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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versão On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof v.9 n.1 São Paulo jun. 2008

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

 

A auto-eficácia na utilização da internet para a pesquisa de informação escolar e profissional

 

Self-efficacy in using the internet to do school and professional survey

 

La autoeficacia en la utilización de internet para la búsqueda de información escolar y profesional

 

 

Patrícia Inácio*; Vítor Gamboa** 1

Universidade do Algarve, Faro, Portugal

 

 


RESUMO

Esta investigação tem como objectivo geral analisar a auto-eficácia, na pesquisa de informação escolar e profissional na internet, em alunos do 7º, 9º e 12º anos de escolaridade. Trata-se de um estudo com uma amostra de 187 estudantes (M=15,01; DP=2,142), de ambos os sexos, dos quais 33,2% frequentam o 7º ano, 34,2% o 9º ano e 32,6% o 12º ano. Os resultados da análise da regressão linear múltipla (método stepwise) sugerem que a auto-eficácia na internet para a pesquisa de informação escolar e profissional prediz a actividade exploratória nesse domínio. À medida que se avança no ano de escolaridade, maior é o nível de auto-eficácia entre os estudantes, sendo que são os alunos do 12º ano os que mais confiantes se sentem para realizar as actividades inerentes ao comportamento exploratório na internet sobre carreiras.

Palavras-chave: Internet, Auto-eficácia, Desenvolvimento profissional, Informação profissional.


ABSTRACT

The main goal of this study was to analyze the self-efficacy of students attending the last terms of school (7th and 9th) and high school (3rd) grade, in using the internet to do school and professional survey. The sample consisted of 187 students (M=15,01; SD=2,142) of both genders, of which 33,2% attended the 7th grade, 34,2%, the 9th grade and 32,6% the 3rd high school. Multiple regression analyses (stepwise method) indicated that high levels of internet self-efficacy in career information search predicts a wider exploratory activity. Moreover, it was observed that the level of self-efficacy increases with the level of schooling, and that the 3rd high school grade students were the most confident to do career exploration search on the internet.

Keywords: Internet, Self-efficacy, Professional development, Career information.


RESUMEN

Esta investigación tiene el objetivo general de analizar la autoeficacia, en la búsqueda de información escolar y profesional en internet, de alumnos de 7, 9 y 12 años de escolaridad. Se trata de un estudio con una muestra de 187 estudiantes (M=15,01; DP=2,142), de ambos sexos, de los cuales 33,2% frecuentan el 7º año, 34,2% el 9º año y 32,6% el 12º año. Los resultados del análisis de la regresión lineal múltiple (método stepwise) sugieren que la autoeficacia en internet para la búsqueda de información escolar y profesional predice la actividad exploratoria en el dominio. A medida que se avanza en años de escolaridad, mayor es el grado de autoeficacia entre los estudiantes, y son los alumnos del 12º año los que más confianza tienen para realizar las actividades inherentes al comportamiento exploratorio, en internet.

Palabras clave: Internet, Auto-eficacia, Desarrollo profesional, Información profesional.


 

 

A internet é sem dúvida uma das maiores inovações tecnológicas dos nossos tempos, desempenhando uma função relevante em quase todos os aspectos da nossa vida quotidiana &– na comunicação, nas actividades de ensino/aprendizagem e até mesmo no modo como fazemos compras (Lenhart, Rainie & Lewis, 2001). Entre os jovens, a utilização da internet desempenha, cada vez mais, um importante papel nas suas relações familiares e sociais (Lenhart e cols., 2001). No que se refere à vida escolar, um estudo realizado por Abrantes (2002) revelou que a maioria dos jovens considera credíveis as informações encontradas na internet e encara os livros como fontes menos eficazes para fazer pesquisas. No entanto, nesta faixa etária, a internet é usada sobretudo para fins comunicativos, na medida em que as conexões à rede servem essencialmente para utilizar o correio electrónico ou entrar as salas de conversação (Medina, Ortuño & Ruiz, 2000).

No que concerne à intervenção vocacional, a rápida expansão da internet e a explosão das tecnologias da informação têm tido implicações significativas no acesso à informação escolar e profissional (Guichard & Huteau, 2002; Offer & Sampson, 1999; Watts, 2002).

