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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versão On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof v.10 n.2 São Paulo dez. 2009

 

SEÇÃO DOCUMENTOS

 

Relatório do II Congresso Latino-americano de Orientação Profissional e IX Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional & Ocupacional - Orientação Profissional e de Carreira: Novos paradigmas, trajetórias e desafios

 

Report about II ABOP Latin-American Congress and IX Brazilian Symposium of Occupational and Vocational Guidance: New paradigms, ways and challenges

 

Informe del II Congreso Latinoamericano de la ABOP y IX Simposio Brasileño de Orientación Vocacional y Ocupacional - Orientación Profesional y de la Carrera: Nuevos paradigmas, camino y retos

 

 

Lucy Leal Melo-SilvaI * 1; Maria Célia Pacheco LassanceII **

IUniversidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Departamento de Psicologia e Educação - Ribeirão Preto-SP, Brasil
II Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, Brasil

 

 

Um congresso inicia-se na organização. Assim também foi com o II Congresso Latino-americano de Orientação Profissional e IX Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional & Ocupacional: Orientação Profissional e de Carreira: novos paradigmas, trajetórias e desafios. Trata-se de um evento bianual promovido, regularmente desde 1993, pela Associação Brasileira de Orientação Profissional (ABOP). Neste ano, contou com o apoio científico do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e das agências de fomento à pesquisa, tais como, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Ensino Superior (CAPES) e Fundação de Apoio à pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP) bem como com o patrocínio da Vetor Editora. Contou também com outros apoios como os do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENB), do Instituto do Ser, Colméia- Instituição a Serviço da Juventude, Instituto Pieron, Instituto Via de Acesso, Fundação Instituto de Administração, Colégio Franciscano Pio XII e Consultoria Vida & Carreira.

O congresso visou à integração de profissionais e pesquisadores de diferentes regiões do Brasil e de outros países, que atuam em diferentes contextos de intervenção e com distintos referenciais teórico-metodológicos, como requerem as demandas e a diversidade cultural. Este relatório foi organizado em três partes: (1) a organização do evento, (2) o desenvolvimento e (3) a avaliação.

 

ORGANIZAÇÃO

Organizar um evento científico é uma tarefa complexa e envolve muitas pessoas, muito tempo dos organizadores, muitos projetos, sonhos e desejos de se avançar em relação aos eventos anteriores. É relevante rememorar a história da Orientação Profissional, em especial em nosso país, e a tradição da ABOP, bem como propiciar debates contemporâneos; porém, o mais importante é pensar no futuro da Orientação e Educação para a Carreira, no futuro de jovens e adultos, no futuro da humanidade e em como os profissionais da orientação podem contribuir com intervenções qualificadas e os pesquisadores com investigações relevantes.

Ao planejar o congresso de início a coordenação se perguntou: onde realizá-lo? Como? Com quais atividades? Com quem? Com quais recursos financeiros? Como organizar um programa que contemple as necessidades dos profissionais e dos pesquisadores, com mais tempo de experiência acumulada e, ao mesmo tempo, atender os anseios de estudantes universitários que se iniciam na área e buscam aprender a realizar intervenções e a utilizar técnicas e instrumentos para auxiliar pessoas em processo de tomada de decisão de carreira? Parte da audiência necessita conhecer mais sobre a prática, outra parte precisa divulgar e conhecer os resultados das investigações, outros se interessam pela formação do orientador e outros ainda consideram importante discutir políticas públicas para a oferta de serviços de orientação de carreira ao longo da vida e acessíveis a todos que dela necessitem.

Foram muitas reuniões (presenciais e online), inúmeras idéias, meses de trabalho intenso, até se chegar ao programa final. Iniciou-se pelo local. Por que em um hotel? Até o momento, quatro simpósios da ABOP foram realizados em hotéis e quatro em instituições educacionais, como mostra o histórico dos simpósios e as principais ações científicas e políticas da ABOP e da Revista Brasileira de Orientação Profissional (RBOP) publicado no Programa e Resumos. Em todas as situações há vantagens e desvantagens, a cada Diretoria da ABOP cabe a decisão. Registra-se que quando o evento acontece em hotel os encontros no café da manhã, nos horários de refeições e nas atividades noturnas permitem trocas e encontros muito produtivos. Essa foi a decisão da atual Diretoria para esse congresso.

Paralelamente às buscas de possíveis locais, o programa foi sendo delineado e os profissionais e pesquisadores convidados para as conferências e as mesas redondas. Propostas foram surgindo.

