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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versão On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof v.10 n.1 São Paulo jun. 2009

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Avaliação de uma intervenção cognitivo-evolutiva em orientação profissional com um grupo de adolescentes brasileiros

 

Evaluation of a cognitive-evolutive vocational guidance intervention with a group of Brazilian adolescents

 

Evaluación de una intervención cognitivo-evolutiva de orientación profesional con un grupo de adolescentes brasileños

 

 

Maria Célia Pacheco LassanceI * 1; Marúcia Patta BardagiII **; Marco Antônio Pereira TeixeiraI ***

I Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - Rio Grande do Sul, Brasil
II Universidade Luterana do Brasil, Santa Maria - Rio Grande do Sul, Brasil

 

 


RESUMO

É crescente a oferta de intervenções em orientação profissional com adolescentes no Brasil, mas são poucos os estudos que avaliam os resultados destas intervenções. Este estudo avaliou o impacto da intervenção em orientação profissional sobre a indecisão, exploração vocacional e maturidade de carreira em 176 adolescentes entre 14 e 22 anos (66,3% mulheres e 33,7% homens, idade média de 17,2 anos), atendidos entre 2005 e 2007 em um serviço universitário. Os resultados apontaram aumento significativo nos níveis de exploração vocacional e maturidade após o atendimento, e diminuição significativa da indecisão. Esses resultados indicam o benefício da intervenção, mas ainda são necessários estudos que especifiquem quais aspectos do processo de atendimento são mais importantes para os resultados.

Palavras-chave: Orientação vocacional, Avaliação de programa, Indecisão vocacional, Comportamento exploratório.


ABSTRACT

The offer of career interventions for adolescents is increasing in Brazil, although there are few studies evaluating the results of those interventions. This study investigated the impact of a career intervention on three dimensions: career indecision, career exploration and career maturity. The subjects were 176 Brazilian adolescents aged between 14 and 22 years (66.3% women and 33.7% men, average age 17.2 years) who had looked for counseling in a university service between 2005 and 2007. Results showed significantly higher levels of career maturity and vocational exploration after intervention, as well as significantly lower levels of indecision. The results suggest that intervention can be beneficial, but also indicate that additional studies are needed to specify the aspects of the intervention which can be more effective.

Keywords: Vocational guidance, Evaluation of results, Career indecision, Exploratory behavior.


RESUMEN

Es creciente la oferta de intervenciones de orientación profesional con adolescentes en Brasil, pero son pocos los estudios que evalúan los resultados de estas intervenciones. Este estudio evaluó el impacto de la intervención de orientación profesional sobre la indecisión, exploración vocacional y madurez de carrera en 176 adolescentes de entre 14 y 22 años (66,3% de mujeres y 33,7% de varones, con edad media de 17,2 años), atendidos entre 2005 y 2007 en un servicio universitario. Los resultados indicaron aumento significativo en los niveles de exploración vocacional y madurez después de la atención, y disminución significativa de la indecisión. Esos resultados indican el beneficio de la intervención, aunque son necesarios estudios que especifiquen qué aspectos del proceso de atención son más importantes para los resultados.

Palabras clave: Orientación vocacional, Evaluación de programa, Indecisión vocacional, Conducta exploratoria.


 

 

A passagem para o ensino superior é quase uma unanimidade nas expectativas dos adolescentes no contexto brasileiro. Freqüentar um curso superior é um projeto definido por indivíduos de diferentes raças e classes sociais (Arteche, 2003; Bardagi & Hutz, 2006; Bastos, 2005; Pizzinato, Boeckel, Dellazzana, Coral, & Sarriera, 2001; Sparta & Gomes, 2005). Especificamente, para os jovens das classes média e alta, parece não existir outra forma de profissionalização ou inserção no mercado de trabalho (Soares, 2002; Sparta & Gomes, 2005) &– a formação superior configura-se como possibilidade de crescimento pessoal, econômico e social.

