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Revista da SPAGESP

Print version ISSN 1677-2970

Rev. SPAGESP vol.19 no.2 Ribeirão Preto July/Dec. 2018

 

ARTIGOS

 

Orientação profissional e de carreira na perspectiva de adolescentes moçambicanos

 

Professional and career guidance in the perspective of mozambican teenagers

 

Orientación profesional y de carrera en la perspectiva de adolescentes mozambicanos

 

 

Maria Luisa Lopes Chicote Agibo1; Lucy Leal Melo-Silva2

Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo objetiva analisar a orientação profissional na perspectiva dos adolescentes atendidos: 30 adolescentes (14 a 18 anos), de ambos os sexos, de uma escola pública moçambicana. A avaliação foi realizada por meio de um roteiro de questões abertas, respondidas em quatro momentos. Este estudo focaliza o quarto momento da avaliação, ocorrido seis meses após o término do processo grupal. A análise e discussão dos resultados se apoiam na Análise Temática de Conteúdo e nos aportes da perspectiva desenvolvimentista e construtivista. Os registros dos relatos dos participantes apontam para a pertinência da intervenção na promoção do desenvolvimento pessoal e planejamento de projetos pessoais e profissionais. Os resultados convergem na apreciação positiva dos procedimentos, sugerindo a continuidade, expansão e manutenção do serviço.

Palavras-chave: adolescentes; avaliação; intervenção; orientação profissional e de carreira.


ABSTRACT

This study aims at analyze the professional orientation from the perspective of the adolescents attended: 30 adolescents (14 to 18 years) of both sexes from a Mozambican public school. The evaluation was carry out through a script of open questions, answered in four moments. This study focuses on the fourth moment of the evaluation, which occurred six months after the end of the group process. The analysis and discussion of the results are based on the Content Thematic Analysis and the contributions of the developmental and constructivist perspective. The records of the participants' reports point to the pertinence of the intervention in promoting personal development and planning of personal and professional projects. The results converge in the positive appreciation of the procedures, suggesting the continuity, expansion and maintenance of the service.

Keywords: adolescents; evaluation; career intervention; vocational guidance.


RESUMEN

Este estudio objetiva analizar la orientación profesional en la perspectiva de los adolescentes atendidos: 30 adolescentes (14 a 18 años), de ambos sexos, de una escuela pública mozambiqueña. La evaluación fue realizada por medio de un guion de preguntas abiertas, respondidas en cuatro momentos. Este estudio se centra en el cuarto momento de la evaluación, ocurrido seis meses después del término del proceso grupal. El análisis y discusión de los resultados se apoya en el Análisis Temático de Contenido y en los aportes de la perspectiva desarrollista y constructivista. Los registros de los relatos de los participantes apuntan a la pertinencia de la intervención en la promoción del desarrollo personal y planificación de proyectos personales y profesionales. Los resultados convergen en la apreciación positiva de los procedimientos, sugiriendo la continuidad, expansión y mantenimiento del servicio.

Palabras clave: adolescentes; evaluación; intervención; orientación profesional y de carrera.


 

 

Diante do cenário contemporâneo de transformações que afetam o mundo do trabalho, intervenções no domínio da Orientação Profissional e de Carreira se configuram como possibilidades apropriadas e bastante úteis para auxiliar jovens e adultos nas transições educacionais e ocupacionais (Oliveira, Melo-Silva, & Taveira, 2015). As intervenções favorecem a ampliação do conhecimento de si e do mundo do trabalho, a vislumbrar caminhos possíveis para a construção da carreira (Ribeiro, 2014), via educação ou trabalho, e a tomar decisões conscientes e autônomas (Bohoslavsky, 1998; Chicote, Melo-Silva, & Sousa, 2015). Assim, as intervenções de carreira consistem em estratégias inovadoras que podem "auxiliar as pessoas a desenvolverem suas vidas de trabalho (Duarte et al., 2010, p.392) e, assim, permitir uma melhor inserção das novas gerações na vida ativa e produtiva". Spokane (2004, p.459) define a intervenção em Orientação Profissional como "qualquer estratégia para ajudar um cliente a tomar e implementar decisões eficazes de carreira". Este estudo focaliza a intervenção e o que os usuários pensam sobre ela.

