SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.16 issue1Diversity in models of minds and a new PsichopathologyStress symptoms in students attending first grade author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Revista da SPAGESP

Print version ISSN 1677-2970

Rev. SPAGESP vol.16 no.1 Ribeirão Preto  2015

 

ARTIGOS

 

"Agradecimentos": dificuldades, conquistas e rede social de apoio de estudantes de Pós-Graduação stricto sensu

 

"Acknowledgements": difficulties, achievements and social support network of postgraduate stricto sensu students

 

"Agradecimientos": dificultades, conquistas y red social de apoyo de estudiantes de posgrado stricto sensu

 

Mariane Ranzani Ciscon-Evangelista1; Mariane Lima de Souza2; Paulo Rogério Meira Menandro3

Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória-ES, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A formação em nível de Doutorado demanda alto grau de comprometimento por parte dos alunos que se propõem a cumpri-la. Buscou-se compreender as principais dificuldades, conquistas e a natureza da rede social de apoio de estudantes de Doutorado, utilizando-se como fonte de informação textos presentes na seção "agradecimentos" das teses de 50 alunos que as defenderam no ano de 2010. Para análise dos dados foi utilizada como metodologia a análise de conteúdo. Os resultados mostraram que o Doutorado foi considerado pelos alunos como período permeado por desafios e pela alegria decorrente da superação. Foi possível perceber uma rede de suporte aos doutorandos, formada por pessoas citadas como apoio instrumental, que auxiliaram diretamente a construção da tese, e/ou pessoas consideradas suporte emocional para que todas as dificuldades decorrentes do curso fossem superadas. A ausência da citação de planos para o futuro indica que uma etapa difícil foi vencida, mas não auxilia a compreensão das possíveis estratégias utilizadas por estes formandos para lidar com as adversidades que, certamente, envolverão o trabalho realizado a partir da obtenção do título de Doutor, o que exige novos estudos.

Palavras-chave: pós-graduação, qualificação profissional, rede social de apoio, análise de conteúdo.


ABSTRACT

A high degree of commitment is required of students who seek the PhD level. This paper aims to comprehend the main difficulties, achievements, and the nature of the social support network of doctorate students, using as information source the texts of the "Acknowledgements" section of 50 doctoral dissertations of students argued in 2010. The content analysis was used as methodology. Findings showed that the path to obtain a doctor's degree has been considered by students as challenging and at the same time joyful, as they overcome difficulties and get results. It was also observed a social support network to the students formed by people mentioned as instrumental support, aiding directly on thesis elaboration with emotional support. Plans for the future were not mentioned, confirming that a difficult stage has been accomplished. None the less, it does not point to possible strategies to handle the misfortunes that might follow the achievement of the Doctor's Degree, which require new studies.

Keywords: Postgraduate training, professional qualification, social support network, content analysis.


RESUMEN

La formación de nivel doctoral exige un alto grado de compromiso por parte de los estudiantes que intentan alcanzarla. Se buscó comprender las principales dificultades, los logros alcanzados y la naturaleza de la red social de apoyo de estudiantes de doctorado, usando como fuente de información textos de la sección "agradecimientos" de las tesis de 50 estudiantes que las defendieron en el año 2010. Como metodología para el análisis de los datos se utilizó el análisis de contenido. Los resultados demostraron que los estudiantes consideraron el doctorado como un período caracterizado por desafíos y por la alegría de la superación. Fue posible observar una red de apoyo para los estudiantes de doctorado compuesta por personas citadas como apoyo instrumental, que ayudaran directamente a la construcción de la tesis, y/o personas consideras de apoyo emocional para que todas las dificultades del curso fuesen superadas. La ausencia de la mención de planes para el futuro indica que una etapa difícil fue concluida, pero no ayuda a la comprensión de las posibles estrategias utilizadas por estos estudiantes para hacer frente a las adversidades que, seguramente, harán parte del trabajo realizado desde la obtención del título de doctor, lo que requiere más estudios.

Palabras clave: posgrado, cualificación profesional, red social de apoyo, análisis de contenido.


 

 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES – é responsável por regularizar e avaliar os cursos brasileiros de Pós-Graduação stricto sensu, cujo crescimento é notável, como se verifica a cada nova avaliação trienal. Em 2013 (triênio 2010 a 2012), o número de Programas avaliados alcançou 3337, o que se desdobra em 2893 cursos de mestrado, 1792 cursos de doutorado e 397 cursos de mestrado profissional, somando 5082 cursos. Para se ter ideia do crescimento em relação ao triênio anterior, registra-se aqui que em 2010 (triênio 2007 a 2009) foram avaliados 2718 Programas de Pós-Graduação, que correspondem a 4.099 cursos, dos quais 2.436 são mestrados acadêmicos, 1.420 doutorados e 243 mestrados profissionais (CAPES, 2013). O volume de estudantes de pós-graduação, evidentemente, cresce em proporção similar, criando grande contingente de profissionais que optaram por um prolongamento de sua formação que se estende por até sete anos adicionais. Sendo assim, é possível que algumas decisões profissionais e pessoais sejam adiadas por integrantes desse novo e crescente grupo - o de pós-graduandos.