Com efeito, de acordo com um estudo levado a cabo no Canadá, a internet é actualmente a fonte de informação mais procurada e usada, quer pelos conselheiros de orientação, quer pelos seus clientes (Canada Career Consortium, 1998). No mesmo sentido, surgem os resultados de alguns estudos que revelam que a importância atribuída às fontes humanas, sobretudo às não especializadas (como familiares e amigos), está a perder importância (Tricot, 2002). Para os conselheiros de orientação, a emergência das TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação), nomeadamente da internet nos processos de informação e de aconselhamento vocacional, exige uma permanente actualização (Canada Career Consortium, 1998). O mesmo relatório (Canada Career Consortium, 1998) sublinha que os conselheiros de orientação de carreira estão convencidos de que a internet, apesar de ser uma excelente ferramenta para pesquisar e investigar, pode não ser muito útil a todos os seus clientes. Na verdade, alguns estudantes ou clientes são capazes de pesquisar na internet, não sabendo necessariamente como integrar a informação que recebem. Desta forma, assiste-se a uma crescente recolha de informação na internet que não é forçosamente acompanhada por um uso cada vez mais adequado e crítico dessa mesma informação.

Por outro lado, os utilizadores queixam-se de que os motores de busca e classificação de dados não são suficientemente bons, salientando o facto de existir pouca informação localizada e bem estruturada, a que se acrescenta a existência de muitos sites desactualizados, o que torna inútil a pesquisa de informação (Canada Career Consortium, 1998). Além disso, estes motores de busca não são muito discriminativos, o que conduz a uma procura infrutífera pelo número elevado de respostas que oferecem, sobretudo para os utilizadores mais inexperientes Jack e Davidson (1996 citado por Stevens & Lundberg, 1998).

Em 1997, Sampson, Kolodinsky e Greeno realizaram duas análises informais das homes pages utilizando a palavra “aconselhamento”, tendo verificado um crescimento de 250% no número de páginas relacionadas com o termo. Daí, a importância de se desenvolver protocolos de aconselhamento de carreira, no sentido de trazer alguma ordem a este ambiente, validando sites específicos, fornecendo aos utilizadores pistas para as palavras-chave mais apropriadas e mostrando modelos eficazes na procura de informação. Perante uma utilização tão grande, fazem sentido as palavras de Offer e Sampson (1999), quando chamam mesmo à atenção para a natureza particularmente incontrolável da internet e da World Wide Web, que não permite aos profissionais da orientação garantir a qualidade dos dados a que os indivíduos podem aceder. Neste sentido, é importante criar programas de educação de carreira que ajudem os utilizadores da informação a estarem alerta para possíveis problemas e a discriminarem inteligente e criticamente as fontes de informação (Guichard & Huteau, 2002).

A internet não deve, pois, deixar de ser encarada como uma ferramenta no processo de exploração e planeamento de carreira (Amundson, Harris-Bowlsbey & Niles, 2005). Porém, é de realçar a importância de os utilizadores serem competentes na pesquisa de informação escolar e profissional na internet, pois esta revela-se um meio muito vasto e pouco estruturado, podendo, por essa razão, conduzir a pesquisas improdutivas (Offer & Sampson, 1999).

A auto-eficácia e a pesquisa de informação escolar e profissional

Segundo Bandura (1986), a auto-eficácia diz respeito à crença que o indivíduo tem de realizar com sucesso uma determinada tarefa. Neste sentido, trata-se de uma percepção pessoal quanto à própria competência que irá influenciar o objectivo de corresponder às exigências da situação antecipada e às actividades conducentes à concretização do mesmo. Desta forma, espera-se que um sujeito com uma elevada percepção de auto-eficácia tenda a encarar tarefas complexas com optimismo, enquanto percepções baixas de auto-eficácia podem proporcionar uma visão mais pessimista.