A literatura na área aponta a relevância das intervenções de carreira desde o início do século passado e, mais recentemente, a importância também da avaliação das estratégias de intervenção, em diferentes perspectivas. Com argumentos bastante expressivos e racionais, Guichard e Huteau (2001), no contexto europeu, afirmam que a avaliação se impõe seja por razões econômicas (custos para a comunidade e para as pessoas), seja por razões teóricas (conhecer as práticas dominantes, suas implicações e efeitos). Na mesma direção, Niles e Harris-Bowlsbey (2005), no contexto norte-americano, assumem que a avaliação é um dos pontos nevrálgicos da intervenção e, para tal, defendem que a avaliação deve ser contemplada no desenho e na implementação de Programas e Serviços de Desenvolvimento de Carreira. No contexto brasileiro, estudos mais recentes, a destacar, Alonso e Melo-Silva (2013) argumentam que a avaliação é necessária e pertinente na medida em que permite a identificação de aspectos satisfatórios, conhecimentos e competências que precisam ser desenvolvidos, atitudes, satisfação, aspectos que podem ser verificados se e quando a avaliação for integrada nos planos de intervenção.

A avaliação dos resultados e do processo se impõe na medida em que permite o aprimoramento do planejamento da intervenção tomando em consideração os objetivos traçados e as demandas dos clientes (Melo-Silva & Jacquemin, 2001). Nesta direção, vários autores (Cordero, Porter, Israel, & Brown, 2010; Pocinho, 2011; Blustein et al., 2013) reforçam a ideia de que a avaliação das intervenções deve incluir as perspectivas dos vários atores e intervenientes, entre os quais os ex-clientes, pais, orientadores e membros da equipe, possibilitando assim uma melhor explicitação dos objetivos e das expectativas dos clientes no que tange aos resultados a serem alcançados. Avaliar é relevante para o aprimoramento do trabalho e para o fortalecimento de políticas públicas para o acesso e a universalização do atendimento.

No contexto moçambicano, foco deste estudo, Ussene (2011) e Chibemo e Canastra (2015) (d)enunciam a ausência de programas sistematizados de Orientação Escolar e Profissional. Os autores sugerem diretrizes para a implantação de programas de intervenção sistematizados que integrem a avaliação entre seus objetivos como forma de garantir tanto a oferta quanto a continuidade dos programas. Eles destacam a importância de estudar e promover o comportamento vocacional por meio de intervenções que visem o desenvolvimento vocacional (Ussene, 2011), com o acompanhamento de jovens nas transições entre os diferentes níveis de escolaridade, e também na transição do mundo escolar para o mercado de emprego (Chibemo & Canastra, 2015).

Considerando o anteriormente exposto e as lacunas de estudos voltados para intervenção e avaliação no contexto moçambicano, este estudo objetiva avaliar uma intervenção em Orientação Profissional na perspectiva de jovens atendidos em um programa desenvolvido em uma escola de pública de Moçambique.

 

MÉTODO

PARTICIPANTES E CONTEXTO DA PESQUISA

A intervenção em Orientação Profissional foi realizada com um grupo de 30 adolescentes, provenientes de diferentes contextos socioculturais, regularmente matriculados entre a 8ª e 12ª classe do ensino secundário moçambicano da cidade de Nampula. Os participantes são estudantes de ambos sexos, com idades entre 14-18 anos. Para fins da intervenção, objeto de um estudo maior, a amostra final foi constituída por vinte e três (23) participantes, entre os quais dezoito (18) produziram as avaliações pós-intervenção, objeto deste estudo. O campo de investigação deste estudo circunscreve-se à Província de Nampula, em Moçambique. Participaram da investigação adolescentes, alunos de uma escola pública de ensino secundário, que se localiza nos arredores da cidade referenciada. Os alunos que frequentam a referida escola são provenientes de todos os pontos da cidade, originários de vários distritos, apresentando diversidade em termos de características socioeconômicas. Especificamente o estudo abrangeu o universo de alunos que frequentavam o ensino secundário, isto é da 8ª classe à 12ª classe. Das três escolas públicas do ensino secundário convidadas, apenas uma foi eleita por ter aderido ao convite no tempo estabelecido para o estudo, o que justificou a amostra por conveniência. Cumpre ainda evidenciar que na organização do sistema moçambicano o ensino fundamental (ensino básico ou primário) contempla sete anos (1º e 5º ano, primeiro ciclo; 6 º e 7º ano, segundo ciclo) e o ensino secundário integra cinco anos (8º a 10º ano, primeiro ciclo e 11º a 12º ano, segundo ciclo). Os dois níveis, no conjunto, totalizam 12 anos.

