SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.16 número1Sintomas de estresse em alunos do 1º ano do Ensino FundamentalConhecimentos e práticas sobre métodos contraceptivos em estudantes universitários índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista da SPAGESP

versão impressa ISSN 1677-2970

Rev. SPAGESP vol.16 no.1 Ribeirão Preto  2015

 

ARTIGOS

 

O papel dos pais e as influências externas na educação dos filhos

 

The parents' role and external influences in children's education

 

El papel de los padres y las influencias externas en la educación de los hijos

 

 

Zoraide Margaret Bezerra Lins1,I; Nádia Maria Ribeiro Salomão2,I; Samuel Lincoln Bezerra Lins3,II; Terezinha Féres-Carneiro4,II; Ana Cristina Eberhardt5,III

I Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa-PB, Brasil
II Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro-RJ, Brasil
III Universidade do Porto, Porto, Portugal

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente estudo teve o objetivo de analisar a compreensão que mães e pais têm sobre o seu papel e o do seu cônjuge na criação dos filhos, bem como identificar as influências externas, positivas e negativas,no processo. Participaram do estudo 18 casais com filhos de 12 a 48 meses, residentes na cidade de João Pessoa. Os resultados mostraram que os genitores atribuíram papéis tradicionais à figura materna e paterna, no sentido em que as mães foram consideradas responsáveis pela educação e carinho dos filhos, e os pais, responsáveis pelo exercício da autoridade. Como influências externas, positivas e negativas sobre a educação dos filhos, os pais e mães ressaltaram os avós, a escola e a TV. Estes resultados contribuem para uma melhor compreensão das atribuições de papéis parentais, e para a percepção das influências externas que interferem na educação dos filhos, configurando-se uma fonte de pesquisa científica que envolve como participantes pais e mães no exercício da parentalidade.

Palavras-chave: mães; pais; papéis; influências externas; filhos.


ABSTRACT

The purpose of this study is to analyze the understanding that mothers and fathers have about their role and of their spouse, and to identify the external influences – positive or negative – that interfere in child rearing. The study was held with 18 couples, with children aged 12 to 48 months, who live in Joao Pessoa, Brazil. The results showed that parents attributed traditional roles to the maternal and paternal figure, in the sense of mothers were held responsible for the education and care of children and fathers, responsible for exercising authority. As external influences, positive and negative on the education of children, fathers and mothers mentioned out grandparents, school and TV.These results contribute to a better understanding of attributions to parental roles and to the perception of external influences that interfere in child rearing, being thus a source of scientific research that involves as participants fathers and mothers in the exercise of parenting.

Keywords: mothers; fathers; parents; roles; external influences; children.


RESUMEN

El presente trabajo tuvo el objetivo de analizar la comprensión que madres y padres tienen sobre su papel y el de su cónyuge, en la crianza de sus hijos, así como identificar las influencias externas, positivas y negativas en ese proceso. Participaron del estudio 18 parejas con hijos de 12 a 48 meses, residentes en la ciudad de Joao Pessoa, en Brasil. Los resultados mostraron que los genitores atribuyeron papeles tradicionales a la figura materna y paterna, delegando a las madres la responsabilidad por la educación y el cariño para con los niños y los padres, los responsables de ejercer la autoridad. Y las influencias externas, positivas y negativas en la educación de los niños, padres y madres resaltaron los abuelos, la escuela y la televisión. Estos resultados contribuyen para una mejor comprensión de las atribuciones de los papeles parentales, y para la percepción de las influencias externas que interfieren en la educación de sus hijos, estableciendo-se cómo una fuente del investigación científica que involucra a los padres y las madres como participantes en el ejercicio de la crianza de los hijos.

Palabras clave: madres; padres; papeles; influencias externas; hijos.


 

 

Na sociedade contemporânea não se encontram modelos familiares únicos no que diz respeito ao desenvolvimento da educação dos filhos. Atualmente têm se observado transformações nos papéis tradicionais da mãe e do pai, e o padrão familiar tradicional vem sendo substituído por novas configurações familiares. Tais mudanças têm sido enfatizadas em diversos estudos na área das ciências psicológicas (Féres-Carneiro & Ziviani, 2009; Lauz & Borges, 2013; Leme, Del Prette, & Coimbra, 2013; Melo & Mota, 2013; Santos, Scorsolini-Comin, & Santos, 2013; Teixeira, Parente, & Boris, 2009; Valentim & Dias, 2014).

Mesmo considerando as diversas mudanças da configuração familiar atual, a família ainda ocupa um lugar intermediário entre a sociedade e o indivíduo, possuindo organização e dinâmicas particulares (Macarini, Martins, Minetto, & Vieira, 2010). Ribeiro e Martins (2009) referem que, mesmo diante desta multiplicidade de modelos de organização, a família conserva sua função de "útero social", um lugar singular de convivência, acolhimento, afeto e educação, mas que não deixa de ter conflitos e desentendimentos nos relacionamentos entre os seus membros. Ou seja, não existe um modelo livre de adversidades, visto que no ambiente familiar é possível vivenciar tanto emoções positivas como negativas simultaneamente (Lins, Lima-Nunes, & Vasconcelos, 2010).

Sendo assim, a família contemporânea, em sua diversidade, tem procurado soluções para as novas situações, não mais se pautando em um código exterior, mas considerando as biografias de escolha de seus membros (Bradt, 1995). Para um melhor entendimento do funcionamento familiar é preciso analisar a conjuntura histórica, social e econômica na qual as famílias estão inseridas, e observar as concepções sobre a educação e as interações nas relações desenvolvidas.