O trabalho de Bandura inspirou aquela que veio a ser designada de teoria sócio-cognitiva da carreira (Lent, Brown & Hackett, 1994). O “performance model” (modelo do desempenho) (Lent, Brown & Hackett, 1996), considera que o nível de desempenho é determinado pela interacção entre as competências, a auto-eficácia, as expectativas e os objectivos. Neste modelo, as expectativas de resultado (a 2ª variável chave), tal como a auto-eficácia, também resultam das experiências de aprendizagem que o indivíduo realizou, com as suas características próprias e em contextos específicos. Tanto a auto-eficácia (serei capaz de fazer isto), como as expectativas de resultados (se eu fizer isto o que acontece), têm influência no comportamento. Por sua vez, as competências (ability) influenciam o desempenho de forma directa, mas também indirecta, sobretudo através do impacto na auto-eficácia e nas expectativas de resultados. Estas, conjuntamente, afectam a definição de objectivos de desempenho. Neste sentido, quanto maiores a auto-eficácia e as expectativas de resultados, mais ambiciosas serão as metas que os indivíduos colocam a si mesmos. Quando o indivíduo obtém um resultado positivo no desempenho de determinadas tarefas, desenvolve um sentimento de auto-eficácia que promove a formulação de expectativas de resultados positivas (Lent e cols., 1994; Lent & Brown, 2006).

Considera-se, então, que as capacidades, assim como os desempenhos do passado afectam directa e indirectamente a performance através do seu impacto na auto-eficácia e nas expectativas de resultado. Estas, por sua vez, afectam os objectivos que o indivíduo formula e o esforço despendido na sua concretização. Uma auto-eficácia e expectativas de resultado elevadas promovem objectivos mais ambiciosos, os quais ajudam a mobilizar e a manter um determinado desempenho. Este modelo assume que as expe-riências de sucesso promovem o desenvolvimento de competências e, por sua vez, a auto-eficácia e as expectativas de resultado num ciclo dinâmico (Lent e cols., 1996). As crenças de auto-eficácia ajudam, assim, a explicar o porquê dos indivíduos com as mesmas capacidades básicas poderem produzir desempenhos de uma qualidade claramente diferente (Lent e cols., 1996).

No que diz respeito à pesquisa de informação escolar e profissional, alguns estudos apontam as crenças de auto-eficácia como o melhor preditor da indecisão na carreira, assim como as expectativas de resultado parecem ser o melhor preditor das intenções exploratórias (Betz & Voyten, 1997; Taveira & Moreno, 2003). Num estudo de Gushue, Clarke, Pantzer e Seanlan (2006), constatou- se que elevados níveis de auto-eficácia na tomada de decisão estavam relacionados com um maior envolvimento com as tarefas de exploração de carreira. O conceito de auto-eficácia deve, assim, ser valorizado, na medida em que potencia a ligação entre a área da orientação e os processos educativos (Carmo & Teixeira, 2004).

A auto-eficácia na utilização da Internet

O conceito de auto-eficácia é igualmente relevante no sentido de ajudar a entender a forma como os indivíduos rapidamente adoptam e desenvolvem competências significativas no uso de novas ferramentas, como as tecnologias da informação e comunicação. É, de facto, um conceito pivot que permite compreender melhor a aceitação da tecnologia, a sua implementação e o seu uso (Torkzadeh & Dyke, 2002).

As crenças de auto-eficácia ou a confiança na utilização de tecnologias de computador em geral, assim como na procura através de sistemas de informação electrónicos, afectam o número e o tipo de estratégias usadas na procura de informação (Joo, Bong & Cho, 2000). Aliás, são vários os estudos que referem que os indivíduos cujo nível de auto-eficácia é mais elevado, exploram a informação mais vigorosamente, demonstram atitudes mais positivas e maiores conhecimentos relacionados com os computadores. Por outro lado, aqueles indivíduos com um baixo nível de auto-eficácia, por se sentirem pouco confiantes face às tecnologias, retraem-se e concentram-se simplesmente na localização de informação. A auto-eficácia poderá, assim, ser um preditor significativo da frequência e intensidade da utilização e da diversidade de pacotes de software utilizados (Al-Khaldi & Al-Jabri, 1998; Joo e cols., 2000; Levine & Donilsa-Schmidt, 1998).

Note-se, também, que a conceptualização do uso da internet como um processo sócio-cognitivo tem recebido considerável apoio, na medida em que expectativas de resultado positivas (ex.: encontrar páginas web informativas), a auto-eficácia elevada na utilização da internet e a adição percebida à mesma estão directamente relacionadas com o aumento da sua utilização. Por outro lado, expectativas de resultado negativas, assim como a auto-depreciação nas competências, estão negativamente relacionadas com o uso da internet. Contudo, é possível que expectativas elevadas relativamente às consequências negativas da utilização da internet, (ex.: dificuldades em encontrar informação) expliquem, simultaneamente, níveis elevados e baixos de utilização da internet. O que poderá significar que a antecipação de consequências negativas pode levar alguns utilizadores a desistir da tarefa, enquanto outros podem persistir. Aqueles sujeitos que apresentam uma maior persistência são normalmente indivíduos com elevada auto-eficácia (Eastin & LaRose, 2000; LaRose, Mastro & Eastin, 2001).