Para auxiliar os jovens no momento da transição do ensino médio para a formação superior, cresceu no Brasil, nas últimas décadas, a oferta de programas e projetos na área da Orientação Profissional (Melo-Silva, Lassance, & Soares, 2004). Esse crescimento representa uma preocupação, tanto dos estudantes e suas famílias com a inserção no ensino superior e a escolha dos caminhos de formação, quanto dos profissionais e serviços comunitários em oferecer ferramentas que auxiliem a qualificar os processos de tomada de decisão. No entanto, a fim de conhecer as reais possibilidades de atuação e resultados desses projetos, torna-se necessária sua avaliação sistemática, objetivando identificar e disseminar as ações e resultados positivos, bem como compreender e minimizar os aspectos negativos destas intervenções.

Os resultados das intervenções de carreira têm sido alvo de preocupação entre pesquisadores, orientadores e instituições que definem políticas relacionadas à educação e ao emprego (Belloni, Magalhães, & Sousa, 2003; Maguire, 2004, Oliver & Spokane, 1988; Spokane, 2004; Whiston, Sexton, & Lasoff, 1998). A literatura sobre avaliação de programas de orientação de carreira tem mostrado que estas intervenções, realizadas com diferentes públicos e em diferentes contextos sócio-culturais, têm um impacto positivo na identidade vocacional, na tomada de decisão profissional, na satisfação com o curso universitário, na adesão à instituição e no desenvolvimento cognitivo de adolescentes e adultos jovens em diferentes áreas (Almeida & Melo-Silva, 2006; Carmo & Costa, 2005; Faria & Taveira, 2006; Folsom & Reardom, 2003; Hirschi & Läge, 2008; Lucas & Berkel, 2005; Melo-Silva, 2001; Melo-Silva, Oliveira, & Coelho, 2002; Moura, Sampaio, Gemelli, Rodrigues, & Menezes, 2005). Estes resultados são obtidos através da mensuração de variáveis como maturidade, auto-estima, autoconceito, reflexão sobre o planejamento de carreira, identidade vocacional entre outras.

Embora seja importante avaliar os processos de orientação, existem diversos fatores que tornam complexa a sua avaliação, especialmente quando se pretende comparar intervenções e resultados. Segundo Maguire (2004), um dos problemas é a dificuldade em definir o que seria um efeito positivo e satisfatório da orientação. Outra dificuldade, relacionada à primeira, é que existem muitos modos de se realizar a orientação, com diferentes níveis de profundidade e abrangência da intervenção. Assim, o que pode ser relevante em uma intervenção pode não ser em outra, em função do tipo de trabalho ou da própria demanda específica dos clientes. Por fim, há ainda a dificuldade com os instrumentos usados na avaliação, já que não existe um conjunto de medidas estabelecido que favoreça a comparação entre diferentes intervenções.
Apesar destas dificuldades, há a necessidade de se estabelecer novos formatos de pesquisa de resultados, de forma que se possa avaliar o seu impacto não só no indivíduo, mas também nas famílias, nas economias e no desenvolvimento nacional e internacional. Só então a teoria de carreira poderia ter sua utilidade demonstrada e, em conseqüência, o aconselhamento de carreira tornar-se relevante para o desenvolvimento do capital humano (Bernes, Bardick, & Orr, 2007).

Em vista deste cenário, este estudo visou avaliar o impacto do processo de orientação profissional desenvolvido em grupos com adolescentes no Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional (CAP-SOP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS-Brasil) entre agosto de 2005 e dezembro de 2007 e sistematizar um formato de avaliação contínua do trabalho. O CAP-SOP é um projeto de extensão do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que tem como objetivos a pesquisa, o ensino e a extensão em avaliação psicológica e orientação profissional. Na área de orientação profissional, o trabalho de intervenção tem como públicos-alvos adolescentes e adultos em processo de escolha, avaliação e transições de carreira. A intervenção com adolescentes, foco deste estudo, é realizada em grupo, modalidade que já foi apontada nos estudos de meta-análise de Oliver e Spokane (1988) e Whiston e cols. (1998) como uma das mais eficazes de orientação de carreira.

O objetivo da intervenção é facilitar a tomada de decisão dos adolescentes quanto à escolha profissional. Parte-se do pressuposto de que a tomada de decisão mais madura é possível quando, de posse de informação, o orientando é capaz de um planejamento realista. Isto é, desenvolve competências exploratórias e de avaliação de alternativas, sendo a sua decisão informada e ampla o suficiente para comportar melhor, por exemplo, as circunstâncias mutáveis da realidade do mundo do trabalho atual. Desta forma, o processo de intervenção avaliado possui três focos principais: a indecisão, a exploração e a maturidade.