O estudo do contexto familiar e a sua influência sobre o desenvolvimento da criança ajuda a compreender que os papéis maternos e paternos são multidimensionais e complexos, e que podem ser observados em diferentes momentos da relação entre pais e filhos (Biasoli-Alves, 2005). Apesar de todas as mudanças sofridas pela família contemporânea, a distinção entre os papéis dos homens e das mulheres ainda é evidente (Luz & Berni, 2010).

Uma das modificações ocorridas recentemente na família contemporânea, por exemplo, é o modo como o pai tem participado mais diretamente da criação dos filhos, construindo novas definições das atribuições masculinas no que refere à paternidade (Genesoni & Tallandini, 2009; Ramchandani et al., 2013). Muitos pais têm se relacionado com seus filhos de forma mais intensa, ocupando o papel de figuras centrais em suas vidas (Cia & Barham, 2009). De fato, o pai tem se tornado mais comprometido nas interações familiares, e esse envolvimento, além de ser bom para os filhos, também traz mudanças para o genitor, que desenvolve uma imagem nova de si mesmo, à medida que participa no cuidado dos seus filhos (Macarini et al., 2010).

Brazelton (2002) comenta que,quando o pai participa desde a gestação, e está presente no momento do parto, seu envolvimento nos cuidados com o filho intensifica-se, resultando em um relacionamento mais profundo e duradouro. Para além disso, o fato de,atualmente, a maior parte das mães trabalharem fora do ambiente doméstico, tem levado os homens, progressivamente, a compartilhar de um maior compromisso e responsabilidade na criação e educação dos filhos. De uma forma geral, mesmo que lentamente, os homens têm se tornado mais companheiros de suas esposas, e mais integrados ao cotidiano familiar (Lamb, 2010; Souza & Benetti, 2009).

Neste sentido, diversos estudos relatam as mudanças do papel paterno na família, enfatizando tanto a sua maior participação nas atividades da casa, como um maior envolvimento nos cuidados com os filhos (Cia & Barham, 2009; Lamb & Lewis, 2010). Desse modo, a figura paterna tem recebido atenção especial da investigação científica, não sendo apenas considerada como um reflexo ou substituição da mãe, mas como um papel essencial para o desenvolvimento da criança (Vieira, Manfroi, & Macarini, 2011). No entanto, de acordo com Vieira et al. (2014), apesar dessas mudanças contemporâneas no exercício da parentalidade, a responsabilidade pela criação dos filhos ainda é atribuída, sobretudo, às mães. Para esses autores, o exercício da parentalidade está passando por uma transição entre o reconhecimento da importância da participação do pai no desenvolvimento da criança e a manutenção de papéis tradicionais do pai como ajudante da mãe nos cuidados e educação do filho.

Ademais, o papel do pai tem sido pouco investigado quando comparado com os estudos sobre o papel materno (Cia, Williams, & Aiello, 2005). Uma consulta realizada na biblioteca eletrônica Scielo em Setembro de 2014, com os termos mãe/maternidade e pai/paternidade, resultou em 163 e 66 publicações, respectivamente. Outra consulta realizada na base de dados EBSCO, no mesmo período, resultou em 8.088 referências para os termos "mother-motherhood" e 3.920 referências para os termos "father/fatherhood". Ambas as consultas indicaram a expressiva quantidade de pesquisas sobre a maternidade, corroborando outros levantamentos anteriores (Borsa & Nunes, 2011; Levandowski, 2001).

Tal preferência pelo estudo da relação mãe-filho pode ser compreendida devido à ênfase dada pelas teorias da Psicologia a esta díade, e consequentemente, atribui ao pai um papel de menor importância no que diz respeito ao desenvolvimento infantil (Parke, 1998). Neste sentido, Dessen e Oliveira (2013) destacam que mais estudos deveriam ser realizados sobre a participação dos homens na vida familiar, visto que "é importante que as pesquisas da área acompanhem essa demanda, colaborando com novos estudos que possibilitem compreender a relevância das mudanças nas relações parentais e o impacto delas para a família e para a sociedade" (Borsa & Nunes, 2011, p.37).

Com efeito, a compreensão do papel do homem e da mulher na dinâmica familiar resulta em diferentes modos de interação e de relação parental (Borsa & Nunes, 2011). Embora as interações possam ser qualitativamente diferentes, o mais relevante é que a mãe e o pai sejam sensíveis à criança, ressaltando que um cuidador deve aprender a reagir apropriadamente às mensagens da criança comportando-se de maneira responsiva, ou seja, mesmo que a resposta de um ou de outro progenitor seja diferente, o principal é que esteja apropriada ao contexto da interação (Parke, 1996).

A mãe e o pai fazem uso de várias estratégias e técnicas para orientar o comportamento dos seus filhos, denominadas de práticas parentais. As práticas parentais se formam dentro do contexto da família e são compreendidas como as relações intergeracionais e de intimidades entre o marido, a esposa e os filhos, e são consideradas como o principal sistema de apoio para a criança (Marcarini et al., 2010). As práticas parentais ocorrem desde o momento em que a criança nasce e os pais começam a fazer previsões pautadas em suas crenças, levando-os a moldar ou elaborar experiências para seus filhos da maneira que a mãe e o pai julgam apropriadas (Marcarini et al., 2010).

Apesar da extrema importância dos papéis exercidos pela mãe e pelo pai, eles não são a única influência na educação dos filhos. Vygotsky (2005/1934) destaca que a criança, desde muito cedo, através da interação com o meio físico e social, realiza uma série de aprendizados, vivencia um conjunto de experiências e age sobre o meio cultural a que tem acesso, construindo uma série de conhecimentos que absorve do ambiente e do mundo que a cerca.

