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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versão On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof v.8 n.2 São Paulo dez. 2007

 

SEÇÃO ESPECIAL

 

Produção científica em orientação profissional: uma análise da Revista Brasileira de Orientação Profissional

 

Scientific literature on carrer counseling: an analysis about the Brazilian Journal of Vocational Guidance

 

Produción científica en orientación profesional: un análisis de la Revista Brasileña de Orientación Profesional

 

 

Marco Antônio Pereira TeixeiraI 1 *; Maria Célia Pacheco LassanceI **; Bárbara Maria Barbosa SilvaI ***; Marúcia Patta BardagiII ****

I Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
II Universidade Luterana do Brasil, Santa Maria

 

 


RESUMO

A avaliação da produção científica em diferentes áreas permite um monitoramento da evolução das pesquisas e discussões teóricas que despertam o interesse de profissionais e pesquisadores. Este trabalho teve por objetivo realizar um mapeamento dos artigos publicados pela Revista da ABOP e Revista Brasileira de Orientação Profissional, principais veículos de divulgação da área no país. Foram analisados 11 volumes da revista, publicados entre 1997 e 2006, num total de 85 artigos. Os principais resultados mostram que a proporção de estudos empíricos aumentou com o tempo, e que ainda é pequena a colaboração entre pesquisadores e diferentes centros de pesquisa. Além disso, existe uma grande dispersão de temas estudados, sugerindo que a área da Orientação Profissional no Brasil necessita de maior articulação em torno de grandes temas de interesse.

Palavras-chave: Metaciência, Orientação profissional, Revisão de literatura.


ABSTRACT

The evaluation of scientific literature in different areas helps to monitor the evolution of research and theoretical discussions, being of high interest to researchers and professionals. The purpose of this study was to analyze the articles published by the Brazilian Journal of Vocational Guidance, the only Brazilian scientific journal in the area of career counseling. Eleven volumes, published between 1997 and 2006 were analyzed, comprising a total of 85 articles. Main results showed that the proportion of empirical studies have been growing along the years, but collaboration between researchers and universities is still small. Besides that, there has been a great dispersion of themes among the articles, wich suggests that the career counseling field still needs to focus on larger areas of interest in Brazil.

Keywords: Meta-science, Career counseling, Literature review.


RESUMEN

La evaluación de la producción científica en diferentes áreas permite controlar la evolución de investigaciones y de discusiones teóricas que despiertan el interés de los profesionales e investigadores. Este trabajo tuvo como objetivo realizar una revisión de los artículos publicados por la Revista Brasileña de Orientación Profesional, principal medio de divulgación de la Orientación Profesional en el país. Se analizaron 11 volúmenes de la revista, publicados entre 1997 y 2006, con un total de 85 artículos. Los principales resultados muestran que la proporción de estudios empíricos aumentó con el tiempo y que aún es pequeña la colaboración entre investigadores y diferentes centros de investigación. Además, existe una gran dispersión de temas estudiados, dando a entender que el área de la Orientación Profesional en Brasil necesita mayor articulación en torno de las grandes cuestiones de interés.

Palabras clave: Metaciencia, Orientación profesional, Revisión de literatura científica.


 

 

Introdução

Acompanhar o desenvolvimento de uma área do conhecimento através da análise de sua produção científica é um modo interessante de reconhecer a saliência de determinadas temáticas e apontar caminhos de crescimento e aprimoramento de outras. A bibliometria &– aplicação da análise estatística à produção bibliográfica de uma nação, mas que também tem por objetivo avaliar e descrever estudos em campos específicos do conhecimento científico (Bufrem & Prates, 2005) e a metaciência são as ferramentas mais comumente utilizadas para dar suporte a estes estudos de revisão bibliográfica. A metaciência, inclusive, quanto ao conteúdo das publicações, possibilita analisar a qualidade do que vem sendo publicado (Witter, 1999).

Vários estudos têm sido realizados analisando a produção científica em diversas áreas do conhecimento em Psicologia (Bariani, Buin, Barros & Escher, 2004; Neves, Almeida, Chaperman & Batista, 2002; Souza Filho, Belo & Gouveia, 2006; Yamamoto, Souza & Yamamoto, 1999; Yoshida, Santeiro, Santeiro & Rocha, 2005, entre outros). Estes estudos favorecem o monitoramento das áreas de pesquisa e atuação e auxiliam na sistematização de informações relativas a resultados, autores, grupos de trabalho e temáticas existentes em cada contexto.

Especificamente, o crescimento da área da Orientação Profissional (OP) no Brasil tem levado a um aumento no número de publicações sobre temas relacionados a esse assunto, principalmente a partir da década de 1990 (Noronha & Ambiel, 2006; Noronha e colaboradores, 2006). No Brasil, a Revista Brasileira de Orientação Profissional é um periódico dedicado exclusivamente a essa temática e, pelo fato de ser vinculado à Associação Brasileira de Orientação Profissional (ABOP), é um dos principais meios de divulgação dos conhecimentos produzidos na área. Vale ressaltar que a Revista Brasileira de Orientação Profissional foi lançada com este nome em 2003, após um período de descontinuidade da revista que lhe antecedeu, a Revista da ABOP, iniciada em 1997. A Revista da ABOP contou com três volumes no intervalo 1997-1999, e a Revista Brasileira de Orientação Profissional publicou quatro volumes no período 2003-2006. Embora esta mudança tenha representado um evidente avanço em termos de qualidade editorial da revista, a opção por manter a seqüência numérica dos volumes indica que, apesar da troca do nome e dos aprimoramentos implementados, a instituição responsável por sua publicação (a ABOP) entende haver uma continuidade nos periódicos, o que justifica uma análise do conjunto dos números publicados. Em virtude disso, e para simplificar o relato, será utilizado o nome Revista Brasileira de Orientação Profissional para referir-se às publicações dos dois períodos mencionados (1997-1999 e 2003-2006), salvo comentários em contrário.

Deve-se reconhecer, é claro, que nem tudo o que se escreve sobre orientação profissional, desenvolvimento de carreira e temas correlatos, no Brasil, é publicado nessa revista, sendo que muitos periódicos recebem e publicam artigos sobre esses assuntos (Barreto & Aiello-Vaisberg, 2007; Primi e colaboradores, 2000; Santos, 2005; Silva, 2004; entre outros). Apesar disso, sua importância no cenário nacional permanece, em virtude de ser um canal privilegiado para a comunicação e reflexão de idéias a respeito da Orientação Profissional. Assim, este estudo teve por objetivo realizar um mapeamento dos artigos publicados na Revista Brasileira de Orientação Profissional no período 1997-2006, a fim de identificar algumas tendências da produção na área.

No contexto internacional é comum a realização de revisões dessa natureza, tanto avaliando o conteúdo do que é publicado em uma mesma revista quanto revisando as publicações sobre um tema específico em diferentes periódicos (Dagley & Salter, 2004; Eby, Casper, Lockwood, Bordeaux & Brinley, 2005; Loveland, Buboltz, Schwartz & Gibson, 2006; Tokar, Fischer & Subich, 1998, entre outros). No Brasil, foram localizados dois estudos recentes dedicados à análise da produção em orientação profissional (Noronha & Ambiel, 2006; Noronha e colaboradores, 2006). Estes trabalhos tiveram um foco temporal amplo e utilizaram-se de bases de dados (resumos) disponíveis na Internet. Noronha e Ambiel (2006) identificaram, ao analisar resumos de artigos de revistas científicas, um aumento da produção na área a partir da década de 1990, além de um número equivalente de artigos teóricos e de pesquisa publicados. Já no estudo de Noronha e colaboradores (2006), que focalizou apenas teses e dissertações, observou-se um predomínio, esperado em função do tipo de trabalho analisado, de relatos de pesquisa (cerca de 80%) na produção.

Um novo levantamento, tal como se propõe neste artigo, pode servir de comparação para os resultados destes estudos e fornecer outras informações relevantes para que se tenha um panorama mais abrangente da produção científica na área. Além disso, é importante que estudos de revisão deste tipo permitam identificar lacunas na produção, ou seja, áreas que receberam pouco investimento por parte dos pesquisadores e profissionais, e que possam ser enfatizadas em futuras investigações.

 

Método

Trabalhos analisados e critérios de seleção

Ao todo, foram analisados 85 trabalhos publicados na Revista da ABOP (período 1997-1999) e na Revista Brasileira de Orientação Profissional (período 2003-2006). Os seguintes volumes (e números) foram apreciados: 1(1) - 1997, 2(1) - 1998, 2(2) - 1998, 3(1) - 1999, 4(1/2) - 2003, 5(1) - 2004, 5(2) - 2004, 6(1) - 2005, 6(2) - 2005, 7(1) - 2006 e 7(2) - 2006. Outros materiais publicados, como resenhas e notícias, de todos os volumes, foram excluídos, pois o interesse deste levantamento foi descrever apenas aquilo que é publicado como pesquisa e teoria no campo da orientação profissional e desenvolvimento de carreira na Revista Brasileira de Orientação Profissional.

Classificação dos trabalhos &– análise quantitativa

Buscou-se classificar cada um dos trabalhos, quando pertinente, nas variáveis descritas a seguir. Tais variáveis e suas categorias foram definidas pelos pesquisadores, por consenso, a partir de uma leitura inicial de todo o material, que foi feita com o intuito de familiarização com o corpus de análise. Após a definição das categorias e da realização de uma primeira classificação dos trabalhos, os pesquisadores retornaram a cada um dos artigos a fim de revisar a classificação feita inicialmente, sendo as eventuais dúvidas resolvidas por consenso. As variáveis e as respectivas categorias utilizadas foram as seguintes:

a) Tipo de trabalho: teórico (quando o artigo não trazia dados sistemáticos sobre alguma questão de pesquisa ou então sobre algum tipo de intervenção); pesquisa (quando havia alguma questão de pesquisa explicitada e dados haviam sido coletados para tentar responder à questão); ou relato de experiência ou intervenção (quando o objetivo do trabalho era descrever uma experiência, intervenção ou uso de instrumental, sendo os dados empíricos utilizados como ilustração do processo, e não tanto como evidência empírica relacionada a alguma hipótese teórica).

b) Tratamento dos dados: nos casos de pesquisa, foi estabelecido o tipo de tratamento de dados - quantitativo (predomínio de uma lógica de análise quantitativa); qualitativo (predomínio de uma lógica de análise qualitativa); e misto (uso de procedimentos quantitativos e qualitativos com pesos similares na pesquisa).