A indecisão é tratada como um conceito multidimensional, sendo na adolescência um estado normal e esperado frente a questões como a escolha de carreira (Gómez, 1995; Krumboltz, 1992; Osipow, 1999). Como aponta Savickas (1995, p. 364), a indecisão vocacional expressa “hesitação frente à transformação...; movimento em direção ao significado, mais do que ao objetivo”. No entanto, mesmo considerada como um estado esperado, estudos realizados com adolescentes na região sul do Brasil têm sido consistentes em apontar que indecisão correlaciona-se com dificuldades como maior dependência de pais e outros significativos (Magalhães, 1995), retraimento e dificuldade em explorar as possibilidades profissionais (Magalhães, Lassance, & Gomes, 1998), presença de indicadores de ansiedade e depressão (Frischenbruder, 1999).
Com relação à exploração de carreira, toma-se a perspectiva de Flum e Blustein (2000), de que a exploração deve ser vista não como um estágio ou tarefa, mas como um processo com função adaptativa para o indivíduo, não só no âmbito vocacional. Este processo engloba comportamentos específicos de busca de informações sobre si mesmo e o mundo circundante e um componente atitudinal, referente à motivação para se engajar e manter atividades exploratórias. O trabalho desenvolvido no processo de orientação no CAP-SOP enfatiza o desenvolvimento sistemático de comportamento exploratório, tanto nas atividades de autoconhecimento, quanto nas atividades de informação ocupacional. Os estudos brasileiros sobre exploração na adolescência costumam ser consistentes em apontar a associação positiva entre exploração e idade (Sparta, Bardagi, & Andrade, 2005), decisão de carreira (Magalhães, 1995; Sparta, 2003; Sparta e cols., 2005), satisfação profissional e auto-eficácia vocacional (Frischenbruder, 1999).

Quanto à maturidade vocacional, ela pode ser definida como a “prontidão para enfrentar as tarefas evolutivas em um estágio de vida, para tomar as decisões de carreira demandadas socialmente e enfrentar adequadamente as tarefas que a sociedade considera pertinentes ao desenvolvimento do adolescente e do adulto” (Super & Jordaan, 1973, p. 4). A noção de prontidão, maturidade vocacional, ou mais recentemente adaptabilidade de carreira (Savickas, 1997), reflete, na sua essência, os conceitos de planejamento (prever e conhecer as ações necessárias para alcançar os objetivos desejados), exploração (envolver-se em uma variedade de atividades a fim de expandir o conhecimento do indivíduo sobre si mesmo e sobre o mundo do trabalho) e tomada de decisão (balanço entre as informações e as alternativas de modo a alcançar um curso de ação satisfatório com o qual o indivíduo pode comprometer-se) (Phillips & Blustein, 1994). Pesquisas brasileiras sobre maturidade vocacional na adolescência indicam diferenças de sexo nos níveis de maturidade (Balbinotti & Tetreau, 2006; Lobato & Koller, 2003; Neiva, 2003; Neiva, Silva, Miranda, & Esteves, 2005), com maiores níveis obtidos pelas meninas; asso-ciação positiva entre maturidade e escolaridade (Balbinotti & Tétreau, 2006; Neiva, 2003; Neiva e cols., 2005); e maior maturidade entre alunos de escolas públicas, em comparação a alunos de escolas privadas (Balbinotti & Tétreau, 2006; Neiva e cols., 2005). Em um estudo de avaliação de intervenção, Melo-Silva e cols. (2002) observaram aumento nos níveis de maturidade vocacional após processo de orientação profissional com adolescentes.

O objetivo deste estudo, então, foi avaliar o impacto de uma intervenção de aconselhamento de carreira em grupo com adolescentes. Medidas de indecisão vocacional, maturidade de carreira e exploração vocacional foram feitas antes e depois da intervenção. A expectativa era a de que os níveis de indecisão diminuíssem, e os níveis de maturidade e exploração aumentassem quando fossem comparados os dois momentos (antes e depois).

