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Psicologia Hospitalar

On-line version ISSN 2175-3547

Psicol. hosp. (São Paulo) vol.14 no.1 São Paulo Jan./June 2016

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Prática e inserção do psicólogo em instituições hospitalares no Brasil: revisão da literatura

 

Practice and insertion of psychologists in hospitals in Brazil: a literature review

 

 

José de Arimatéia Rodrigues ReisI1; Melissa de Almeida Rodrigues MachadoII2; Solimar FerrariIII3,; Niraldo de Oliveira SantosII4; Alessandra Quinto BentesI5; Mara Cristina Souza de LuciaIII6

IFundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna – Belém - Brasil.
IICentro de Estudos em Psicologia da Saúde - CEPSIC - Brasil.
IIIDivisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Brasil.

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Encontra-se neste texto uma revisão crítica de literatura sobre a prática do psicólogo em hospitais no Brasil. Fez-se um mapeamento de artigos indexados na área de Psicologia, publicados em português em periódicos nacionais e internacionais entre 2009 e 2013, com autoria de psicólogos brasileiros. Foram encontrados dezesseis (16) artigos, divididos em três (03) categorias: I) Reflexões e estudos teórico-críticos. II) Pesquisas com profissionais psicólogos. III) Relatos de experiência e/ou sistematizações da prática hospitalar. Os resultados apontam uma área promissora de atuação do psicólogo não vista em outros países e em franca evolução, pela qualidade das publicações. Na abordagem dos temas em psicologia hospitalar, transparecem a renovação profissional em curso, com modelos mais dinâmicos unindo-se ao tradicional atendimento em leito no hospital, necessidades de ajustes da formação acadêmica na graduação e a exigência de sistematização das práticas psicológicas voltadas à atenção integral à saúde e à humanização do cuidado.

Palavras-chave: Psicologia em Saúde, Prática Profissional, Revisão de Literatura.


ABSTRACT

This text contains a critical literature revision on the psychologist clinical practice in Brazilian hospitals. We have mapped indexed articles in psychology, published in Portuguese in national and international journals between 2009 and 2013, authored by Brazilian psychologists. Sixteen (16) articles were identified and divided into three (03) categories. I) Reflections and critical-theoretical studies. II) Research with psychologists. III) Stories of experience and / or systematization of hospital practice. The results show a promising field of work for the psychologist not seen in other countries in continuous evolution, by the quality of the publications. When addressing the topics in health psychology in hospitals arise the professional renovation in progress, with more dynamic models joining on the traditional care in hospital bed, the needs for adjustments in undergraduate academic education, and the exigency for systematization of psychological practices geared toward of integral health attention and the care humanization.

Keywords: Health Psychology, Professional Practice, Literature Review.


 

 

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, um dos ramos de atuação dos psicólogos que mais se desenvolveu no Brasil foi a Psicologia da Saúde, acompanhada em particular pelos avanços na Psicologia Hospitalar, com diversas experiências e intervenções de profissionais nos hospitais em todos os lugares do país.

Encontramos na literatura a entrada do psicólogo brasileiro no hospital ocorrendo entre os anos de 1952 e 1954 (Neder, 2003; 2005). Afirmações quase semelhantes nos descrevem que essa inserção teve continuidade nos anos 60 e 70, se desenvolveu mais significativamente a partir dos anos 80 e 90 do século XX, obtendo a sua consolidação nas primeiras décadas do século XXI (Speroni, 2006; Borges & Sousa, 2007; Lange, 2008).

Romano (1987; 1999; 2008) destaca como uma das áreas foco da Psicologia Hospitalar a prática profissional, nas atividades desenvolvidas pelos psicólogos relacionadas ao ambiente hospitalar. Essa autora propõe três áreas amplas de atuação em geral nos hospitais: 1) assistência ao paciente; 2) pesquisa - extensão; e 3) ensino. Por sua vez, as atividades do psicólogo hospitalar podem ser exercidas em três níveis essenciais: a) pedagógico ou educativo; b) preventivo; e c) psicoterapêutico.

Nos mais variados trabalhos de publicação em livros e artigos sobre os princípios da Psicologia Hospitalar vistos nos últimos anos, destacam-se três tipos principais.

1) Pesquisas feitas a partir da prática clínica em vários contextos ou especialidades médicas; de assistência direta aos mais diversos tipos de pacientes; ou na realização de cuidados psicológicos em setores e/ou enfermarias específicas (Chiattone, 2000; Simonetti, 2004; Sebastiani & Maia, 2005; Franques & Arenalis-Loli, 2006).