Neste sentido, é importante compreender que o comportamento da criança, a partir da interação com outras pessoas, é influenciado pelo contexto da família, da escola e da sociedade, contextos que interferem diretamente no aprendizado e no desenvolvimento infantil (Kobarg, Sachetti, & Vieira, 2006; Rego, 2011), e que impulsionam o processo do desenvolvimento humano e "das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas" (Vygotsky, 1989, p. 101).

A criança, quando interage com outras pessoas fora do ambiente familiar, aprende atitudes, opiniões e valores a respeito da sociedade, mais especificamente do espaço de inserção de seu grupo social. Por meio das experiências vividas, a criança vai paulatinamente compreendendo o mundo e interiorizando as regras afirmadas pela sociedade, sendo a família e a escola os mediadores primordiais deste processo, apresentando e dando sentido ao mundo social. Por isso, cabe investigar e identificar quais são estas influências externas que também interferem na educação e no desenvolvimento infantil.

Diante do exposto, o presente estudo teve o objetivo de analisar as compreensões que mães e pais têm sobre o seu papel e o do seu cônjuge na educação dos seus filhos, bem como identificar as influências externas, positivas e negativas, percebidas pelos pais,que influenciam a educação dos filhos.

 

Método

Participantes

Participaram deste estudo 18 homens e 18 mulheres, casados entre si, residentes na cidade de João Pessoa – Paraíba, pais de primeiro filho com idade média de 28 meses. A idade das mães variou entre 18 e 33 anos (M= 26 anos) e a dos pais entre 23 e 35 anos(M= 29 anos). As mães apresentaram nível de escolaridade mais alto em relação aos pais, e a maior parte delas (90%) trabalhava fora do lar. A renda familiar média foi de seis salários mínimos (3060 reais).

Instrumentos

Foi utilizado um questionário sociodemográfico e um roteiro de entrevista semiestruturada, com as seguintes perguntas: Qual deve ser o papel da mãe na educação da criança? Qual deve ser o papel do pai na educação da criança? Quais as influências externas positivas que ajudam na educação do seu filho? Quais as influências externas negativas que dificultam na educação do seu filho?

Procedimentos

O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (nº 363/09). A coleta de dados foi realizada no domicílio dos casais participantes, mediante apresentação de uma carta explicativa sobre a pesquisa e seus objetivos, e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assegurando o anonimato e o sigilo das informações. Cada entrevista foi realizada individualmente e separadamente, sem a presença do cônjuge.

Optou-se por entrevistar os progenitores de ambos os sexos, pois a literatura aponta incongruência nas verbalizações das mães e dos pais, recomendando que ambos devem ser consultados na execução das pesquisas sobre esta temática (Lamb & Lewis, 2010; Mikelson, 2008), haja vista que considerar apenas o relato das mães, por exemplo, não oferece uma representação fidedigna (Dessen & Oliveira, 2013). Optou-se também por pais com filhos de 12 a 48 meses, por ser uma faixa etária fundamental do desenvolvimento humano, onde ocorre um intenso processo parental de socialização.

As entrevistas foram audiogravadas, transcritas e analisadas segundo a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011). A identificação de cada categoria e das suas respectivas subcategorias foi realizada a partir da pré-análise, exploração do material e interpretação dos resultados. O material recolhido foi analisado e organizado, dando origem às unidades de análise (UA), as quais foram agrupadas a partir de características comuns, respondendo aos critérios de exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinência. Por fim, os resultados foram discutidos com base na literatura da Psicologia do Desenvolvimento (Minetto, Crepaldi, Brigas, & Moreira, 2012; Nunes & Vieira, 2009; Vieira et al., 2011).

 

Resultados

Após a organização das UA, elaboradas a partir das falas das mães e dos pais, foram criadas quatro categorias, correspondendo a cada uma das perguntas da entrevista, sendo elas: (1) O papel da mãe na educação da criança; (2) o papel do pai na educação da criança; (3) influências externas positivas na educação dos filhos; e (4) influências externas negativas na educação dos filhos. A seguir serão apresentadas cada categoria com as suas respectivas subcategorias. No que se refere à primeira categoria, "o papel da mãe na educação da criança", emergiram três subcategorias, tanto nos relatos das mães como nos relatos dos pais (ver Tabela 1).

 

 

Os resultados mostram que 41,38% das UA das mães e 67,50% das UA dos pais referiam que "ambos devem educar" os filhos, exercendo atividades complementares, como mostrado nas falas a seguir:

Ambos devem dar exemplo para que o filho veja o que é importante / no dia-a-dia devem dividir tanto as tarefas quanto o cuidado / na educação a mãe vê mais os detalhes e o pai vê as coisas maiores / eu acho que é assim, a mãe deve orientar seu filho e o pai complementar (mães).

Ambos devem educar /casais parecidos dão educação parecida, a dificuldade é quando pensam diferente (pais).

As outras duas subcategorias indicavam a mãe como a maior participante (30,45% das UA) e como o progenitor que fornece mais carinho (13,05% das UA) na educação dos filhos, como mostram os relatos a seguir:

Eu acho que a mãe é responsável por tudo /a mãe está ali em tudo o que o filho precisa / tudo o que vai fazer é com a mãe / a mãe tem mais participação/ eu sei que ela é a filha dos dois, mas a presença da mãe supera / a mãe protege mais (mães).

