto é, sentem-se como mendigos, sempre pedindo algo  aos professores). O segundo ano do curso pode ser comparado a fase da adolescência do aluno na instituição. É quando surgem os questionamentos, as críticas e a natural rebeldia.

No terceiro pressuposto básico &– emparelhamento - encontramos as características mais acentuadas da posição depressiva, que se inicia por volta do quarto mês, quando a criança começa a perceber a mãe como uma pessoa total e é muito difícil para ela perceber que a mesma mãe que a frustra é a que gratifica, e a quem ama e odeia. Tem início, nesta posição, o sentimento de responsabilidade pelo objeto, a depressão por sua perda e a culpa pelos impulsos agressivos. Isto leva a criança a tentar reparar o objeto que sente ter destruído pela onipotência do seu ódio.

Há nesta posição, ainda, o desenvolvimento do sentido de realidade externa e interna, no qual o Ego passa a funcionar como um ser social, diferencia o eu e o outro, usa de empatia em suas relações interpessoais e participa mais efetivamente do meio.

O emparelhamento consiste numa tentativa do grupo de integrar e reparar sua hostilidade e agressão. O grupo centraliza-se em torno de um par, que pode ser do mesmo sexo ou não, e, ao redor deste par, cria-se um clima de grande expectativa e suspense, como se, desta união, viesse o “filho”, um Messias com poder de reparação. Como é a necessidade do grupo que cria o par, os membros solidarizam-se com ele e vivem, através dele, a reparação.

O grupo de reflexão permite acesso direto às experiências inconscientes, mas não utiliza interpretações das neuroses transferenciais, por não ser este seu objetivo. O grupo de reflexão não é psicoterapia, é uma modalidade de grupo operativo. Não há dúvida, porém, que pode ter um efeito psicoterápico. Exerce uma “ação terapêutica”, conforme descreve Zimerman (1993), provocando modificações nas atitudes e condutas dos indivíduos. A atitude fundamental a ser desenvolvida é a de que os indivíduos “aprendam a aprender” (Bion, 1957). Entendemos que vai além, com o grupo de reflexão o aluno pode aprender a pensar inconscientemente no grupo e seus fenômenos.

Segundo Zimerman (1993), é preciso trabalhar com as quatro funções do Ego: Percepção, Pensamento, Conhecimento e Comunicação. A Percepção e o Pensamento estão intimamente ligados, pois a Percepção tem a função de capturar os estímulos exteriores. Dependendo da natureza e do grau de suas ansiedades, o indivíduo pode ou não distorcer a realidade, influenciando, assim, sua maneira de pensar. O grupo de reflexão tem como propósito utilizar, de forma mais adequada, o Pensamento para a aprendizagem.

Todo ser humano tem tendência ao desconhecimento das verdades - internas ou externas -  que geram sofrimento. Para isto, utiliza mecanismos de defesa, como a negação. A função do grupo de reflexão é a conscientização deste desconhecimento e um contato maior com a realidade.

A principal finalidade do grupo de reflexão é facilitar a comunicação, já que os mal-entendidos são decorrentes de patologias da percepção e do pensamento. O emprego excessivo da identificação projetiva deve ser tornado consciente e elaborado quando emergente, a fim de facilitar o desenvolvimento das tarefas, aprimorando a capacidade de verbalização dos componentes do grupo.

Outra função deste tipo de grupo está relacionada à conscientização dos papéis que estão sendo desempenhados, e se eles se mantém fixos e estereotipados, ou seja, papel fixo de “bode expiatório”, “bonzinho” etc. É fundamental para o grupo de reflexão ter liberdade interior para poder criar, pensar, contestar e perceber sua agressão, ampliando sua capacidade de desenvolvimento.

Assim, os alunos encontram no grupo de reflexão o espaço e o momento para verbalizarem suas frustrações e tomarem consciência dos fenômenos grupais. A conexão entre os fenômenos vivenciados e a teoria grupanalítica traz o entendimento e auxilia o aluno a fazer o curso de psicoterapia analítica de grupo, vivendo a dinâmica inconsciente grupal, sem que, com isso, transformaremos as experiências em tratamento psicoterápico grupal.