Sendo um evento latino-americano, iniciou-se a divulgação internacional com a adesão de colegas da França, Portugal, México e Argentina. E, a divulgação nacional por meio de mensagens via e-mail e news letters, distribuição de flyers, tanto para a lista de associados da ABOP, instituições em geral, universidades e usuários do site, como em contextos nos quais a ABOP era pouco conhecida, as instituições do mercado. A Presidenta Fátima Trindade buscou o mercado e a Comissão Científica buscou as universidades e os programas de pós-graduação. Para além dos orientadores profissionais, buscou-se alcançar os profissionais de recursos humanos e de orientação de carreira em geral. Para realizar o evento foram solicitados patrocínios e auxílios à realização de eventos em agências de fomento à pesquisa, como CNPq, CAPES e FAPESP.

Ciência, políticas públicas e agenda propositiva de ações constituíram as referências centrais deste congresso. Pensar globalmente e agir localmente, essa foi a meta. Para tratar de Políticas Públicas internacionais foi convidado o Dr. John McCartthy, Diretor do Centro Internacional para o Desenvolvimento de Carreiras e Políticas Públicas, de Strasbourg, França (International Centre for Career Development and Public Policy - ICCDPP). Para tratar das políticas públicas latino-americanas foi convidada a Profa, Dra. Gabriela Cabrera da Universidade Autônoma do México (UNAN) e presidente da Rede Latino-americana de Orientação (RED). Buscou-se também a interlocução com autoridades políticas brasileiras. O Governo Federal foi representado neste congresso pelo Prof. Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e por Ana Paula da Silva (Coordenadora-Geral de Certificação Profissional, do Departamento de Qualificação) do Ministério do Trabalho e Emprego do governo brasileiro. O debate sobre “Políticas Públicas em Educação, Trabalho e Carreira” constituiu o principal eixo estruturante desse congresso e esteve presente na Conferência do Dr. McCarthy, em mesas-redondas, no Grupo de Trabalho (GT) e, em diversas sessões de apresentação oral de trabalho e de painéis.

A prática profissional foi objeto de cursos e apresentações de trabalho, como é tradição na ABOP. A ciência esteve ao alcance de todos, por meio da Revista Brasileira de Orientação Profissional e, sobretudo, em atividades como o curso sobre redação científica, a sessão sobre bibliometria e gestão editorial e as mesas-redondas sobre Pós-graduação, uma latu sensu e outra strict sensu.

No domínio da Orientação Profissional e de Carreira teoria e prática sempre caminharam juntas. Assim, a programação visou abranger a diversidade na área em termos de temas relevantes para a prática, a investigação científica e o debate sobre políticas públicas.

Aprimorar o conhecimento teórico e prático no domínio da Orientação Profissional e de Carreira é muito importante para as intervenções. Investir na formação, especialização e certificação dos profissionais da orientação também constitui ação relevante. Porém, investir em política pública, além de importante e relevante, se faz necessário e urgente.

 

DESENVOLVIMENTO

Entre os dias 1 e 3 de outubro de 2009 a ABOP realizou o II Congresso Latino-americano de Orientação Profissional e o IX Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional e Ocupacional com o tema Orientação Profissional e de Carreira: novos paradigmas, trajetórias e desafios, marcando o seu 16º ano de existência, em Atibaia (SP) no Hotel Fazenda Hípica

O evento foi organizado sob a presidência de Fátima Fernandes Sousa Trindade, presidente da Associação Brasileira de Orientação Profissional (ABOP) na gestão 2007-2009, estando a coordenação científica a cargo das Professoras Dra. Lucy Leal Melo-Silva (USPRibeirão Preto) e Maria Célia Lassance (UFRGS), sendo a Comissão Científica composta por profissionais brasileiros oriundos de diversos estados e estrangeiros. O Livro de Resumos pode ser acessado em http://www.abopbrasil.org.br/arqs/581Congresso.pdf.

O evento reuniu cerca de 300 participantes, sendo que 266 realizaram a inscrição formal (256 brasileiros e dez internacionais). A Tabela 1 mostra a procedência dos inscritos por estado brasileiro ou país de origem. O evento teve a participação de representantes de 18 estados brasileiros e seis países, o que mostra a inserção da ABOP em diferentes estados, com predomínio das regiões sul e sudeste. Dentre os participantes, encontravam-se brasileiros de todas as regiões do país, profissionais latino-americanos (México, Argentina, Venezuela, Colômbia), e europeus (Portugal, França e Espanha), conferindo diversidade e excelência nos debates empreendidos.