 

MÉTODO

Participantes

Participaram do estudo 176 clientes do CAP-SOP, estudantes de terceira série do nível médio, com média de idade de 17,2 anos (d.p= 1,34 e amplitude de 14 a 22), 66,3% mulheres e 33,7% homens, sendo 24,7 % oriundos de escolas da rede pública e 59,3 % de escolas da rede privada (6% dos participantes não forneceram esta informação). Todos foram atendidos em orientação profissional (modalidade grupal) nos anos de 2005 (39,7%), 2006 (38,1%) e 2007 (22,2%). Os grupos foram compostos, em sua maioria, por 6 a 8 integrantes. Embora não tenham sido coletadas informações sobre o nível sócio-econômico dos participantes, a clientela que tipicamente busca atendimento no CAP-SOP é de nível econômico médio ou alto.

Instrumentos

Para coleta de dados foram administrados três instrumentos:

(1) Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP) (Neiva, 1999): trata-se de um instrumento de 45 itens de tipo Likert de cinco pontos, desenvolvido para adolescentes, que avalia a maturidade para escolha profissional em cinco dimensões: responsabilidade (o quanto o indivíduo empreende ações para a efetivação da escolha e se responsabiliza pelo processo), determinação (o quanto o indivíduo está seguro e definido em relação à escolha), independência (o quanto o indivíduo considera sua decisão independente da influência de outras pessoas), autoconhecimento (conhecimento de suas características e interesses) e conhecimento da realidade educativa e socioprofissional (conhecimentos sobre cursos, profissões e empregos). O instrumento é baseado no modelo de Crites (1965) de maturidade vocacional. Em um estudo de validação (Neiva, 1998), a escala apresentou índices de consistência interna (alpha de Cronbach) entre 0,77 e 0,91. O cômputo dos escores foi feito, neste estudo, de forma a que as pontuações variassem entre 1 e 5, com escores mais altos indicando maior maturidade.

(2) Escala de Indecisão Vocacional (Teixeira & Magalhães, 2001): é constituída de sete itens tipo Likert de cinco pontos (1=“a frase é totalmente falsa a seu respeito” e 5=“a frase é totalmente verdadeira a seu respeito”), e avalia sentimentos de dúvida e insegurança frente à escolha profissional (exemplo de item: “Tenho medo de escolher uma profissão e depois não gostar dela”). Os escores foram computados de forma a poderem variar entre 1 e 5, sendo que pontuações mais altas indicam maior grau de indecisão. A escala, quando de sua construção, apresentou bom índice de consistência interna (alpha de Cronbach de 0,86) e indícios de validade. Embora conceitualmente esta medida se relacione com a dimensão de determinação da EMEP, ela foi incluída em virtude de seu estudo de validação (Teixeira & Magalhães, 2001) mostrar que era capaz de detectar mudanças na indecisão após uma intervenção, além de diferenciar adolescentes que buscavam orientação profissional dos que não buscavam (o manual da EMEP não indica estudos de validação deste tipo).

(3) Escala de Exploração Vocacional (Teixeira, 2001): é composta por 30 itens tipo Likert de cinco pontos (1=“raramente ou nunca” e 5=“muito freqüentemente ou sempre”), e avalia as dimensões de exploração de si (reflexão sobre características pessoais, interesses e sua relação com a escolha profissional; exemplo de item: “Eu tenho refletido sobre como as habilidades que eu tenho combinam com as profissões que me interessam”) e do meio (comportamentos de busca de informações sobre cursos e profissões; exemplo de item: “Eu tenho buscado obter informações sobre o mercado de trabalho e oportunidades de emprego nas áreas profissionais de minha preferência”). Trata-se de uma escala desenvolvida originalmente para este estudo, tendo como base a literatura sobre exploração vocacional e especialmente as dimensões de self e environmental exploration da Career Exploration Survey (Stumpf, Colarelli, & Hartamnn, 1983). Uma análise de componentes principais realizada com os dados desta pesquisa evidenciaram, conforme esperado, a existência de dois componentes mais relevantes subjacentes ao conjunto dos itens. Os itens elaborados para avaliar exploração do ambiente tiveram cargas mais altas (superiores a 0,30) apenas no primeiro componente, enquanto os itens de exploração de si tiveram cargas mais altas apenas no segundo. Os escores de cada dimensão foram computados de modo a poderem variar de 1 a 5, sendo que escores mais altos indicam maior exploração. Esta escala foi incluída, pois as subescalas de conhecimento da realidade e conhecimento de si da EMEP avaliam a auto-percepção de conhecimento, mas não o envolvimento em atividades de busca de informações e auto-reflexão. De fato, nesta pesquisa, as correlações entre conhecimento da realidade e exploração do ambiente foram 0,40 e 0,52 (pré e pós), e entre conhecimento de si e exploração de si foram 0,18 e 0,28 (pré e pós). A magnitude destas correlações sugere que, embora sejam medidas relacionadas, elas não avaliam o mesmo construto.