Nas reuniões procuramos observar e transmitir aos participantes as experiências emocionais ocorridas, relacionando-as com princípios teóricos e vivências clínicas com pacientes.Os conceitos psicanalíticos associados às experiências emocionais vivenciadas ficam retidos, enquanto o conhecimento intelectual sobre determinado tema pode perder-se com o passar do tempo. Além, é claro, da mudança emocional que se processa internamente nos participantes. Apesar de não ser um tratamento psicoterápico muitos alunos nos confidenciam que as percepções alcançadas nos grupos de reflexão durante o curso os ajudaram em questões emocionais pessoais.

Em nenhum momento os membros do grupo têm sua privacidade invadida. Apenas são usados fenômenos emocionais grupais para o entendimento de alguns processos do funcionamento mental. O integrante não é mais o objeto e sim o sujeito do aprendizado. Coordenador e participante vivem juntos a aquisição de conhecimentos, dentro de um princípio de liberdade e criatividade. É pesquisa participante como afirma Brandão (1981). Freire (1979) lembra-nos que educação não é sinônimo de transferência de conhecimento, pela simples razão de que não existe um saber feito, pronto, acabado, suscetível de ser captado e compreendido pelo educador e, em seguida, depositado nos educandos. O saber não é uma simples cópia ou descrição de uma realidade estática. Esta realidade deve ser decifrada e reinventada a cada momento, a duas mãos. Neste sentido, a verdadeira educação é um ato dinâmico e permanente de conhecer, centrado na descoberta, análise e transformação da realidade pelos que a vivem.

Bleger (1989) salienta que o ponto culminante no processo ensino-aprendizagem, o qual denomina “ensinagem”, é o momento em que o professor abandona a onipotência, reduz seu narcisismo e aproxima-se afetivamente do educando. Nesta fase, há o contato afetivo necessário para a metabolização do conteúdo que será transmitido. Parece-nos que o grupo de reflexão proporciona este contato, pois no início traz à consciência o processo transferencial grupal, ocorrido nas aulas, como na psicoterapia analítica de grupo, enquanto em outros momentos sai da profundidade do processo transferencial grupal e vem para a superfície, para o plano consciente, trabalhando as emoções do ponto de vista teórico. Em outras palavras, após mergulharmos nas profundezas dos sentimentos e das emoções grupais, voltamos à tona para entender intelectualmente o fenômeno vivenciado. É mergulhar e emergir em cada reunião mensal. O objetivo maior é o treinamento vivenciado.

Assim, acreditamos que mergulhamos e emergimos, conforme a capacidade de cada grupo. Alguns têm dificuldade em aprofundar conceitos, embora seja impossível evitar as vivências emocionais. Outros, ao contrário, são mais livres e aproveitam, com maior intensidade, o trabalho. O coordenador precisa estar atento para não avançar demais, além das possibilidades emocionais de cada grupo.

Acreditamos que a metodologia usada vai de encontro aos interesses e necessidades do profissional de saúde, que constantemente depara-se com situações nas quais questões emocionais estão presentes e, a partir do vivenciado nos pequenos grupos, poderá trabalhar a relação com o paciente de forma mais humana, entendendo-a no plano emocional.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BION, W. R. (1970) - Experiências com Grupos. São Paulo, Imago, Edusp.        [ Links ]

BLEGER, J. (1971) - Temas de Psicologia. Buenos Aires, Nueva Visión.        [ Links ]

BRANDÃO, C.R (1981) - Pesquisa participante. Editora Brasiliense, São Paulo.        [ Links ]

DELLAROSSA, A. (1979) - Grupos de Reflexión. Buenos Aires, Paidós.        [ Links ]

FREIRE, P. (1979) - Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra.        [ Links ]

GRINBERG, L.; LANGER, M.; RODRIGUÉ, E. (1976) - Psicoterapia de Grupo. Rio de Janeiro, Forense Universitária.        [ Links ]

KLEIN, M. (1982) - Progressos na Psicanálise. Rio de Janeiro, Guanabara.        [ Links ]

PICHON-RIVIÈRE, E. (1986) - O Processo Grupal. São Paulo, Martins Fontes.        [ Links ]

ZIMERMAN, D. E. (1993) - Fundamentos Básicos das Grupoterapias. Porto Alegre, Artes Médicas.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Luzia Chamosa Rivas D’Amore
E-mail: luziadamore@uol.com.br
Jair Franklin Oliveira Junior
E-mail: franklin@lexxa.com.br

 

 

1 Psicóloga, Grupanalista, especialista em Psiquiatria do Adolescente, Docente e Membro Titular da SPAG-CAMP.
2 Psiquiatra, Grupanalista, Doutor em Saúde Mental, Docente e Membro Titular da SPAG-CAMP.