PROCEDIMENTO DE OBTENÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Para o estudo maior foram registrados os dados do processo de intervenção e das três avaliações, obtidos durante as sessões de orientação. A última avaliação constitui o objeto deste estudo, seis meses após a intervenção. Quatro eixos temáticos nuclearam as sessões, a saber: (a) autoconhecimento, cujo objetivo era promover o conhecimento mútuo, a integração entre os participantes e o levantamento das expectativas; (b) escolha profissional e de carreira (fatores: pessoais, familiares, socioeconômicos, entre outros), visando refletir sobre a multiplicidade de fatores que influenciam as escolhas profissionais; (c) estudo (vestibular), com o intuito de vincar a importância dos estudos no percurso da escolha profissional; (d) mundo e mercado de trabalho (informação sobre as carreiras e percepção da realidade ocupacional), com este núcleo se pretendia consciencializar os jovens sobre a complexidade e instabilidade do mundo do trabalho e mercado de emprego. A discussão de cada eixo temático decorria em dois ou mais encontros, era estimulada e conduzida em base a uma diversidade de atividades, técnicas, leitura e discussão de textos, filmes, entre outros. O procedimento de intervenção, incluindo as tarefas de avaliação, foi realizado em 12 sessões nas quais foram desenvolvidos eixos temáticos descritos a seguir. A avaliação pós-intervenção a qual buscou colher o feedback da Orientação Profissional, decorreu seis meses após o término do processo grupal e os participantes foram solicitados a responder as questões descritas a seguir.

1. Pense nas expectativas e descreva o que você conseguiu alcançar, ganhar ou superar com ajuda do grupo.

2. A participação no grupo ajudou você a escolher e/ou definir profissão? Comente a sua resposta.

3. Você participaria de mais um grupo de orientação profissional? Comente a sua resposta.

4. Que sugestões você daria para a realização dos próximos grupos de orientação profissional e de carreira.

As respostas dos adolescentes, como produções textuais constituem o corpus de análise, caracterizando a investigação na abordagem qualitativa. A análise de conteúdo, levada a cabo neste estudo, apoiou-se nos referenciais desenvolvimentista e construtivistas que embasam o modelo de intervenção para a construção de vida, com foco em narrativas de carreira ao invés dos escores e interpretações de perfis (Duarte, et al., 2010).

A interpretação e discussão das narrativas apoiaram-se na perspectiva desenvolvimentista e construtivista de teorias de carreira, como apontado anteriormente. A ideia central da perspectiva desenvolvimentista, defendida de modo particular por Super (1957) e retomada por Lassance, Paradido e Silva (2011) consiste na premissa de que o desenvolvimento vocacional ocorre associado ao desenvolvimento pessoal, se desenrola ao longo de todo o ciclo de vida. Em cada etapa da vida o indivíduo é desafiado por determinadas tarefas desenvolvimentais. Assim, o ambiente exerce um papel importante e o indivíduo participa ativamente deste processo. Por sua vez, o paradigma construtivista mais contemporâneo, o Life-Design (Savickas et al., 2009) buscou alargar, atualizar e contextualizar as concepções teóricas fundamentais da teoria de Savickas (2002), tendo destacado a centralidade da narração no processo de construção de carreira, concebendo assim a carreira como um fenômeno social que envolve partilha de um sistema de linguagem, que se configura como processo e como produto e que se desenrola dentro de um determinado contexto cultural e social. Desta forma, a avaliação pós-intervenção, incidiu em uma atividade que gerou respostas a um roteiro com questões abertas. Trata-se de um follow-up a médio prazo (Savickas et al., 2009).

Por sua vez, a sistematização dos dados se baseou na Análise Temática de Conteúdo de Minayo (2007), cuja abordagem tem no horizonte a obra clássica de Bardin (1979), seguindo três etapas, a saber: (a) pré-análise (leitura flutuante dos registros, de onde resultaram a organização e sistematização das idéias iniciais e os núcleos de sentido mais recorrentes); (b) análise descritiva (aprofundamento das ideias dos registros e organização dos núcleos temáticos); e (c) interpretação referencial.

Em base aos pressupostos teóricos arrolados anteriormente e para melhor organização dos dados e exposição das ideias, foram reportados quatro núcleos temáticos, tanto baseados nas citações extraídas diretamente dos registros dos participantes quanto na inferência dos núcleos de sentido mais representativos. As questões avaliativas e os respectivos núcleos temáticos, que emergiram das respostas, são apresentados na Tabela 1. A primeira questão objetiva obter informações sobe o significado da participação no grupo de orientação profissional, como rede colaborativa. A segunda focaliza as possibilidades de ganhos na definição de um projeto de vida e/ou na escolha da profissão. A questões 3 e 4 buscam pistas para a avaliação e aprimoramento do processo de orientação profissional.

 

 

A primeira questão objetiva obter informações sobe o significado da participação no grupo de orientação profissional, como rede colaborativa. A segunda focaliza as possibilidades de ganhos na definição de um projeto de vida e/ou na escolha da profissão. A questões 3 e 4 buscam pistas para a avaliação e aprimoramento do processo de orientação profissional.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados são apresentados e discutidos, a seguir, em função dos núcleos temáticos derivados das quatro questões investigativas. A primeira questão "Pense nas expectativas e descreva o que você conseguiu alcançar, ganhar ou superar com ajuda do grupo", gerou dois núcleos temáticos descritos a seguir. O primeiro, intitulado "o grupo como espaço de crescimento e de desenvolvimento pessoal", reúne respostas que gravitam em torno das relações interpessoais no grupo como favorecedora de expressão e acolhimento. O segundo núcleo, intitulado "o grupo como apoio para a escolha e a tomada de decisão profissional e de carreira", reúne respostas que expressam o papel do grupo na facilitação da escolha profissional.