A mãe é mais presente, o recém-nascido passou nove meses com ela no ventre / eu acho que a mãe tem um vínculo maior, porque o filho foi gerado nela / a mãe faz mais, a mãe tem mais influência/ a mãe é mais acolhedora / aqui em casa é mais com a mãe (pais).

No que se refere à segunda categoria "o papel do pai na educação da criança", surgiram três subcategorias (ver Tabela 2).

 

 

As três subcategorias foram relatadas pelas mães e pelos pais. A primeira, "ambos devem educar", correspondendo a 72,22% das UA, ressaltou a participação conjunta dos progenitores, como observado nos relatos abaixo:

Os dois sempre combinam, quando estou falando com ela, eu prefiro falar e depois ele fala / os dois têm o mesmo papel, a diferença está na maneira de tratar (mães).

O pai e a mãe são pessoas que vivem, ensinam e incentivam as coisas corretas para as crianças / pai e mãe são as pessoas que fornecem as possibilidades que puderem para desenvolver a criança, cada um de acordo com sua experiência (pais).

A segunda subcategoria, "ensino e exemplo" (14,81% das UA), está relacionada com o papel de promover ensinamentos e com a figura de exemplo que o pai deve ocupar, por exemplo: "o pai deve ser exemplo / o pai deve passar mais valores" (mães); "o pai tem que dar o exemplo /o papel do pai é ensinar os princípios para a vida / o pai quer mostrar o mundo ao filho" (pais).

Por fim, a terceira categoria, "exercício da autoridade" (12,97 % das UA), referindo-se ao papel de decisão e de autoridade desempenhado pelo pai: "o papel do pai é mais firme / o pai é mais decidido / o pai é mais duro" (mães); "para educar tem que ser eu mesmo, eu ponho limite na teimosia dela, quando ela fica respondendo" (pais).

Relativamente à categoria "influências externas positivas na educação dos filhos", surgiram quatro subcategorias: os "avós", a "escola", a "televisão" e os "DVD's educativos". (ver Tabela 3).

 

 

Tanto para as mães como para os pais, a subcategoria "avós" apresentou o maior percentual (45% e 44,45% das UA, respectivamente), como mostram os relatos a seguir:

Os avós sempre passam exemplos bons para que seja uma pessoa educada e honesta/ eu acho que minha mãe passa o correto para ela / meus sogros têm mais contato com ele e eu considero uma influência boa, porque eles estão para ensinar (mães).

As avós têm boa influência, só querem tudo de bom para os netos / minha sogra, até agora é quem nos ajuda, a influência dela é muito boa, porque ela é uma pessoa tranquila e calma / às vezes ele fica com os avós, o pessoal tem um carinho muito especial com ele, todo mundo dá apoio, ajuda, ensina direitinho as coisas (pais).

As subcategorias "escola", "televisão" e "DVD educativos" apresentaram menores porcentagens de UA, 26,32%, 15,79% e 13,15%, respectivamente, como observado nos relatos a seguir:

A influência da escolinha é ótima / antes de ir para a escolinha, ele era muito calado, não falava direito, mas agora fala (mães).

A escola influencia, através das novidades diárias que ele trás, novas palavras, novas brincadeiras, novas atitudes / a escola para mim é uma bênção, é onde a criança desenvolve mais a mente / escola ajuda bastante, os professores são muito ativos com ele, não tenho que me queixar (pais).

A TV tem dois lados, o lado bom são os programas bons, que tem alguma cultura que ele aprende / a TV influencia, ensina muita coisa boa, se os pais souberem direcionar (mães).

A TV, a gente evita novelas e só deixa ver desenhos da idade dele (pais).

Compro DVD para que ela possa assistir, é um complemento / acho muito importante DVD's educativos (mães).

Procuro DVD's educativos, que não sejam violentos (pais).

Na quarta categoria, as mães e os pais referiram como influências externas negativas: "avós", "televisão", "convivência com crianças mais velhas" e "escola" (ver Tabela 4).

 

 

As maiores subcategorias dizem respeito à influência dos "avós" e da "televisão", cada uma correspondendo a 33,33% das UA, como pode-se observar nas falas a seguir:

Os avós influenciam muito / quando ele chega na casa da avó ela faz o gosto dele, quando ele chega lá ela diz, tudo que tiver aqui é do meu filho, pode quebrar,aí ele quer fazer isto em casa (mães).

As avós às vezes interferem, faz uma coisa que eu não quero, porque do mesmo jeito que ele faz lá na casa deles, quer fazer na nossa casa/ as avós mimam demais (pais).

A TV também tem coisa que não faz bem / a TV tem o lado ruim, às vezes tem algum desenho que não é legal/ tem muitas coisas erradas que ele passa a ver com naturalidade e amanhã vai estar fazendo, porque vê com tanta repetição (mães).

A TV tem dois lados, mas o lado ruim a gente tem que detectar e mostrar para ele o lado bom / TV é zero, só traz má influência (pais).

Na subcategoria "convivência com crianças mais velhas", mães e pais apresentaram o mesmo percentual (25% da UA). "O contato com crianças maiores é mais difícil, aprende coisas erradas que a gente não ensina" (mães). "Brincadeiras com crianças maiores é preciso ter cuidado, aprende muitas coisas, é sempre botando a rédea, para ter limites" (pais).

Por fim, surge a subcategoria "escola", referenciada apenas pela mãe, correspondendo a 12,50% das UA. "A influência é mais da escola, desde que começou a frequentar ela ficou mais agressiva / ela é muito influenciada na escola, aprende errado uma vez, repete o dia todo" (mães). As quatro categorias apresentadas compreendem as concepções de pais e mães sobre o papel parental e as fontes externas que interferem na educação dos seus filhos.