c) População-alvo ou de referência do estudo (de qual população tratava o estudo, conforme descrito no próprio artigo): estudantes de Ensino Fundamental; estudantes de Ensino Médio; universitários; estudantes de cursinho; adultos não estudantes; vestibulandos; adolescentes infratores.

d) Número de autores do trabalho: número total de autores de cada artigo.

e) Número de instituições envolvidas: número total de instituições envolvidas em cada artigo.

f) Filiação institucional dos autores: considerou- se a primeira filiação institucional descrita nos artigos de cada um dos autores. Assim, apenas a filiação principal de cada autor, em cada artigo, foi levada em conta. Porém, quando mais de um autor era proveniente de uma mesma instituição, computou-se a participação da instituição no trabalho apenas uma vez. Foi criada uma categoria chamada “Internacional” para autores com filiação institucional internacional.

g) Unidade federativa (Estados) das instituições envolvidas: considerou-se a unidade federativa da primeira filiação institucional de cada um dos autores descrita nos artigos, como na variável anterior “filiação institucional dos autores”. Contudo, quando mais de uma instituição pertencia a uma mesma unidade federativa, computou-se a participação do Estado no trabalho apenas uma vez. Do mesmo modo que na variável anterior, foi criada uma categoria chamada “Internacional” para os casos de instituições internacionais.

Classificação dos trabalhos &– análise qualitativa

Na análise qualitativa foram considerados todos os 85 artigos publicados na revista. A grande diversidade de temas presentes nos trabalhos (tanto entre os artigos, quanto dentro de um mesmo artigo) impossibilitou uma classificação que permitisse um levantamento quantitativo através de categorias exclusivas que fizesse justiça à riqueza temática presente nos estudos. Dessa forma, as categorias utilizadas nessa análise não foram excludentes, o que significa que um mesmo artigo poderia ser incluído em mais de uma categoria. Contudo, como o objetivo da análise qualitativa foi descrever o conjunto dos artigos publicados na revista (e não fazer um levantamento quantitativo de temas específicos), considerou-se aceitável a não-exclusividade das categorias. Assim, para efeitos de organização do material, este foi dividido em oito grandes grupos, conforme uma classificação feita com base no tema mais saliente de cada artigo: a) Conceitualização e história da orientação profissional; b) Modelos e aproximações teóricas em orientação profissional; c) Formação e papel do orientador; d) Instrumentos de avaliação e intervenção; e) Escolha profissional na adolescência; f) Desenvolvimento de carreira em universitários; g) Outras transições no ciclo vital; e h) Orientação profissional e carreira com populações diversas.

 

Resultados

Análise quantitativa

A Tabela 1 apresenta os resultados referentes aos tipos de trabalho publicados na revista, ao número de autores por artigo e ao número de instituições envolvidas por artigo, conforme o período de publicação. Como se pode observar, houve um predomínio de artigos teóricos em relação aos relatos de pesquisa no período 1997-1999, sendo que este padrão se inverteu no período mais recente, entre 2003-2006.

Em relação ao número de autores, observouse, na primeira fase da revista, um predomínio de trabalhos de autoria única, enquanto na segunda fase os artigos de dois autores apresentaram o maior percentual. Na primeira fase, ainda, apenas 3% (um trabalho apenas) teve três autores, enquanto na segunda fase mais de 34% dos trabalhos tiveram três ou mais autores. Quanto à participação das instituições, observa-se que ainda há o predomínio de trabalhos desenvolvidos por autores de uma mesma instituição, embora na segunda fase da revista pouco mais de um terço dos artigos sejam de autores vinculados a duas ou mais instituições diferentes.

Fez-se ainda um levantamento relativo à participação das diversas instituições que publicam na Revista, bem como das unidades federativas (Estados) em que essas instituições se situavam. Foi considerado o número de vezes em que cada instituição (e seu respectivo Estado) aparecia como primeira filiação institucional dos autores. Quando, em um mesmo artigo, mais de um autor tinha vínculo com a mesma instituição, esta foi computada uma única vez (assim como o respectivo Estado). Assim, obteve-se um levantamento do número de vezes que cada instituição e cada Estado estiveram associados ao total de artigos em cada fase da revista (33 na primeira e 52 na segunda), sendo computadas as respectivas freqüências. Deve-se observar que, desta forma, os percentuais obtidos não são somáveis (um mesmo artigo pode contar para mais de uma instituição ou Estado).

Tabela 1

Número absoluto (n) e percentual (%) de artigos publicados conforme o tipo de trabalho, o número de autores e o número de instituições envolvidas nos períodos 1997-1999 e 2003-2006

 

 

A Tabela 2 apresenta a participação de diferentes instituições e unidades federativas (Estados) na produção analisada, nas duas fases da revista (foram elencadas apenas as instituições e Estados que estiveram vinculados a pelo menos 5% do total de artigos em cada período). Nota-se que quatro instituições (UFSC, USP &– Ribeirão Preto, UFRGS e ULBRA - Canoas) apresentaram os maiores percentuais em ambas as fases, embora com oscilações nos valores. Outras instituições tiveram participação em apenas um dos períodos. Com relação aos Estados, nas duas fases, verificou-se uma vinculação maior dos trabalhos a pesquisadores de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Destaca-se nesta análise o expressivo crescimento no número de artigos de pesquisadores vinculados a instituições internacionais, da primeira para segunda fase.

As análises referentes ao tipo de tratamento de dados empregados nas pesquisas e à população- alvo dos estudos foram realizadas reunindo as duas fases da revista, uma vez que apenas sete artigos da primeira fase foram classificados como pesquisa, o que tornaria a descrição de freqüências pouco informativa. Verificou-se que 61,5% dos trabalhos eram quantitativos, 25,6% eram qualitativos e 12,8% tinham abordagem mista. Por sua vez, a população-alvo dos relatos de pesquisa distribuiu-se em: estudantes de Ensino Médio (43,2%), estudantes universitários (21,6%), adultos não estudantes (18,9%), pessoas que se inscreveram em vestibular (8,1%), adolescentes infratores (5,4%) e estudantes de cursinho (2,7%). Note-se que a classificação das amostras foi feita com base nas informações disponíveis nos artigos, o que pode ter gerado categorias que eventualmente se sobrepõem (por exemplo, estudantes de cursinho podem ser também estudantes de Ensino Médio). Contudo, para evitar inferências incorretas, optou-se por utilizar a caracterização da amostra feita pelos autores de cada trabalho.

Entre os nove trabalhos classificados como relatos de experiências, quatro descreviam cursos relacionados à formação de orientadores (sem caracterizar pesquisa empírica), dois eram relacionados a intervenções com jovens trabalhadores e estudantes (uma experiência presencial e outra online), dois descreviam aplicações de instrumentos em adolescentes de Ensino Médio e um relatava uma experiência de orientação para o mundo profissional com estudantes de Ensino Fundamental.

Tabela 2

Percentual de artigos com a participação de pelo menos um autor de diversas instituições e Estados nos períodos 1997-1999 e 2003-2006

 

 

Nota: são listados apenas os percentuais superiores a 5%

Análise qualitativa

Conforme indicado no método, os artigos foram agrupados em oito grandes categorias, com o intuito de oferecer uma descrição geral da produção da revista. Cada uma destas categorias (e artigos nelas incluídos) é apresentada a seguir.

a) Conceitualização e história da orientação profissional

Os artigos de conceitualização e história da orientação profissional buscam de algum modo situar a orientação profissional dentro do atual contexto do mundo do trabalho, definir o escopo da orientação e analisar historicamente o desenvolvimento da área. Do conjunto de trabalhos analisados, três têm como tema central a história e o desenvolvimento da orientação profissional. Sparta (2003) apresenta uma descrição compreensiva do desenvolvimento da orientação profissional no país, ressaltando os principais fatos históricos e modelos que balizam a prática da orientação no Brasil. De modo similar, Abade (2005) traça um panorama histórico da orientação profissional no país tomando por base a produção científica na área. Já Noronha e colaboradores (2006) apresentam a evolução da produção científica a partir da análise de teses e dissertações em orientação profissional entre 1969 e 2005.

Outros artigos destacam como as mudanças relacionadas ao trabalho e à economia produzem impactos sobre os indivíduos e demandam novos modelos de orientação. Os estudos versam sobre a globalização da economia (Lassance, 1997), o conceito e os significados do trabalho (Krawulski, 1998), a qualidade de vida no trabalho (Jacques, 1998) e as transformações do trabalho e da orientação ao longo da história (Lassance & Sparta, 2003).

As práticas em orientação profissional, assim como as necessidades e desafios da área, também têm sido temas de artigos, tanto com ênfase no contexto nacional (Melo-Silva, Bonfim, Esbrogeo & Soares, 2003; Melo-Silva, Lassance & Soares, 2004) quanto no internacional (Jenschke, 2003). Tais trabalhos, em geral, apontam para a necessidade de uma melhor capacitação dos profissionais da área e também de uma expansão da orientação profissional através de políticas públicas que permitam o acesso da população a serviços qualificados de orientação de carreira ao longo da vida e em diferentes contextos.

Alguns trabalhos abordam tópicos mais específicos, mas ainda assim relacionados à conceitualização da orientação profissional. Soares- Lucchiari (1997), por exemplo, analisa a reorientação profissional como campo importante da orientação profissional. Já Nascimento e Coimbra (2005a, 2005b) abordam a questão das demandas em orientação profissional e os limites entre o aconselhamento de carreira e o aconselhamento pessoal, ressaltando que as questões vocacionais estão relacionadas a outras questões importantes na vida dos clientes, embora os limites da orientação profissional e das próprias habilidades do orientador precisem ser respeitadas.

Por fim, deve-se mencionar o trabalho de DaSilva (2006), que traz uma reflexão sobre um tema que não se relaciona diretamente com a conceitualização da orientação profissional, mas que não deixa de ser relevante: o valor preditivo dos exames vestibulares. Tal artigo foi incluído nesta categoria para não constituir uma categoria de item único, devido à peculiaridade de sua temática.

b) Modelos e aproximações teóricas em orientação profissional

Os artigos sobre modelos e aproximações teóricas em orientação profissional tratam, em sua maioria, de aplicar conceitos oriundos de diferentes teorias ou abordagens psicológicas à orientação profissional, sendo as teorias ou modelos o foco mais saliente dos trabalhos. Assim, temos aproximações da Orientação Profissional com a Gestalterapia (Canedo, 1997), com a psicanálise (Torres, 1998), com o modelo ecológico (Sarriera, 1998, 1999), com a análise do comportamento (Ivatiuk & Amaral, 2004), com a teoria familiar sistêmica (Gabel & Soares, 2006) e com a abordagem evolutivo-cognitiva (Lassance, 2005; Oliveira, Guimarães & Dela Coleta, 2006). Outros estudos analisam teorias ou modelos menos abrangentes ou consagrados na psicologia. É o caso do conceito de identidade e sua relação com o papel ocupacional e o contexto social (Souza, 1997), bem como da noção de vocação e identidade vocacional (Rascovan, 2004). Por último, há ainda um estudo que trata da questão da orientação profissional online (Spaccaquerche, 2005) e o estudo de Moreno (2006) que realiza uma aproximação entre a orientação profissional e um modelo para avaliação de competências.

c) Formação e papel do orientador

Esta categoria reúne trabalhos que propõem modelos de formação de orientadores (Silva, 1999; Talavera, Lievano, Soto, Ferrer-Sama & Hiebert, 2004), descrevem a formação de orientadores em instituições brasileiras (Soares, 1999; Soares & Krawulsky, 1999; Lima, 1999; Lisboa, 1999; Barros, 1999; Melo-Silva, 1999a; Melo-Silva, 1999b; Luna, 1999) e latinoamericanas (Muller, 1999; Rascovan & Del Compare, 1999), bem como reflexões acerca das práticas em orientação profissional no contexto brasileiro (Lisboa, 1997; Lisboa, 1998; Lassance, 1999; Oliveira; 1999; Magalhães, 1999) e internacional (Alvarez, 1998).

A formação de orientadores tem recebido atenção especial: o volume 3, nº 1, de 1999 foi totalmente dedicado a esta discussão. Os modelos propostos, em geral, descrevem necessidades de formação em três dimensões: teórica, prática e pessoal (Soares, 1999; Silva, 1999; Talavera e colaboradores, 2004), estabelecendo diretrizes para a formação. Estas dimensões estão presentes na descrição da formação desenvolvida em instituições brasileiras como a UFSC (Soares & Krawulsky, 1999); PUC/Minas (Lima, 1999); Instituto do Ser (Lisboa, 1999); UFMG (Barros, 1999); FFCLRP/USP (Melo-Silva, 1999a; 1999b) e UNISUL/SC (Luna, 1999). Alguns trabalhos trazem reflexões acerca da prática, alertando para a importância de associar as técnicas de orientação ao escopo teórico correspondente (Lassance, 1999; Oliveira, 1999) e discutindo o enquadre da orientação profissional (Magalhães, 1999).

d) Instrumentos de avaliação e intervenção

Esta categoria reúne os trabalhos cujos focos são instrumentos de avaliação. Estes trabalhos apresentam estudos analíticos ou de adaptação à população brasileira de dois testes psicológicos &– o BBT (Okino e colaboradores, 2003; Melo- Silva & Santos, 1998) e o Teste Projetivo Ômega (Oliveira, 1997; Oliveira & Holanda, 1998), e quatro inventários: Inventário de Cristalização de Interesses Vocacionais (Balbinotti, Marocco & Tétreau, 2003), o Inventário Brasileiro de Desenvolvimento Vocacional (Lobato & Koller, 2003), o Questionário de Educação à Carreira (Balbinotti & Tétreau, 2006) e o SDS - Questionário de Busca Auto-dirigida (Mansão & Yoshida, 2006). Estes estudos referentes a instrumentos incluem tanto pesquisas empíricas com grandes amostras e testes de hipóteses, quanto estudos de caso ilustrativos. Incluídos ainda nesta categoria, os trabalhos de Sparta, Bardagi e Teixeira (2006), que analisa a evolução dos paradigmas de avaliação e os tipos de instrumentos psicológicos utilizados em orientação profissional e de Almeida e Melo-Silva (2006) que avalia a intervenção em um serviço de orientação profissional através da perspectiva de ex-usuários.

e) Escolha profissional na adolescência

Os artigos que constituem esta categoria abordam a escolha profissional e temas pertinentes a esta tomada de decisão na população adolescente. Tomando como foco a decisão, Magalhães, Lassance e Gomes (1998) ressaltam, a partir de uma perspectiva experiencial, os múltiplos aspectos envolvidos no processo de escolha profissional de adolescentes. Outros estudos enfatizam diferenças individuais na decisão, como as relações entre os tipos de personalidade de Holland e independência de campo (Magalhães, Martinuzzi & Teixeira, 2004), variações nos níveis de cristalização para a tomada de decisão (Balbinotti, Wiethaeuper & Barbosa, 2004), e maturidade vocacional (Neiva, 2003; Neiva, Silva, Miranda & Esteves, 2005).

Alguns trabalhos abordam outras questões pertinentes à tomada de decisão na adolescência, como a percepção de fatores socioeconômicos constituindo obstáculos para a concretização da escolha (Bastos, 2005) e a importância dada ao estudo superior por alunos do Ensino Médio (Sparta & Gomes, 2005). As intervenções junto a esta população são o foco de dois outros trabalhos: um que realiza a avaliação de uma intervenção (Moura, Sampaio, Gemelli, Rodrigues & Menezes, 2005) e outro que identifica as demandas de uma população e propõe uma estratégia de intervenção (Ribeiro, 2003).

Também foram incluídos nesta categoria artigos que envolvem questões relacionadas ao vestibular, por esta temática ter sido considerada estreitamente associada ao universo da escolha profissional dos adolescentes. Fatores geradores de ansiedade durante a prova foram o tema da pesquisa desenvolvida por D’Avilla e Soares (2003), enquanto Fiamengue e Whitaker (2003) investigaram a influência do nível de instrução e ocupação das mães dos vestibulandos sobre a escolha dos filhos.

f) Desenvolvimento de carreira em universitários

Os artigos relacionados ao desenvolvimento de carreira em estudantes universitários são elencados nesta categoria. Os temas abordados incluem a re-opção de curso (Hotza & Lucchiari, 1998; Magalhães & Redivo, 1998; Moura & Menezes, 2004), a satisfação com a escolha (Bardagi, Lassance & Paradiso, 2003), a transição da universidade para o mercado de trabalho (Teixeira & Gomes, 2004; Vieira & Coimbra, 2006), o possível papel do projeto familiar na evasão universitária (Ribeiro, 2005) e as diferenças de estilos interpessoais relacionadas ao tipo de interesse vocacional (Magalhães, 2006).

g) Outras transições no ciclo vital

Nesta categoria incluem-se os artigos que tratam do desenvolvimento de carreira em etapas anteriores ou posteriores aos períodos da adolescência e adultez jovem, tradicionalmente mais enfatizados pelas pesquisas e intervenções em orientação profissional. Assim, incluem os estudos com crianças (Pasqualini, Garbulho & Schut, 2004), adultos médios (Balbinotti, Valentini & Cândido, 2006; Magalhães & Gomes, 2005; Natividade & Brasil, 2006) e adultos maduros (Bruns & Abreu, 1997; Rodrigues, Ayabe, Lunardelli & Canêo, 2005).

Foi publicado apenas um estudo sobre orientação profissional com crianças (Pasqualini e colaboradores, 2004), no qual se discute a possibilidade de sensibilizar as crianças para o mundo do trabalho através de informações sobre diferentes atividades e locais de trabalho e do estímulo ao trabalho coletivo, ampliando a abrangência da orientação profissional na escola para a atuação junto à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. Entre os estudos com adultos médios, há artigos que discutem a formação da identidade profissional em trabalhadores de categorias profissionais específicas. No estudo de Natividade e Brasil (2006), por exemplo, são avaliadas as percepções de bombeiros sobre as escolhas feitas e seus fatores determinantes, enquanto no estudo de Balbinotti e manter (2006) é avaliada a congruência entre a atividade exercida por soldados do exército, seus interesses profissionais e personalidade vocacional. Ainda, o estudo de Magalhães e Gomes (2005), com adultos inseridos em diferentes contextos de trabalho, investigou as relações entre personalidade, a partir da perspectiva tipológica de Holland, e trajetória de carreira na adultez, especificamente os níveis de entrincheiramento ou comprometimento de carreira. Entre os artigos que discutem o desenvolvimento de carreira do indivíduo em outras etapas do ciclo vital, o contexto da aposentadoria e do afastamento do trabalho tem recebido atenção (Bruns & Abreu, 1997; Rodrigues e colaboradores, 2005). Estes artigos apontam o impacto da saída do trabalho para as relações sociais, o bem-estar psicológico e a identidade profissional do indivíduo, salientando as dificuldades impostas pela associação entre a aposentadoria e o processo de envelhecimento.

h) Orientação profissional e de carreira com populações diversas

Nesta categoria estão inseridos os artigos que apresentam reflexões teóricas ou intervenções em orientação profissional com populações diversas ou vulneráveis, como acidentados de trabalho (Rosin-Pinola, Silva & Garbulho, 2004), jovens do meio rural (Whitaker & Onofre, 2006) e adolescentes trabalhadores (Bressan, Godoy & Lunardelli, 2004) ou infratores (Almeida & Silva, 2004) e adolescentes residentes em áreas de alta vulnerabilidade social (Gavilán & Labourdette, 2006). Estes artigos propõem a ampliação da orientação profissional para além dos públicos tradicionais (como os adolescentes de classe média, por exemplo) e a reflexão de como se estrutura a identidade profissional em contextos em que uma escolha de carreira não é possível, ou em situações de extrema limitação física ou mental para o trabalho. Nesse sentido, os autores costumam apontar as dificuldades impostas pelo mercado de trabalho e seu impacto na construção de projetos (Rosin-Pinola e colaboradores, 2004) e as representações sociais de fracasso e impossibilidade de alcance de metas de carreira que indivíduos pertencentes a populações vulneráveis costumam apresentar (Almeida & Silva, 2004; Gavilán & Labourdette, 2006; Rosin-Pinola e colaboradores, 2004; Whitaker & Onofre, 2006). Como propostas de intervenção, os artigos enfatizam estratégias instrumentalizadoras, que busquem desenvolver competências de trabalho e consciência crítica nos participantes, no sentido de prepará-los para inserções ou re-inserções mais qualificadas no mundo do trabalho (Almeida & Silva, 2004; Bressan e colaboradores, 2004).

 

Discussão

Dentro das perspectivas da metaciência e da bibliometria, analisar a produção científica de uma área de conhecimento (a partir de seu volume de publicações, saliência e qualidade) é uma tarefa importante e necessária para o mapeamento das forças e fraquezas da mesma e para o direcionamento de futuras investigações (Bufrem & Prates, 2005; Witter, 1999). Nesse sentido, este trabalho buscou realizar uma análise das publicações da Revista Brasileira de Orientação Profissional para mapear as produções na área de orientação profissional.

A partir dos resultados deste estudo, algumas considerações podem ser feitas. Inicialmente, verificou-se que a proporção de estudos empíricos em relação aos teóricos aumentou no período 2003-2006 em comparação com o período 1997-1999, inclusive havendo uma inversão na predominância dos tipos de trabalho. Isto parece bastante positivo, pois sugere que os estudiosos da área e orientadores estão se preocupando, mais recentemente, em obter dados empíricos que apóiem as idéias expressas nos artigos, e não apenas em revisar a literatura ou reafirmar conhecimentos teóricos já estabelecidos. Tal aumento no volume de pesquisas pode também estar relacionado ao maior número de teses e dissertações que vem sendo defendidas na área de orientação profissional, especialmente após o ano 2000 (Noronha e colaboradores, 2006). Além disso, o avanço em termos de qualidade editorial da revista, em sua segunda fase, pode também ter contribuído para atrair trabalhos de pesquisa que eventualmente seriam submetidos a outros periódicos. De qualquer forma, ao que tudo indica, a orientação profissional brasileira está procurando, ainda que de modo incipiente, evidências mais sistemáticas e rigorosas que dêem sustentação aos modelos teóricos e às práticas que vêm sendo implementadas e/ou são desenvolvidas.

Assim como observado na pesquisa de Noronha e Ambiel (2006), neste estudo também se notou um equilíbrio geral entre estudos teóricos e empíricos (agrupando os resultados das duas fases da revista) e a presença de vários estudos de verificação da qualidade de instrumentos e uso de técnicas não padronizadas. Outro dado consistente com os achados de Noronha e Ambiel (2006) é a predominância de estudos com estudantes de Ensino Médio, o que mostra que a orientação profissional no país ainda responde significativamente à demanda tradicional do auxílio à entrada na universidade. No entanto, é importante destacar a presença de um percentual expressivo de estudos analisando o desenvolvimento de carreira de universitários e de adultos na revista. Além disso, públicos diversos, como pessoas com necessidades especiais e adolescentes em situação de vulnerabilidade, por exemplo, têm sido contemplados nas publicações, especialmente nas mais atuais. Nesse sentido, a orientação profissional no Brasil parece estar fazendo um esforço para ampliar seus focos de intervenção e contribuir para o entendimento das relações homem-trabalho em diferentes etapas e contextos de vida.

A produção científica publicada indica, ainda, que as parcerias na produção do conhecimento aumentaram com o tempo, sendo que na segunda fase da revista a maior parcela de trabalhos é de dois autores (contra três quartos de artigos de autor único na primeira fase). No entanto, cerca de dois terços dos trabalhos têm autores provenientes de uma mesma instituição. Tais dados mostram que, embora tenha havido mais parcerias entre os pesquisadores, a parceria inter-institucional ainda é pequena. Além disso, predominaram nos volumes analisados publicações de apenas quatro instituições e de três Estados, revelando uma elevada concentração do volume da produção em alguns poucos centros de pesquisa, notadamente em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Essa concentração de trabalhos não evidencia a grande diversidade cultural que existe em nosso país e que com certeza tem implicações para os processos de orientação profissional. Nesse sentido, um dos resultados desta análise é a sugestão da criação de parcerias entre pesquisadores e instituições, a fim de produzir estudos comparativos entre diferentes regiões e que representem as diversas realidades da orientação profissional no país; ainda, seria importante o incentivo à produção científica de regiões menos representadas nas publicações, talvez através de números especiais da revista.

A predominância de metodologias de caráter quantitativo, entre as pesquisas, surpreende, visto que existem poucos instrumentos quantitativos nacionais que avaliem variáveis relacionadas ao desenvolvimento vocacional (alguns dos artigos publicados são, inclusive, sobre construção e validação de instrumentos). O exame do tipo de análises realizadas nos artigos sugere que há um predomínio de estudos descritivos (não inferenciais) onde o levantamento de freqüências é a estratégia mais comum. Isso sugere que, em grande parte, as pesquisas têm buscado dados quantitativos mais para descrever ou ilustrar aspectos relacionados à escolha profissional ou desenvolvimento vocacional do que para testar hipóteses teoricamente construídas.

A dificuldade observada na classificação dos artigos em temas, na parte qualitativa do trabalho, aponta para o que parece ser uma outra característica da literatura analisada: a falta de foco ou especificidade. Muitos artigos não chegam a apresentar um problema, teórico ou empírico, bem definido. Os temas identificados nos estudos tendem a ser amplos demais (por exemplo, a orientação profissional no mundo atual, indecisão vocacional, identidade e escolha profissional etc), o que indica uma falta de aprofundamento nas questões teóricas. A ausência de investigações sistemáticas sobre temas pontuais na orientação profissional sugere que, embora o número de trabalhos tenha aumentado, não tem havido necessariamente um avanço significativo no conhecimento produzido. Se, em boa parte, as pesquisas realmente aprofundassem tópicos controversos ou especialmente relevantes, seria esperada a identificação de conjuntos de artigos voltados a questões bastante específicas, o que não se verificou. A exceção parece ser o tema da formação do orientador profissional. Graças a um número especial da revista, uma quantidade considerável de trabalhos abordou esse assunto, embora a maioria deles tenha tido um caráter de reflexão teórica, e não empírica. No entanto, mesmo em artigos cujo foco principal não era a formação do orientador, este assunto apareceu muitas vezes nas discussões dos estudos, mostrando que as preocupações relacionadas à capacitação do orientador profissional constituem um tópico saliente na área. Deve-se considerar, contudo, que o número total de artigos publicados até hoje na revista não é muito grande. Assim, considerando a grande diversidade teórica e prática da orientação profissional, o volume de trabalhos veiculados até o momento dificulta uma identificação mais precisa de temas recorrentes no conjunto da produção científica.

Embora a qualidade dos estudos não tenha sido objeto de avaliação nesta pesquisa, vale assinalar ainda alguns pontos que foram percebidos durante a análise do material, especialmente quando se atentou para a classificação dos trabalhos como teóricos ou de pesquisa e o tipo de metodologia utilizada. Em muitos artigos, a classificação na categoria pesquisa não foi muito nítida, pois nem sempre uma questão clara de pesquisa era explicitada. Além disso, muitas vezes os métodos empregados não eram muito rigorosos, tendo os resultados um caráter mais ilustrativo do que analítico. No caso das pesquisas, especificamente, a apresentação dos dados e dos procedimentos de análise eram muitas vezes demasiadamente simplistas, revelando pouca sofisticação teórica e metodológica. Assim, uma segunda direção para futuras investigações, identificada a partir desta análise, é o aumento do rigor metodológico e da especificação de procedimentos e referenciais teóricos nas publicações, o que aumentaria não só a confiabilidade dos resultados obtidos, mas também a valorização (e saliência) do material produzido em orientação profissional no Brasil.

Enfim, ainda que não se possa considerar os resultados deste estudo como necessariamente representativos da produção científica na área de orientação profissional no Brasil, na medida em que delimitou seu escopo aos artigos publicados na Revista Brasileira de Orientação Profissional, é razoável supor que eles reflitam o modo como a orientação profissional brasileira vem se desenvolvendo em termos de produção de conhecimento, uma vez que a revista é o principal veículo de divulgação científica da área na atualidade. No conjunto, os resultados deste estudo indicam alguns caminhos possíveis para o futuro. Por exemplo, parece ser importante que haja uma maior colaboração entre pesquisadores de diferentes instituições. Isso poderia gerar maior troca de idéias e oportunidades para um saudável aumento no número de questões teóricas e práticas de interesse coletivo. Uma conseqüência dessa aproximação poderia ser o aprofundamento de temas de referência na área, com o refinamento dos modelos teóricos buscando dar conta de questões específicas no desenvolvimento vocacional e de carreira. Uma vez estabelecidas questões teoricamente mais precisas e pontuais, as metodologias de pesquisa poderiam ganhar em sofisticação, não apenas buscando descrever situações ou ilustrar teorias, mas sim tentando por à prova os modelos teóricos. Por fim, uma tarefa que parece necessária são levantamentos qualitativos sistemáticos e críticos da literatura em orientação profissional que vem sendo produzida. Estudos futuros poderão realizar análises mais aprofundadas focalizando as questões teóricas e práticas que estão presentes na literatura, bem como a adequação das metodologias que vêm sendo empregadas e os tipos de avanços que vêm sendo obtidos. Para tanto, outras fontes também deverão ser levadas em consideração, como indexadores, teses, dissertações e outros periódicos científicos. Somente através de um exame deste tipo é que será possível identificar a relevância da produção e suas eventuais fragilidades, visando apontar novos rumos para a pesquisa e o desenvolvimento da orientação profissional.

 

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Recebido: 03/7/07
1ª Revisão: 04/9/07
Aceite Final: 22/9/07

 

 

1 Endereço para correspondência: Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600, 90035-003, Porto Alegre, RS. Fone: (51) 33085454. E-mail: mapteixeira@yahoo.com.br.

 

Sobre os autores
* Marco Antônio P. Teixeira é doutor em Psicologia/UFRGS, professor no Instituto de Psicologia/UFRGS e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia/UFRGS. Membro da equipe do CAP-SOP (Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional) e coordenador do NAE (Núcleo de Apoio ao Estudante/UFRGS).
** Maria Célia P. Lassance é doutoranda em Psicologia/UFRGS, professora no Instituto de Psicologia/UFRGS. Membro da equipe do CAP-SOP (Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional) e do NAE (Núcleo de Apoio ao Estudante/UFRGS). Ex-presidente da ABOP, gestão 1995-1997 e 2001-2003.
***Bárbara Maria Barbosa Silva é psicóloga, mestranda em Psicologia/UFRGS.
**** Marúcia Patta Bardagi é doutora em Psicologia/UFRGS, professora da Universidade Luterana do Brasil - Santa Maria.

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