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Revista Brasileira de Orientação Profissional

On-line version ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof vol.12 no.1 São Paulo June 2011

 

ARTIGO

 

Consistência da escolha vocacional e socialização profissional de estudantes de enfermagem1

 

Vocational choice consistency and the professional socialization of nursing students

 

Consistencia de la elección vocacional y la socialización profesional de estudiantes de enfermería

 

 

Thais Accioly BaccaroI, 2; Gilberto Tadeu ShinyashikiII

IUniversidade Norte do Paraná, Londrina-PR, Brasil
IIUniversidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil

 

 


RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi analisar a influência da consistência da escolha vocacional no processo de socialização profissional de estudantes de enfermagem, por meio da introdução de vários fatores de teste. Para tanto, foram utilizados testes de hipóteses e a criação da árvore de decisão, utilizando o algorítimo CHAID. A amostra foi composta por 2657 alunos de 15 faculdades distribuídas em 9 estados brasileiros. Os resultados indicaram que uma escolha vocacional consistente tende a melhorar o processo de socialização profissional dos alunos de enfermagem, e que outros fatores, como o tipo de faculdade, o ano cursado e a idade em que foi feita a escolha pela carreira, são bons preditores da socialização profissional.

Palavras-chave: escolha vocacional, socialização profissional, carreira, enfermagem


ABSTRACT

The aim of this research was to analyze the influence of vocational choice consistency in the professional socialization process with nursing students through the introduction of several test factors. In order to achieve that, hypothesis tests were used together with the creation of the answer tree using the CHAID algorithm. The sample consisted of 2657 students from 15 colleges distributed in 9 Brazilian states. The results showed that a consistent vocational choice tends to improve the nursing students' professional socialization process and also that other factors like: type of school, school year and the age at which the choice was made were good predictors for professional socialization.

Keywords: vocational choice, professional socialization, career, nursing


RESUMEN

El objetivo de esta investigación fue analizar la influencia de la consistencia de la elección vocacional en el proceso de socialización profesional de estudiantes de enfermería, por medio de la introducción de varios factores de prueba. Para eso fueron utilizadas pruebas de hipótesis y la creación del árbol de decisión utilizando el guarismo CHAID. La muestra se compuso con 2657 alumnos de 15 facultades distribuidas en 9 estados brasileños. Los resultados indicaron que una elección vocacional consistente tiende a mejorar el proceso de socialización profesional de los alumnos de enfermería y que otros factores como el tipo de facultad, el año cursado y la edad en que fue hecha la elección por la carrera son buenos predictores de la socialización profesional.

Palabras clave: elección vocacional, socialización profesional, carrera, enfermería


 

 

O processo de preparação para ocupações em que estudantes se tornam profissionais é complexo. Os profissionais são preparados em um nível educacional avançado para assumir responsabilidades pela prática de uma carreira que é caracterizada por um alto nível de autonomia, dentro do escopo de uma especialidade intelectual particular. Estas características incluem expectativas sobre a prática profissional que são tanto normativas (valores, ética, comprometimento pessoal com um grupo identificável de colegas profissionais, estar comprometido com uma inclinação - calling - e ter uma orientação de serviço) quanto substantivas (conhecimentos e habilidades) (Weidman, Twale, & Stein, 2001).

Nesse artigo, o objetivo é analisar a socialização profissional que ocorre na formação de enfermeiros. A socialização profissional pode ser entendida como o processo através do qual o estudante desenvolve um sentimento de identidade profissional típico dos membros de sua área, além de adquirir os conhecimentos e habilidades necessários ao exercício da profissão. A socialização envolve a internalização de regras e valores do grupo profissional, fazendo com que o indivíduo sinta-se identificado com a profissão (Cohen, 1981, citado em De Tout, 1995).

A socialização profissional tem início durante a faculdade e se estende durante a vida no trabalho. Portanto, as instituições de ensino devem se focar no desenvolvimento de seus alunos, levando em consideração a internalização das normas e dos valores da carreira, pois, quando estes entram no mercado de trabalho, a maneira como eles foram socializados será um diferencial. A falta de socialização profissional na profissão de enfermagem tem sido associada a vários resultados negativos, como rotatividade, abandono da profissão e baixa produtividade. Sendo assim, benefícios são obtidos quando o processo de socialização profissional ocorre consistentemente, e sérias conseqüências prejudiciais quando este não ocorre (Nesler, Hanner, Melburg, & Mcgowan, 2001). Para os indivíduos, estes prejuízos referem-se às dificuldades de inserção do profissional no ambiente de trabalho, o choque de realidade (Bruns, 1993; Santos & Melo-Silva, 2003) entre a formação educacional e as situações profissionais, e até mesmo a mudança no percurso da carreira profissional.