O fato do sistema de avaliação resultar em atribuição de notas de 1 a 7 – que pontuam, respectivamente, do descredenciamento até o reconhecimento da internacionalização do Programa, incentiva esforços de docentes e discentes para cumprimento dos critérios exigidos para as maiores notas, entre eles as evidências de internacionalização. Lo Bianco, Almeida, Koller e Paiva (2010) identificaram que dentre os Programas de Psicologia, os mais bem avaliados contavam com extenso rol de publicação em periódicos internacionais, em alguns casos alcançando 75% da produção de Programas avaliados com a nota máxima. Essa exigência, segundo os autores, afeta docentes e pós-graduandos que se percebem instados a publicar em periódicos internacionais, a buscar as bolsas para estágios "sanduíche" e a participar de eventos internacionais.

Nesse sentido, o contexto no qual está inserido o pós-graduando brasileiro pode ser caracterizado por um alto nível de exigência no que diz respeito à excelência acadêmica, voltada tanto para aspectos qualitativos do seu trabalho, mas também, certamente, expressa em uma pressão por resultados que se evidenciem quantitativamente em seu currículo. Tais exigências guardam forte relação com o todo de sua formação e vêm acompanhadas de outras condições que interferem em seu processo de criação e no resultado dos processos de pesquisa: prazos curtos para conclusão, principalmente dos mestrados; número limitado de bolsas, que resulta em pós-graduandos exercendo outras atividades concomitantemente aos estudos e às pesquisas; pressão para resultados numéricos, diversificação e internacionalização da publicação; e formação anterior precária (Zanella, 2004).

Consequentemente, para Santos e Alves Junior (2007), o processo de ingresso no mestrado pode ser considerado um evento macro-estressor e durante o período do curso é alta a chance de que o aluno se depare com inúmeros eventos micro-estressores ocasionados pelas várias atividades relacionadas ou não à Pós-Graduação. Como parte de seus resultados, os autores identificaram o curto prazo do mestrado como um dos fatores que mais preocupa os estudantes, especificando "a possibilidade de não atingir o desempenho esperado pela banca, aproveitamento das disciplinas, calendário e horário de aulas" (p. 111). Esses autores também apontam a pressão por produtividade como um dos fatores estressantes enfrentados pelos pós-graduandos. Embora o estudo focalize alunos de mestrado, suas análises poderiam ser aplicadas também a alunos de doutorado.

Mais do que um agente estressor, a formação do pesquisador pode gerar, de acordo com Louzada e Silva Filho (2005a), sofrimento mental. Os autores encontraram na fala de estudantes de um Programa de Pós-Graduação definido por eles como de "nível de excelência" (p. 453), indícios de sofrimento e angústia, ocasionados pela pressão para publicação, excesso de atividades e pelas regras do caminho a ser percorrido até que se tornem pesquisadores independentes. Os mesmos autores, em outro estudo (2005b), discorrem sobre a formação acadêmica como longa, desgastante, com exigência de investimento financeiro e emocional, e cujo resultado nem sempre é o esperado: a contratação por uma Universidade pública. Segundo os autores, antes dessa esperada contratação - para os que a conseguem - existe longo caminho de vinculações temporárias ou contratação por instituições particulares que, em sua maior parte, não oferecem estabilidade.

O nível de exigência dos Programas de Pós-Graduação e a pressão sobre os estudantes por produção são, portanto, cada vez maiores, e aqueles que investem em tal nível de formação para construir sua carreira precisam atender à mencionada pressão. Resulta daí um grupo específico de graduados que viverão alguns anos submetidos às condições especiais que caracterizam a Pós-Graduação, condições essas distintas daquelas vividas por outros graduados que optaram pelo ingresso imediato na atividade profissional para a qual se prepararam que também é potencialmente estressora, mas envolvendo outros fatores. No presente estudo buscou-se, portanto, compreender as principais dificuldades, conquistas e a natureza da rede social de apoio de estudantes de Doutorado, e como o contexto de cobranças e exigências implicado foi enfrentado, utilizando uma fonte de informações pouco explorada em estudos sobre pós-graduandos: os agradecimentos que o autor da tese escreveu e fez constar de seu trabalho.

 

Método

Foi realizada uma pesquisa documental. Ainda que grande parte das pesquisas qualitativas em Psicologia utilize como principal fonte de dados entrevistas, grupos focais e/ou questionários, outras fontes de informações previamente existentes e não construídas com esse fim têm sido utilizadas. Souza e Menandro (2007) citam várias fontes que podem ser adotadas e que, além de constituírem "indicadores indiretos de comportamentos" (p. 156), podem ser informativas sobre o contexto no qual foram elaboradas.

Uma das vantagens da utilização de um material textual diferente da entrevista consiste em este não ter sido produzido para atendimento dos objetivos da pesquisa, o que minimiza o risco de indução. Entre as principais desvantagens estão a visão parcial que pode estar refletida na fonte documental utilizada, além do risco sempre presente de viés decorrente de pré-concepções do pesquisador, o que pode ser minimizado com cuidados metodológicos apropriados (Souza & Menandro, 2007). Para a composição da amostra, foram selecionados textos que constituem a seção "agradecimentos" de 50 teses dos Programas de Pós-Graduação de uma Universidade Federal de cada região brasileira, conforme a tabela a seguir.