Procedimentos

Os instrumentos foram administrados indivi-dualmente, nas entrevistas inicial e final do processo, com um intervalo de aproximadamente oito semanas. A aplicação dos instrumentos foi realizada pelo orientador responsável pela intervenção e teve duração média de 15 minutos. Os participantes foram informados dos objetivos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Quando menores de 18 anos, buscou-se autorização de seus pais ou responsáveis legais.

Intervenção: o trabalho no CAP-SOP

A intervenção realizada no CAP-SOP constitui-se em um processo de aconselhamento baseado no paradigma cognitivo-evolutivo (Super, Savickas, & Super, 1996). O enquadre é flexível, na medida em que o orientador deve ser capaz de lidar com a demanda trazida pelos clientes, utilizando-se de técnicas e instrumentos capazes de avaliar e gerar no orientando a compreensão de suas dificuldades e o esclarecimento necessário à tomada de decisão e ao planejamento de carreira. O processo visa o desenvolvimento de competências exploratórias, que sustentam o planejamento e a tomada de decisão de carreira (Super, 1963). Este desenvolvimento é realizado mediante técnicas grupais, sendo utilizados formulários com preenchimento individual (Lassance, 1999; Lassance, 1999, no prelo) e discussão grupal. O foco é o indivíduo, e o grupo funciona como fator de espelhamento e troca de informações.

O processo desenvolve-se em quatro etapas: diagnóstico, elaboração, informação e fechamento. Uma entrevista inicial individual e os primeiros encontros buscam a compreensão das necessidades de orientação e o planejamento da intervenção a partir das questões levantadas. Os encontros seguintes estão reservados à elaboração das questões inicialmente levantadas e à busca da compreensão de aspectos culturais, familiares, de autoconceito, representações sociais, estereótipos e identificação das ansiedades predominantes. Isto é, são momentos que proporcionam ao orientando acesso e reflexão sobre suas crenças, afetos e informações relativas à sua relação com um projeto de vida e, dentro deste, um projeto profissional. A informação, embora esteja presente em todos os momentos, é enfatizada no final, a partir de técnicas que procuram mostrar o mercado de trabalho como uma rede de atividades profissionais, na qual as profissões apresentam muitas interfaces. Evita-se, assim, o pareamento estereotipado de autoconceitos e atividades profissionais e a idéia de que características pessoais como interesses e habilidades específicas levam necessariamente a determinadas profissões ou ocupações determinadas, para as quais tal habilidade é claramente desejável. Ao final do processo grupal, são realizadas entrevistas individuais para avaliar o processo de intervenção na perspectiva de cada um dos clientes e auxiliá-los a planejar a implementação de suas escolhas. A Tabela 1 apresenta as quatro etapas do processo e seus respectivos objetivos.

Tabela 1
Etapas e objetivos do processo de Orientação profissional

 

 

As técnicas de intervenção utilizadas buscam contemplar os cinco componentes considerados principais para a obtenção de bons resultados na orientação (Brown e cols., 2003): (a) exercícios escritos; (b) atenção e análise individualizada; (c) exploração da informação do mundo do trabalho no atendimento; (d) modelação (exposição a estratégias de escolha e decisão considerados mais adaptativos ou mesmo a estratégias diversificadas. Ex: modelos de exploração de carreira); (e) cuidado na criação de apoios (identificação de barreiras e auxílio na transposição das barreiras percebidas para a consecução de planos de carreira).

 

RESULTADOS

Inicialmente foram calculados índices de fidedignidade (alpha de Cronbach) para as escalas utilizadas, tanto antes quanto depois da intervenção. Estes resultados são exibidos na Tabela 2, e mostram a consistência interna dos instrumentos empregados.