O modelo de uso da Internet de Jackson (1998 citado por Jackson, Ervin, Gardner & Schmitt, 2001) permite explicar os antecedentes e as consequências da utilização, salientando a importância dos factores motivacionais, afectivos e cognitivos. De uma forma geral, as pessoas utilizam a internet porque satisfazem as suas necessidades de comunicação e informação (factores motivacionais), o que está associado a experiências afectivas positivas (factores afectivos) e ainda porque as suas necessidades cognitivas de utilização são compatíveis com o seu repertório cognitivo (isto é, possuem as capacidades e atitudes requisitadas). Este modelo sugere ainda que as consequências da utilização podem aumentar ou diminuir a motivação social, os afectos positivos e as atitudes favoráveis relativamente à tecnologia.

Resumindo, a auto-eficácia torna-se um poderoso preditor da utilização da internet (Eastin & LaRose, 2000), na medida em que afecta o tipo de atitudes e comportamentos face à mesma, nomeadamente as estratégias usadas na procura de informação e a frequência com que as mesmas são utilizadas (Joo e cols., 2000).

No seguimento das considerações apresentadas na revisão da literatura e dos estudos empíricos apresentados, surge o objectivo deste estudo: analisar a auto-eficácia, dos alunos do 7º, 9º e 12º ano de escolaridade2, na pesquisa informação escolar e profissional na Internet.

 

MÉTODO

A presente investigação tem como objectivo geral analisar a auto-eficácia, dos alunos do 7º, 9º e 12º ano de escolaridade, na pesquisa informação escolar e profissional na internet. Trata-se de um estudo descritivo e correlacional que pretende comparar o sentimento de auto-eficácia em três grupos, encontrando-se dois deles (o 9º e 1 2º ano) perante uma importante tarefa de tomada de decisão vocacional, e o 7º ano no início do 3º ciclo do ensino básico. A pertinência deste estudo prende-se com o facto de se procurar analisar até que ponto o sentimento de auto-eficácia, relativamente à utilização da internet, explica o recurso a esta ferramenta na pesquisa de informação escolar e profissional.

Participantes

Trata-se de uma amostra intencional e não probabilística (Maroco, 2003), constituída por 187 alunos, na qual 62 (33,2%) deles pertenciam a turmas do 7º ano, 64 (34,2%) a turmas do 9º ano e os restantes 61 (32,6%) ao 2º ano.

Os sujeitos que constituem a amostra têm idades compreendidas entre os 12 e os 20 anos (M=15,01; DP=2,142), sendo 122 (65,2%) do sexo feminino. Relativamente à trajectória escolar, 52 alunos (27,8%) estudantes já reprovaram, sendo que destes, 47 (25,1%) reprovaram no Ensino Básico. Quando questionados acerca das habilitações literárias dos pais, os sujeitos referem que 27,8% dos pais e 29,9% das mães concluíram o Ensino Secundário e 27,2% dos pais e 31,5% das mães concluíram o Ensino Superior.

As profissões dos pais foram agrupadas de acordo com as categorias usadas na Classificação Nacional de Profissões (CNP), publicada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional em 1994. Verificou-se que os pais têm maior presença no grupo dos Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas. As mães, apesar de terem uma presença significativa no mesmo grupo, apresentam uma maior representatividade na categoria do Pessoal dos Serviços e Vendedores.

Instrumentos

Na recolha de dados utilizaram-se dois instrumentos, construídos pelos autores deste estudo: um questionário denominado “A Internet e a Pesquisa de Informação Escolar e Profissional” e uma escala de Auto-eficácia na Pesquisa de Informação Escolar e Profissional (APIEPI), ambos construídos para o efeito. O primeiro pretende caracterizar os participantes através das suas características pessoais, características familiares, trajectória escolar; avaliar as fontes de informação escolar e profissional a que recorrem ou não; caracterizar os padrões de utilização de internet e ainda avaliar a pesquisa de informação escolar e profissional. No questionário, as respostas são dadas na modalidade de resposta fechada, tipo Likert de 1 a 5, respostas dicotómicas e ainda questões de escolha múltipla.