Tabela 1
Distribuição de inscritos por Estado brasileiro e país de origem

 

 

Destaque deve ser dado à oportunidade de se reunir, em um espaço de trabalho qualificado, profissionais da área de estudos de carreira. Por um lado, profissionais da orientação profissional ligados à psicologia escolar e clínica, à pedagogia, muitos habituados a participar dos eventos da ABOP e, por outro lado profissionais das organizações, psicólogos e administradores, das áreas de coaching e gestão de carreira em organizações do trabalho. Porém, o principal marco deste congresso constituiu na participação do Governo Federal, em especial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), representado por Ana Paula da Silva, Coordenadora Geral da Certificação e Orientação Profissional, Departamento de Qualificação.

Foram realizados nove (09) cursos pré-congresso; três (03) conferências, sendo duas internacionais e uma nacional; uma (01) palestra; 16 mesas redondas (MR), com 60 palestrantes; 14 sessões de apresentações orais de trabalhos (AOT), com 78 apresentações; e 65 paineis. Todas as sessões de apresentação de trabalho oral ou painel contaram com debatedores. Foram apresentados trabalhos que focalizam intervenções e investigações nos contextos brasileiro e internacional. Houve lançamentos de sete (07) livros e a apresentação do “Publicar em Psicologia”. Foi realizada uma exposição (apresentação de um site de carreira - IKWA) e apresentações de vídeos (Dossiê Universo Jovem 3 e 4 da MTV). Reuniões e apresentações especiais também aconteceram. Em um espaço para atividades da ABOP e da Rede Latino-americana de Orientadores, a Agenda 2012 esteve em pauta na reunião da Diretoria eleita no congresso para a gestão 2009-2011. Essa agenda propositiva constituiu outro marco relevante desse congresso.

A conferência internacional de abertura, intitulada “100 Anos depois de Frank Parsons: escolher uma profissão ou apostar na psicologia da construção da vida?”, proferida pela Profª Dra Maria Eduarda Duarte, professora catedrática da Universidade de Lisboa, lançou as bases dos debates, apresentando um histórico das perspectivas em estudos de carreira ao longo do século XX e um novo paradigma para o século XXI, a Psicologia da Construção da Vida, alinhada às mudanças sociais, culturais e econômicas da modernidade. Por sua vez, a conferência do Prof. Dr. Sigmar Malvezzi (USP-SP), intitulada “A construção da identidade e o desafio da realização profissional” buscou contextualizar a prática do aconselhamento de carreira para o trabalhador do cenário organizacional contemporâneo, contribuindo com o debate acerca da necessidade de se conhecer profundamente a população objeto do trabalho em orientação para que se tenha maior eficácia na oferta de serviços qualificados.

O desenvolvimento da orientação profissional no novo contexto do trabalho acarretou a necessidade de contextualização de instrumentos de avaliação e intervenção já consagrados e do desenvolvimento de novos instrumentos de avaliação e intervenção que estejam alinhados às necessidades e demandas dos clientes. Assim, instrumentos como o AIP (Avaliação dos Interesses Profissionais), BBT-Br (Teste de Fotos de Profissões), EMEP (Escala de Maturidade para a Escolha Profissional), Teste Humanguide, Matriz de Habilidades Motivadoras, Desenhos de histórias com profissionais, o Teste de Zulliger e o Coaching como ferramenta foram apresentados como cursos pré-congresso, com o objetivo de se qualificar os profissionais da área. Particularmente, um curso focalizou a Redação Científica. Além dos cursos, a questão da avaliação e uso de instrumentos foram abordados em trabalhos apresentados nas sessões orais e nos painéis, o que demonstrou um amadurecimento da área em termos de qualidade de produção científica e técnica.

Em todo o congresso discutiu-se a importância da pesquisa e da produção científica qualificada para o desenvolvimento de instrumentos para a área da Orientação Profissional, ressaltando-se as possibilidades de formação tanto em nível de pós-graduação quanto a partir de cursos livres e de especialização e da formação continuada.

Os eixos temáticos das mesas redondas foram: (1) a formação profissional em nível de Graduação e de Pósgraduação; (2) as práticas de intervenção; (3) a carreira em diferentes contextos e etapas do ciclo vital; (4) alternativas para o acesso à orientação profissional, aos estudos e ao trabalho; e (5) políticas públicas de educação, trabalho e carreira.