2) Construção de novas formas de atendimento dentro e fora do hospital, tais como o atendimento domiciliar (home care); busca de integração entre o desenvolvimento de pesquisas, atividades de extensão e ensino; formulação de programas de prevenção e qualidade de vida; e assistência à comunidade, em linhas de cuidado a grupos específicos, entre outros (Baptista & Dias, 2003; Ismael, 2005; Calvetti, Fighera, Muller & Poli, 2006).

3) Verificações críticas da inserção, da prática e/ou atuação do psicólogo hospitalar no contexto dessas instituições e ainda junto às equipes de saúde hospitalares (Yamamoto, Trindade & Oliveira, 2002; Marcon, Luna & Lisboa, 2004; Sá, Lima, Santos & Clemente, 2005; Borges & Sousa, 2007; Costa et al., 2009).

Castro & Bornholdt (2004) identificam o campo da Psicologia Hospitalar com uma inserção significativa nas instituições de saúde do Brasil, figurando como uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia. Ao mesmo tempo, observam que a Psicologia da Saúde possui entre nós uma particularidade não vista em outros países, pois enfrenta aqui certa resistência, o que levou a não ser considerada uma especialidade da psicologia nacional.

Os autores ressaltam que a denominação Psicologia da Saúde é adotada praticamente no mundo inteiro, absorvendo a atividade nos hospitais como parte de sua especialidade, e tal ocorre, por exemplo, também em países da América Latina. Porém, talvez em função da tradição da saúde brasileira em considerar os hospitais por muitas décadas como o símbolo máximo do atendimento em saúde, o trabalho especializado do psicólogo no campo da saúde entre nós é denominado Psicologia Hospitalar, e não Psicologia da Saúde, sendo este fato uma peculiaridade típica da Psicologia brasileira.

Para Kind (2010), a Psicologia Hospitalar em nosso país pode ser denominada como uma psicoespecialidade, tendo no Brasil essa configuração interessante. Com o termo “hospitalar” agregado como sufixo à psicologia, esta especialidade modificou o campo das práticas psicológicas, inicialmente sendo considerada uma expansão da Psicologia Clínica, para depois instaurar um “campo emergente” da Psicologia na sua interface com a saúde, provocando até hoje polêmicas quanto ao seu status de especialidade do campo “psi”.

Alguns autores irão sustentar, portanto, que a Psicologia Hospitalar não deveria se caracterizar como uma especialidade, passando a ser mais bem descrita como o exercício profissional na Psicologia da Saúde, referindo-se à prática do psicólogo na área de saúde como um todo, e não apenas a um lugar de atuação, as instituições hospitalares (Chiattone, 2000; Yamamoto et al., 2002; Sebastiani, 2003; Castro & Bornholdt, 2004).

Diante da polêmica gerada pelo tema, o Conselho Federal de Psicologia – CFP aprovou a Resolução nº 03 / 2016, instituindo o título de especialista em “Psicologia em Saúde”, regulamentando assim a atuação nessa especialidade. Entretanto, o peculiar especialista em Psicologia Hospitalar no Brasil já existe há muito mais tempo (vide Resoluções nº 014 / 2000 e nº 02 / 2001 do CFP).

Assim, publicações da prática em psicologia hospitalar vêm ocorrendo no Brasil desde os anos 50 do século XX, passando a figurar regularmente em livros e periódicos a partir dos anos 80, com intensificação nos anos 90, tornando-se numerosas e variadas no período posterior à sua regulamentação (Neder, 2003; Speroni, 2006; Borges & Sousa, 2007; Lange, 2008).

Deste modo, realizou-se neste artigo uma revisão crítica da produção científica sobre a prática e inserção do psicólogo em instituições hospitalares.

 

MÉTODO

Na revisão crítica de literatura aqui realizada foram utilizadas as bases de dados citadas a seguir: 1) Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-BIREME). 2- Biblioteca Virtual de Saúde Psicologia Brasil (BVS-PSI). 3- Base de Dados Eletrônica da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). 4- Biblioteca Científica Eletrônica Online (SCIELO). 5- Portal de Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC). 6- Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Portal de Periódicos da CAPES).

