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Revista Brasileira de Orientação Profissional

On-line version ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof vol.5 no.2 São Paulo Dec. 2004

 

ARTIGOS

 

 

Implicações psicossociais para o acidentado de trabalho reinserido no mercado de trabalho e desempregado

 

Psychosocial implications for people injured in work and reinserted in the job market and the unemployed

 

Implicaciones psicosociales para el accidentado en el trabajo, reincorporado al mercado de trabajo y desempleado

 

 

Andréa Regina Rosin-PinolaI *; Claudia Pires da SilvaII **; Norma de Fátima GarbulhoII 1 ***

I Universidade Federal de São Carlos, São Carlos
II Universidade Estadual Paulista, Bauru

 

 


RESUMO

Nos últimos anos, no Brasil, dados do INSS têm revelado elevados índices de acidentes de trabalho. Alguns estudos apresentaram que a pessoa acidentada tem tido dificuldades em retornar ao trabalho e apresenta sentimentos de não-aceitação da deficiência, acrescida do baixo grau de tolerância da sociedade. Assim, hipotetiza-se que o acidentado de trabalho, em virtude de fatores sociais e psicológicos, tende a ter sua identidade transformada, já que a identidade é construída nas relações sociais. Assim, esta pesquisa teve como propósito investigar possíveis condições que interferem na identidade profissional do acidentado de trabalho. Participaram quatro homens: dois empregados e dois desempregados. Os participantes responderam a uma entrevista estruturada, que contemplava questões sobre a trajetória profissional, o acidente, fatores positivos e fatores negativos após o acidente, atividade atual e perspectivas futuras. Foram encontradas diferenças quanto às identidades do reinserido e do desempregado.

Palavras-chave: Identidade, Acidentes de trabalho, Implicação psicossocial.


ABSTRACT

In Brazil, in the last to years, data from the Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS (Social Security Number) have shown high work accident rates. Some studies have shown that the people who became disabled as a result of a work accident have found it difficult to resume work and tend to reject the disability, besides having to cope with low tolerance from society. Thus, due to social and psychological factors, people injured in work tend to alter their identity, since personal identity is build in social relations. So, this study aims at investigating the conditions liable to interfere in the working identity of people injured in work. Four men participate in the investigation: two employed and two unemployed. The participants answered a structured interview featuring questions on their working life, the accident itself, positive and negative factors after the accident, current activity and perspectives. Differences regarding the identities of the reinserted people and the unemployed were found.

Keywords: Identity, Work accident, Psychosocial implications.


RESUMEN

Los últimos años, en Brasil, datos del INSS, han revelado altos índices de accidentes de trabajo. Algunos estudios revelaron que la persona accidentada tiene dificultades en retornar al trabajo y se siente transtornada en virtud de la no aceptación de la deficiencia, así como el bajo grado de la aceptación de la sociedad. De esta forma, se cree que el accidentado en el trabajo en virtud de los factores sociales y psicológicos tiende a tener su identidad alterada, ya que la identidad de los individuos se construye en las relaciones sociales. Esta investigación tuvo como objetivo investigar posibles condiciones que interfieren en la identidad del profesional accidentado en el trabajo. Participaron cuatro hombres. Los participantes respondieron a una entrevista estructurada, que tenía cuestiones sobre trayectoria profesional, el accidente, los factores positivos y negativos después del accidente, actividad actual y perspectivas futuras. Hubo diferencias con respecto a la identidad de los reincorporados y de los desempleados.

Palabras clave: Identidad, Accidentes de trabajo, Implicaciones psicosociales.


 

 

A identidade, para Ciampa (1998), é o conjunto de dados biográficos, de valores, crenças, atitudes, classe social, concepção de mundo, etc. que nos identifica enquanto membros de diversos grupos, desempenhando papéis que, por sua vez, nos diferenciam de outros indivíduos e de outros grupos e também nos assemelham a outros indivíduos e a outros grupos.

Todo indivíduo encontra-se inserido num grupo social que contém uma série de expectativas e representações prévias que são internalizadas pelo sujeito. Para Ciampa (1999), trata-se da identidade pressuposta, que se mantida por ele, ocorre a reposição. Se o indivíduo se contrapõe, porém, construindo uma história diferente daquela esperada, ocorre a superação. Se a identidade pressuposta é reposta, ela é vista como dada e não como se dando, num contínuo movimento de identificação.

“É como se uma vez identificada a pessoa, a produção de sua identidade se esgotasse com o produto. Na linguagem corrente, dizemos ‘eu sou filho’; dificilmente alguém dirá ‘estou sendo filho” (Ciampa, 1999, p. 66).