A preocupação com a formação profissional constituiu um dos focos do congresso com quatro mesas redondas abordando a formação em nível de Graduação e de Pós-graduação: Lato Sensu (especializações e cursos de formação) e Stricto Sensu (níveis de Mestrado e Doutorado acadêmicos). Assim, a primeira mesa redonda abordou a “Formação do orientador profissional em diferentes países”, sob a coordenação da Profa. Dra. Lucy Leal Melo-Silva (USP-Ribeirão Preto), contou com as professoras Inês Maria Guimarães Nascimento (Universidade do Porto, Portugal), Gabriela Cabrera (UNAM, México) e Diana Aisenson (UBsAs, Argentina). A segunda mesa redonda focalizou “A formação do orientador de carreira - Pós-graduação latu sensu em orientação de carreira”, e foi coordenada pelo Prof. Dr. Marcelo Afonso Ribeiro (IP/USP), contando com as apresentações das professoras Maria Célia Pacheco Lassance (UFRGS) e Dra Marilu Diez Lisboa (Instituto do Ser, SP) e do Prof. Dr. Joel de Souza Dutra (FEA/USP). A terceira mesa redonda versou sobre a “Produção do conhecimento na Pós-graduação em Psicologia no domínio da Orientação Profissional”, sendo coordenada pela Profa. Dra. Lucy Leal Melo-Silva (USPRibeirão Preto), contando com os Professores Doutores Jorge Castellá Sarriera (UFRGS), Yvette Piha Lehaman (USP), Ana Paula Noronha (USF) e Edite Krawulski (UFSC). A quarta mesa redonda versou sobre o desenvolvimento da competência especializada em diagnóstico, recomendada pelos critérios internacionais de qualificação do orientador de carreira. Assim, a “Avaliação Psicológica em Orientação Profissional” constituiu um dos temas abordados no congresso, sob a coordenação do Prof. Dr. Marco Antônio Pereira Teixeira (UFRGS), contando com as contribuições das Profas. Dra. Maria Eduarda Duarte (Universidade de Lisboa, Portugal), Dra. Isabel Nunes Janeiro (Universidade de Lisboa, Portugal) e Dra. Sonia Regina Pasian (USP- Ribeirão Preto).

Outro foco, tradicional nos eventos da ABOP, referente às práticas de intervenção foi abordado em quatro mesas redondas descritas a seguir. A primeira mesa redonda “Coaching: Mitos e Verdade” foi coordenada pela Profa. Dra. Yvette Piha Lehman (IP/USP), com a participação de Rosa Krausz (Intelectus, SP), Jorge Oliveira (Instituto EcoSocial, SP) e Marcos Luiz Bruno (Instituto Pieron-SP). A segunda mesa redonda “O desafio da Aposentadoria”, sob a Coordenação da Profa. Mariza Tavares Lima (PUC-MG) foi tema debatido por Lúcia França (UNIVERSO, RJ), Aguinaldo Neri (PUCCampinas, SP), Lídia Rodrigues Schwarz (Universidade Metodista de SP) e Marco Macia (Cargill-SP). Por sua vez, “Família e Carreira”, terceira mesa redonda, constituiu o tema coordenado pela Profa. Dra. Delba Teixeira Barros (UFMG) com a participação das Professoras Doutoras Inês Maria Guimarães Nascimento (Universidade do Porto, Portugal), Marúcia Patta Bardagi (UFRGS) e Fabiana Hilário de Almeida (USP- Ribeirão Preto). Com vistas às novas demandas, a quarta mesa foi organizada. Assim, “Novas possibilidades de atuação em Orientação Profissional” também foram foco de reflexões na mesa redonda coordenação pela Profa. Dra. Kathia Maria Costa Neiva (SP), contando com a participação da Profa. Dra. Silvia Beatriz Gelvan de Veinsten (Universidad Del Salvador, Argentina), Ângela Carina Paradiso (UFRGS) e Ana Lúcia Ivatiuk (PUC-Campinas).

A carreira em diferentes contextos e etapas do ciclo vital foi abordada em quatro mesas redondas. A primeira mesa “Carreira e sucessão: desafio para as pessoas e para as organizações”, sob a coordenação da Profa. Cíntia Benso da Silva (UFRGS), contou com a participação do Prof. Dr. Joel Dutra (FEA/USP), Claudio Garcia (DBM-Brasil), João Mendes de Almeida (Vicky Bloch Associados, SP). A segunda mesa intitulada “Carreira: adaptações frente a cenários em constante mudança” foi coordenada pelo Prof. Dr. Mauro de Oliveira Magalhães (UFBA), com a colaboração dos participantes Maristela G. André ((Instituto KVT - Desenvolvimento da Consciência Empresarial- SP), Thaís Zerbini (USP- Ribeirão Preto), Adriana Gomes (Vida & Carreira/SP). “Como as gerações estão convivendo e fazendo a gestão de suas carreias no ambiente organizacional” foi o tema tratado na terceira mesa, sob a coordenação de José Antonio Monteiro Hipólito (FIA-SP) e os participantes Bruna Dias e Paula Oliveira (DM-Recursos Humanos - SP), Ruy Fernando Ramos Leal (Instituto Via de Acesso-SP). A quarta mesa versou sobre o tema “Geração Millennium, geração Arroba, qual o perfil do adolescente atual?” tendo a coordenação da Profa. Dra. Caioá Geraiges de Lemos (Colégio Franciscano Pio XII, SP) e os participantes Ivelise Fortim (Ikwa Orientação Profissional SP), Maria Flávia Ferreira (Instituto Sedes Sapientiae, SP) e André Meller Ordonez de Souza (Colégio Osvald de Andrade, SP).