O foco do trabalho de revisão foram os artigos críticos que tratavam da inserção e da prática do psicólogo nos hospitais. No entanto, em função da considerável produção identificada e da existência de outros artigos de revisão crítica sobre o tema (Silva, Tonetto & Gomes, 2006; Kind, 2010; Carvalho, Souza, Rosa & Gomes, 2011; Daneluci, 2013), optou-se pela concentração na literatura publicada num período mais recente (2009 - 2013).

Encontrou-se 205 artigos indexados em periódicos nacionais e internacionais tratando do tema Psicologia Hospitalar, publicados em português por psicólogos brasileiros entre 2009 e 2013. Por fim, chegou-se a 16 artigos selecionados, agrupados em 03 categorias, tornando mais compreensível a sua apresentação, conforme será visto a seguir nos resultados.

Foram excluídos da seleção para este artigo os textos que abordavam a atuação do psicólogo com pacientes nas múltiplas especialidades médicas existentes e seus contextos clínicos específicos, em função do extenso número de publicações visto na atualidade, o qual muito provavelmente exigiria revisões exclusivas em cada especialidade, fugindo ao escopo deste trabalho.

 

RESULTADOS

Esta breve revisão de literatura acerca da inserção e atuação do psicólogo hospitalar evidentemente não tem a pretensão de ser definitiva ou esgotar um assunto tão amplo, apenas buscando contribuir criticamente para o debate sobre esta especialidade brasileira, ao mostrar os temas expostos pelos autores nacionais nas publicações científicas indexadas no país e no exterior.

Os 16 artigos selecionados foram distribuídos em três (03) categorias: I. Reflexões e estudos teórico-críticos. II. Pesquisas com profissionais psicólogos. III. Relatos de experiência e/ou sistematizações da prática hospitalar.

 

 

As reflexões e estudos teórico-críticos (categoria I) sobre a Psicologia Hospitalar apareceram em 31% dos artigos. Na categoria II as pesquisas com profissionais psicólogos foram também identificadas em 31% das publicações. Houve, portanto, uma igualdade percentual entre as categorias I e II. Já os relatos de experiência e/ou sistematizações da prática hospitalar (categoria III) surgiram em 38% dos artigos, com uma ligeira predominância.

A seguir, se faz uma avaliação crítica dos resultados encontrados. Os textos serão mostrados em tabelas, para uma visualização do seu conjunto, e o conteúdo de todos os artigos selecionados será brevemente discutido, mostrando a importância dessas publicações para a Psicologia Hospitalar.

CATEGORIA I - REFLEXÕES E ESTUDOS TEÓRICO-CRÍTICOS

As publicações de psicólogos em periódicos indexados que abordam a Psicologia Hospitalar do ponto de vista de estudos críticos e teóricos tornaram-se recorrentes nos últimos tempos, sendo comum ocorrerem referências dos autores à Psicologia da Saúde, como área que contém afinidades com a Psicologia Hospitalar, mesmo com a particularidade de que no Brasil esta última é considerada uma especialidade, enquanto a Psicologia da Saúde por muito tempo se constituiu apenas como uma referência teórica adotada nas discussões críticas sobre a prática da psicologia nos hospitais, e só recentemente foi regulamentada como especialidade no Brasil.

Na tabela 2 podem ser visualizados os artigos mapeados e incluídos na categoria I, Reflexões e estudos teórico-críticos.

 

 

Santos & Jacó-Vilela (2009) fizeram um estudo sob a perspectiva da Psicologia da Saúde em sua interface com a atuação do psicólogo em hospitais, para verificar a prática dos psicólogos da saúde e os modelos teóricos e técnicos pelos quais eles pensam a sua prática, descrevendo o hospital como um dos locais de atuação do psicólogo na saúde, ao lado dos postos de saúde, CAPS e estratégia de saúde da família, por exemplo.

Aparecem no manuscrito referências às abordagens Psicologia Hospitalar, Psicologia Médica, Saúde Mental e Psicologia da Saúde, levando a crer que essas são as quatro estratégias mais utilizadas no embasamento da prática assistencial dos psicólogos em hospitais.

Almeida & Malagris (2011) afirmam a Psicologia Hospitalar como um modelo muito difundido no Brasil, ao contrário do que é visto em outros países, pois os movimentos mais consistentes dos psicólogos nacionais caminharam para o fortalecimento da prática hospitalar dentro da saúde brasileira, sendo que na realidade as funções dos profissionais na Psicologia da Saúde estão se expandindo na mesma medida do amadurecimento da prática psicológica neste campo, englobando os hospitais, unidades de saúde, clínicas e vários outros serviços e instituições de saúde onde a Psicologia pode ser exercida.