 

 

A seleção dos textos foi aleatória, a partir de acervo digital, e contemplou as teses defendidas no ano de 2010. Agradecimentos com volume de texto de apenas uma página ou menor foram descartados, critério que pretendeu excluir agradecimentos de natureza menos pessoal, mais marcados por padronização e formalidade. Considerou-se que o volume de teses examinadas permitiu localizar elementos com razoável diversificação em um tipo de material textual (agradecimentos) que tende à uniformização pela limitação a determinadas situações e pessoas, ainda que sem normas rígidas (Vieira, 2008). Considerou-se ainda, que examinar teses de diferentes grandes áreas de conhecimento e com autores de ambos os sexos propiciou ampliação da diversidade dos textos de agradecimentos. Quando citados, os estudantes são identificados por meio das características relacionadas na tabela acima. Os textos selecionados nas teses foram analisados empregando-se a análise de conteúdo clássica, com classificação do conteúdo das menções de agradecimento em categorias temáticas elaboradas com base do exame preliminar do conjunto de textos investigados, tal como descrito por Bauer (2002).

 

Resultados

A seção "agradecimentos" das teses selecionadas contém dados sobre a vida dos participantes escritos de forma espontânea, sem o direcionamento do entrevistador e sem responder a uma questão específica, além de expressar, de forma mais ou menos pessoal, os sentimentos do doutorando ao final de sua jornada. É preciso manter sob foco o fato de que ao escrever os "agradecimentos" o autor tem conhecimento de quem serão os leitores mais prováveis – quase sempre pessoas mais diretamente vinculadas ao Programa de Pós-Graduação, como seus colegas, professores e orientador(a), examinadores, cônjuge, e alguns parentes e amigos mais próximos. Isso significa que há menções mais prováveis tanto em decorrência da atividade na qual o texto está inserido como em função da relação com os leitores mais prováveis.

Como esse tipo de acesso aos participantes não possibilitou um levantamento sociodemográfico, o próprio texto indicou as redes sociais dos alunos, aqueles que são filhos. Como seria aceitável esperar, quase todos os agradecimentos citam professores, do Programa ou de outros Programas, com os quais os doutorandos tiveram contato significativo que tenha contribuído, de alguma forma, para a construção da tese e para a formação do doutorando.

Nomes próprios são citados em todos os textos, na maioria das vezes sendo indicado o tipo de vínculo entre essas pessoas e o doutorando. Também em todos os textos existem várias palavras e expressões que revelam como esse relacionamento foi significativo para o término da tese e outras que expressam os sentimentos e vivências dos alunos durante o doutorado. O término da tese é compreendido pelos estudantes como uma conquista, um desafio que foi vencido através de horas despendidas em leituras, experimentos, discussões e escrita. Os relacionamentos estão representados como temporariamente destituídos do lugar prioritário, ou como suporte emocional até que a tese fosse concluída e o estudante obtivesse o título de Doutor.

O período de formação dos estudantes pode ser qualificado, ainda, com base em palavras ou expressões que remetem a uma escala de sentimentos, classificadas como positivos e negativos. Como sentimentos positivos foram identificados: "satisfação"; "amadurecimento"; "alegria"; "superação". Como sentimentos negativos, foram encontrados: "angústia"; "dificuldade"; "solidão"; "medo"; "insegurança"; "tristeza" e "ausência". O excerto a seguir é um exemplo conciso:

A elaboração de uma tese faz parte do desenvolvimento científico e pessoal do autor e, como a tese é um texto técnico, todos os processos que envolvem a sua realização, desde a alegria ao ingressar no doutorado até as angústias do seu término, ficam escondidos entre as linhas aqui deixadas (feminino, centro-oeste, biológicas).

Os alvos dos agradecimentos foram classificados em quinze categorias. Onze dessas categorias referem-se a pessoas: todos, cônjuges, pais, filhos, família extensa, participantes, docentes, orientador, alunos, colegas, amigos. Três categorias referem-se a instituições: instituições/comunidades que acolheram ou colaboraram com a pesquisa, agências de fomento, programa de pós-graduação. A categoria restante inclui qualquer tipo de divindade que tenha sido mencionada. As menções feitas a cada alvo, já categorizados, estão indicadas na tabela que se segue, visando facilitar a visualização e considerar presenças e ausências.

 

 

A categoria "Todos" abrange agradecimentos que referem o trabalho como o resultado de interações e, portanto, compartilham sua autoria com todas as pessoas que, de alguma forma, pudessem ter feito parte daquele conjunto de contribuições para o produto final, que foi a tese. A frase a seguir, expressando a preocupação em não incorrer em qualquer esquecimento, é exemplar:

A realização de uma pesquisa precisa do envolvimento de muitas pessoas, de forma direta ou indireta, para que tudo seja concluído adequadamente. Nesse momento, quando agradecemos, é grande o risco de cometermos alguma falha, apresentando apenas alguns nomes (masculino, centro-oeste, biológicas).

Outros optam por texto simplificado, mas de teor comparável:

A todos aqueles que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização desta tese (feminino, sudeste, exatas).

"Ser sobrenatural" abrange os agradecimentos que se referem a Deus, Maria e a um ser superior. O volume de teses que fizeram e que não fizeram menção a qualquer divindade e/ou tipo de suporte espiritual é quase o mesmo. As referências a Deus agradecem por sua presença em todos os aspectos de suas vidas, o que gera possibilidades e oportunidades. Além disso, os agradecimentos a Deus o apontam como fonte da própria força e habilidade para finalizar o doutorado.