Tabela 2
Consistência interna (alpha de Cronbach) para as escalas utilizadas, antes e depois da intervenção (amostra total)

 

 

A Tabela 3 apresenta as médias e os desvios-padrão nas variáveis investigadas antes e depois da intervenção, bem como os resultados da comparação dessas médias (testes t para amostras dependentes), considerando a amostra total. Como se pode observar, em todas as escalas houve uma variação estatisticamente significativa, e na direção esperada (diminuição da indecisão e aumento da maturidade e exploração). Levando-se em consideração que o ponto médio das escalas é 3, verifica-se que antes da intervenção os níveis de determinação, conhecimento da realidade e exploração do ambiente estavam abaixo deste ponto, enquanto o nível de indecisão estava acima. Estes valores sugerem que antes da intervenção os participantes sentiam-se pouco decididos e pouco seguros em relação à escolha, apresentavam baixa exploração do ambiente e possuíam pouca informação sobre cursos e profissões. Este padrão muda após a intervenção, sendo que em todas as variáveis os escores ficam acima de 3 (exceto para indecisão, que fica abaixo deste ponto já que escores baixos representam decisão). Nas demais variáveis de maturidade e exploração de si os participantes indicaram, em média, escores superiores a 3 já antes da intervenção, mas que mesmo assim aumentaram após a orientação. Os tamanhos dos efeitos observados (r &– calculados conforme sugestão de Field, 2005) foram expressivos (iguais ou superiores a 0,40) para as variáveis indecisão, determinação, conhecimento da realidade, maturidade total, exploração do ambiente e exploração total. Análises feitas separadamente tendo em consideração o sexo dos alunos mostraram resultados semelhantes. Em apenas duas variáveis, no caso dos homens, não houve mudança estatisticamente significativa, mas ainda assim no sentido esperado e com graus de significância inferiores a 0,10: independência (p=0,096) e exploração de si (p=0,071). Vale ressaltar que o tamanho da amostra de homens (n=57) era a metade do tamanho da amostra de mulheres neste estudo.

Tabela 3
Médias e desvios-padrão das medidas de indecisão, maturidade e exploração vocacional antes e depois da intervenção, para a amostra total

 

 

Possíveis diferenças entre os sexos também foram exploradas através de testes t para amostras independentes. Foram observadas diferenças estatisticamente signifi-cativas para indecisão-depois [t(153)=2,00; p=0,047], responsabilidade-antes [t(169)=2,02; p=0,045], respon-sabilidade-depois [t(171)=2,48; p=0,014], exploração de si-antes [t(168)=2,24; p=0,026], exploração de si-depois [t(170)=3,10; p=0,002], exploração total-antes [t(168)=2,42; p=0,017] e exploração total-depois [t(170)=2,36; p=0,019]. Em todos os casos os escores das mulheres foram superiores aos dos homens.

 

DISCUSSÃO

Este estudo teve o objetivo de avaliar a eficácia de uma intervenção em orientação profissional numa amostra de adolescentes brasileiros atendidos em um serviço universitário. A intervenção, baseada no modelo cognitivo-evolutivo de carreira (Super e cols., 1996), visa promover reflexões sobre o autoconceito vocacional, uma análise do processo de tomada de decisão e dos critérios de escolha, e oferecer informações sobre possibilidades ocupacionais e educacionais. Nesse sentido, esperava-se que o processo auxiliasse a diminuir os índices de indecisão, bem como aumentar os índices de maturidade e exploração apresentados inicialmente pelos adolescentes.