Silva & Portugal (2011) refletem novamente sobre a Psicologia Hospitalar como especialidade brasileira, identificando diferenças existentes em relação à Psicologia da Saúde, pois para esses autores o psicólogo no hospital encontra-se em meio a uma multiplicidade de outras profissões e focaliza o paciente e a família no contexto dessas instituições.

Os autores assinalam como especificidades do ambiente hospitalar diversos contextos institucionais possíveis de encontrar, cujo foco não será somente o atendimento ao paciente internado, mas também à sua família ou responsáveis, além de estender-se à equipe multiprofissional, buscando estabelecer possibilidades de diálogo entre usuários e equipes de saúde.

Ribeiro & Dacal (2012) discutem as práticas psicológicas no campo da saúde e no contexto hospitalar, assinalando o descompasso entre a realidade social da saúde brasileira e o universo ainda hoje restrito da formação dos psicólogos, e como a qualidade dessa formação profissional repercute sobre as características da assistência prestada nos hospitais, influenciando na maior ou menor conquista e delimitação do espaço da psicologia nessas instituições.

Para melhorar a qualidade da assistência pelo psicólogo hospitalar, os autores propõem uma reaproximação necessária entre academia, assistência e políticas públicas, como exigência a um exercício profissional, além de qualificado, também crítico e comprometido com a saúde da população.

Por fim, Carvalho (2013) pondera que a Psicologia da Saúde no hospital deve ter uma prática reflexiva e crítica, permitindo a ampliação do universo de pesquisas e reflexões teóricas envolvendo fundamentalmente a compreensão sobre as questões acerca das relações de poder, das condições políticas e dos fundamentos éticos das práticas psicológicas nas instituições hospitalares.

Para o autor, um dos grandes desafios na área da Psicologia da Saúde crítica é proporcionar um modelo de formação ao psicólogo da saúde, dentro do hospital, fundamentado em uma prática de atenção integral à saúde, refletindo sobre os contextos de análise para além das práticas de assistência, chegando também no ensino e na pesquisa dos sistemas de saúde, abrangendo os seus aspectos históricos, políticos, sociais, éticos e transformadores das relações desiguais vistas atualmente.

CATEGORIA 2 – PESQUISAS COM PROFISSIONAIS PSICÓLOGOS

Na revisão de literatura realizada, também foram encontradas pesquisas com os profissionais psicólogos acerca da sua prática dentro dos hospitais, com 60% das pesquisas por entrevistas e 40% com uso de questionários.

 

 

Costa et al. (2009) investigam a atuação do psicólogo hospitalar em Recife / PE, tanto na rede pública quanto privada. Os resultados indicam que o aperfeiçoamento do profissional favorece a qualidade da prática hospitalar, ou seja, quando estes declaram terem buscado se tornar especialistas em Psicologia Hospitalar, seu trabalho é visto por eles como mais qualificado. Outro ponto importante foi a ocorrência da supervisão de casos, tida como um suporte técnico relevante ao profissional de Psicologia no hospital.

Avellar (2011) fez um estudo com perfil semelhante na cidade de Vitória / ES e alguns municípios da região metropolitana. Nos resultados, a autora afirma ainda predominar, entre os profissionais, o modelo tradicional no atendimento hospitalar, baseado na assistência clínica individual aos pacientes, assim como faz a menção de uma formação deficiente para a atuação na Psicologia Hospitalar.

Porém, outros profissionais relatam experiências gratificantes em suas buscas por formas inovadoras de atuação no espaço hospitalar, propondo novas ações dentro da prática da Psicologia, a partir de uma visão voltada para a atenção integral à saúde, mais próxima da humanização na assistência à saúde, o que faz com que a autora lance a hipótese de que possa estar ocorrendo, aos poucos, uma transição do modelo individualizado de atendimento para outros mais dinâmicos, nas práticas hospitalares.