 

Discussão

No que diz respeito ao papel da mãe e do pai na educação dos filhos (Categorias 1 e 2), verificou-se nas falas dos participantes conteúdos semelhantes e específicos em relação aos papéis maternos e paternos. Os progenitores foram congruentes em suas falas, relatando sobre seu próprio papel e o do seu cônjuge, na educação dos filhos, como complementares e concomitantes. Observou-se também que as mães e os pais relataram papéis distintos para cada progenitor. De uma forma geral, constatou-se um modelo tradicional de papéis; enquanto que para as mães coube o papel de ter maior participação na educação dos filhos e ser a maior provedora de carinho e afeto, para os pais coube o papel do exercício da autoridade, do ensino e da disciplina.

Com efeito, o desempenho dos papéis maternos e paternos é muito importante para o desenvolvimento infantil, mesmo diferindo no tipo de interação entre eles e os filhos, que varia tanto em relação ao contexto quanto ao conteúdo, mas que apresentam comportamentos similares em medidas de responsividade, estimulação e afeição (Nunes & Vieira, 2009; Vieira et al., 2011). Entretanto, as mães têm uma maior tendência a se envolverem mais do que os pais na criação dos filhos (Borsa & Nunes, 2011), visto que na maioria das culturas conhecidas a criança interage mais com a mãe do que com o pai. Como consequência, esta interação mãe-bebê é a que exercerá uma maior influência no desenvolvimento infantil (Bowlby, 1989).

Apesar das mudanças dos papéis sociais de gênero ocorridas nas configurações familiares contemporâneas, o cuidado dos filhos e do lar ainda é de responsabilidade prioritária da mulher (Borsa & Nunes, 2011; Genesoni & Tallandini, 2009). Contudo, quando a mãe permite uma maior participação do pai no cuidado dos filhos, tirando-o do papel de coadjuvante e tornando-se companheira dele neste cuidado, a mãe fica menos sobrecarregada (Crepaldi, Andreani, Hammes, Ristof, & Abreu, 2006).

Neste sentido, quanto mais autonomia o pai adquire, mais ele se torna experiente, resultando em uma relação menos dependente da figura materna (Bittelbrunn & Castro, 2010). O envolvimento paterno na criação dos filhos ainda pequenos influencia de forma positiva o desenvolvimento de competências sociais nas crianças, como também protege e potencializa o desenvolvimento infantil (Cia & Barham, 2009). Entretanto é importante ressaltar que seria errôneo pensar que a mãe e o pai possuem papéis iguais, pois apesar das mudanças ocorridas na sociedade, existem atribuições que são distintas para cada progenitor (Nunes & Vieira, 2009; Piccinni & Alvarenga, 2012), o que se verificou no presente estudo, quando as mães e os pais procuraram diferenciar seus papéis.

Por outro lado, os entrevistados também relataram que ambos são responsáveis pela educação. Com efeito, os esforços dos progenitores tendem a ser no sentido de combinar responsabilidades em relação à educação de seus filhos na busca de uma coparentalidade. Dessa forma, as diferenças entre o papel da mãe e do pai podem ser vistas como complementares. A coparentalidade (coparenting) diz respeito aos papéis de mães e pais desempenhados concomitantemente, ou seja, se refere às figuras maternas e paternas exercendo suas funções parentais em conjunto (Frizzo, Kreutz, Schmidt, Piccinini, & Bosa, 2005). De fato, a participação conjunta das figuras parentais e a redistribuição das tarefas favorece o funcionamento de uma dinâmica familiar mais harmônica, resultando em um ambiente familiar mais favorável para o desenvolvimento da criança (Minetto, Crepaldi, Brigas, & Moreira, 2012; Vieira et al., 2011).

Diante disto, levanta-se um questionamento: a tendência de cuidar dos filhos em conjunto, mãe e pai, tem sido uma revolução ou é impulsionada pela necessidade? Ehrensaft (1997) sugere que ambas as respostas são verdadeiras, o que certamente está modificando fortes crenças e práticas culturais, incentivando as mulheres nas suas realizações profissionais e desenvolvendo a capacidade e o envolvimento dos homens em cuidar dos seus filhos. Entretanto, o autor ressalta que esta dedicação conjunta também é reforçada pela necessidade que surge da difícil situação de famílias nucleares, sob pressão das necessidades financeiras e sem apoio social relativamente ao cuidado para com seus filhos.

Podemos afirmar ainda que, devido à profissionalização da mulher, cada vez mais a figura paterna tem sido necessária junto aos filhos, e ambos, a mãe e o pai, têm assumido um papel ativo na criação dos seus filhos como cuidadores e provedores, o que tem trazido benefícios não só para as crianças, mas fortalecimento para toda a família. O envolvimento do pai como cuidador pode minimizar crises familiares, e permite à criança usufruir de um ambiente mais saudável para o seu desenvolvimento (Macarini et al., 2010; Vieira et al, 2011).

Relativamente às influências externas positivas e negativas que interferem na educação dos filhos (Categorias 3 e 4), observou-se nas falas das mães e dos pais três subcategorias que foram consideradas tanto positivas como negativas: avós, escola e televisão. Para a subcategoria avós, as mães relataram a influência positiva quase igual ao percentual da influência negativa; já os pais relataram com mais frequência a influência positiva dos avós.