1) O GRUPO COMO ESPAÇO DE CRESCIMENTO E DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL

A maioria dos participantes converge na ideia de que a experiência grupal foi positiva na medida em que mobilizou a troca de experiências, partilha de aprendizagens, tendo, assim, possibilitado a expressão de ideias, a superação do medo, da timidez e dificuldades de interação e convívio com os outros. Mereceram destaque os relatos de onze (11) integrantes, entre eles seis (6) citações são destacadas a seguir.

- Consegui superar a timidez, eu não conseguia falar no meio de meus colegas, mas com ajuda da orientadora e dos monitores agora já sou ativa (R5).

- Eu, quando entrei no grupo, tinha dificuldades de conversar, era muito tímida, mas agora superei tudo (R14).

- Cheguei no grupo com medo de não conseguir fazer nada no meio de muita gente, mas o grupo ajudou-me a superar o medo (R12).

- Neste grupo ganhei muitas coisas entre as quais a confiança em mim mesma (R7).

- O grupo me ensinou que expor as próprias dúvidas é bom e faz bem. Nos primeiros dias tudo foi péssimo, mas caminhando com o grupo superei tudo (R16).

Os depoimentos dos participantes apontam que a satisfação das expectativas teve impacto em outras dimensões da vida, conforme expresso no registro a seguir: "não posso mencionar tudo o que alcancei, mas algumas sim (...). Por mim digo e repito que não saí como vim (...)" (R18). Essa fala evidencia a transformação pessoal deste participante resultado da vivencia no grupo.

Em síntese, estes dados corroboram a argumentação sobre a importância de se incorporar a avaliação no processo regular de aconselhamento integrando os métodos diversificados de avaliação disponíveis, sejam eles quantitativos, qualitativos ou combinados, durante ou após o atendimento. A avaliação também pode ser efetivada por diferentes perspectivas: do orientador (e equipe), dos usuários do programa ou serviço, dos familiares e comunidade, e dos dirigentes e administradores. Focalizou-se, neste estudo, a perspectiva dos usuários – os alunos participantes – que atribuíram sentidos à experiência em grupo, à possibilidade de conversação entre pares, à comunicação que auxiliou a vencer a timidez e a superar o medo. A experiência positiva da orientação profissional em grupo já foi apontada por outros autores (Carvalho & Taveira, 2009; Melo-Silva & Jacquemin, 2001). E é reafirmada na perspectiva desses jovens moçambicanos.

As respostas às questões, descritas anteriormente, mostram o desenvolvimento pessoal e os avanços para a construção da vida. Assim, torna-se possível remeter ao novo paradigma do domínio da carreira, o Life Design, cujas intervenções visam promover nos clientes o desenvolvimento de capacidades, através de adaptabilidade e da narrabilidade (Savickas et al., 2009; Duarte et al., 2010). Ainda na esteira dos relatos ilustrados anteriormente, pode-se inferir que o grupo mobilizou vários aspectos inerentes à identidade pessoal, ao desenvolvimento de competências pessoais e sociais, confirmando, assim, a natureza e a função do grupo psicológico, diferenciando-o da dinâmica da sala de aula, marcada pelo exercício de autoridade, sobretudo no contexto moçambicano, que raras vezes permite que os alunos exprimam suas ideias em relação a outros aspectos da vida. Para além dos benefícios nas relações interpessoais, da comunicação, da troca interpessoal e das possibilidades de expressão, os dados mostram a importância do grupo no apoio para a escolha profissional.

2) O GRUPO COMO APOIO PARA A ESCOLHA E A TOMADA DE DECISÃO PROFISSIONAL E DE CARREIRA

Este núcleo temático inclui doze (12) registros cujas transcrições convergem na ideia de que o grupo foi importante na medida em que funcionou como espaço de reflexão sobre a realidade do mundo e mercado de emprego e a esclarecer dúvidas sobre as profissões. Para efeitos de ilustração, algumas citações são apresentadas a seguir.

- No início do grupo eu era instável, num momento me sentia segura da minha profissão e no outro ficava incerta, depois dos comentários dos outros ficava ainda pior, mas o grupo me deixou fortificada com o meu objetivo e profissão, já não sinto mais aquela insegurança, agora posso decidir sem insegurança (R8).

- Aprendi que não posso decidir para agradar alguém, que não posso escolher uma profissão apenas por dinheiro (R1).