A DEUS, que nos deu a vida, presenteou-nos com o livre arbítrio, abençoou-nos com a inteligência e deu-nos a força para lutar a fim de conquistar os nossos ideais. Além disso, permite que possamos ser pessoas melhores e assim ajudar ao próximo. A ELE toda a nossa gratidão e respeito [destaques no original] (masculino, norte, biológicas).

"Cônjuge" foi a palavra determinada para descrever companheiro(a), marido, esposa e namorado. O(a) cônjuge é representado(a) como alguém que suporta a ausência e o mau humor e faz parte da conquista pelo suporte oferecido durante o período de estudos. Algumas das descrições de momentos difíceis durante o doutorado aparecem vinculadas ao(à) cônjuge, sendo este(a) quem ameniza esses momentos, ou compreende que é necessário ser "deixado(a) de lado" naquele momento, para que o trabalho seja concluído.

À minha querida esposa, agradeço a Deus por um dia colocar você na minha vida. De compreender a minha ausência, de me encorajar nos momentos de tristezas e de participarmos juntos nos momentos de encantamento (masculino, centro-oeste, biológicas).

Pai e/ou mãe, quando mencionados, foram reunidos sob o termo "pais" para efeito de análise. Aparecem nos agradecimentos como aqueles que acreditam e incentivam, mesmo sem compreender exatamente o processo da formação do Doutor. São os responsáveis, segundo os doutorandos, por toda a bagagem que possibilitou a chegada àquele patamar e, em muitos casos, foram o suporte prático e necessário para a conclusão do curso.

Dedico, em especial, a minha querida mãe, que sempre acreditou em meus sonhos, caminhou, sofreu e lutou comigo a cada segundo desde o início da minha jornada e nunca me deixou pensar em desistir (masculino, sudeste, biológicas).

Jamais conseguiria concluir essa etapa sem o apoio de pessoas que ocupam minha memória poética e que dão sentido a minha existência: Ana, minha mãe, que me deixou ainda no primeiro ano do curso de doutorado. Um golpe enorme, dor, vazio, saudade. Creio que ela está orgulhosa em ter um filho "doutor" (masculino, norte, humanas).

A minha mãe (in memoriam) que sempre incentivou e acompanhou minha trajetória em busca do conhecimento e que, ao final de sua vida, já doente, esteve muitas vezes privada de minha presença. Sem ela não chegaria aonde cheguei, com certeza (feminino, centro-oeste, humanas).

Os pais não são mencionados em quase metade dos textos. Dada a habitual importância afetiva dos pais em nossa cultura essa ausência sugere que diversos doutorandos tiveram preocupação de circunscrever seus agradecimentos ao círculo acadêmico.

"Filhos" são mencionados em quase metade dos agradecimentos, constatação que interessa como indicação preliminar de que a existência de filhos, per se, com as responsabilidades associadas, não é fator impeditivo para a realização de formação pós-graduada. Aos filhos são creditados nos agradecimentos suporte, ânimo e motivação para o término, embora seja possível também identificar a culpa pela ausência decorrente da tese enquanto o(s) filho(s) cresce(m).

Meu querido e amado filho, a pessoa mais importante de minha vida. Obrigada por ser do jeitinho que você é. Obrigada por tentar compreender minhas ausências, mesmo estando presente. Obrigada por aturar meus maus humores. Obrigada por me dar força nos momentos em que me sentia fraca. Obrigada simplesmente por sempre estar do meu lado. TE AMO (feminino, norte, humanas).

Ao meu filho que agora terá uma mãe mais presente e continua sendo o responsável pelo repensar das prioridades de minha vida (feminino, nordeste, biológicas).

A menção a qualquer membro da família que não os pais ou filhos foi considerada "família extensa". Inclui avós, irmãos, sobrinhos, tios, primos, e qualquer outro membro familiar citado como tal. Os membros familiares podem ser nomeados em uma lista, citados como um todo ("meus familiares") e relacionados ou não a expressões de afeto positivo.

Aos meus familiares, aconchego, sem os quais essa caminhada seria pesada demais (feminino, centro-oeste, biológicas).

Àqueles que estão sempre ao meu lado na alegria e tristeza, apoiando sempre as minhas decisões e escolhas: meus irmãos (feminino, centro-oeste, biológicas)

Os "amigos" são identificados como fundamentais para a conclusão do doutorado e incluem também colegas do programa de pós-graduação ou de profissão do doutorando. Os amigos são também considerados fonte de contribuições teóricas e/ou práticas para a conclusão da tese, além de apoio afetivo.

Aos meus queridos amigos e vizinhos do quintal em comum pela acolhida e convivência maravilhosa que só a amizade desinteressada é capaz de proporcionar. Agradeço até pelo meu choro (raro!) do dia da partida (masculino, sul, humanas)

Aos colegas de curso com quem passei muitos momentos, aprendi, ensinei, compartilhei e cresci (feminino, sudeste, biológicas)

Os "docentes" abrangem agradecimentos aos professores do Programa, de outros Programas, ou da época da graduação. Os professores são referenciados como pessoas que marcaram a formação pelo conteúdo e por características pessoais consideradas positivas pelo aluno. Já o "orientador" ou a orientadora são apontados como alguém que acredita, que é exemplo, que mostra caminhos interessantes para a produção e para a vida. É importante considerar que a menção nem sempre é positiva, o que justificaria, também, a ausência de agradecimentos ao orientador:

Agradeço à professora e orientadora pela exímia condução da presente Tese, que, brilhantemente, ofereceu os pilares sustentadores na construção desta trajetória acadêmica. Sem seu apoio não teria sido possível concretizar o ideal almejado (feminino, sudeste, humanas)

A [nome da orientadora], que aceitou 'me herdar', assumindo minha orientação quando [nome da primeira orientadora] teve que se desligar do Programa. Esteve sempre pronto a me ajudar, mas eu nem sempre estive presente; os problemas do trabalho devem ser creditados a mim (masculino, centro-oeste, biológicas).