As ambiguidades e divergências de opinião sobre a importância dos avós na família devem-se em parte às múltiplas conotações sobre o papel que eles desempenham. Nas últimas décadas têm ocorrido mudanças e novas perspectivas nos papéis desempenhados pelos avós. Antes, os avós desempenhavam papéis mais tradicionais, como os de: provedores de presente, narradores de histórias infantis e cuidadores de bebês na ausência dos pais. A partir da década de 1990, começou-se a desempenhar novos papéis, como os de: oferecer aos netos mais afeto e menos repreensão, atuar como mediadores entre os pais e os netos, falar sobre os acontecimentos de sua própria infância e dos acontecimentos de seus filhos (Falcão & Salomão, 2006). Para Rabinovich, Moreira e Franco (2012), os avós sucedem os pais na importância nos papéis familiares e há mais uma interdependência emocional do que econômica/funcional com relação à criança.

No presente estudo, verificou-se que as mães e os pais, quando se referiam aos avós, mostraram em suas falas que eles têm exercido tanto os papéis mais tradicionais, como também os papéis mais atuais. Com efeito, independente da ênfase, positiva ou negativa, direcionada à figura dos avós, eles desempenham um papel significativo na vida da família. Segundo Brazelton (2002), o vácuo que se cria ao redor de uma família que não mantém o contato com os avós pode ser triste ou solitário, pois são muitas as situações em que as suas contribuições apresentam-se como únicas e importantes no sistema familiar. Assim, podemos considerar que este envolvimento, por parte dos avós na vida dos netos, implica em mudanças que atingem todos os membros da família, exigindo reformulações de regras e adaptações dos papéis desempenhados por cada membro do grupo familiar.

Em relação à subcategoria escola, verificou-se que as mães relataram-na mais vezes como influência positiva do que negativa, enquanto os pais a relataram somente como influência positiva. Esta participação diferenciada pode ter ocorrido devido à maior participação das mães na educação dos filhos, assim, consequentemente, também teriam uma maior percepção da influência da escola na educação dos mesmos.

O papel que cabe à escola, segundo Rego (2011), é o de propiciar à criança um conhecimento sistemático sobre aspectos que não estão associados à sua vivência direta, possibilitando o acesso ao conhecimento científico construído e acumulado pela humanidade. Na escola, as crianças se envolvem em atividades diferenciadas, ligadas às tarefas formais e informais da aprendizagem, proporcionando o atendimento de suas necessidades cognitivas, sociais e culturais, de maneira estruturada e pedagógica, constituindo um importante contexto de desenvolvimento infantil (Dessen & Polônia, 2007).

A televisão também foi apresentada como uma influência ambivalente na educação dos filhos. Não podemos negar a influência que a televisão exerce na educação infantil. A literatura aponta que a televisão transmite valores morais negativos e impede o relacionamento familiar nos momentos em que seus membros se reúnem para fazer refeições (Gomide, 2002). Crianças que assistem demasiadamente televisão tendem a expressar comportamentos agressivos (Gomide, 2000), apresentam mais problemas de leitura (Christakis, Zimmerman, DiGiuseppe, & McCarty, 2004), de atenção (Landhuis, Poulton, Welch, & Hancox, 2007) e de rendimento escolar (Spitzer, 2005). Por outro lado, apesar dos possíveis malefícios que a exposição exagerada à televisão pode causar, ela não deve ser vista como uma vilã. É importante considerar as possibilidades que ela pode trazer, como uma ferramenta de educação. A televisão é uma importante fonte de socialização para a criança, trazendo informações e valores da sociedade mais ampla na qual a criança vive. A partir da mediação dos pais ou outro adulto responsável pela criança, a televisão pode ser um instrumento para discutir valores e direitos humanos. Outrossim, a criança não é influenciada apenas pelo que assiste na TV, visto que ainda maior é a influência resultante da sua vivência social e de suas experiências compartilhadas (Oliveira & Mariotto, 2010).

Neste sentido, não é aconselhável permitir que as crianças assistam sozinhas o que elas desejam, mas os pais devem acompanhar o que elas assistem, e juntamente com elas, dialogar e discutir os conteúdos transmitidos (Oliveira & Mariotto, 2010). Relativamente ao uso de filmes e programas educativos, citado pelos pais apenas como influência positiva, observa-se, nos últimos anos, o crescente aumento da utilização de meios tecnológicos como auxiliar do processo ensino-aprendizagem, utilizados como facilitadores do ensino (Pirozzi, 2013).

Por fim, temos as crianças mais velhas, também relatadas apenas como influência negativa. De fato, considera-se que as interações entre os pares são importantes para o desenvolvimento, porém não implica que interações com crianças mais velhas sejam prejudiciais. Destaca-se que o desenvolvimento humano é um processo multifacetado, que se processa nas trocas interativas entre o sujeito em desenvolvimento e os seus múltiplos contextos de referência. Como afirma Rogoff (2005), o desenvolvimento é compreendido a partir da interação entre cultura, contexto e indivíduo, partindo da premissa de que todos os participantes no processo de transmissão cultural estão ativamente transformando as mensagens culturais que envia. Logo, não é a idade do indivíduo que irá estabelecer suas habilidades e competências, mas a qualidade das trocas interativas.

 

Considerações finais

Ao analisar como pais e mães percebem os papeis parentais na educação dos filhos, de uma forma geral, os resultados desse trabalho mostraram a atribuição de papéis tradicionais, em que a mãe seria a maior responsável pela educação, carinho e afeto dos filhos. No caso dos pais, estes seriam responsáveis pelo exercício da autoridade, do ensino e da disciplina. Por outro lado, pais e mães ressaltam a importância da coparentalidade na educação dos filhos. No que tange à percepção dos pais sobre a influência dos fatores externos positivos e negativos no exercício da parentalidade, observou-se que os avós, a escola e a televisão foram apontados como influenciadores nesse processo.