- O grupo ajudou-me a fazer uma escolha a meu alcance (R13).

- No grupo consegui alcançar todas as minhas expectativas, sobretudo tirar dúvidas sobre minha futura profissão. (...). Consegui superar o medo de não saber o que fazer quando eu chegar na 11ª classe (R11).

As transcrições apresentadas são exaustivas ao mostrar a unanimidade dos autores destes relatos quanto à pertinência da intervenção em relação ao processo de escolha e decisão de carreira, em particular nos momentos de incertezas, dúvidas e indecisão vocacional. Sobre este aspecto, o depoimento a seguir é esclarecedor e bastante diferenciado dos demais.

- Eu vim neste grupo com expectativa de aprender, ter noções do trabalho e conhecer melhor o mercado de emprego. Tinha dúvidas sobre que curso seguir e qual seria a minha futura profissão. Entrei neste grupo com muita ânsia e espero sair com inteligência. Eu quero conhecer mais sobre o futuro porque no fundo eu me acho insatisfeito porque também eu não tenho toda a certeza sobre a carreira escolhida por mim, ser engenheiro, por vezes acho meio difícil, queria ter mais noções sobre o mercado de trabalho se é difícil ou não. Eu aprendi que decisões nunca são puramente racionais. Observar-se, conhecer-se e também investigar a realidade em seu redor, terá mais chance de encontrar uma forma de administrar seus sonhos no mundo do trabalho. Às vezes a gente não sabe o que quer mas tem certeza do que não quer. Eu aprendi muito sobre mim mesmo e aprendi também que conhecer-se é fundamental! Ninguém poderá lhe dizer em que área você poderia trabalhar, agora é você que decide. Alcancei um pouco da sabedoria, coragem, tive oportunidade de conhecer mais pessoas e conhecer-me a mim mesmo, ter confiança, tive oportunidade de aprender e falar de mim para me compreender melhor. E aprendi que nenhuma profissão é mais importante que outra (R9).

Considerando o caráter provisório que a escolha pode assumir nessa fase (mais que metade dos participantes tinha menos de 17 anos), dois pontos foram destacados para discutir em torno do depoimento em destaque. O primeiro destaque diz respeito ao nível de consciência e autonomia do autor do relato em questão (14 anos, 8ª classe), o qual traz à tona uma profunda reflexão, de tomada de consciência do ser e existir. São questionamentos bem maduros sobre o futuro, os sonhos, o mundo do trabalho e a relevância de todas as profissões, sem estereotipias. Nessa linha de raciocínio, Munhoz, Melo-Silva e Audibert (2016) sublinham a importância e a natureza exploratória dessa fase.

Ao longo dessa fase, as escolhas se tornam gradativamente mais realistas, em parte, por uma autoavaliação de interesses e preferências por determinados conteúdos e, em parte, por percepções mais diferenciadas e estruturadas do mundo escolar e profissional. É o início do estágio da exploração do desenvolvimento vocacional (Munhoz, Melo-Silva, & Audibert, 2016, p. 57).

O segundo ponto que mereceu atenção está relacionado com o nível de autonomia do autor do relato em discussão, na medida em que o sujeito defende que a decisão é da própria pessoa, assumindo assim o seu protagonismo e autoria na sua história, o que de certa forma marca a profundidade do seu relato, tornando-o muito diferente dos demais participantes. Vale dizer, o sujeito demonstra viver intensamente essa fase de exploração de si e do mundo, conforme argumentam, a seguir, Munhoz, Melo-Silva e Audibert (2016).

Os adolescentes exploram na imaginação ou na realidade, tentativas de escolhas baseadas cada vez mais em seus interesses, capacidades e aspirações pessoais em relação ao seu projeto futuro. Como uma fase de intenso desenvolvimento da identidade individual (ainda insipiente) e pela permeabilidade às influências do meio em que convivem, eles ainda se sentem inseguros, principalmente quando não possuem informações suficientes e/ou adequadas das oportunidades educacionais e do mundo do trabalho (p. 58).

Em síntese, os relatos corroboram a pertinência de intervenções que visem a auxiliar os adolescentes a problematizarem suas escolhas, ou seja, a tomarem consciência dos fatores imbricados na escolha, conforme o alerta avançado no último depoimento segundo o qual "as decisões nunca são puramente racionais".

Buscando perceber em que medida o grupo tinha contribuído para a definição da própria escolha profissional e de carreira, foi solicitado que os participantes respondessem à segunda questão: "A participação no grupo ajudou você a escolher e/ou definir a profissão/carreira? Comente a tua resposta". Entre os núcleos temáticos emergentes dos registros das respostas a esta questão mereceu destaque o descrito a seguir.