Portanto, a socialização profissional pode contribuir para a inserção dos alunos no mercado de trabalho, na medida em que favorece a adequação e o desempenho no trabalho. Shinyashiki, Trevizan, Mendes e Day (2006) afirmam que muitos são os fatores que podem influenciar a socialização profissional dos indivíduos, destacando a importância da consistência da escolha vocacional para este processo.

Decidir qual profissão exercer é um desafio que os indivíduos enfrentam no início da vida adulta, pois esta escolha envolve um compromisso com o futuro, no qual serão investidos tempo e dinheiro na formação educacional e profissional. Os fatores que podem influenciar a escolha vocacional têm sido alvo de muitas pesquisas (Afonso & Taveira, 2001; Casari, 2006; Primi et al., 2000; Trusty, Robinson, Plata, & Ng, 2000), as quais revelam que aspectos relacionados aos contextos social e individual contribuem para a decisão tomada.

A escolha pela profissão futura relaciona-se com a realização pessoal e com a inserção do indivíduo em seu ambiente; sendo assim, a consistência da escolha vocacional pode influenciar o processo de socialização profissional dos indivíduos nas instituições de ensino. Tais instituições são, normalmente, avaliadas pelo conhecimento e pelo treinamento técnico propiciado aos estudantes, mas pouca atenção é dada ao processo de socialização que eles sofrem para o aprendizado dos papéis profissionais.

Sendo assim, esse estudo depara-se com a seguinte problemática de pesquisa: a consistência da escolha vocacional influencia a socialização profissional? Para responder esse questionamento, o objetivo do artigo foi analisar a influência da consistência da escolha vocacional no processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem, buscando aumentar a compreensão de como esta escolha pode interferir no aprendizado dos valores e normas profissionais dos indivíduos das faculdades de enfermagem.

Optou-se pela enfermagem pois é a carreira com maior índice de entrada de egressos no mercado de trabalho: 84% dos alunos que se formam vão trabalhar na área, enquanto a média geral das carreiras fica em torno de 47% (Gois, 2006). Sendo assim, essa aderência profissional indica que os alunos formam-se e vão realmente colocar em prática aquilo que eles aprenderam durante a graduação, sendo a socialização um facilitador deste processo.

"O estabelecimento da enfermagem como profissão é determinado pelo modo como os enfermeiros são socializados" (Boyle, Popkness-Vawter, & Taunton, 1996, p. 141). Portanto, se a socialização é fundamental para a enfermagem, é importante entender quais são os fatores que podem interferir neste processo, dentre eles, a maneira pela qual foi escolhida a carreira.

Entretanto, apesar de toda a aderência, a escolha pela carreira de enfermagem pode ser um processo conflitante, visto que a profissão é carregada de estereótipos sociais, dentre os quais, a predominância do sexo feminino, a subordinação a outros profissionais da área da saúde, a baixa remuneração e a falta de prestígio.

Sendo assim, avaliar a influência da consistência da escolha vocacional no processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem acarretará em benefícios: (a) para a área organizacional, pois o processo de socialização profissional reflete no desempenho no ambiente de trabalho; (b) para a área de enfermagem, ao se buscar entendimento sobre quais fatores podem melhorar o processo de socialização profissional dos estudantes; (c) e para a área de psicologia, pois permitirá verificar importantes desdobramentos relacionados às escolhas vocacionais.

 

Escolha Vocacional

A escolha vocacional é um processo muito complexo que pode se estender por um longo período de tempo (Sauermann, 2005). Este processo consiste em procurar alternativas viáveis de uma carreira, compará-las e escolher uma delas (Gati & Asher, 2001). As principais teorias de escolha vocacional foram desenvolvidas na década de 50 (Ginzberg, Ginzburg, Axelrad, & Herma, 1951; Holland, 1959; Roe, 1956; Super, 1957). Além destas teorias tradicionais, novos conceitos vêm sendo incorporados aos estudos de escolha vocacional, como por exemplo a perspectiva cognitiva de Lent, Brown e Hackett (1994), entre outras contribuições contemporâneas.

Entre os fatores que podem influenciar a escolha vocacional, destacam-se os interesses vocacionais (Holland, 1997), o gênero (Davis, 1968; Krieshok; 1998; