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Psicologia Hospitalar

versão On-line ISSN 2175-3547

Psicol. hosp. (São Paulo) v.2 n.2 São Paulo dez. 2004

 

EDITORIAL

 

Prezado leitor

Estamos inaugurando no presente número uma nova fase do periódico Psicologia Hospitalar, na qual várias reformulações estão sendo introduzidas através do “Projeto On Line”. Os principais objetivos desse projeto são: instituir a editoração exclusivamente eletrônica reduzindo custos e ampliando o acesso, em sintonia com a atual tendência de democratização do conhecimento científico via internet, e melhorar a qualidade das publicações segundo os critérios estabelecidos pela CAPES-ANPEPP.

Para tanto, estreitamos o contato com a diretoria da Biblioteca do Instituto de Psicologia da USP, o que nos facilitou uma inserção mais efetiva no movimento já generalizado entre os editores de revistas de Psicologia de difusão “on line” e gratuita de trabalhos científicos. Gostaria de agradecer a Maria Imaculada Cardoso Sampaio, diretora da Biblioteca do IP–USP pela disponibilidade e, especialmente, a Maria Marta Nascimento, bibliotecária do mesmo Instituto, pelas orientações e pelo cuidadoso trabalho técnico na editoração propriamente dita.

Quanto aos artigos aqui publicados, o leitor irá constatar que os mesmos conduzem a um determinado percurso por vários “territórios” próprios ao trabalho do psicólogo hospitalar, desde ambulatórios, enfermarias, UTI e Pronto Socorro até cuidados paliativos e assistência domiciliar, abordando variadas patologias, incluindo, ainda, um artigo referente ao Programa de Saúde da Família (PSF), que nos permite refletir sobre a rede de saúde pública.

Sabemos que a diversidade de contextos inerentes a este campo amplo que é o hospital exige do psicólogo uma postura flexível e criativa quanto aos seus modelos de atuação, o que se constituiu, inclusive, no tema geral do III Congresso Interamericano de Psicologia da Saúde: Territórios e Percursos do Psicólogo Hospitalar, ao qual aproveito a oportunidade para convidar a todos: ocorrerá de 09 a 11 de junho próximo, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, com programa divulgado em folders e no site http://www.cepsic.com.br/.

Iniciamos a presente edição com um estudo de Cláudio G. Capitão e Renata R. Tello junto a mulheres obesas, que revelou dados curiosos, motivando uma discussão interessante sobre este instigante “território” que é o dos transtornos alimentares.

Uma proposta de intervenção bastante original para o contexto de enfermaria é apresentada por Simone C. Silva, que adaptou o Jogo de Areia para utilização com pacientes internados em clínica de cirurgia do aparelho digestivo.

Ana Lúcia H. Gomes expõe suas reflexões acerca da relação mãe-bebê na situação de prematuridade extrema, enfatizando a importância da abordagem multiprofissional para o desenvolvimento de um bebê que inicia sua vida internado em UTI. Ainda no “território” da obstetrícia, Luciana A. Gomes e Carla R. Guedes também destacam a importância da interdisciplinaridade, agora no contexto preventivo junto a gestantes em atendimento pré-natal, através de grupos de sala de espera.

Ana Paula F. S. Marques se dedicou ao estudo sobre estresse em crianças sob tratamento quimioterápico, considerando de modo pertinente alguns fatores sociais próprios à realidade do Norte de nosso país. Dentro, ainda, da temática do câncer, porém referente a pacientes idosos, Carmem Lúcia C. Brandão e colaboradores apresentam uma cuidadosa investigação sobre imagem corporal em idosos fora de perspectivas terapêuticas de cura, atendidos em ambulatório de cuidados paliativos.

Um tema relevante é apresentado por Fernanda T. Orsati e colaboradores, através da caracterização da população fraturada devido a acidentes de trânsito, levando em conta a associação com o uso de álcool. Com o interesse também voltado a este “árido território” das emergências médicas, Luciane De Rossi e colaboradores expõem suas observações obtidas por meio de um estudo preliminar sobre demandas afetivas de pacientes em Pronto Socorro.

Passando para um contexto diferenciado, Cláudia F. Laham apresenta as peculiaridades do atendimento domiciliar, o qual, como se sabe, implica um contato extremamente próximo com a realidade do paciente e família, com consideráveis repercussões na dinâmica interdisciplinar. Embora não específico à Psicologia Hospitalar, mas bastante relacionado a essa prática, já que se trata de uma mesma realidade social, o estudo qualitativo de Silvia R. G. Fenerich e colaboradores, também no “território” domicílio, é bastante instrutivo quanto às problemáticas afetivas e sociais implícitas no trabalho da equipe de saúde mental do PSF.

Finalizando, Dirce M. N. Perissinotti faz uma reflexão crítica sobre um campo científico bastante polêmico porém em incrível desenvolvimento - o da Neurociências - comentando sua participação em evento ocorrido em 2004 na Universidade de Zurique, Suíça, sobre Biofeedback.

Certa de que estamos avançando em nossa meta de promover um espaço de troca efetiva entre pesquisadores através desta revista, e ciente dos desafios para aprimorar ainda mais sua qualidade, me despeço aqui da função de editora, desejando muito sucesso à próxima gestão bem como a todos os colegas comprometidos com este apaixonante trabalho que é o da Psicologia Hospitalar.

Um abraço!

Ana Clara Duarte Gavião

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