A APIEPI resultou, numa primeira fase, de uma tradução &– retroversão tal como é sugerido por Hill e Hill (2005), levada a cabo por dois psicólogos e dois especialistas em língua inglesa, da Escala de Auto-eficácia na Internet de Joo e cols. (2000). Posteriormente, foram acrescentados 12 itens relativos à auto-eficácia na pesquisa de informação escolar e profissional na internet. Uma primeira versão foi aplicada a duas turmas de 7º e 9º ano de escolaridade com o intuito de identificar a existência de problemas associados à formulação adoptada para os diferentes itens. Após esta primeira aplicação, procedeu-se à análise das respostas e dos comentários produzidos pelos participantes. A versão final, que da primeira fase resultou, é constituída por 17 itens, que são avaliados numa escala de 7 pontos que poderá variar entre 1 (Nada confiante) e 7 (Totalmente confiante). De acordo com Bandura (1995, citado por Lent & Brown, 2006), as escalas de auto-eficácia devem “assess the multifaceted ways in which efficacy beliefs operate within the selected activity domain”, ou seja, as medidas de auto-eficácia necessitam de ser adaptadas ao domínio de interesse seleccionado, para que correspondam à performance alvo e se possa maximizar a predição (Bandura, 1986; Joo e cols., 2000). Neste sentido, o instrumento construído procura obter uma medida consistente e fiável de auto-eficácia, que reflicta o domínio específico da pesquisa de informação escolar e profissional na internet. As características psicométricas da escala, nomeadamente os dados referentes à sua fiabilidade e estrutura factorial, serão apresentados na secção dos resultados deste artigo.

Procedimento

A recolha de dados realizou-se durante os meses de março e abril de 2007, numa Escola Básica do 2º e 3º ciclo e na Escola Secundária, ambas localizadas no distrito de Faro, Portugal. Os jovens foram inicialmente informados acerca do objectivo geral do estudo e sobre a confidencialidade e anonimato dos dados fornecidos, bem como da importância da sua colaboração e da sinceridade das suas respostas. Sempre que necessário foram esclarecidas dúvidas relativas ao questionário. Não foi estabelecido tempo limite para o seu preenchimento. Após efectuada a recolha de dados, estes foram processados no programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 13.0, para o Windows.

 

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Na Tabela 1, procede-se à apresentação e análise estatística dos resultados obtidos no que se refere às características psicométricas da Escala de Auto-eficácia na Pesquisa de Informação Escolar e Profissional na Internet, às fontes de informação escolar e profissional e aos padrões de utilização e pesquisa na Internet. Por fim, no sentido de se dar resposta aos objectivos desta investigação, tem lugar a discussão dos resultados, relacionando-os com a revisão da literatura.

Tabela 1
Distribuição das respostas dos sujeitos em cada um dos itens da Escala de Auto-eficácia na Pesquisa na Informação Escolar e Profissional na Internet (APIEPI)

 

 

Características psicométricas de uma Escala de Auto-eficácia na Pesquisa de Informação Escolar e Profissional na Internet (APIEPI)

Neste tópico é apresentada a distribuição das respostas dos sujeitos em cada um dos itens da escala (média, desvios-padrão, máximo e mínimo), a sua validade interna (coeficiente de correlação item x total corrigido e contributo dos itens para o total da respectiva subescala). Também são apresentadas as análises relativas à consistência interna da escala. Por fim, são apresentados e analisados os coeficientes de correlação entre os itens da APIEPI.

Caracterização da distribuição das respostas

Como se observa na Tabela 1, as pontuações médias de cada um dos itens da escala oscilam entre 4.74 (item 8) e 6.51 (item 9). Esta situação revela uma fraca dispersão dos resultados, patente aliás, nos valores do desvio-padrão, que variam entre 1.16 (item 1) e 1.86 (item 5). Não há nenhuma pontuação que se aproxima do valor intermédio da escala (4). Contudo, exceptuando o item 15, todos os outros apresentam uma distribuição, que variou entre o mínimo e o máximo da escala de resposta (1-7). É também possível observar, através dos valores de achatamento e de curtose que esta não é uma distribuição normal, pois de acordo com Maroco (2003), para que uma distribuição se possa assumir como normal os valores destes coeficientes devem ser próximos de zero.