Os "alunos" abrangem agradecimentos a estudantes da graduação que os doutorandos orientam em Projetos de Iniciação Científica (PIBIC) ou a estudantes de instituições nas quais o doutorando é professor, que compreenderam e aceitaram a ausência do professor em alguns momentos para que ele pudesse estar em campo e/ou escrevendo.

Instituições ou comunidades que acolheram a pesquisa figuram nos agradecimentos por terem cedido seu espaço, seus dados, seus membros para que a pesquisa fosse realizada.

Às lideranças indígenas pelo aval ao trabalho e por entenderem que a pesquisa é um caminho para o êxito no controle da tuberculose entre eles (feminino, centro-oeste, biológicas).

A todas as crianças e todos os adolescentes que aceitaram participar desta pesquisa. A todas as famílias que nos apoiaram, autorizando seus filhos a participarem desta pesquisa (feminino, nordeste, biológicas).

Agradecimentos mais impessoais são observados quando os doutorandos mencionam o Programa de Pós-Graduação no qual estão inseridos e/ou as agências de fomento CAPES e CNPq (além de outras agências locais).

Esses dados apresentados, antes de serem discutidos, requerem alguns elementos de contextualização que são expostos na sequência. No processo de interpretação de dados é sempre importante proceder de forma a identificar elementos presentes e ausentes na forma como acontecimentos, indivíduos e objetos são concebidos pelos sujeitos que forneceram ou produziram as informações sob análise. No caso de documentos, acrescenta-se a necessidade de considerar as condições de sua produção e os seus propósitos. No material documental examinado o elemento presente de forma mais consistente é uma diversidade de pessoas, tanto pessoas diretamente vinculadas ao universo do curso como pessoas associadas às relações pessoais extra-curso (familiares, cônjuges, e parte dos amigos). Considerando tal aspecto dos agradecimentos que constam das teses é possível ressaltar que pessoas são as grandes incentivadoras e fonte de suporte para os doutorandos. Fala-se aqui em suporte uma vez que muitos doutorandos tendem a revelar nos agradecimentos uma compreensão do processo vivido não exatamente como crescimento resultante da formação (que é dependente de muitos, pois resulta das atividades realizadas em interação com colegas e professores), mas como superação pessoal diária.

As pessoas mencionadas, cujo relacionamento com o doutorando pode ser mais ou menos próximo, tornam a caminhada ao longo da pós-graduação menos difícil ou sofrida, e muitas vezes até mesmo agradável e alegre. Elas estão presentes física ou emocionalmente, são o foco de saudades, devendo ser ressaltada a presença diuturna de uma pessoa (ou mais de uma) com a função nem sempre amistosa de orientar, criticar, cobrar e avaliar. As pessoas são apresentadas nos agradecimentos como fundamentais para o processo, seja para a conclusão do trabalho, seja para suas atividades cotidianas e triviais. A família e o(a) cônjuge aparecem em contexto de justificação e desculpas pela ausência parcial (física e emocional) decorrente de longos períodos de isolamento, em especial durante o período de escrita do texto final da tese. O contexto em que aparecem os amigos é distinto. Eles são apresentados com importância similar à da família, porém como aqueles que distraem e direcionam de volta ao trabalho e em relação aos quais, por alguma razão, não cabem desculpas pela ausência.

O Doutorado é apontado como construção que é difícil, que gera ansiedade e angústia, mas que é recompensada pelo amadurecimento, pelos encontros e pelas expectativas positivas. As certezas são desestabilizadas; o pensamento, inquieto, é aprofundado. Os limites, desgastes e gastos são recompensados pela superação e satisfação em finalizar um projeto, uma etapa, uma formação. Nos agradecimentos quase nada se menciona sobre futuro, expectativas, novos desafios e planos. Essa ausência é parcialmente compreensível pelo fato de uma seção de agradecimentos ser mais talhada para outro tipo de conteúdo, mas nada impediria que o assunto fosse abordado. Os doutorandos se concentram no passado, buscando explicar como chegaram até ali e registrando a superação que essa chegada representa. A ausência de menção ao futuro profissional divisado, que no momento de encerramento da tese torna-se, em princípio, preocupação presente, pode ser vista como indicação da satisfação de ter vencido uma etapa, sugerindo algo como uma "pausa" antes de enfrentar novos desafios. Não deve escapar à percepção a presença de certa ênfase exagerada no aspecto individualizante do tipo "eu realizei algo importante, eu consegui", não tendo sido registrada qualquer menção à estrutura de ensino público que propiciou a concretização do doutorado (ainda que haja menção à bolsa de estudos individualmente auferida).