Ressalta-se, nesse trabalho, a relação entre os resultados encontrados e as características sociodemográficas dos participantes, como a religião, a escolaridade e a renda familiar, que podem ter influenciado a percepção do papel parental e da influência dos fatores externos. Além do mais, é importante considerar que a percepção dos pais e mães é influenciada pelas características pessoais destes, da criança e do contexto mais amplo em que o indivíduo está inserido. Desse modo, a compreensão do papel parental tende a interferir na maneira como cuidam e interagem com os seus filhos, influenciando as suas práticas parentais e apontando para padrões de comportamentos.

Por fim, destacamos que os estudos sobre como as mães e os pais avaliam o seu próprio papel e o do seu cônjuge podem auxiliar a compreensão sobre o que os homens e as mulheres atribuem como características do papel materno e paterno, bem como as diferenças e as semelhanças entre si no desenvolvimento de seus papéis com relação à criação de seus filhos. Destaca-se, ainda, a importância da realização de estudos sobre a parentalidade em outros contextos, como por exemplo, cidades menores e contextos não urbanos. Tais resultados podem contribuir para novos estudos e intervenções na área parentalidade.

 

Referências

Biasoli-Alves, Z. (2005). Orientação de pais: partilhar conhecimentos sobre desenvolvimento e práticas de educação como estratégia de intervenção. Texto & Contexto – Enfermagem, 14 (Esp.) 64-70.

Borsa, J., & Nunes, J. (2011). Aspectos psicossociais da parentalidade: o papel de homens e mulheres na família nuclear. Psicologia Argumento, 29(64), 31-39.         [ Links ]

Bowlby, J. (1989). Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego. Porto Alegre: Artes Médicas.         [ Links ]

Bradt, J. (1995). Tornando-se pais: famílias com filhos pequenos. In: B. Carter & M. Mcgoldrick. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar (pp. 206-222). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Bittelbrunn, E., & Castro, M. (2010). Sou pãe! Reflexões sobre os pais que educam/criam sozinhos seus filhos. In L. Moreira, G. Petrini, & F. Barbosa (Eds.), O pai na sociedade contemporânea (pp. 225-238). Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração.         [ Links ]

Brazelton, T. (2002). Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. (J. L. Camargo Trad. 2ª ed.). São Paulo: Martins Fontes.         [ Links ]

Christakis, D., Zimmerman, F., DiGiuseppe, D., & McCarty, C. (2004). Early television exposure and subsequent attentional problems in children. Pediatrics, 113(4), 708-713.         [ Links ]

Cia, F., & Barham, E. (2009). O envolvimento paterno e o desenvolvimento social de crianças iniciando as atividades escolares. Psicologia em Estudo, 14(1), 67-74.         [ Links ]

Cia, F., Williams, L., & Aiello, A. (2005). Influências paternas no desenvolvimento infantil: Revisão da literatura. Psicologia Escolar e Educacional, 9(2), 225-233.         [ Links ]

Crepaldi, M., Andreani, G., Hammes, P., Ristof, C., & Abreu, S.(2006). A participação do pai nos cuidados da criança segundo a concepção de mães. Psicologia em Estudo, 11(3),579-587.         [ Links ]

Dessen, M., & Oliveira, M. (2013). Envolvimento paterno durante o nascimento dos filhos: Pai "real" e "ideal" na perspectiva materna. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(1), 184-192.         [ Links ]

Ehrensaft, D. (1997). Parenting together. Nova York: Free Press.         [ Links ]

Falcão, D., & Salomão, N. (2006). Mães adolescentes de baixa renda: Um estudo sobre as relações familiares. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 58(2), 11-23.         [ Links ]

Féres-Carneiro, T., & Ziviani, C. (2009). Conjugalidades contemporâneas: Um estudo sobre os múltiplos arranjos amorosos da atualidade. In: T. Féres-Carneiro (Org.). Casal e família: permanências e rupturas (pp.83-107). São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Frizzo, G., Kreutz, C., Schmidt, C., Piccinini, C., & Bosa, C. (2005). O conceito de coparentalidade e suas implicações para a pesquisa e para a clínica. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano, 15(3), 84-93.         [ Links ]

Genesoni, L., & Tallandini, M. (2009). Men's psychological transition to fatherhood: An analysis of the literature, 1989–2008. Birth, 36(4), 305-318.

Gomide, P. (2000). Efeitos de filmes violentos em comportamento agressivo de crianças e adolescente. Revista: Psicologia Reflexão e Crítica, 13(1), 127-141.         [ Links ]

Gomide, P. (2002). Crianças e adolescentes em frente à TV: o que e quanto assistem de televisão. Psicologia Argumento, 19(30), 17-28.         [ Links ]

Kobarg, A., Sachetti, V., & Vieira, M. (2006). Valores e crenças parentais: reflexões teóricas. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 16 (2), 96-102.         [ Links ]

Lamb, M. (2010). The role of the father in child development. New York: Wiley.         [ Links ]

Lamb, M., & Lewis, C. (2010). The role of parent-child relationships in child development. In M. Bornstein & M. Lamb (Eds.). Developmental science: An advanced textbook (pp. 469-517). New York: Taylor and Francis.         [ Links ]

Landhuis, C., Poulton, R., Welch, D., & Hancox, R. (2007). Does childhood television viewing lead to attention problems in adolescence? Results from a prospective longitudinal study. Pediatrics, 120(3), 532-537.         [ Links ]

Lauz, G., & Borges, J. (2013). Concepção de família por parte de crianças em situação de acolhimento institucional e por parte de profissionais. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(4), 852-867.         [ Links ]

Leme, V., Del Prette, Z., & Coimbra, S. (2013). Práticas educativas parentais e habilidades sociais de adolescentes de diferentes configurações familiares. PSICO, 44 (4), 560-570.         [ Links ]

Levandowski, D. (2001). Paternidade na adolescência: uma breve revisão da literatura internacional. Estudos de Psicologia, 6(2), 195-209.         [ Links ]

Lins, S., Lima-Nunes, A., & Vasconcelos, I. (2010). Escala de emoções vivenciadas em ambiente familiar – BEAF. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 62(2), 156-168.