Estudos de validade &– estrutura factorial

Com o objectivo de determinar a composição factorial da escala recorreu-se ao método de análise de componentes principais, seguido de rotação Varimax. Para medida de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi obtido o valor de .93, o que revelou uma boa adequação da amostragem (Pestana & Gageiro, 1998). O teste de esfericidade de Bartlett (x2 =3514,722; p<.0001) demonstrou que a matriz de intercorrelações é diferente de uma matriz de identidade.

Após a rotação, Tabela 2, foram extraídos dois factores, com valor próprio superior a 1 e que explicam cerca de 70% da variância total. O factor 1, que é responsável por 35,6% da variância total, é constituído por 10 itens, que reflectem o sentimento de competência para explorar informação de natureza escolar e profissional (ex.: “Encontrar informação na Internet sobre profissões”; “Consultar provas de ingresso necessárias para determinado curso”; “Pesquisar informação sobre a área que devo seguir para aceder ao curso que pretendo”).

Tabela 2
Saturações e respectivas saturações dos itens que os compõe relativamente à APIEPI

 

 

O factor 2 explica 34,2% da variância e aparece constituído por sete itens que se caracterizam pela capacidade de encontrar locais específicos da internet para obter informação escolar e profissional (ex.: “Ligar-me a páginas de Internet sobre o acesso ao Ensino Superior”; “Usar motores de busca da Internet, tais como Google, Sapo, para pesquisar informação relativa a cursos”).

Fiabilidade

Para determinar a consistência interna, calculou-se o alfa de Cronbach para cada um dos factores da escala, tendo sido encontrado o valor de .95 para o factor 1 e o valor de .92 para o factor 2, o que revela bons índices de consistência interna (Moreira, 2004).

A validade interna dos itens (coeficiente item x total corrigido) também é bastante satisfatória, pois os valores situam-se entre .51 (no item 3) e .086 (no item 23). Todos os itens mostram correlações item-total corrigido superiores a .50.

Através da análise da Tabela 1, é possível verificar, pelos valores de alfa após a exclusão do item, que não existe nenhum item que faça baixar a consistência interna da escala.

Pesquisa de Informação Escolar e Profissional na Internet

Apresenta-se, em seguida, a estatística descritiva referente à pesquisa de informação escolar e profissional na internet. Estes englobam vários itens, designadamente: a duração de cada utilização; a quantidade de informação recolhida; a satisfação com a informação obtida; quais os objectivos da pesquisa (conhecer profissões, cursos superiores, escolas profissionais, universidades, provas de ingresso, área a seguir); o tipo de pesquisa (sites específicos, motores de busca, browser).

Na Tabela 3, são apresentados os valores das distribuições em percentagem (%) pelas diferentes modalidades de resposta, a média (M) e os desvios-padrão (DP) no que diz respeito às variáveis que medem a pesquisa de informação escolar e profissional na internet.

Tabela 3
Estatística descritiva relativa à Pesquisa de Informação Escolar e Profissional na Internet (n = 152)

 

 

Constata-se, de acordo com a Tabela 3, que a maioria dos estudantes (82,4%) já pesquisou informação de natureza escolar e profissional. Contudo, quando questionados acerca dos assuntos ou domínios sobre os quais pesquisam, os jovens referem que o fazem muito poucas vezes em todos os domínios apresentados, sendo as universidades (M=2,65; DP=1,350) e as profissões (M=2,51; DP=1,310) os domínios que apresentam médias mais elevadas. É de realçar que são os alunos do 12ºano quem mais pesquisa sobre profissões (M=2,84; F(2,151 )=5,149; p=0,007), universidades (M=3,54; F(2,1 50)=31 ,225; p=0,000) e ofertas de emprego (M=1,87; F(2,150)=3,153; p=0,046). Enquanto os alunos do 9º ano são os que pesquisam mais sobre escolas secundárias (M=2,74; F(2,1 50)=9,687; p=0,000) e os cursos das mesmas (M=2,53; F(2,151)=8,512; p=0,000). Os estudantes gastam em média 30 minutos ou mais em cada ligação, considerando a informação recolhida suficiente (33,9%). Quando se questiona acerca do grau de satisfação relativamente à informação obtida, 45,8% dos jovens responde que se encontra satisfeito. Quanto ao objectivo da pesquisa, os estudantes referem que o fazem quase sempre (33,8%) para se informar em sobre a área que devem seguir para aceder ao curso que pretendem. Mas, raramente (29,2%) para pesquisar sobre escolas profissionais. Quando pesquisam este género de informação utilizam algumas vezes e quase sempre motores de busca (procura por palavra-chave), perfazendo um total de 57%, sendo os estudantes do 1 2ºano quem pesquisa mais desta forma (M=3,66; F(2, 151 )=9,21 7; p=0,000).