 

Discussão

Os autores que têm discutido a Pós-Graduação brasileira consideram que é demandado dos alunos grande investimento financeiro, emocional e de tempo e que isso tem gerado estresse, cansaço, desânimo, e, em alguns casos, sofrimento mental (Louzada & Silva Filho, 2005a; 2005b; Santos & Alves Junior, 2007). Nas condições brasileiras, é cada vez mais comum o doutorando ter iniciado essa etapa da formação logo após a conclusão do Mestrado - Mestrado esse também iniciado logo em seguida à conclusão da graduação - com o que já terá transcorrido período de formação superior há dez anos quando o doutorando está finalizando sua tese.

Quando são comparados dados de países diferentes entre si, representando situações extremas em relação ao Brasil, é possível perceber que o país não está exatamente em qualquer desses extremos, ou seja, sua posição é intermediária entre os casos mencionados a seguir. Na Inglaterra, por exemplo, os Programas mais bem avaliados impõem exigências que demandam ritmo acelerado de trabalho, mas o nível de empregabilidade após o término do curso é elevado, ao que resulta em estabilidade do sistema (Urwin & Di Pietro, 2005). Na Venezuela, tomando-se outro exemplo, a pressão sobre o pós-graduando também é grande, mas as condições tanto da formação como da probabilidade de emprego futuro compatível com a formação são muito mais desfavoráveis, do que decorre alto índice de abandono na Pós-Graduação (Dubs, 2005).

Os dados analisados neste trabalho permitem supor que o comprometimento do aluno com o Programa e com sua tese resultou, em alguns momentos, nas diversas reações mencionadas ao longo do texto. No entanto, é preciso enfatizar que a ênfase dos agradecimentos presentes nas teses está na rede de contatos e de apoio, uma vez que as pessoas que compõem tal rede amenizaram o sofrimento e o tornaram não apenas suportável, mas alegre e permeado por expectativas. A possibilidade de contar com esse suporte apareceu como um dos principais fatores apontados nos agradecimentos para o enfrentamento de todas as dificuldades e finalização do curso.

As redes sociais de apoio, segundo Dessen e Braz (2000), exercem essa função de acolhimento e diminuição do sofrimento por meio de um auxílio que às vezes é instrumental e às vezes emocional. As autoras afirmam que "os suportes sociais recebidos e percebidos pelas pessoas são fundamentais para a manutenção da saúde mental; [e] para o enfrentamento de situações estressantes" (p. 222). Ao agradecerem aos colegas e amigos identificados como pessoas importantes no decorrer do curso, os alunos sugerem que puderam contar com apoio instrumental e emocional tal como indicado pelo estudo acima referido. O apoio instrumental pode ser visualizado nas discussões – em sala de aula e fora dela – entre os doutorandos, sugestões de colegas e outros professores e profissionais conhecedores da temática/metodologia utilizados, possibilitando a diminuição da insegurança natural do processo de escrita de um trabalho acadêmico.

O apoio emocional, às vezes proveniente também dos colegas de turma, pode ser mais observado entre amigos "de fora" da Universidade e por familiares. Tal reflexão é aqui mencionada no sentido de que para aqueles amigos ou familiares que não são e nunca foram doutorandos, é difícil perceber a intensidade com a qual o processo pode ser penoso. Em relação aos que já foram ou são doutorandos no momento, poucos compartilharão a mesma área de conhecimento, resultando, então, que a especificidade da área torna o processo vivenciado pelo pós-graduando algo único.

É possível compreender, portanto, que, em alguns momentos, o apoio instrumental pode se configurar como mais importante que o emocional. Mesmo os pais não aparecem, por exemplo, citados em agradecimentos que ressaltam as contribuições instrumentais, mas sim em relação às contribuições afetivas. Em termos de contribuição emocional, até mesmo pais que já faleceram são mencionados com carinho, caracterizados como aqueles que possibilitaram o desenvolvimento do doutorando e foram fundamentais para suas conquistas profissionais e pessoais.

Como já foi assinalado, chama atenção a menção aos filhos em quase metade dos agradecimentos das teses examinadas. De início é preciso mencionar a pressão social para a maternidade/paternidade, ainda presente no contexto brasileiro mesmo em relação a adultos jovens (Borlot & Trindade, 2004). De certa forma isso contrasta com a realidade dos pós-graduandos que ingressam em seus programas cada vez mais jovens (Louzada & Silva Filho, 2005b) e que vivem a necessidade de adiar a chegada dos filhos até consolidarem posição no mercado de trabalho (Barbosa & Rocha-Coutinho, 2007; Castelain-Meunier, 2002; Gomes & Resende, 2004; Lee & Gramotnev, 2006; Mansur, 2003). Para o doutorando, que em geral já está na porção final da terceira década de vida, essa necessidade conflita de forma mais aguda com a pressão pela paternidade/maternidade ou pela constituição de família própria, com o que, em alguns casos, os filhos chegam durante o doutorado. Deve ser registrado que dois terços das menções a filhos (15 casos no total) apareceram em teses concluídas por mulheres, o que pode decorrer de configuração demográfica (por exemplo, maior percentual de pós-graduandas com filhos em relação aos estudantes homens) ou pode ser visto como indicação de que o sofrimento com a ausência parcial quanto ao contato com os filhos tem peso diferenciado para as mulheres, em conseqüência de aspectos consolidados de atribuições de gênero. Foi possível perceber também que a realização um pouco mais tardia do Doutorado ainda é realidade para pessoas que já têm sua profissão estabelecida e estão em outra atividade profissional, daí o fato dos agradecimentos, às vezes, se estenderem até mesmo aos netos.