O GRUPO COMO ESPAÇO DE ACOLHIMENTO ÀS INÚMERAS IDEIAS

Pelo menos metade dos participantes explicitou opiniões de que o grupo foi eficaz para superar a indecisão que vivenciavam até o momento da escolha, conforme ilustrado neste trecho: "como muitos jovens eu também estive naquele bate-cabeça, pensando no que fazer na vida profissional, descobri que não sou nada bom em tudo o que envolve cálculos" (R11). Igualmente, os registros apontam que os participantes passaram por tensões e dilemas provocados pelas múltiplas possibilidades de escolha. Para fundamentar a hipótese avançada anteriormente, foi privilegiado o seguinte fragmento:

...escolhi e tenho certeza que todos no grupo também já têm, a certeza sobre o curso a seguir. Quando cheguei no grupo eu tinha mais de 1000 ideias na cabeça mas para escolher uma adequada para mim tive que passar por muitas consequências mas superei com muito esforço e dedicação (R8).

A indecisão vocacional é uma das características desse grupo, o que é esperado em decorrência da faixa etária dos participantes e do nível de escolaridade. A indecisão expressa no contexto à orientação profissional mostra preocupação com a tomada de decisão sobre a profissão, a carreira e o futuro, o que permite avançar, como apontam Melo-Silva e Jacquemin (2001). Esse tipo de argumentação engendrou outros relatos, destacados a seguir.

- Cheguei ao programa com muitas dúvidas, e hoje saio esclarecida (R9).

- Até fevereiro deste ano eu estava indeciso com a minha carreira profissional, mas agora tudo mudou, estou firme com aquilo que eu quero no futuro (R4).

- O grupo ajudou-me muito porque não sabia o que queria ser realmente, tinha muito sonhos de ser contabilista, cantora, atriz e médica (R15).

Em síntese, os depoimentos tomados em análise neste núcleo apontam que esses participantes experimentam conflito racional e angústia, dando indícios de que gradativamente, e com ajuda do grupo, os participantes foram assumindo uma posição mais realista sobre as escolhas, o que pode, para alguns, ter contribuído para efetuar o "salto" da situação pré-dilemática situação problemática de acordo com Bohoslavsky (1998). Na situação pré-dilemática a necessidade de escolha não se apresentava como demanda, e na situação problemática a pessoa consegue identificar os problemas, o conflito, ou seja, pensar em vantagens e desvantagens nas profissões, possibilidades e obstáculos, reunindo condições para a decisão.

O GRUPO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL COMO DEMANDA PARA CONTINUIDADE

A terceira questão "Você participaria de mais um grupo de orientação profissional? Comente a tua resposta?", visou indagar as demandas de intervenções, do próprio participante como estratégia para compreender a completude do processo para ele e como informação sobre recomendações para outras pessoas. Os registros da maioria dos integrantes permitem inferir que há demanda de orientação profissional em consonância com os desafios emergentes para a juventude em qualquer lugar do planeta, e, sobretudo, no atual cenário de mudanças que caracterizam o mundo do trabalho e que demanda por intervenções em todas as etapas do ciclo vital, estruturadas numa visão holística, contextual e preventiva (Duarte et al., 2010).

Em uma vertente de análise os integrantes mostram terem consciência do processo de desenvolvimento, por isso, sobre participar de outros grupos de orientação profissional um participante responde: "digo sim, digo não, porque ainda sou adolescente e não sei muito sobre o futuro" (R3), ou dito em outros termos, "sim, porque por mais que hoje eu saiba o que devo, preciso ou quero futuramente, ainda falta-me muita orientação de como enfrentar as dificuldades futuras" (R8).

Por outro lado, os participantes também se mostram realistas ao manifestarem certo grau de consciência quanto à complexidade, instabilidade que caracteriza o atual mundo e mercado de trabalho, o qual implanta incerteza sobre o futuro (Nota, 2015). Tal consciência leva os participantes a admitirem a necessidade e a possibilidade de participar mais uma vez de grupos de orientação como estratégia para se manterem em atitude de "vigia" de modo a não sucumbirem diante das referidas imprevisões. Sobre os desafios impostos pelo atual cenário que caracteriza o mercado de trabalho, que exige flexibilidade para uma melhor adaptação, Melo-Silva e Jacquemin (2001) há mais de uma década já apontavam para tais desafios como a vasta literatura do início deste século.

Na atualidade é impossível não falar das mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho, em decorrência do processo de globalização ou mundialização da economia, que repercutem diretamente no mercado com a flexibilização dos contratos de trabalho, da diminuição de postos de trabalho e nos novos papéis dos atores: governo, empresariado e sindicatos. Os jornais noticiam tais informações diariamente e o grupo de orientação profissional tornou-se um dos lugares privilegiados para o processamento destas mudanças, como causadoras de sofrimento para a população geral e em particular para os jovens que estão no estágio da definição da identidade pessoal e profissional (Melo-Silva & Jacquemin, 2001, p. 201).