Santos & Vieira (2012), por sua vez, analisam a prática profissional do psicólogo em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe, com psicólogos atuando em hospitais da rede pública, rede privada e em ambas. As características da atuação revelam um enfoque no trabalho psicoterápico junto aos pacientes no pré e pós-cirúrgico, aos acompanhantes e aos familiares de pacientes críticos internados em unidades como UTI, CTI, oncologia, hemodiálise e enfermarias cirúrgicas, com predominância no suporte / atendimento pré e pós-cirúrgico, provavelmente em função do perfil dos hospitais pesquisados, mas novamente com valorização de intervenções ligadas à humanização da assistência e da atenção integral à saúde, ainda que em um contexto dito mais “tradicional” da prática hospitalar.

Torezan, Calheiros, Mandelli e Stumpf (2013) pesquisam na cidade de Londrina / PR se a formação acadêmica na graduação é adequada para a prática eficiente do futuro psicólogo em hospitais gerais, e concluem que, em geral, a formação na graduação em Psicologia não contempla as particularidades necessárias para o trabalho em hospital, e o egresso da graduação em Psicologia conclui seus estudos com uma visão limitada de seu real papel no grupo interdisciplinar, ainda desconhecendo os entraves sociais e institucionais prováveis no trabalho em instituições hospitalares, ainda que venha ocorrendo nos últimos anos uma ampliação da oferta de disciplinas obrigatórias e estágios voltados para a especialidade Psicologia Hospitalar, em função da Resolução CNE nº 08 / 2004, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia no Brasil.

Almeida, Martins, Gazinelli, Schall e Modena (2013) resolveram pesquisar e conhecer a formação e atuação dos psicólogos da rede de atenção oncológica de Belo Horizonte / MG. Os discursos dos psicólogos pesquisados apontam limites e possibilidades nas intervenções em contexto hospitalar, tais como a predominância do atendimento individual em leito hospitalar, a grande demanda pelos psicólogos e o baixo número de profissionais existentes, a dificuldade para se obter privacidade na escuta de pacientes e familiares dentro do hospital, assim como a frequente perspectiva de haver poucos encontros ou mesmo encontro único com o paciente internado.

Para as autoras, essa diversidade exige do psicólogo da saúde, ao atuar no hospital, ter de reinventar a sua intervenção e construir novos fazeres, sendo necessário construir e reconstruir a prática a cada momento, nos atendimentos individuais, nos grupos e nas ações de educação em saúde.

CATEGORIA 3 – RELATOS DE EXPERIÊNCIA E / OU SISTEMATIZAÇÕES DA PRÁTICA HOSPITALAR

Nesta categoria foram agrupados relatos de experiência de psicólogos no ambiente hospitalar, assim como algumas propostas de sistematização da prática do psicólogo em hospitais, encontrados durante a revisão de literatura.

 

 

Gelman, Reis, Matos e Dahia (2009) relatam experiência de educação permanente em saúde no serviço de psicologia da Escola Estadual de Saúde Pública em Salvador. Discutem a incerteza da prática em seu valor para a autoanálise do trabalho em saúde, criando modos de fazer condizentes com as questões encontradas no cotidiano, o psicólogo buscando adequar a escuta e o acolhimento nos hospitais como ferramentas orientadas para a humanização do cuidado em saúde, dimensionando a prática clínica no diálogo e no olhar voltado para as violências cotidianas e para as questões sociais dos pacientes.

Em linha de atuação bastante diferente, Calegari, Reis, Soares e Menon (2009) relatam experiência de implantação de um prontuário eletrônico, para classificar a complexidade emocional dos pacientes atendidos pela psicologia em hospital privado de São Paulo / SP. O prontuário permite acesso a dados como repercussão emocional da internação, instabilidade no quadro clínico, sintomas psiquiátricos, entre outros. Os resultados demonstram melhor gerenciamento dos recursos, aprimorando a comunicação da equipe e clarificando a atuação do psicólogo no acompanhamento dos casos atendidos.

Scremin, Ávila e Branco (2009) discutem experiência no serviço de Psicologia do Pronto Socorro de Canoas / RS. O objetivo do psicólogo seria o atendimento integral aos pacientes e familiares, buscando a reparação emocional provocada por danos físicos e lesões orgânicas da internação. A Psicologia busca minimizar o sofrimento, com ações integradas na prevenção de doenças, promoção do bem-estar e manutenção da saúde, lidando com a tendência dos usuários à dependência do hospital e da equipe, estimulando-os à autonomia e iniciativa nas ações de autocuidado e resolução de problemas, em acordo às singularidades e ao contexto próprio de cada atendimento.

