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Psicologia USP

versão On-line ISSN 1678-5177

Psicol. USP v.16 n.1-2 São Paulo  2005

 

APRESENTAÇÃO DO SIMPÓSIO "PSICOLOGIA E AMBIENTE": O PAPEL DA PSICOLOGIA AMBIENTAL NO ESTUDO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS

 

Apresentação

 

Psicologia e ambiente: o papel da Psicologia Ambiental no estudo das questões ambientais

 

 

David UzzellI; Gabriel MoserI; Elaine Pedreira RabinovichII, 1; Sheila Walbe OrnsteinII, 2

IInternational Association for People-Environment Studies
IIUniversidade de São Paulo

 

 

Este número de Psicologia USP baseia-se no Simpósio Internacional Psicologia e Ambiente, organizado em 18 a 21 de novembro de 2002, pelo Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (LAPSI-IPUSP) e pelo International Association for People-Environment Studies (IAPS).

A IAPS3 foi fundada em 1981, após uma série de congressos internacionais realizados na Europa, na segunda metade dos anos 70. Daquela época até os dias atuais, manteve-se o seu tríplice objetivo: 1. facilitar a comunicação entre estudiosos das relações pessoas-ambiente físico; 2. estimular a pesquisa e a inovação para o aprimoramento do bem-estar humano e do ambiente físico; 3. promover a integração entre pesquisa- educação-política.

Esta foi a primeira vez que a IAPS co-patrocinou um congresso científico na América do Sul. Contudo, a IAPS mantém relações profícuas com organismos nacionais e internacionais no campo da Psicologia Ambiental e da pesquisa referente ao comportamento ambiental: nos Estados Unidos e no Canadá (EDRA-Environmental Design Research Association); no Japão (MERA-Man Environment Relations Association), e na Austrália e Nova Zelândia (PAPER-People and Physical Environment Research Organization).

O LAPSI, iniciado em 1999, é um laboratório de pesquisa que visa a desenvolver conhecimento, sediando: 1. projetos de investigação em aspectos psicológicos da relação pessoa-cultura-técnica-ambiente; 2. projetos de intervenção de caráter interdisciplinar sobre problemáticas sócio-ambientais; 3. sistematizar reflexões sobre o desempenho destes projetos bem como sobre questões teóricas (científicas, filosóficas e políticas) e práticas (metodológicas e éticas); 4. oferecer programas de ensino, de organização e de acervos de informação e consultoria. O LAPSI se apresenta, pois, como um Centro articulador de atividades de pesquisa, ensino e extensão, voltadas para a consolidação da área de investigação em psicologia sócio-ambiental e intervenção.

Este Simpósio teve, em decorrência dessas propostas, o objetivo de explorar a compreensão do papel da Psicologia Ambiental como atividade científica e como campo de estudo, e de caminhar, em companhia de seus parceiros internacionais, para uma compreensão deste papel no estudo das questões ambientais.

O programa do Simpósio foi organizado com uma sessão de abertura, seguida por três dias para as apresentações dos pesquisadores convidados e de um quarto dia dedicado ao fórum. As apresentações foram organizadas em torno de temas sugeridos por meio de questões orientadoras para o debate, ao longo desses três dias, previamente encaminhadas e respondidas pelos participantes.

Abrindo a discussão sobre a questão ambiental, David Mandurucu, líder indígena, focalizou o tema "Piolhos, Poesia e Política"; em seguida, o Prof. Dr. Aziz Ab'Saber, do Instituto de Estudos Avançados da USP, proferiu uma conferência sob o título "Refletindo sobre a Questão Ambiental".

Seguiram-se os três dias do Simpósio, durante cada um dos quais foi focalizado um diferente aspecto do assunto proposto. No primeiro dia, discutiram-se as relações entre a Psicologia Ambiental e as diversas realidades humanas, tendo cada um dos participantes manifestado sua visão sobre qual seria o objeto da Psicologia Ambiental e quais as implicações de diferentes realidades socioculturais sobre tal objeto. No segundo dia, o tema consistiu no contexto interdisciplinar no qual se inscreve a Psicologia Ambiental como uma área de conhecimento e as implicações deste fato. No transcorrer do terceiro dia, foi discutido o tema das relações entre Psicologia Ambiental e Política Ambiental e de suas implicações no que se refere às estratégias para a construção do futuro. Ao longo do quarto dia do evento, realizou-se o fórum - Olhando para o Futuro -, do qual participaram cerca de 120 pessoas, em interação com os conferencistas do Simpósio Internacional.

O presente número da revista Psicologia USP estrutura-se, integralmente, sobre textos derivados de apresentações e debates ocorridos ao longo dos cinco dias de atividades do Seminário Internacional, proposto para promover a intersubjetividade científica relativa à interface Psicologia-Ambiente.

Para sua organização, respeitou-se a cronologia assumida no transcorrer do Simpósio, subdividindo-se em cinco pautas, a saber: em uma primeira parte, são apresentadas as conferências proferidas na sessão de abertura do evento; nas três sucessivas partes, são apresentadas as respectivas comunicações que ocorreram ao longo do desenrolar do Seminário; na última parte, são relatados os resultados advindos do desenvolvimento do Fórum Olhando para o Futuro e, finalmente, as considerações finais são formalizadas, sob forma de sínteses-avaliativas, por Moser e Tassara.

 

 

1 Elaine Pedreira Rabinovich, Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção, LAPSI, Instituto de Psicologia - USP
2 Sheila Walbe Ornstein, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP.
3 A IAPS possui um website (http://www.iaps-association.org/) que divulga informações sobre a sua organização, os próximos eventos a serem realizados, relatos de pesquisa e uma mailing list.