A necessidade de participar de mais um grupo de orientação foi explicitada por um outro grupo de participantes, os quais relataram vivenciar ainda situações de confusão, não integração das escolhas o que causava ainda conflitos e indecisão para a escolha, como mostram os trechos a seguir.

- Sim, no momento preciso porque eu já tive a primeira ideia de como formar-me e em que área eu vou-me formar mas depois de participar de algumas sessões com alguns profissionais vocacionados fiquei mais informado das carreiras existentes no mercado de trabalho. Isso me deixa mais embaralhado, com mais ideias e complicou, mas o meu pensamento era ser engenheiro, mas depois me apareceram engenheiro civil, florestal, animal, mineiro e muitas ideias. Sim, preciso de mais orientação profissional (R11).

- Sim, preciso porque estou um pouco insegura na minha escolha e não tenho certeza se meus pais vão aceitar (R5).

- Preciso de algumas orientações porque ainda não tenho condições para decidir sozinho (R2).

- Sim, porque tenho que escolher uma profissão que eu gosto sem medo nem tristeza (R17).

Para além de frisarem a complexidade do processo de escolha, os depoimentos apresentados sugerem também uma atenção particular aos diferentes percursos e ritmos que devem ser observados no processo de intervenção, os quais devem contemplar uma atenção particular às faixas etárias e às especificidades de cada participante, como sexo, interesses manifestos e implícitos, características de personalidades, situação familiar, educacional e socioeconômica. Igualmente o processo de esclarecimento das necessidades individuais deve integrar também outros métodos e instrumentos de intervenção e avaliação. O núcleo temático levado em consideração para a reflexão no contexto da questão em foco apresenta um desafio no âmbito da avaliação de intervenções desta natureza, ao evidenciar que o processo grupal pode chegar a seu termo sem que o cliente consiga tomar uma decisão conclusiva, aspecto que mais uma vez legitima a necessidade da continuidade e universalização de intervenções no cenário moçambicano.

Em outra vertente, os dados mostram também que esses participantes enfrentam ainda dificuldades no processo de escolha profissional e desenvolvimento da identidade vocacional-ocupacional, umas mais acentuadas e outras menos vincadas, que podem ter como fonte os conflitos, cuja resolução, segundo Neiva (2013, p.53) é a "condição sine qua non para uma autêntica e, consequentemente, uma escolha profissional madura". Tais demandas, mais uma vez, legitimam intervenções fundadas na perspectiva desenvolvimentista e nos princípios da educação para a carreira, nos moldes defendidos por Munhoz e Melo-Silva (2011) e recentemente delineado por Munhoz, Melo-Silva e Audibert (2016), ou seja, de ações em toda a escolarização de forma que possam auxiliar crianças e jovens a atribuírem sentidos aos estudos e ao trabalho, no desenvolvimento de competências para a vida, trabalho e carreira. Considerando a ampla faixa etária (de 14 anos a 18 anos de idade), diferentes estratégias podem ser planejadas para cada faixa em função de demandas específicas, da faixa etária e ciclo escolar.

SUGESTÕES PARA OUTROS GRUPOS DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Objetivando averiguar o que pensam os participantes sobre a necessidade de se realizar mais grupos e ampliar a proposta, foi colocada uma quarta questão: Que sugestões você daria para a realização dos próximos grupos de orientação profissional e de carreira? Para argumentar a continuidade da proposta, foram avançadas sugestões como "repetir mais esse programa para ajudar os jovens que ainda não sabem o que realmente querem" (R3); "que o grupo continuasse para ajudar as pessoas que ainda não tem como conseguir carreira profissional, a ter aulas nas salas ou nos grupos de pessoas" (R10). No que se refere à ampliação da proposta foram avançadas opiniões como: "na próxima vez o grupo deveria ter mais pessoas para interagir, deveria ser por mais tempo, ou deveria começar mais cedo para termos mais estudos e aprendizagens" (R8). Um participante expressou a opinião de "que o grupo continuasse, que se convidasse mais pessoas para aprender" (R17).

Para além de fundamentarem a argumentação sobre a continuidade da proposta, legitimando assim futuras intervenções nessa área (pelo menos para o contexto moçambicano), um dos participantes defendeu a obrigatoriedade da adesão e participação no grupo, visando, de um lado, sublinhar a importância da intervenção, sugerindo de forma implícita sua inclusão no currículo escolar (obrigatório!) e se contrapondo à natureza voluntária que se observou nessa fase. De outro lado, clamando por apoio e acesso a serviços que os proporcionem formação e exploração do mundo do trabalho, integrados no projeto pedagógico da escola, evocando mais uma vez, embora implicitamente, a importância de estratégias fundamentadas nos princípios da educação para a carreira, já referenciada, que contribui para uma educação centrada no desenvolvimento de projetos profissionais e de vida ao longo do processo de escolarização, como descrito a seguir.