A preocupação com a oferta de alternativas para o acesso à orientação profissional, aos estudos e ao trabalho constituiu um tema transversal no congresso. Porém, três mesas redondas abordaram mais diretamente a inclusão e, além de suas especialidades temáticas, focalizaram também políticas públicas.

A primeira intitulada “Cooperativismo e Empreendedorismo”, sob a coordenação da Profa. Dra. Graziela Comini (USP) contou com a participação de Marcelo Salim (Ibmec, RJ) e João Marcos Varella (DBM-Brasil, SP). A segunda mesa abordou o tema “A universalização do acesso à orientação profissional e ao ensino superior”. Sendo coordenada por Luciana Albanese Valore (UFPR), contou com a participação da Profa. Dra. Dulce Consuelo Andreatta Whitaker (UNESP-Araraquara), Maria da Conceição Coropos Uvaldo (IP/USP) e Izildinha Maria Silva Munhoz (USP Ribeirão Preto). E, por sua vez, a terceira mesa focalizou o “O trabalho em debate”, com a coordenação de Maria Stella Sampaio Leite (SP) e a participação dos Professores Doutores: Iury Novaes Luna (UNISUL, SC), Ruy Gomes Braga Neto (USP) e Elmir de Almeida (USP-Ribeirão Preto).

A promoção de políticas públicas de educação, trabalho e carreira constituiu-se na principal linha de ação instituída no congresso. Para cumprir os objetivos dessa ação, uma conferência internacional intitulada “Career Guidance - the Policy-Practice Nexus: An International View” foi proferida por John McCarthy, Diretor do International Centre for Career Development and Public Policy (ICCDPP), Strasbourg, França. O tema foi também objeto de uma mesa redonda sobre “Políticas públicas em educação, trabalho e carreira”, coordenada por Maria Célia Pacheco Lassance com a participação dos professores Gabriela Cabrera López (RED e UNAM - México), Márcio Pochmann (Unicamp, SP / IPEA, DF), Fabiano Fonseca da Silva (Universidade Mackenzie) e Ana Paula da Silva (MTE-DF). Na sequência, foi realizada a primeira reunião de um Grupo de Trabalho (GT) sobre Políticas Públicas. O GT foi organizado pela Profa. Dra. Lucy Leal Melo-Silva (USP-Ribeirão Preto) e coordenado pelos Professores Marcelo Afonso Ribeiro (IPUSP) e Fabiano Fonseca da Silva (Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP). Para este GT foram convidados especiais: John McCarthy (ICCDPP, França), Gabriela Cabrera (RED e UNAM, México), Maria Eduarda Duarte (Universidade de Lisboa, Portugal), Isabel Janeiro (Universidade de Lisboa, Portugal), Inês Nascimento (Universidade do Porto, Portugal), Silvia Veinsten (Universidad del Salvador, Argentina), Diana Aisenson (Universidad de Buenos Aires, Argentina) que apresentaram o status das políticas públicas em seus países e fizeram suas avaliações a partir de seus contextos.

Para este GT, também foram convidados autoridades políticas e técnicos do governo brasileiro, objetivando a sensibilização dos legisladores e executivos para a importância da união de esforços, tendo em vista instituir políticas públicas no domínio da orientação para a carreira. E, também, a preparação da representação brasileira no Simpósio sobre políticas públicas que será realizado pela Rede Latinoamericana de Orientação (RED) no México em 2010.

Estiveram presentes Ana Paula da Silva (MTE - DF) e o deputado Rodolfo Costa de Silva (SP). Cumpre destacar que o referido Deputado preparou a lei que instituiu, no Estado de São Paulo, o dia do orientador profissional a ser celebrado em 23 de novembro, data da criação da ABOP, em 1993. Finalizando as atividades, o congresso foi encerrado com a palestra “O olhar do Futuro” proferida por Jair Moggi (Instituto Ecosocial).

 

AVALIAÇÃO

Um questionário de avaliação do congresso foi distribuído a todos os participantes contendo itens sobre sua organização operacional e científica. O questionário levantou o perfil dos participantes e avaliou as atividades em uma escala likert de cinco pontos que variou de muito satisfeito a muito insatisfeito, incluindo a opção “não avaliado”.