Como já foi registrado, há menção a Deus em 26 teses. Tal menção nos agradecimentos é um ponto interessante de discussão, considerando que predominam na população do país pessoas que se declaram religiosas, mas no contexto da ciência, que circunscreve a pós-graduação, o conhecimento religioso não é valorizado, em princípio. Percebe-se, então, que a possibilidade de agradecer a Deus em uma tese não é alvo de veto oficial, ainda que o conhecimento religioso não esteja presente no corpo da tese. A menção mais frequente é feita a Deus e não a uma instituição religiosa, o que pode direcionar ao entendimento de que o suporte, nesse caso, não é dado por uma vinculação religiosa/doutrinária, mas sim pelo contexto cultural e pelas formalidades que implica. Dito de outra forma, a menção a Deus refere-se mais ao contexto de relações interpessoais e familiares do doutorando (como também ocorre quando a família é mencionada), sem qualquer conotação de apoio instrumental. É possível relacionar tal tema não apenas com as expectativas, de certa forma impositivas, de pais ou de cônjuges, mas até mesmo com influências culturais mais sutis como, por exemplo, a que resulta da difusão da ideia de que mostrar sinais de religiosidade é mostrar que é alguém moralmente diferenciado (Scott & Cantarelli, 2004).

Novaes (2004) chama a atenção para um fenômeno crescente no Brasil: pessoas que afirmam acreditar em Deus sem necessariamente estarem vinculadas a uma religião. Segundo a autora é possível perceber a espiritualidade inclusive naqueles que se autodenominam agnósticos ou ateus, sendo o "temor a Deus" e a "espiritualidade" eleitos por jovens autointitulados dessa forma quando questionados sobre "os valores mais importantes em uma sociedade ideal" (p. 324). No caso dos agradecimentos feitos pelos doutorandos, Deus pode aparecer inclusive como sendo o responsável direto pela oportunidade de estar ali, do início ao fim do processo. Nestes casos, versículos bíblicos também são citados, como parte dos agradecimentos, ou como o texto da epígrafe. Em outros agradecimentos, no entanto, não há qualquer referência à espiritualidade como algo relacionado ao Doutorado.

De forma geral, o doutoramento foi retratado como período repleto de exigências, privações e frustrações, que exige envolvimento profundo e apresenta obstáculos, mas também abre muitas possibilidades. Quadro similar tem sido relatado por pesquisadores de outros países em relação a seus próprios Programas (Rillo, Gúzman,& Servín, 2009; Dubs, 2005; Urwin & Di Pietro, 2005; Drennan & Hyde, 2008; Wakeling, 2009). Para estes autores, o tempo de duração do curso, o envolvimento do pós-graduando e o suporte do Programa possibilitam que a formação tenha maior qualidade e, como consequência, que os estudantes ali preparados estejam aptos para dar continuidade às suas carreiras. Apesar de o futuro não ter sido mencionado pelos participantes nos agradecimentos, o término do Doutorado não representa apenas a conquista merecida pelos anos difíceis enfrentados; representa a conclusão de uma etapa que os direciona a outras etapas, também desafiadoras e recompensadoras, que provavelmente serão vivenciadas por eles. Para destacar um exemplo de como a situação dos pós-graduandos implica aspectos relativos ao futuro para os quais é difícil qualquer preparação, menciona-se aqui o fato de um recém doutor não poder saber com alguma segurança onde irá viver sua vida acadêmica, ficando da dependência de concursos e outras circunstâncias pouco previsíveis.

 

Considerações finais

Ainda que partindo de um estudo exploratório, foi possível perceber que a inserção e a permanência no Doutorado são definidas como geradores de angústias e dificuldades vivenciadas pelos estudantes em meio a relacionamentos que podem fazer tudo parecer menos desgastante. Esses relacionamentos se referiam tanto a apoios instrumentais, ou seja, contribuições para o desenvolvimento das atividades pertinentes à pós-graduação, como a apoios emocionais, provenientes principalmente de familiares e amigos. A seção de agradecimentos não tem sido vista por pesquisadores como fonte de informações a considerar, mas seu exame proporcionou contribuições ao revelar elementos úteis para discutir a vivência do pós-graduando nessa etapa de formação.

A ausência de menção aos planos futuros nos agradecimentos indica, além da ênfase no desgaste vivido, que a caminhada futura se configura como incógnita, sugerindo a importância da realização de novos estudos que acompanhem a trajetória desses profissionais em busca de carreira estável. Pode ser indispensável observar exatamente o aspecto presente com maior ênfase nos "agradecimentos": as pessoas. No contexto dos pós-graduandos, falar de pessoas é falar também a respeito do impacto que o investimento na formação e na carreira subsequente gera na família, ou a respeito de como a formação de família própria repercute na caminhada em direção à estabilidade.

De forma geral, quase não há diferenças expressivas entre os dados produzidos por homens e mulheres, o que indica equilíbrio que pode decorrer do local em que se dá a atividade (Universidade) e da natureza da atividade (estudar e pesquisar em curso de Pós-Graduação). Tal atividade demanda a mesma dedicação e estabelece as mesmas exigências para estudantes de ambos os sexos. Outras investigações poderiam desenvolver de forma mais específica a questão.