Para o autor, a concretude da identidade é sua temporalidade: presente, passado e futuro. Associar identidade à mesmice, à não-metamorfose, ao não-movimento, significa excluir a temporalidade. A identidade é concreta; ela é

“o movimento de concretização de si, que se dá, necessariamente, porque é o desenvolvimento do concreto e, contingencialmente, porque é a síntese de múltiplas determinações” (Ciampa, 1998, p.199).

O desenvolvimento da identidade depende tanto das condições subjetivas quanto das condições objetivas. O homem produz a si mesmo na práxis, que é a unidade da subjetividade e da objetividade.

Para a compreensão da identidade profissional, Luna (2003) afirma ser necessário atentar para as questões relativas ao contexto do mundo do trabalho contemporâneo, às suas transformações e às contradições. A identidade profissional pode ser entendida como a representação que o indivíduo faz de si mesmo e que os demais atribuem a ele, no que diz respeito ao trabalho que o mesmo realiza e que reflete todas as outras identidades que o indivíduo possui; ela é

“a constante reposição que o sujeito faz da identidade de trabalhador pressuposta para ele; enfim, como a resposta às perguntas: o que faço? Onde? Como? Com quem? Para quem? Quando? Para quê (futuro, projeto)? Por quê (história)?” (Luna, 2003, p. 93).

Leontiev (1978) afirma que o trabalho é fundamental no processo de construção da identidade. Entendido como a principal atividade do homem, ele é mediador da relação homem/natureza, sendo por meio do trabalho (na perspectiva marxista) que o homem transforma a natureza de acordo com seus interesses/necessidades e se transforma, ao mesmo tempo. Além disso, segundo o autor, o trabalho é realizado mediante atividade intelectual, motivadora e planejada, proporcionando uma contínua relação entre os homens, o que caracteriza a sociedade humana. Também é importante considerar que o produto do trabalho humano e sua elaboração são passados para as futuras gerações, o que possibilita a ocorrência da evolução e da história. Todos esses fatores caracterizam o homem como humano e diferenciam- no dos outros animais (Leontiev, 1978).

Coutinho (1993) aponta a importância do trabalho na formação da identidade:

“O trabalho tem um papel mediador entre o mundo subjetivo (do sujeito) e o mundo objetivo (real, concreto). Pelo trabalho o homem se apropria do mundo objetivo, transformando a si mesmo, ou seja, construindo- se ao mesmo tempo em que transforma o real” (p.120).

Por meio do trabalho, o indivíduo assume um determinado papel perante a sociedade (que possibilitará a construção da identidade profissional) e se inclui nesta como produtor, e não somente como consumidor. Apreende muitas coisas e relacionase com várias pessoas, estabelecendo relações e vínculos com o grupo de trabalho que constantemente redefinem a sua identidade pessoal (Jacques, 1999).

Para Jacques (1999):

“A importância e exaltação máximas conferidas ao trabalho na sociedade ocidental concedem ao papel de trabalhador lugar de destaque entre os papéis sociais representativos do eu” (p. 42).

Conforme a autora, as categorias profissionais – conjunto de pessoas que realizam atividades parecidas e estão inseridas nas mesmas relações sociais – são associadas a prestígio ou a desprestígio social, ou seja, são atribuídos valores de qualificação ou desqualificação aos profissionais.

Nesse sentido, um acidente de trabalho pode implicar a ruptura da construção da identidade profissional, na medida em que o papel assumido pelo indivíduo, assim como todas as expectativas sociais e os projetos de vida relacionados à profissão são drasticamente modificados. Além disso, o indivíduo acidentado passa a pertencer a uma categoria relacionada a atributos de desprestígio e desqualificação social/profissional, como: perda do papel profissional (ex-pintor, por exemplo); estar doente ou ser inválido; não ter perspectivas de futuro; ser inútil/improdutivo.

Ou seja, um acidente de trabalho interfere na objetivação-subjetivação da realidade e o indivíduo acidentado passa a ter novas relações com os outros, com o mundo e com seus próprios projetos.

Vários são os fatores que podem favorecer o acidente de trabalho, entre eles: as más condições de trabalho de algumas instituições; a atitude impositiva e negligente da chefia cobrando uma maior produção em tempo mínimo (Dwyer, 1989); a execução de horas extras com o objetivo de receber bônus salariais, sem, no entanto, ter condições físicas e/ou psicológicas de estar realizando as tarefas (Dwyer, 1989); o senso de invulnerabilidade do funcionário (Siqueira, 1999).