De forma geral, os resultados demonstraram que a intervenção foi positiva. Em todos os indicadores avaliados houve modificações estatisticamente significativas na direção esperada quando os escores obtidos antes da intervenção foram comparados com os obtidos após a intervenção. Os benefícios foram mais evidentes para as variáveis indecisão, determinação, conhecimento da realidade e exploração do ambiente. Estes resultados revelam que o nível de definição da escolha profissional, bem como o sentimento de segurança relacionado com essa decisão, foram aumentados após a intervenção, o que confirma outros estudos sobre avaliação de intervenções (Almeida & Melo-Silva, 2006; Carmo & Costa, 2005; Faria & Taveira, 2006; Folsom & Reardom, 2003; Hirschi & Läge, 2008; Melo-Silva, 2001; Melo-Silva e cols., 2002; Moura e cols., 2005). Porém, esta elevação no nível de decisão parece associada, de um modo mais nítido, com o aumento nos comportamentos exploratórios do ambiente e o conseqüente aumento das informações sobre o mundo ocupacional que resulta deste tipo de comportamento,

O impacto da intervenção sobre os outros indicadores de maturidade de carreira ou progresso na escolha (responsabilidade, autoconhecimento, independência e exploração de si) foi mais modesto. Isso sugere que, embora a intervenção tivesse o objetivo de ampliar a exploração de si e o autoconhecimento (contribuindo assim também para o desenvolvimento de autonomia e independência na tomada de decisão), a sua efetividade nestas áreas foi mais restrita. Isso pode ser explicado pelo fato de que os escores nessas variáveis, antes da intervenção, já eram mais altos do que os das outras variáveis que sofreram maior impacto da intervenção. Como se pode observar na Tabela 2, responsabilidade, autoconhecimento, independência e exploração de si apresentaram, antes da intervenção, médias superiores a 3, que é o ponto médio da escala, enquanto as outras variáveis não. Tal resultado sugere que os participantes, quando buscaram a orientação, já percebiam uma necessidade maior de explorar o mundo ocupacional e de obter informações sobre cursos e profissões para poderem avançar no seu processo de tomada de decisão, ao menos quando comparada à necessidade percebida de autoconhecimento e independência.

Isso não significa, contudo, que as mudanças no autoconhecimento e na exploração de si, embora menores do que em outras variáveis, tenham sido de pouca importância na tomada de decisão. Os escores mais elevados, já antes da intervenção, mostram que os adolescentes chegam com um nível percebido de autoconhecimento razoável em termos de seus interesses e características, o que também já havia sido observado por Carmo e Costa (2005). Ou seja, eles conseguem perceber padrões de comportamentos mais constantes a partir de experiências já vividas, e têm alguma idéia de potenciais, de competências e de limitações pessoais, embora circunscritas à sua pouca experiência. Deve-se considerar que os adolescentes brasileiros de classe média não são comumente expostos a situações que favoreçam o desenvolvimento do autoconceito vocacional, e raramente são submetidos a experiências próximas às experiências de trabalho (Bardagi, 2007; Couto, 2007; Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos [DIEESE], 2007). Seu senso de identidade reflete suas vivências enquanto jovens que estudam, têm amigos e fazem parte de uma família. Porém, a identidade de papel de trabalhador (Ng & Feldman, 2007) é um aspecto do autoconceito que está muito distante das suas experiências cotidianas. Os jovens possuem modelos de trabalhadores, mas não a experiência em si.

O tipo de aconselhamento de carreira avaliado nesta pesquisa busca promover uma reflexão sistemática acerca da identidade de papel de trabalhador a partir da exploração do mundo do trabalho. Ao longo do processo, os clientes vão construindo e testando hipóteses acerca de como suas características pessoais podem ser contempladas nos contextos de trabalho que são as profissões. Assim, o aumento nos escores de exploração de si e autoconhecimento pode ser reflexo não tanto de uma clarificação de características pessoais antes desconhecidas, mas sim o resultado de uma tradução de um autoconceito genérico em um autoconceito vocacional, tornada possível à medida em que os adolescentes ampliam o conhecimento que possuem do mundo ocupacional e criam a possibilidade de uma maior diferenciação e especificação do autoconceito (Starishevsky & Matlin, 1963). Por outro lado, o aumento nos níveis de determinação pode ser resultado dessa reflexão sobre a identidade de papel de trabalhador e da ampliação de suas possibilidades ocupacionais, construídas a partir do que já conhecem de si mesmos.