- Primeiro que o programa deve ser alastrado para todas as escolas públicas em Moçambique, principalmente das primeiras classes do ensino médio, isto é, primeiro ciclo do ensino secundário e que fosse reconhecido pelo Ministério de Educação. Que todas as escolas tivessem um grupo de orientação, como os respectivos orientadores, obrigatoriamente para todos os de uma determinada escola (R11).

O exposto nos depoimentos analisados neste núcleo converge numa avaliação positiva sobre os objetivos e os procedimentos da intervenção, deixando inferir a verificação da hipótese da necessidade e da pertinência da intervenção nesse âmbito, encorajando assim a ampliação da proposta por meio de futuros estudos no domínio moçambicano. Essas ideias são sustentadas, também, pelo conteúdo emergente no núcleo temático.

Os relatos que foram integrados neste núcleo temático defendem explicitamente a ampliação e a expansão da intervenção em Orientação Profissional e de Carreira, focalizando a importância do serviço para a camada jovem, com foco nos jovens que frequentam instituições públicas. Cinco extratos foram transcritos para fundamentar a opinião desses participantes e são apresentados a seguir.

- Em cada escola secundária deveria existir um pesquisador, o Estado deve ajudar as pesquisadoras para seguirem em frente com o plano de ajudar os alunos nas escolas secundárias (R2).

- A realização de outros grupos (R4).

- (...) que haja mais projetos como esse que é muito bom (R13).

- Sugiro que se realizem mais grupos de orientação profissional e de carreira e deem mais força e aprendizagem para os alunos saírem decididos (R6).

Para além de defenderem a manutenção, continuidade e ampliação da proposta, os participantes apontaram ainda a necessidade de antecipação da intervenção para os primeiros anos do ensino secundário. As narrativas dos jovens vão de encontro ao referencial teórico-metodológico que se sustenta na abordagem desenvolvimentista e preventiva, o que na opinião dos participantes apenas será possível com a vontade e intervenção de gestores, a destacar, o Ministério de Educação, órgão de tutela da Educação, o qual deve assumir um papel mais ativo para permitir a "multiplicação" de pesquisadores, o que resultaria em mais serviços dessa natureza. Considerando que a intervenção e os dados foram gerados em uma pesquisa-ação, os alunos atribuem a presença do pesquisador como referência para a atividade de Orientação Profissional.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os participantes deram um feedback positivo sobre o processo de orientação profissional em grupo e manifestaram satisfação quanto ao alcance das expectativas em relação ao crescimento pessoal, ao desenvolvimento de projetos pessoais e profissionais e, mais especificamente, quanto à escolha de carreira de forma consciente e autônoma. O fato dos participantes advogarem a manutenção, continuidade e expansão do serviço, permite inferir a verificação da expectativa de resultados, sobre a necessidade de implantação de serviços e programas nessa área, o que estimula na direção da realização e disseminação de intervenções, sobretudo no domínio da realidade moçambicana, caracterizado pela inexistência se programas de orientação profissional e, consequentemente pela incipiência de estudos que contemplem avaliação de processos e resultados, mesmo na ótica do orientador.

Em termos de limites metodológicos, assume-se a necessidade de futuras intervenções integrarem no planejamento, métodos e instrumentos de avaliação diversificados, com métodos mistos que permitam uma avaliação pré e pós-intervenção. Embora o envolvimento dos participantes concluintes seja considerado um avanço, a não integração dos participantes desistentes pode ser apontada como outro limite da intervenção e, consequentemente, deste estudo.

Acima de qualquer limite e considerando a insuficiência de estudos baseados na intervenção em orientação profissional conclui-se que as reflexões arroladas neste estudo se configuram como uma contribuição para a produção do conhecimento científico, para a valorização da área abrindo assim caminhos para a elaboração de políticas públicas que pressupõe uma necessidade de implantar serviços sistematizados no âmbito da Orientação Profissional. Para além de se configurar como estudo pioneiro no contexto da intervenção em Orientação Profissional, este estudo instiga a pensar no desafio da formação do orientador profissional, já que a capacidade de avaliação foi integrada no rol das competências do orientador profissional.

 

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Endereço para correspondência
Lucy Leal Melo-Silva
E-mail: lucileal@ffclrp.usp.br

Submissão: 24/10/2016
1ª revisão: 15/06/2017
Aprovado: 20/11/2017

 

 

1 Maria Luisa Lopes Chicote Agibo é doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP).
2 Lucy Leal Melo-Silva é professora associada do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP).

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