Este último fator é definido por Siqueira (1999) como:

“a possibilidade percebida de ocorrência de eventos ameaçadores, incontroláveis e indesejáveis... a percepção de invulnerabilidade se relaciona com a presença de eventos vitimadores na vida das pessoas, sendo que as perdas sofridas podem ter conseqüências de ordem material, física ou psicológica” (p. 81).

Segundo a autora, os dados estatísticos sobre acidentes de trabalho no Brasil, entre 1975 e 1994, indicaram uma queda considerável nos índices. No entanto, com a globalização e as exigências do mercado externo que requer competitividade e aumento da produção, durante o ano de 1995 a porcentagem de trabalhadores acidentados subiu 9,2% em relação aos dados anteriores. Os dados mais atuais, segundo o site do INSS, apontam para números assustadores: em 2002, foram registrados cerca de 388 mil acidentes do trabalho, o que correspondeu a um aumento de 14% em relação ao ano anterior (Brasil, 2004).

De 1999 a 2002, foram registrados 1.479.844 acidentes de trabalho no Brasil, tendo 387.905 deles ocorridos em 2002, um número recorde nesse período. Somente no Estado de São Paulo, registrou-se 152.145 acidentes. Em sua maioria, os acidentes registrados nesse ano foram qualificados como típicos, ou seja, aqueles decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado, sendo os outros acidentes de trajeto (acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado), considerados doença profissional (aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de atividade) ou entendidos como doença do trabalho (aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente) (Brasil, 2004a).

Conforme o último Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (Brasil, 2004b), acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. Ainda conforme o Anuário, as principais conseqüências para os acidentes registrados em 2002 foram as incapacidades temporárias com menos de 15 dias, com mais de 15 dias e a simples assistência médica com, respectivamente, 43%, 38% e 15%. De 2001 para 2002 houve um aumento considerável para as conseqüências de incapacidade permanente e simples assistência médica (aumentos de, respectivamente, 25% e 18%). Além disso, aproximadamente 2.900 pessoas morreram devido a acidentes de trabalho (Brasil, 2004b).

As estatísticas realizadas pelo INSS deixam claras muitas das conseqüências advindas de acidentes de trabalho, mas não remetem a outras freqüentes conseqüências para muitos dos indivíduos acidentados. A dificuldade de retornar ao trabalho, por exemplo, vem sendo um problema para a maioria dos acidentados de trabalho no Brasil, o que culminou numa atuação mais abrangente e punitiva do Ministério Público do Trabalho em relação às medidas tomadas pelas empresas em casos de acidente com seus funcionários (www. ergoltda.com.br).

Entretanto, ainda hoje muitas empresas reinserem o funcionário acidentado apenas para cumprir exigências legais e evitar multas e processo de indenização, sem terem a preocupação de proporcionar a esse funcionário reorientação profissional e recolocação em funções adequadas e aprovadas pelo mesmo. Além disso, muitos funcionários continuam a ser demitidos quando a assistência médica é finalizada e todas as exigências remediativas são cumpridas (www.ergoltda.com.br).

A perda do emprego, a não-recolocação no mercado de trabalho, a recolocação em atividades com menor prestígio social, a quebra do cotidiano composto por relações sociais e atividades profissionais específicas, mudanças nas relações familiares entre o acidentado e seus parentes, são algumas das possíveis conseqüências que um acidente de trabalho pode ocasionar. Trata-se de implicações psicossociais que interferem na construção da identidade profissional dos indivíduos acidentados e que, muitas vezes, superam em importância e magnitude os prejuízos físicos para essas pessoas.

A possibilidade de reinserção no mercado de trabalho é pequena, já que existem poucas chances de se repensar a escolha profissional e novas oportunidades de trabalho, considerando-se que as estatísticas de desemprego têm crescido de maneira constante, o que diminui as possibilidades de reinserção no trabalho do indivíduo acidentado. Além disso, a maior parte dos empregadores ainda oferece resistência à aceitação de um trabalhador acidentado ou à recolocação do mesmo.

No caso de pessoas acidentadas no ambiente de trabalho, é importante avaliar as reais condições (pessoais e do ambiente de trabalho) de essas pessoas voltarem a efetuar a mesma atividade. Torna-se preciso, muitas vezes, a mudança de cargo para que o indivíduo possa desempenhar uma ocupação saudável, que não atrapalhe sua recuperação e que possa ser adequadamente efetuada, trazendo bons resultados para o empregado e para o empregador (Uvaldo, 1995).

A partir dessas considerações, observa-se a relevância de pesquisas voltadas para o tema acidente de trabalho. Resgatando a afirmação de Bock e Aguiar (1995), de que a orientação profissional é uma atividade voltada à promoção de saúde e de Ferretti (1988), ao afirmar que o eixo da orientação profissional é a reflexão sobre o trabalho, torna-se relevante investigar as possíveis conseqüências que um acidente de trabalho pode ocasionar no processo de construção da identidade profissional de indivíduos acidentados, para que as ações dos orientadores tornem-se mais efetivas no trabalho de reorientação profissional. Essa pesquisa teve, portanto, o objetivo de investigar possíveis implicações psicossociais entre indivíduos acidentados de trabalho desempregados e reinseridos, a partir do modo como se percebem atualmente enquanto trabalhadores – sua identidade profissional – e de suas perspectivas de futuro.

 

MÉTODO

Participantes

Participaram desse estudo quatro homens que passaram por acidente de trabalho, com idades variando entre 35 e 40 anos, em duas condições: reinseridos no trabalho (E1 e E2) e desempregados (E3 e E4).

E1 é policial do Corpo de Bombeiros e sofreu acidente de trabalho em 1999, tendo sido atropelado por um veículo enquanto prestava socorro à vítima de um acidente. Teve traumatismo craniano e ficou internado cerca de dois meses. Foi submetido a cirurgias e voltou a trabalhar sete meses após o acidente em atividades administrativas e, posteriormente, voltou à função que exercia na época do acidente.

E2 é policial do Corpo de Bombeiros e também sofreu acidente de trabalho em 1999, chocando- se na guia após um atropelamento. Lesionou duas vértebras e foi considerado paraplégico. Fez vários meses de fisioterapia e voltou a se movimentar normalmente. Retornou ao trabalho um ano e meio após o acidente em outra função e atualmente exerce função operacional diferente daquela que exercia na época do acidente.

E3 trabalhava como pintor em uma empresa e atualmente está desempregado. Sofreu acidente de trabalho há seis anos quando caiu de uma escada enquanto pintava a casa de seu patrão, em horário extra quanto ao trabalho na empresa. Lesionou três costelas e o punho, sendo demitido do trabalho, já que a lesão no punho impossibilitou sua função como pintor.

E4 trabalhava como ajudante geral e estava afastado temporariamente do trabalho enquanto recebia atendimento médico, mas foi avisado pela empresa de sua demissão após esse período de tratamento. Sofreu um impacto quando era carregador de bebidas e desenvolveu uma hérnia de disco. Mais tarde, sofreu outro acidente carregando uma caixa, lesionando o mesmo local. Ficou imóvel, foi considerado tetraplégico, fez uma cirurgia e atualmente faz fisioterapia.

Locais

As entrevistas foram realizadas em dois locais: em um Posto do Corpo de Bombeiros e no INSS (no Centro de Reabilitação Profissional – CRP).

Materiais

Gravador Olympus – Pearlcorder , fitas cassetes, folha sulfite e caneta.

Procedimento

Foram realizadas entrevistas individuais semi-estruturadas, com duração média de uma hora. A entrevista buscou coletar dados a respeito da formação escolar, ingresso no primeiro emprego, idade na época e a descrição da trajetória profissional. Em seguida, fez-se a investigação sobre o momento do acidente e todo o período pós-acidente, em termos de conseqüências físicas, emocionais, redes de apoio e assistência recebida. As implicações atuais do acidente sobre a vida profissional, familiar e social dos entrevistados e suas perspectivas de futuro também foram investigadas.

Para a análise dos dados, utilizou-se o método hermenêutico-dialético, proposto por Minayo (2000) como o mais adequado para dar conta da compreensão da realidade dos sujeitos dessa pesquisa. Esse método “coloca a fala em seu contexto para entendê- la a partir do seu interior e no campo da especificidade histórica e totalizante em que é produzida” (Minayo, 2000, p. 231). Ao levantar-se os momentos (que se referem às falas significativas dos entrevistados a partir dos objetivos da pesquisa), foi possível compreendê-las (a partir do método dialético) não como falas isoladas, presas às questões individuais unicamente, mas como frutos e manifestações de condicionantes sócio-históricos, traduzidos pelo acesso ou não a serviços, às condições familiares, sociais e econômicas, à visão de si enquanto trabalhadores, seu projeto de futuro e à práxis, que é o ato do homem nessas determinações, transformando sua realidade.

A interpretação dialética, no caso dos entrevistados nessa pesquisa (e suas concepções sobre Identidade Profissional e Projeto de Futuro), é

“resultado de condições anteriores e exteriores ao grupo, mas ao mesmo tempo, específicas. Elas são fruto de condições dadas, mas são também produtos de sua ação transformadora sobre o meio social” (Minayo, 2000, p. 233).

Para a análise dos dados, os passos foram os seguintes:

1- Ordenação dos dados: transcrição das entrevistas, releitura do material, organização dos relatos em determinada ordem (de significados, no caso dessa pesquisa).

2- Classificação dos dados: considerando-se o embasamento teórico dos pressupostos e da hipótese da pesquisa, iniciou-se a classificação a partir do material recolhido, procedendo-se a novas leituras de forma exaustiva e repetida, efetivandose uma relação interrogativa com os dados colhidos. Minayo (2000) afirma que esse exercício “permite apreender as estruturas de relevância dos atores sociais, as idéias centrais que tentam transmitir e os momentos-chave de sua existência sobre o tema em foco” (p. 235). Essa atividade possibilitou levantar sete momentos na trajetória profissional dos entrevistados: contexto da escolha, trajetória profissional, o acidente, fatores positivos durante o processo de restabelecimento após o acidente, fatores negativos no restabelecimento, a reinserção no trabalho, o contexto atual do desempregado e perspectivas.

Esses sete momentos, após relidos e refletidos a partir do contexto de vida de cada um dos entrevistados, permitiram a compreensão de como se vêem como trabalhadores atualmente (identidade profissional) e suas perspectivas de futuro.

 

RESULTADOS

Em relação ao contexto da escolha, E1 e E2 optaram pela carreira militar devido à identificação com figuras familiares (irmão mais velho no caso de E1 e um tio coronel no caso de E2). Já E3 e E4 interromperam seus estudos para trabalhar devido às dificuldades financeiras.

Quanto à trajetória profissional, os quatro entrevistados começaram a trabalhar desde muito cedo, tendo E4 iniciado aos sete anos como cortador de cana. A idade de início no trabalho variou de 7 (E4) a 14 anos (E1).

Embora E1 e E2 tenham passado por quatro empregos (em diferentes ocupações) no início da vida profissional, estabilizaram-se no emprego a partir do ingresso na carreira militar. E3 e E4 passaram por inúmeros empregos e ocupações e, até o momento do acidente, ainda não haviam estabilizado seja num emprego, seja numa ocupação. E4 mencionou nove empregos diferentes e afirmou não ter citado todos. E3 nomeou alguns e disse não ter enumerado todos, por serem muitos.

A rotatividade nos empregos e ocupações, o que acaba por dificultar a formulação de um projeto de carreira ocupacional, fica visível a partir da fala de dois entrevistados: “Depois da empresa X, foi indo... Se eu for falar de todas pra você...” (E3); “Daí... de lá pra cá foi indo... numa e noutra...” (E4).

Dois dos entrevistados (E2 e E3) têm o desejo de voltar a estudar ou terminar os estudos. O estudo é visto como uma forma de buscar uma atividade profissional “melhor”: “Quero terminar a faculdade, fazer a magistratura...” (E2); “Eu penso em voltar a estudar... Voltar e acabar o terceiro, fazer um curso, talvez começar tudo de novo o Processamento de Dados, que é uma coisa fácil, né? E parar, porque eu não sou muito disso daí...” (E3) .

Sobre o momento do acidente, E1 não consegue se lembrar de nenhum detalhe. Teve traumatismo craniano. E2 relatou pormenorizadamente todo o contexto do acidente. Ambos acidentaram-se enquanto prestavam socorro às vítimas de um acidente no trânsito.

E3 feriu-se enquanto estava pintando a casa do patrão realizando um serviço extra. E4 acidentou-se na própria empresa em que trabalhava, porém fora do expediente de trabalho, ao oferecer-se para ajudar num carregamento.

Quanto aos fatores que, na opinião dos entrevistados, contribuíram para o restabelecimento após o acidente, E1 cita como importantes o apoio que teve do comando, do hospital e de sua família. Não perdeu salário durante o tempo em que permaneceu fora do trabalho, em tratamento (num total de sete meses).

E2 teve a assistência do hospital e de uma fisioterapeuta que não lhe cobrou o serviço pelo tratamento domiciliar. Seu salário era gasto no custeio dos medicamentos, tendo recebido ajuda dos colegas, que lhe ofereceram cesta básica. Teve também o apoio da mãe e de parentes. E3 recebeu tratamento gratuito e esse foi o único ponto positivo que citou. E4 teve apoio do patrão que deu assistência. Recebia ajuda de custo do INSS também.

Ao se referirem aos fatores negativos durante o processo de restabelecimento pós-acidente, E1 aponta o fato de ter ouvido no hospital, dias após o acidente, uma conversa do médico com sua família na qual falavam sobre suas poucas chances de recuperação após a cirurgia a que seria submetido. Quanto a E2, refere-se ao fato de não ter tido assistência da instituição. Além disso, sua mulher o abandonou, ficou afastado do trabalho por um ano e meio e segundo ele, perdeu tudo o que tinha.

E3 não teve assistência da empresa, encontrando-se até a época da pesquisa desempregado. E4 faz até hoje tratamento fisioterápico e, além desse tratamento, passou a fazer psicoterapia. Encontrase afastado do trabalho, ainda recebendo salário pela empresa e auxílio do INSS, mas ciente de sua demissão após o período de tratamento.

Quanto à reinserção no trabalho, E1 verbaliza que ficou um tempo na função administrativa e atualmente exerce a mesma atividade de atendimento às ocorrências (mesma função da época do acidente). E2 ficou 18 meses afastado, quando retornou passou a exercer função administrativa e somente após 3 anos voltou à função operacional. Atualmente, também ministra palestras sobre primeiros socorros, porque gosta e para complementar sua renda, segundo ele. Gosta muito dessa última atividade, por possibilitar o contato com pessoas.

A respeito do contexto de vida atual dos entrevistados não reinseridos, E3 verbaliza que é solteiro e mora com a mãe. Segundo ele, perdeu o contato com muitos amigos de trabalho, devido à sua demissão. Ainda tem o apoio da família, porém quando acontece alguma discussão em casa, sempre ouve que não faz nada. Quanto ao futuro, pretende voltar a estudar e, quando terminar o tratamento no braço, deseja encontrar uma atividade melhor. Gosta muito da profissão de pintor, embora dificilmente possa voltar a exercer essa atividade, por conta do acidente em que feriu seu punho.

E4 ainda recebe salário pela empresa, porém já foi avisado de que será dispensado quando tiver alta, pois segundo a empresa, lá não existe mais atividade para ele exercer, considerando suas condições atuais para o trabalho. E4 verbaliza que o acidente acabou com ele e que a alternativa possível é atuar como autônomo, adquirindo uma barraca, por exemplo. E4 lamenta, também, a interrupção que o acidente causou em suas possibilidades de estudo: “Acabou comigo... o acidente acabou comigo. Hoje era pra eu estar na faculdade, trabalhando normal.”

 

DISCUSSÃO

Considerando-se a trajetória profissional dos quatro entrevistados, observa-se entre eles uma grande diferença em termos de número de empregos e ocupações. E1 e E2 (funcionários de Empresa Pública) tiveram um número menor de mudanças antes de ingressarem na carreira militar. E3 (funcionário de Empresa Privada e trabalhador liberal) e E4 (funcionário de Empresa Privada), até o momento do acidente, passaram por inúmeras ocupações e empregos, praticamente o dobro dos outros dois entrevistados. Os trabalhadores E3 e E4 possivelmente sofreram as determinações de sua classe economicamente desfavorável em sua trajetória profissional. Ferretti (1988), em um estudo sobre a inserção e a trajetória ocupacional de trabalhadores em São Paulo, afirma que:

“as determinações de classe das quais são expressão, entre outros, o baixo poder aquisitivo, a limitada escolaridade e as dificuldades de acesso a mais educação, a precária ou inexistente qualificação para o exercício da maior parte dos empregos urbanos, em geral e para os melhores remunerados, em particular, tendem a restringir drasticamente as possibilidades de formulação de um projeto de carreira ocupacional e, nos casos onde ela é possível, tendem a dificultar sua viabilização” (p. 81).

Apesar de não terem um nível salarial elevado, E1 e E2 exercem atividades profissionais mais valorizadas socialmente que as ocupações que E3 e E4 desempenhavam até o momento do acidente. Esse fator já se constitui num elemento diferenciador entre os entrevistados, interferindo na forma como se vêem profissionalmente. E por exercerem atividades profissionais que oferecem uma certa estabilidade no trabalho, característica de Empresa Pública, E1 e E2 tiveram maiores oportunidades de reinserção após a recuperação do acidente.

Pensando-se na identidade profissional dos sujeitos entrevistados, os dados das entrevistas mostram que E1, por exemplo, identificava-se como uma pessoa deficiente nos primeiros meses após o acidente, superando essa visão de si ao ser recolocado em suas atividades de trabalho. Vê sua reinserção como algo bom e sente-se bem, sem nenhuma dificuldade de adaptação. Relata como extremamente importante o auxílio financeiro que recebeu de uma associação da qual fazia parte, bem como o suporte familiar na época do acidente.