As diferenças observadas entre homens e mulheres no que se refere aos efeitos da intervenção sobre as variáveis avaliadas, quando encontradas, foram negligenciáveis, indicando que a intervenção produziu um impacto similar em ambos os sexos (ou seja, mostrou-se relacionada com aumento em maturidade de carreira e exploração, bem como diminuição em indecisão). Porém, algumas diferenças estatisticamente significativas nos escores de homens e mulheres foram observadas. Ao final do processo, as mulheres mostraram-se mais indecisas do que os homens, revelando uma maior ambivalência e insegurança ante a escolha. Ao mesmo tempo, tanto antes quanto depois da intervenção, mostraram-se mais preocupadas em fazer uma escolha profissional e mais engajadas em comportamentos exploratórios vocacionais do que os homens. Tais resultados seguem os achados nacionais sobre o tema e sugerem que as mulheres envolvem-se com as questões vocacionais e implicam-se pessoalmente no processo de tomada de decisão de um modo mais intenso do que os homens (Balbinotti & Tétreau, 2006; Frischenbruder, 1999; Lobato & Koller, 2003; Neiva, 2003; Neiva e cols., 2005). Essa maior preocupação e o sentimento de responsabilidade frente à escolha pode explicar, ao menos em parte, o sentimento de maior insegurança apresentado pelas mulheres ao final do processo.

Enfim, este estudo sugere que o modelo de intervenção utilizado no CAP-SOP com adolescentes brasileiros contribui para o processo de tomada de decisão de carreira. Contudo, algumas limitações devem ser consideradas. Inicialmente, os resultados, embora substanciais, refletem o que aconteceu com uma amostra particular de adolescentes submetidos a um processo de orientação de carreira. Uma vez que o presente estudo foi realizado dentro de um serviço de orientação profissional, e não como uma pesquisa isolada, não foi possível implementar um delineamento que incluísse grupo-controle, o que permitiria concluir com maior segurança que as mudanças observadas nas variáveis avaliadas foram devido ao efeito da intervenção realizada e não a características específicas da amostra, ao efeito do tempo, etc. Nesse sentido, novas investigações com outras configurações metodológicas podem confirmar e especificar estes resultados, inclusive comparando diferentes modelos de intervenção. Outra limitação refere-se ao fato de que a avaliação posterior à intervenção foi feita logo após a sua conclusão, o que não permite afirmar que as mudanças observadas permaneceram ao longo do tempo. Neste aspecto, novos estudos poderão incluir entrevistas em profundidade, a fim de avaliar o impacto que as diversas atividades possuem no desenvolvimento de carreira do cliente, além de acompanhar longitudinalmente os clientes do serviço a fim de avaliar se essas mudanças são estáveis e se auxiliam os indivíduos a tomarem outras decisões vocacionais no futuro. Entretanto, resultados de um estudo qualitativo exploratório com clientes atendidos no serviço acompanhados um, dois ou três anos após o atendimento, apontam que houve, na percepção destes jovens, aprendizagens que foram transferidas para outros momentos e contextos de escolha de carreira (Silva, Ourique, Oliveira, Reis, & Lassance, 2008).

Finalmente ressalta-se que estes resultados refletem, em sua visão mais geral, uma consistência entre pressupostos teóricos, objetivos, técnicas de intervenção utilizadas e as variáveis de investigação. Espera-se, com este estudo, fornecer elementos para novos trabalhos de avaliação de resultados de intervenções em orientação profissional de forma a sistematizar e qualificar esta área de investigação.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido: 07/11/2008
1ª Revisão: 20/03/2008
Aceite final: 29/04/2009

 

 

1 Endereço para correspondência: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Rua Ramiro Barcelos, 2600, sala 117, 90035-003, Porto Alegre-RS, Brasil. Fone: (51) 33085454. Fax: (51) 33085454. E-mail: maria.lassance@ufrgs.br.

 

Sobre os autores
* Maria Célia Pacheco Lassance é psicóloga, Mestre em Aconselhamento Psicopedagógico e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Professora do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da UFRGS, coordenadora da área de orientação profissional do CAP-SOP (Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional) e membro da equipe do Núcleo de Apoio ao Estudante da UFRGS, Fundadora, ex-presidente e Conselheira da ABOP.
** Marúcia Patta Bardagi é Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bolsista de Pós-doutorado Junior pelo CNPq, Professora do curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil, Santa Maria-RS.
*** Marco Antônio Pereira Teixeira é Doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Professor no Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da mesma instituição, membro da equipe do CAP-SOP (Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional) e coordenador do Núcleo de Apoio ao Estudante da UFRGS.

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