Os resultados a seguir foram obtidos a partir das fichas de avaliação respondidas (n=31) por cerca de 10% dos participantes. Os respondentes são provenientes, sobretudo, das áreas da Psicologia e da Educação, 32% em cada, e também 32% da área de Recursos Humanos e Consultoria. Em menor proporção os avaliadores são oriundos da área de Recursos Humanos em Empresas (9.67%). Houve registro em mais de uma área e em outras sem especificar. Há psicólogos, docentes em universidades que se denominaram da área da Educação. Os resultados foram analisados de acordo com os conceitos atribuídos e por item, como descritos a seguir. Os itens são descritos um a um finalizando a análise com a soma dos conceitos: muito satisfeito e satisfeito.

(1) Divulgação do evento: obteve 54,84% de respostas Satisfeito, 29,03% de respostas Muito Satisfeito, 12,90% de Não Satisfeito e 3,23% de respostas Muito Insatisfeito. Não houve abstenções. Em síntese, houve 83,87% de aprovação.

(2) Organização geral do evento: alcançou 48,39% de respostas no conceito Satisfeito, 32,26% de respostas Não Satisfeito, 16,13% de respostas Muito Satisfeito, e 3,23% de Muito Insatisfeito. Obteve o segundo maior índice de respostas Não Satisfeito, porém, obteve 64,52% de aprovação.

(3) Atendimento da Secretaria: o índice de respostas Satisfeito foi de 61,29%, o de Muito Satisfeito foi de 22,58%, o de Não Satisfeito foi de 6,45%, Muito Insatisfeito de 6,45% e 3,23% dos participantes não opinaram. Em síntese, houve 83,87% de aprovação.

(4) Organização Científica: obteve 32,26% de índice na resposta Muito Satisfeito e 54,84% na resposta Satisfeito, 6,45% de respostas Não Satisfeito e 0% de respostas Muito Insatisfeito. 6,45% dos participantes não opinaram. Em síntese, houve 87% de aprovação.

(5) Cursos: alcançou 16,13% de respostas Muito Satisfeito, 32,26% de respostas Satisfeito, totalizando 48,39% de aprovação, 9,68% foi o índice de respostas Não Satisfeito e 0,00% de respostas Muito Insatisfeito, 41,93% dos participantes não opinaram, sendo este o segundo maior índice de abstenção. Resultado esperado porque foram atividades pré-congresso, portanto, com menor participação dos congressistas.

(6) Conferências: obteve 41,94% de avaliações Muito Satisfeito, 41,94% de avaliações Satisfeito, 6,45% das avaliações foram Não Satisfeito, 0,00% de Muito Insatisfeito e 9,67% dos participantes não opinaram sobre o tema. Em síntese, houve o registro de 83,88% de respondentes satisfeitos com o nível dos conferencistas.

(7) Temas das mesas redondas: obteve 41,94% de avaliações Muito Satisfeito, 48,39% de avaliações Satisfeito, 9,68% das avaliações julgaram Não Satisfeito e 0,00% de Muito Insatisfeito. Não houve abstenções. Em síntese, houve 90% de aprovação, ficando, assim, entre os quesitos que alcançaram maiores níveis de satisfação.

(8) Palestrantes das mesas redondas: 22,58% dos participantes julgaram o item Muito Satisfeito e 70,97% como Satisfeito, 6,45% dos participantes julgaram como Não Satisfeito e 0,00% não opinaram. Em síntese, houve 93% de aprovação tendo este item um dos mais elevados índices de satisfação.

(9) Debates durante as mesas redondas: obteve 64,51% de satisfação, somando 6,45% de índice Muito Satisfeito e 58,06% de avaliações Satisfeito, 35,48% dos participantes responderam que Não estavam satisfeitos, 0,00% de Muito Insatisfeito e não houve abstenções. Teve um dos maiores índices de insatisfação em função do pouco tempo para debates, como mostram os registros nos espaços destinados para observações. Ainda assim a satisfação foi de 64%.

(10) Temas das apresentações orais de trabalho: Obteve 19,35% de avaliações Muito Satisfeito, 67,74% de Satisfeito, 6,45% de Não Satisfeito, 0,00% de Muito Insatisfeito e 6,45% de abstenções. Também está entre os itens com índices mais elevados de avaliação positiva.

(11) Exposições dos autores nas sessões de AOT: Obteve 19,35% de avaliações Muito Satisfeito, 67,74% de Satisfeito, 6,45% de Não Satisfeito, 0,00% de Muito Insatisfeito e 6,45% de abstenções. Também está entre os itens com índices mais elevados de avaliação positiva, com 90%. Esse dado atesta o bom nível dos participantes no congresso.

(12) Debates nas sessões de AOT: 16,13% das avaliações foram Muito Satisfeito, 51,61% de avaliações Satisfeito, 19,35% de Não Satisfeito, 9,68% de Muito Insatisfeito e 3,23% de abstenções. Este item obteve os índices mais elevados de avaliações Muito Insatisfeito, junto com a Programação social.

(13) Temas dos painéis: 19,35% dos participantes julgaram como Muito Satisfeito, 54,84% como Satisfeito, 6,45% como Não Satisfeito. Houve 0,00% de Muito Insatisfeito e 19,36% de abstenções. Totalizou 74,19% de satisfação.

(14) Exposições de painéis: obteve 19,35% de avaliações Muito Satisfeito, 32,26% de avaliações Satisfeito, totalizando 51% de aprovação. 22,58% dos participantes avaliaram o item como Não Satisfeito, 0,00% como Muito Insatisfeito e 25,81% dos participantes não opinaram sobre o item.

(15) Debates nas sessões de painéis: com 9,68% de avaliações do tipo Muito Satisfeito, 22,58% dos participantes se consideraram Satisfeitos, 32,26% julgaram como Não Satisfeito, 0,00% como Muito Insatisfeito e 35,48% dos participantes não opinaram, sendo este o terceiro maior índice de abstenção. Este item também está entre os que obtiveram maiores índices de insatisfação em função do tempo, ainda que tenha havido debatedores das sessões, estratégia que a Comissão Científica adotou para valorizar o trabalho dos autores. Outra possibilidade de interpretação para a baixa avaliação refere-se ao horário da sessão, ao término do congresso, período no qual há esvaziamento da audiência.

(16) Aplicabilidade dos conteúdos abordados: esse item alcançou 32,26% de avaliações do tipo Muito Satisfeito, 51,61% de avaliações do tipo Satisfeito, 12,90% dos participantes julgaram como Não Satisfeito, 3,23% como Muito Insatisfeito e não houve abstenções. Em síntese, o resultado totalizou 83,87% de índice de satisfação.

(17) Condições físicas de salas e equipamentos: 41,94% das avaliações foram do tipo Muito Satisfeito, 25,81% do tipo Satisfeito, 32,26% das avaliações foram do tipo Não Satisfeito, 0,00% de Muito Insatisfeito e 0,00% de abstenções. Também está entre os quesitos com maiores índices de insatisfação. Em síntese, o resultado totalizou 67,75% de índice de satisfação.

(18) GT em educação, trabalho e carreira: Este foi o quesito que obteve menor índice de satisfação, somando os 9,68% de avaliações do tipo Muito Satisfeito e os 22,58% de avaliações do tipo Satisfeito. No entanto, 67,74% de participantes não opinaram sobre o tema (maior índice de abstenções) e não houve avaliação tanto do tipo Não Satisfeito como do tipo Muito Insatisfeito. Essa atividade, ainda que aberta, foi planejada para um grupo seleto de participantes. Com menor audiência, sua avaliação pode ter sido prejudicada.

(19) Qualidade geral dos trabalhos apresentados: do total de avaliações deste item, 16,13% foram do tipo Muito Satisfeito e 74,19% do tipo Satisfeito, sendo um dos maiores índices de satisfação (90%). As avaliações do tipo Não Satisfeito correspondem a 9,68% do total. Não houve avaliações do tipo Muito Insatisfeito e nem abstenções. Esse dado atesta o bom nível do congresso.

(20) Qualidade da publicação do livro de resumos: esse foi o item com maior índice de aprovação (96,77%), somando 45,16% de avaliações do tipo Muito Satisfeito e 51,61% de avaliações do tipo Satisfeito. 3,23% de avaliações foram do tipo Não Satisfeito, 0,00% de avaliações Muito Insatisfeito e todos os participantes opinaram. Esse dado, como o anterior, atesta o bom nível do congresso e a atenção cuidadosa da Comissão Científica e da Vetor Editora na publicação do Programa e Resumos.

(21) Hospedagem no hotel: obteve 22,58% de avaliações do tipo Muito Satisfeito e 41,94% de avaliações do tipo Satisfeito, 29,03% de avaliações foram do tipo Não Satisfeito, 3,23% de avaliações foram do tipo Muito Insatisfeito e 3,22% dos participantes não opinaram. Com 32% também está entre os itens com maior índice de insatisfação. Nesse sentido, a intenção da comissão organizadora de propiciar um local com vistas a profícuos encontros não foi adequada. Foi considerado de difícil acesso a quem se interessasse por hospedar em outros locais. Informalmente muitos participantes disseram que preferem que o evento seja realizado em universidade ou em locais com mais possibilidades de escolha na hospedagem. Em universidades a presença de estudantes poderá ser maior e o custo menor. Registra-se uma sugestão para a comissão organizadora do próximo evento da ABOP.