Estes resultados podem também ser interpretados à luz daquilo que Tricot (1993) descreveu como a tarefa da procura de informação, na qual os resultados provêm da interacção entre a representação da necessidade de informação, que pode ser específica ou vaga e, da localização da informação, que pode ser única ou localizada e distribuída.

A Figura 1 apresenta os resultados da auto-eficácia em função do ano de escolaridade dos alunos. As medidas de auto-eficácia estão representadas através de 2 factores que constituem a APIEPI (factor 1 &– sentimento de competência para explorar informação de natureza escolar e profissional e factor 2 &– capacidade de encontrar locais específicos da internet para obter informação escolar e profissional).

 

 

Figura 1. Médias da auto-eficácia em função do ano de escolaridade

Através da Figura 1, observa-se que quanto maior é o ano de escolaridade dos estudantes, maior é o sentimento de auto-eficácia. Neste sentido, os alunos do 12º ano encontram-se mais confiantes na realização de actividades inerentes ao comportamento exploratório, na internet. Quando exploradas as diferenças em função do ano de escolaridade, é possível constatar que existem diferenças significativas entre os três grupos, quer no factor 1 - F(2,1 78)=15,747, p=.000, quer no factor 2 - F(2,1 80)=14,420, p=.000. Assim, e independentemente do factor, verifica-se que os alunos do 7º ano se sentem significativamente menos competentes que os seus colegas do 9º e 12º anos, no uso da internet para a pesquisa de informação escolar e profissional.

Variáveis preditivas da actividade exploratória

De modo a verificar quais as dimensões da auto-eficácia, medidas com a escala APIEPI, que predizem o comportamento exploratório recorreu-se à análise da regressão linear, método stepwise (Tabela 4).

Tabela 4

Variáveis preditivas da actividade exploratória na Internet

 

 

p<0.01*
p<0.001**

A Tabela 4 contém informação que permite realizar uma leitura sobre as variáveis preditivas da actividade exploratória, através de valores de Β, e determinar a contribuição das referidas variáveis, no seu conjunto, para a variabilidade dos resultados (R2 ajustado).

A solução da regressão apresentou como variáveis preditoras o factor 2, que se caracteriza pela capacidade de encontrar locais específicos da internet para obter informação escolar e profissional, e o ano de escolaridade.

No que diz respeito às medidas de auto-eficácia usadas neste estudo, o factor 2 é aquele que prediz a variância das variáveis da actividade exploratória, correlacionando de forma positiva e muito significativa com todas elas, sendo excepção o valor da correlação com a variável conhecer diferentes profissões. Assim, quanto mais elevada for a auto-eficácia, maior será o comportamento exploratório dos sujeitos na internet. Esta relação dá-se no mesmo sentido dos estudos de Joo e cols. (2000), LaRose e cols. (2001) e Gushue e cols. (2006). Por sua vez, o factor 1, conceptualizado como o sentimento de competência mais genérico para a pesquisa de informação escolar e profissional na internet, não contribui para o modelo da regressão. Estes resultados podem ser explicados, em parte, pelos pressupostos de Bandura (1997) no sentido em que, para este autor, são as medidas de auto-eficácia em domínios específicos que permitem predizer a performance que se pretende avaliar.

 

CONCLUSÃO

A investigação realizada destinou-se a analisar a relação entre a auto-eficácia na utilização da internet e o comportamento exploratório, mais especificamente, a pesquisa de informação escolar e profissional, em alunos do 7º, 9º e 12º ano de escolaridade. Concluiu-se, no que diz respeito à pesquisa de informação escolar e profissional na internet, que a actividade exploratória dos estudantes é pouco expressiva. Apesar disso, são os alunos do 12º ano que o fazem mais frequentemente.