Compreender quem são (faixa etária, relações familiares, classe social, entre muitos outros aspectos) os estudantes da Pós-Graduação brasileira na atualidade e verificar se os fenômenos aqui observados são específicos à formação da carreira acadêmica ou atingem a classe média de forma geral são outros desafios lançados às próximas oportunidades.

 

Referências

Barbosa, P. Z., & Rocha-Coutinho, M. L. (2007). Maternidade: novas possibilidades, antigas visões. Psicologia Clínica, 19(1), 163-185.         [ Links ]

Bauer, M. W. (2002). Análise de conteúdo clássica: uma revisão. In: M. W. Bauer & G. Gaskell (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático (189-217). Petrópolis: Vozes.         [ Links ]

Borlot, A. M. M., & Trindade, Z. A. (2004) As tecnologias de reprodução assistida e as representações sociais de filho biológico. Estudos de Psicologia, 9(1), 63-70.         [ Links ]

CAPES (2013). Dados disponíveis e acessados em 15/12/2013, em www.capes.gov.br.         [ Links ]

Castelain-Meunier, C. (2002). The place of fatherhood and the parental role: tensions, ambivalence and contradictions. Current Sociology, 50(2), 185-201.         [ Links ]

Dessen, M. A., & Braz, M. P. (2000). Redes de apoio durante transições familiares decorrentes do nascimento de filhos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16(3), 221-231.         [ Links ]

Drennan, J., & Hyde, A. (2008). Social selection and professional regulation for Master's degrees for nurses. Journal of Advanced Nursing, 63(5), 486-493.         [ Links ]

Dubs, R. (2005). Permanecer o desertar de los estudos de postgrado: síntesis de modelos teóricos. Investigación y postgrado, 20(1), 55-79.         [ Links ]

Gomes, A. J. S., & Resende, V. R. (2004). O pai presente: o desvelar da paternidade em uma família contemporânea. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20(2), 119-125.         [ Links ]

Lee, C., & Gramotnev, H. (2006). Motherhood plans among young Australian women. Who wants children these days? Journal of Health Psychology, 11(1), 5-20.         [ Links ]

Lo Bianco, A. C., Almeida, S. S., Koller, S. H., & Paiva, V. (2010). A internacionalização dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia: perfil e metas de qualificação. Psicologia: Reflexão e Crítica, 23 (suplemento 1), 1-10.         [ Links ]

Louzada, R. C. R., & Silva Filho, J. F. (2005a). Formação do pesquisador e sofrimento mental: um estudo de caso. Psicologia em Estudo, 10(3), 451-461.         [ Links ]

Louzada, R. C. R., & Silva Filho, J. F. (2005b). Pós-graduação e trabalho: um estudo sobre projetos e expectativas de doutorandos brasileiros. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 12(2), 265-282.

Mansur, L. H. B. (2003). Experiências de mulheres sem filhos: a mulher singular no plural. Psicologia: Ciência e Profissão, 23(4), 2-11.         [ Links ]

Novaes, R. (2004). Os jovens "sem religião": ventos secularizantes, "espírito de época" e novos sincretismos. Notas preliminares. Estudos Avançados, 18(52), 321-330.         [ Links ]

Rillo, A. G., Guzmán, M. E. A., & Servín, H.O. (2009). Evaluación del proceso educativo de un posgrado en salud mediante la participación de los estudiantes. Educación Médica Superior, 23(4), 166-175.         [ Links ]

Santos, A. F., & Alves Junior, A. (2007). Estresse e estratégias de enfrentamento em mestrandos de ciências da saúde. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(1), 104-113.         [ Links ]

Scott, R. P., & Cantarelli, J. (2004). Jovens, religiosidade e aquisição de conhecimentos e habilidades entre camadas populares. Caderno CRH, 17(42), 375-388.         [ Links ]

Souza, L., & Menandro, P. R. M. (2007). Pesquisa documental em psicologia: a máquina do tempo. In: Rodrigues, M. M. P., & Menandro, P. R. M. (Orgs.). Lógicas metodológicas: trajetos de pesquisa em psicologia. (151-174). Vitória: UFES-PPGP / GM Editora.         [ Links ]

Urwin, P., & Di Pietro, G. (2005). The impact of research and teaching quality inputs on the employment outcomes of postgraduates. Higher Education Quaterly, 59(4), 275-295.         [ Links ]

Vieira, S. (2008). Como escrever uma tese. 6ª edição. São Paulo: Atlas.         [ Links ]

Wakeling, P. (2009). Are ethnic minorities underrepresented in UK postgraduate study? Higher Education Quaterly, 63(1), 86-111.         [ Links ]

Zanella, A. V. (2004). Atividade criadora, produção de conhecimentos e formação de pesquisadores: algumas reflexões. Psicologia & Sociedade, 16(1), 135-145.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Paulo Rogério Meira Menandro
E-mail: paulomenandro@uol.com.br

Recebido: 08/09/2014
1ª reformulação: 22/11/2014
Aceito: 10/12/2014

 

 

1 Mariane Ranzani Ciscon-Evangelista é doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo.
2 Mariane Lima de Souza é doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo.
3 Paulo Rogério Meira Menandro é docente da Universidade Federal do Espírito Santo.

Creative Commons License