Vieira (2010) descreve como seria a atuação sistemática do psicólogo em urgência e emergência hospitalar, sem citar diretamente um local ou experiência. O artigo explica a importância do psicólogo na equipe multiprofissional ao agregar o atendimento humanizado, buscando intermediar a relação da equipe com os usuários, como uma espécie de porta-voz das necessidades e desejos do paciente e sua família, minimizando os desencontros de informação. Assim, o psicólogo hospitalar nos serviços de urgência e emergência deve desenvolver uma linguagem comum e de conhecimentos recíprocos para mediar as relações com a equipe, na interação conjunta visando abordar de maneira uníssona os usuários.

Santos, Slonczewski, Prebianchi, Oliveira e Cardoso (2011) descrevem a interconsulta psicológica em um hospital de Campinas / SP, como instrumento metodológico utilizado na assistência ao paciente, por solicitação de outros profissionais. A pesquisa avaliou a interconsulta em 107 pacientes atendidos em um semestre de 2010. A maioria das solicitações foi de médicos (44%) e enfermeiros (38%). Os principais motivos foram sintomas psicológicos relacionados ao adoecimento (43%) e comprometimentos na adaptação à hospitalização (41%). Os autores consideram o modelo de interconsulta como adequado aos pacientes, em função do alto número de pedidos realizados.

E finalmente, Turra, Almeida, Doca e Costa Jr. (2012) apresentam, como proposta do Serviço de Psicologia do Hospital Universitário de Brasília / DF, um protocolo de atendimento psicológico elaborado com o objetivo de contribuir na sistematização da atuação do psicólogo hospitalar. Como resultado, o protocolo estruturou-se em seis eixos de utilização dentro da rotina hospitalar: (a) identificação geral dos pacientes; (b) suporte social nas situações práticas do cotidiano; (c) enfrentamento de questões emocionais ligadas à doença e à internação; (d) compreensão do quadro de saúde pelos pacientes e familiares; (e) exame do estado mental; e (f) suporte em situações de dor.

 

DISCUSSÃO

Na revisão de literatura aqui realizada, foram mapeados artigos publicados por psicólogos brasileiros em periódicos indexados, entre os anos de 2009 e 2013, com temas relevantes para a prática da Psicologia Hospitalar.

Há certa divisão dos autores quanto à sistematização hoje alcançada nas publicações e pesquisas da área, mas alguns afirmam ser possível a atual delimitação da atuação do psicólogo nos hospitais, apesar das amplas tarefas junto à equipe de saúde, como reabilitação, aplicação de testes, assistência ao paciente e família, além do ensino e da pesquisa (Silva & Portugal, 2011).

Experiências inovadoras têm sido desenvolvidas por psicólogos, como novas formas de acolhimento, intervenções breves, preparação pré e pós-cirúrgica, atendimentos domiciliares e em grupos, criação de modelos preventivos e de intervenção na comunidade, entre outros, com a hipótese de estar ocorrendo, aos poucos, uma transição de um modelo mais individualizado para outro, mais dinâmico, nas práticas hospitalares (Avellar, 2011).

Vários autores citam tentativas de renovação na atuação do psicólogo, na visão mais voltada para a atenção integral à saúde e à humanização do cuidado no atendimento hospitalar, como tendências atuais na prática dos psicólogos hospitalares (Gelman et al., 2009; Scremin et al., 2009; Vieira, 2010; Avellar, 2011; Silva & Portugal, 2011; Santos & Vieira, 2012; Turra et al., 2012; Carvalho, 2013).

Por sua vez, pesquisas com profissionais revelam o predomínio da assistência clínica individual aos pacientes (Avellar, 2011), o enfoque no trabalho psicoterápico mais “tradicional” na prática hospitalar (Santos & Vieira, 2012) e a predominância do atendimento individual em leito hospitalar (Almeida et al., 2013).

Os hospitais ainda são apontados como um espaço problemático para a pesquisa e o trabalho profissional, em função das relações de poder existentes nesses ambientes, com necessidades de intervenções psicológicas mais transformadoras do contexto hospitalar, a partir de uma prática crítica, voltada aos aspectos históricos, políticos, sociais e éticos das relações no campo da saúde, promovendo o empoderamento e a autodeterminação dos usuários (Carvalho, 2013). Assim, os psicólogos estão buscando adequar a escuta e o acolhimento no olhar para as violências do cotidiano e para as questões sociais dos pacientes (Gelman et al., 2009).