Enquanto os alunos do 9º ano pesquisam notadamente sobre escolas secundárias e sobre os cursos que estas oferecem, os alunos do 12º ano fazem-no relativamente às universidades, profissões e ofertas de emprego. Estes resultados encontram eco na teoria da exploração vocacional, uma vez que a informação pesquisada se relaciona com a natureza da tarefa vocacional a resolver (Blustein, 1997; Taveira, 2001). Constatou-se, também, que a maioria dos sujeitos gastam 30 minutos ou mais em cada ligação, considerando a informação recolhida suficiente e satisfatória. Além disso, pesquisam geralmente para se informarem sobre a área que devem seguir para aceder ao curso que pretendem, utilizando motores de busca por meio de palavras-chave.

Enquanto os alunos do 9º ano pesquisam notadamente sobre escolas secundárias e sobre os cursos que estas oferecem, os alunos do 12º ano fazem-no relativamente às universidades, profissões e ofertas de emprego. Estes resultados encontram eco na teoria da exploração vocacional, uma vez que a informação pesquisada se relaciona com a natureza da tarefa vocacional a resolver (Blustein, 1997; Taveira, 2001). Constatou-se, também, que a maioria dos sujeitos gastam 30 minutos ou mais em cada ligação, considerando a informação recolhida suficiente e satisfatória. Além disso, pesquisam geralmente para se informarem sobre a área que devem seguir para aceder ao curso que pretendem, utilizando motores de busca por meio de palavras-chave.

Deve-se salientar que existem diferenças significativas entre os três grupos de participantes. Deste modo, à medida que se avança no ano de escolaridade, maior é o sentimento de auto-eficácia entre os estudantes, sendo os alunos do 12º ano os que mais confiantes se sentem para realizar actividades de pesquisa de informação escolar e profissional, na internet. De acordo com os principais pressupostos do modelo sócio-cognitivo da carreira (Len e cols., 1994, 1996), foi possível concluir que quanto mais elevado é o sentimento de auto-eficácia, maior é a actividade exploratória por parte dos estudantes.

Relativamente às implicações práticas, considera- se importante que o psicólogo se preocupe em mostrar a relevância do comportamento exploratório. De uma forma geral, um elevado sentimento de competência na pesquisa de informação escolar e profissional na internet, não significa que esta seja realizada da melhor forma. Por outras palavras, a recolha de informação na internet, pode muitas vezes não ser proveitosa, pois os estudantes não sabem forçosamente como utilizar e integrar a informação que recebem, nem se o método utilizado na procura é capaz de fornecer informação válida. O psicólogo deverá desempenhar, aqui, um papel substancial, no sentido de orientar os alunos no desenvolvimento de uma atitude crítica face à informação que encontram e à qualidade desta, criando, por exemplo, programas de orientação escolar e profissional que ensinem o uso de metodologias eficazes na pesquisa de informação. Mas que, por outro lado, os auxiliem a estarem alerta para possíveis dificuldades e para a necessidade de discriminarem de forma crítica as fontes de informação. Em síntese, é importante estimular a actividade exploratória com recurso a internet e preparar os alunos para uma utilização cada vez mais eficaz da Internet aquando da pesquisa de informação escolar e profissional.

Face aos resultados apresentados, sugere-se que em futuras investigações se invista na construção de medidas de avaliação objectivas, estruturadas em função de determinados domínios de actividade, uma vez que essa parece ser a melhor forma de avaliar a auto-eficácia.

 

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Recebido em: 22/02/2008
1ª Revisão: 12/05/2008
Aceite final: 22/06/2008

 

 

1 Endereço para correspondência: Universidade do Algarve, campus de Gambelas. Departamento de Psicologia. Faro, 8005-139, Portugal. Fone: 282 800900. Fax: 289 800067. E-mail: vgamboa@ualg.pt.
2 Em Portugal, o Ensino Básico (6-14 anos) e Secundário (15-17 anos) totalizam 12 anos de escolaridade.

 

 

Sobre os autores
* Patrícia Inácio é Licenciada em Psicologia, ramo da Educação e da Reabilitação, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Algarve, realizou estágio académico em duas Escolas Básicas de Faro.
** Vítor Gamboa é psicólogo, docente do Departamento de Psicologia da Universidade do Algarve, Portugal. Estuda actualmente o impacto das experiências de trabalho dos estudantes do ensino secundário em algumas dimensões do desenvolvimento vocacional.

 

 

Anexo

 

 

 

 

 

 

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