Para E2, sua identidade profissional enquanto bombeiro sofreu modificações após o acidente, devido a vários fatores, como o fato de ter ficado afastado do trabalho por um longo período de tempo, não tendo recebido auxílio médico, psicológico e financeiro da instituição onde trabalha. Além disso, em seu retorno, passou por um período de adaptação à nova atividade, tendo ouvido algumas pessoas chamarem-no de “folgado”. A partir dessas situações, E2 buscou encontrar atividades paralelas à atividade principal, como o ingresso numa universidade e ministrar palestras sobre primeiros socorros. Atualmente, está numa atividade diferente da que exercia na época do acidente e diz preferir esta, embora ainda prefira as atividades paralelas. E2 também cita como dificultador o fato de não ter recebido apoio familiar na época do acidente (no caso, da esposa).

Para E3, o acidente de trabalho causou um rompimento na visão que tinha de si enquanto profissional, pois relata gostar muito, mesmo hoje, da atividade que exercia como pintor, na época do acidente. E3 sugeriu ao antigo patrão a possibilidade de exercer outra atividade na empresa, porém, segundo ele, “eles, os patrões, não querem na turma, não aceita mais, um cara num estágio assim”. Tem muita vontade de voltar a trabalhar, mas sente dificuldade porque o patrão “virou as costas pra mim. Eu não acredito nisso, fico doente com um negócio desses”.

Para E4, a visão dos outros sobre ele provocou uma alteração na forma como se vê enquanto trabalhador, na medida em que relata que as pessoas o vêem como “vagabundo, descartável e inútil”. Acredita que ninguém irá oferecer emprego para uma pessoa que precisa de muitos cuidados (seu médico lhe disse isso e também já procurou emprego e não conseguiu). Relata que sua deficiência é interna e que as pessoas não entendem isso, pois não podem ver a sua doença: “Antes eu via uma pessoa assim e eu não sabia, achava que não queria trabalhar. Hoje eu estou na mesma condição... antes do acidente eu achava que era feito de aço, que não teria nada. As pessoas agora olham pra mim e falam que eu não tenho nada, que olha só o meu tamanho... Porque eu tenho uma deficiência interna e a deficiência externa ela é mais fácil, ela é visível. A interna é pior ainda. As pessoas não entendem, porque elas não estão vendo.”

Retomando Luna (2003, p. 93), ao se referir à identidade profissional como a busca de respostas às perguntas: “o que faço? Onde? Como? Com quem? Para quem? Quando? Para quê? Por quê?”, fica claro que E1 tem as respostas a essas questões, atualmente. E2 busca de forma ativa, a redefinição de sua visão de trabalhador, na medida em que, ao ser recolocado no mesmo emprego, procurou uma outra ocupação com a qual se identifica mais. Fora da atividade profissional principal, tem buscado desenvolver atividades paralelas que lhe tragam maior realização.

Quanto a E3 e E4, os sentimentos de desvalorização e desqualificação social e profissional estão presentes, principalmente em relação a E4. Estar à margem do mercado de trabalho, vivenciar mudanças nas relações familiares e sociais (E3 relata que perdeu muitos amigos), conviver com a visão que os outros têm dele como um “folgado”, que não quer trabalhar, são implicações psicossociais que interferem no processo de objetivação-subjetivação da realidade do indivíduo.

Conforme Cruz (2001):

“para aqueles que têm perdido o emprego, têm dificuldade de empregar-se (desempregado primário) ou ainda, de reempregarse (desempregado crônico), a situação vivida é de experimentar um processo de descompensação e dessocialização. Os problemas concretos e existenciais se impõem, desestabilizando os alicerces da identidade social e influenciando diretamente a saúde física e psicológica das pessoas” (p. 167).

E3 e E4 vivem ainda o sentimento de abandono, a sensação de serem pessoas descartáveis, conforme as palavras de E4. E3 relata que o patrão não o quer mais trabalhando na empresa, mesmo que seja em outra ocupação (embora goste muito da atividade como pintor, a qual nunca mais poderá exercer por conta do acidente) e E4 já foi avisado de que será dispensado quando o tratamento médico for concluído.

Finalmente, ao serem questionados quanto aos projetos de futuro, E1 espera continuar exercendo a atividade atual, até poder se aposentar. E2 quer terminar os estudos, fazer a magistratura e continuar a dar palestras. E3 mostra-se confuso, na medida em que sabe que dificilmente poderá voltar a ser pintor. Em certos momentos afirma que quer buscar uma atividade melhor, assim que seu braço melhorar, e também quer voltar a estudar. Em outros momentos, afirma que gostaria de voltar a ser pintor. Dessa forma, vive o rompimento da visão de si como trabalhador pintor e busca encontrar uma outra atividade, tentando, dessa forma, responder às primeiras perguntas: O que faço? Para quê e por quê faço?