Na verdade, todos esses achados confirmam a literatura mais consolidada acerca da prática do psicólogo nos hospitais, a qual aponta três áreas amplas principais de atuação dentro das instituições: 1) assistência ao paciente; 2) pesquisa - extensão; e 3) ensino, podendo ser exercidas em outros três níveis essenciais: a) pedagógico ou educativo; b) preventivo; e c) psicoterapêutico (Romano, 1987; 1999; 2008).

Não obstante, outros autores aqui mapeados assinalam a necessidade de incremento na pesquisa dentro dos hospitais, e uma melhor sistematização da prática hospitalar do psicólogo, mesmo com os aperfeiçoamentos qualitativos identificados na atuação, e o crescimento quantitativo dos profissionais nas instituições hospitalares (Santos & Jacó-Vilela, 2009).

A formação em Psicologia frequentemente é vista como deficiente, sem contemplar as particularidades da intervenção no hospital (Avellar, 2011), e o egresso da graduação tem uma visão limitada de seu papel na equipe interdisciplinar, sem noção dos entraves sociais e institucionais possíveis no trabalho em Psicologia Hospitalar, apesar do aumento dos estágios e disciplinas visto nos últimos anos (Torezan et al., 2013).

Parece existir também um descompasso entre a realidade social da saúde brasileira e o universo até hoje restrito da formação dos psicólogos, sendo proposta uma reaproximação entre a academia, a assistência e as políticas públicas, para um exercício profissional mais qualificado, crítico e comprometido com as necessidades da população (Ribeiro & Dacal, 2012).

Aparecem dificuldades da inserção em hospitais, nas relações marcadas por forte hierarquia, no desconhecimento da prática psicológica por outros profissionais, e no que se considera a desvalorização do psicólogo e a supervalorização do profissional médico no trabalho hospitalar (Avellar, 2011).

Algumas dificuldades dos psicólogos são com o próprio enquadre do atendimento no hospital, em efetivar a privacidade na escuta, na perspectiva frequente de haver poucos encontros ou mesmo encontro único com o paciente, sendo necessário reinventar as formas de intervenção, de maneira a construir e reconstruir a prática a cada momento (Almeida et al., 2013).

Ademais, o esforço pessoal parece ser determinante para o crescimento na profissão, e o aperfeiçoamento profissional, tal como a busca pelo título de especialista em Psicologia Hospitalar, na opinião dos próprios profissionais, melhora a qualidade da prática hospitalar e torna a atuação mais qualificada (Costa et al., 2009).

Nos artigos aqui selecionados surge frequentemente o termo Psicologia da Saúde, como referência conceitual adotada nas discussões sobre a área da Psicologia Hospitalar no Brasil. Os autores identificam o campo de atuação da Psicologia da Saúde tanto em hospitais quanto em outros serviços de saúde, e atribuem ao termo Psicologia Hospitalar uma denominação existente apenas no Brasil, pois a prática psicológica engloba os hospitais, unidades de saúde, estratégia de saúde da família, CAPS, clínicas e outros serviços e instituições de saúde (Santos & Jacó-Vilela, 2009; Almeida & Malagris, 2011; Silva & Portugal, 2011; Carvalho, 2013).

Em publicações de anos anteriores, a literatura da área também ressalta a Psicologia Hospitalar como especialidade brasileira regulamentada de maneira diferente dos demais países, nos quais é vista como um entre os diversos modelos de intervenção pertencentes à Psicologia da Saúde (Chiattone, 2000; Yamamoto et al., 2002; Sebastiani, 2003).

Castro & Bornholdt (2004) veem na tradição do país em considerar, por muitas décadas, os hospitais como símbolo máximo do atendimento em saúde

 a possível razão para o surgimento da especialidade Psicologia Hospitalar como uma peculiaridade da Psicologia no Brasil, onde por muito tempo não existiu a regulamentação do especialista em Psicologia da Saúde.

Recentemente o CFP regulamentou entre nós a especialidade Psicologia em Saúde (Resolução 03 / 2016), possibilitando, no cenário brasileiro das próximas décadas, um debate necessário da atuação no hospital e da intersecção das práticas do psicólogo hospitalar e do psicólogo da saúde, pois se a Psicologia Hospitalar segue como uma especialidade única no Brasil, e os psicólogos já atuam nos hospitais do país desde antes da sua regulamentação, muitos outros profissionais estão hoje também inseridos nos demais serviços de saúde, com uma prática igualmente reconhecida.