(22) Coffee Break: com 41,94% de avaliações do tipo Muito Satisfeito e 48,39% de avaliações do tipo Satisfeito, 3,23% de avaliações do tipo Não Satisfeito, 3,23% do tipo Muito Insatisfeito e 3,22% de participantes não opinaram. Em síntese, o item obteve um dos mais elevados índices de satisfação (90%) e fez parte do pacote de hospedagem no hotel.

(23) Programação social: obteve 16,13% de avaliações do tipo Muito Satisfeito e 35,48% de avaliações do tipo Satisfeito. Com 29,03% de avaliações do tipo Não Satisfeito e 9,68% do tipo Muito Insatisfeito, representa o maior índice de insatisfação (38%). 9,68% dos participantes não opinaram.

Os dados das avaliações, na perspectiva de 31 congressistas, mostram como é adequada a preocupação com a qualidade científica do evento, na seleção dos temas e dos conferencistas, o que deve ser mantido nos próximos congressos. Por sua vez, os problemas apontados, como organização em geral do congresso, local e hospedagem, devem ser repensados a fim de serem evitados em outras realizações, com base nos itens que geraram insatisfação nos congressistas. Finalizando, cumpre destacar a importância da avaliação, ainda que ilustrativa, na visão de 10% dos participantes, e a coragem de torná-la pública, o que geralmente não é realizado, ou o é raramente, por comissões organizadoras de congressos brasileiros.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O encontro entre profissionais e pesquisadores especialistas em educação e carreira, técnicos de instituições governamentais e políticos frente a frente resultou no efeito esperado, na medida em que o GT aprofundou o debate sobre as necessidades de serviços à população dentro das possibilidades e metas dos governos, tornando mais concretas as possibilidades de operacionalização das ações a partir do MTE. Definiu-se estabelecer contatos também com o Ministério da Educação (MEC), desta vez o contato será via indicação do MTE.

A nova diretoria eleita, presidida pelo Prof. Dr. Marcelo Afonso Ribeiro (USP- São Paulo) estabeleceu uma agenda de ações junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, contando com a disponibilidade notável da Coordenadora Geral da Certificação e Orientação Profissional, Ana Paula da Silva.

Cabe salientar a pertinência desta ação, uma vez que a grande quantidade de trabalhos apresentados nas sessões orais e na sessão de painéis evidenciaram uma preocupação crescente, no contexto brasileiro, relacionada à universalização da orientação profissional e de carreira, com a possibilidade de estendê-la às populações de baixa renda, indo além da etapa de vida que tradicionalmente é atendida e estudada, a adolescência. Verifica-se que muitos profissionais brasileiros preocupam-se com a etapa da aposentadoria e com as questões das transições, bem como com o contexto do desemprego na vida adulta, o que torna a agenda com o Ministério do Trabalho e Emprego muito relevante e oportuna.

Finalmente, cabe ressaltar que o II Congresso Latino-americano da ABOP e o IX Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional & Ocupacional, concretamente apontaram para a maior maturidade dos estudos de carreira no Brasil e para o início de ações concretas na direção de se estabelecer um campo de pesquisa e de oferta de serviços de qualidade à população e que sirvam claramente aos objetivos de qualificação, desenvolvimento da carreira, promoção e inclusão social por meio do trabalho digno.

 

 

1 Endereço para correspondência: Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Departamento de Psicologia e Educação. Av. Bandeirantes, 3900, 14040-901, Ribeirão Preto-SP, Brasil. Fone: (16) 36023789. E-mail: lucileal@ffclrp.usp.br.

 

 

Sobre os autores
* Lucy Leal Melo-Silva é psicóloga, docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e do curso de Psicologia do Departamento de Psicologia e Educação, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRPUSP), Editora da Revista Brasileira de Orientação Profissional, autora de livros na área da Orientação Profissional e Formação em Psicologia e pesquisadora do CNPq.
** Maria Célia Lassance é psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Mestre em Aconselhamento Psicopedagógico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora Adjunta do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da UFRGS, membro da equipe técnica do Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional (CAP-SOP/UFRGS) e do Núcleo de Apoio ao Estudante (NAE/UFRGS). Fundadora e ex-presidente da Associação Brasileira de Orientação Profissional.

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