E4 também se mostra confuso nesse momento. De acordo com sua fala: “Não sei... acabou comigo... o acidente acabou comigo. Hoje era pra eu estar numa faculdade, trabalhando normal, mesmo não nessa empresa, ele acabou, ele me limitou. Eu acho que tenho que ter uma coisa minha, uma barraca, sei lá. Por que ninguém vai me dar emprego. Antes do acidente, quando eu era bom funcionário, tudo ótimo. Depois do acidente eu era descartável. Eu espero que isso mude, pros meus filhos pequenos quando crescerem; tem que ter uma lei pra ajudar.”

O que acontece com E4 é o fato de que muitas empresas reinserem o funcionário apenas para cumprirem exigências legais e evitarem multas e indenização. De um modo geral, não proporcionam ao funcionário a possibilidade de reorientação profissional e recolocação em funções mais adequadas aos atuais limites e que atendam também ao desejo do trabalhador.

Além disso, muitos trabalhadores são demitidos (como no caso de E4), quando a assistência médica é finalizada e todas as exigências remediativas são cumpridas (www.ergoltda.com.br ).

E3 e E4 foram incluídos no “Programa de Reorientação Profissional” que estava sendo iniciado no estágio de Orientação Profissional no ano de 2002, sendo realizado nas dependências do Centro de Reabilitação Profissional (CRP) do INSS.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reinserção no trabalho mostrou, por meio dessa pesquisa, ser um elemento fundamental para a identidade profissional de um indivíduo acidentado. O acidente de trabalho interrompe a história profissional e a situação torna-se ainda mais difícil quando o trabalhador fica impossibilitado de voltar às atividades anteriores ao acidente. Nesse momento, faz-se necessário tanto buscar garantir a aplicação da legislação que protege o indivíduo de maus empregadores, como também oportunizar situações que auxiliem-no a compreender a nova realidade, suas possibilidades e seus limites, com vistas a uma reinserção que garanta o máximo possível a satisfação na nova atividade, bem como o desenvolvimento de formas de enfrentamento para as dificuldades que surgirem.

Auxiliar na reconstrução do projeto de vida e do projeto profissional é um dos objetivos da reorientação profissional e tem sido um grande desafio para a ação do orientador profissional. Essa ação se torna difícil num contexto atual de trabalho em que tanto se valoriza o individualismo, a supremacia da aparência, o perfil do trabalhador arrojado e que investe no seu marketing pessoal, num país onde as oportunidades de trabalho são escassas para a maioria.

Antes ainda do trabalho de reorientação profissional (ou paralelo a ele), faz-se necessário o atendimento psicológico para aqueles trabalhadores acidentados que necessitam compreender melhor as questões específicas do acidente. Nos grupos de reorientação atendidos no estágio de Orientação Profissional, fica clara a necessidade que a maioria dos trabalhadores acidentados têm de falarem exaustivamente sobre o momento do acidente, o período pós-acidente, do atendimento médico hospitalar de uma maneira geral, incluindo aí também os outros profissionais envolvidos na recuperação, as questões familiares e de relacionamento social emergentes nesse período, sobre a história pessoal e profissional anterior ao acidente, enfim, questões que precedem o momento da retomada da trajetória profissional e que são essenciais para o enfrentamento dessa nova realidade.

Percebe-se que novas pesquisas necessitam ser feitas, em outros contextos de trabalho, com outras categorias profissionais e tipos de acidentes.

 

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Recebido: 27/05/04
1ª revisão: 27/09/04
2ª revisão: 28/01/05
Aceite final: 22/03/04

 

 

1 Endereço para correspondência: Departamento de Psicologia. Rua Horton Hoover, 5-33, 17017-410, Bauru, SP. Fone: (14) 3103 6087, 3103 6097, Fax: (14) 3103 6071. E-mail: ngarbulho@uol.com.br

 

Sobre os autores
* Andréa Regina Rosin-Pinola é psicóloga graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Bauru/SP. Mestranda em Educação Especial na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
** Claudia Pires da Silva é psicóloga graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Bauru/SP. Docente de Psicologia e Orientadora Profissional em escolas da rede particular de Araras/SP.
*** Norma de Fátima Garbulho é doutora em Educação e Docente da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Bauru/SP, na área de Orientação Profissional.

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