Kind (2010) ressalta a Psicologia Hospitalar no Brasil como uma psicoespecialidade, na configuração interessante do termo “hospitalar” agregado como sufixo à psicologia. Para a autora, a especialidade modificou as práticas psicológicas no país, sendo considerada no início apenas uma expansão da Psicologia Clínica, para depois se tornar um “campo emergente” da Psicologia na interface com a saúde, até se consolidar como prática, ainda que polêmica, do campo “psi” brasileiro.

O Conselho Federal de Psicologia regulamentou oficialmente a especialidade Psicologia Hospitalar há pouco mais de 15 anos (Resolução 14 / 2000). Porém, o primeiro trabalho do psicólogo brasileiro no hospital ocorreu há mais de 60 anos, ainda no século XX, entre os anos de 1952 e 1954 (Neder, 2003; 2005). Assim, publicações sobre a atuação e inserção da Psicologia em instituições hospitalares ocorrem no Brasil desde os anos 50, sendo mais regulares em livros e periódicos a partir dos anos 80, e no período posterior à sua regulamentação tornam-se mais numerosas e variadas (Neder, 2003; Speroni, 2006; Borges & Sousa, 2007; Lange, 2008).

Portanto, o foco da revisão aqui realizada foi traçar um panorama atual sobre a área da psicologia hospitalar brasileira, em função de diversas publicações antecedentes encontradas na literatura dos anos 2000 sobre a prática do psicólogo na instituição hospitalar e junto às equipes de saúde (Yamamoto et al., 2002; Marcon et al., 2004; Sá et al., 2005; Borges & Sousa, 2007; Costa et al., 2009), as quais consideram a importância da própria atuação dos profissionais nas suas relações com a instituição hospitalar, para a Psicologia no contexto nacional.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se ter contribuído, com este trabalho, ao debate e à reflexão crítica nessa área promissora de atuação do psicólogo brasileiro que é a Psicologia Hospitalar, a qual se encontra em franca evolução, conforme se vê na qualidade dos artigos aqui analisados, publicados em periódicos indexados.

Conclui-se que a psicologia nos hospitais brasileiros já possui uma atuação reconhecida nacionalmente, porém necessita de alguns ajustes na formação acadêmica do futuro profissional desde a graduação. São necessários ainda alguns avanços na sistematização das práticas dos psicólogos hospitalares voltadas às políticas de atenção integral à saúde, à humanização do cuidado e à escuta das questões sociais dos usuários.

No entanto, identificou-se uma renovação profissional já em curso, na qual aparecem modelos de intervenção considerados mais dinâmicos, tais como novas formas de acolhimento, intervenções breves, preparação pré e pós-cirúrgica, atendimentos domiciliares, utilização de modelos preventivos, de intervenção na comunidade, nos grupos, nas ações de educação em saúde e educação permanente, unindo-se à atuação vista como mais tradicional do atendimento psicológico em leito hospitalar, além da pesquisa e do ensino.

A junção e a sistematização na literatura da área, de todos os aspectos inovadores e/ou tradicionais hoje já identificados nas intervenções hospitalares, bem como o debate contínuo nos próximos anos acerca das questões de intersecção da psicologia nos hospitais com a psicologia em geral no campo da saúde, certamente permitirá no Brasil uma consolidação definitiva das práticas dos psicólogos nos hospitais.

 

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Endereço para correspondência
E-mail: arirreis14@gmail.com

 

 

1Especialista em Psicologia Hospitalar pelo Centro de Estudos em Psicologia da Saúde (CEPSIC) – Turma Belém / PA; Psicólogo da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna – FHCGV, Brasil.
2Neuropsicóloga; Docente do Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar do CEPSIC – Turma Belém / PA e Orientadora do CEPSIC, Brasil.
3Psicóloga. Assistente Técnica de Saúde da Divisão de Psicologia do Hospital das Clínicas – FMUSP, Brasil.
4Psicólogo. Docente e Coordenador do Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar do CEPSIC – Turma Belém / PA, Brasil.
5Gerente de Ensino e Pesquisa da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna – FHCGV, em Belém / PA, Brasil.
6Diretora da Divisão de Psicologia do Hospital de Clínicas – FMUSP; Presidente do CEPSIC e Coordenadora do Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar pelo CEPSIC – Turma Belém / PA, Brasil.

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