Luz, A., & Berni, N. (2010). Processo da paternidade na adolescência. Revista Brasileira de Enfermagem, 63(1), 43-50.         [ Links ]

Macarini, S., Martins, G., Minetto, M., & Vieira, M. (2010). Práticas parentais: uma revisão da literatura brasileira. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 62(1), 119-134.         [ Links ]

Melo, O., & Mota, C. (2013). Vinculação amorosa e bem-estar em jovens de diferentes configurações familiares. Psicologia em Estudo, 18(4), 587-597.         [ Links ]

Mikelson, K. S. (2008). He said, she said: Comparing mother and father reports of father involvement. Journal of Marriage and Family, 70(3), 613-624.         [ Links ]

Minetto, M., Crepaldi, M., Brigas, M., & Moreira, L. (2012). Praticas educativas e estresse parental de pais de crianças pequenas com desenvolvimento típico e atípico. Educar em Revista, 43, 117-132.         [ Links ]

Nunes, S., & Vieira, M. (2009). Fundamentos históricos e epistemológicos no estudo do comportamento. Psicologia Argumento, 27(57), 103-115.         [ Links ]

Oliveira, N., & Mariotto, V. (2010). Televisão, educação e crianças: os desafios da escola e da família. Revista de Educação, Cultura e Comunicação, 1(1), 39-45.         [ Links ]

Parke, R. (1996). Fatherhood. Cambridge: Harvard University Press.         [ Links ]

Parke, R. (1998). El papel del padre. Madrid: Morata.         [ Links ]

Piccinini, C., & Alvarenga, P. (2012). Maternidade e paternidade: a paternidade em diferentes contextos. São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Pirozzi, G. (2013). Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI. Revista Pitágoras, 4(4), 1-19.         [ Links ]

Rabinovich, E., Moreira, L., & Franco, A. (2012). Papeis, comportamentos, atividades e relações entre membros da família baiana. Psicologia & Sociedade, 24(1), 139-149.         [ Links ]

Ramchandani, P., Domoney, J., Sethna, V., Psychogiou, L., Vlachos, H., Murray, L. (2013). Do early father–infant interactions predict the on set of externalising behaviours in young children? Findings from a longitudinal cohort study. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 54(1), 56–64.

Rego, T. (2011). Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Rio de Janeiro: Vozes.         [ Links ]

Ribeiro, M., & Martins, R. (2009). Violência doméstica contra a criança e o adolescente: a realidade velada e desvelada no ambiente escolar. Curitiba: Juruá         [ Links ].

Rogoff, B. (2005). A natureza cultural do desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Santos, Y. G., Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2013). Homoparentalidade masculina: revisando a produção científica. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(3), 572-582.         [ Links ]

Souza, C., & Benetti, S. (2009). Paternidade contemporânea: levantamento da produção acadêmica no período de 2000 a 2007. Paideia, 19(42), 97-106.         [ Links ]

Spitzer, V. (2005). Meios eletrônicos e educação: uma visão alternativa (3ª ed). São Paulo: Escrituras.         [ Links ]

Teixeira, L., Parente, F., & Boris, G. (2009). Novas configurações familiares e suas implicações subjetivas: reprodução assistida e família monoparental feminina. Psico (Porto Alegre), 40(1), 24-31.         [ Links ]

Valentim, D., & Dias, C. (2014). Recasamento: Percepções e vivências dos filhos do primeiro casamento. Estudos de Psicologia (Campinas), 31(2), 191-201.         [ Links ]

Vieira, M., Crepaldi, M., Bossardi, C., Gomes, L., Bolze, S., & Piccinini, C. (2014). Paternidade no Brasil: revisão sistemática de estudos empíricos. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 66(2), 36-52.         [ Links ]

Vieira, M., Manfroi, E., & Macarini, S. (2011). Comportamento parental e o papel do pai no desenvolvimento infantil. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano, 21 (1), 59-69.         [ Links ]

Vygotsky, L. (2005). Pensamento e linguagem (3ª ed.). (Tradução de J. L. Camargo). São Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1934).         [ Links ]

Vygotsky, L. (1989). Formação social da mente (3ª ed.). São Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1934).         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Samuel Lincoln Bezerra Lins
E-mail: samuel.bezerra.lins@gmail.com

Recebido: 26/09/2014
1ª reformulação: 10/11/2014
Aceito: 30/11/2014

 

 

1 Zoraide Margaret Bezerra Lins é doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba e docente da mesma instituição.
2 Nádia Maria Ribeiro Salomão é doutora em Psicologia pela Universidade de Manchester. Docente da Universidade Federal da Paraíba.
3 Samuel Lincoln Bezerra Lins é pós-doutorando em Psicologia Clínica na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Doutor em Psicologia pela Universidade do Porto, Portugal.
4 Terezinha Féres-Carneiro é doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professora titular do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
5 Ana Cristina Eberhardt é enfermeira e mestranda em Oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.

Creative Commons License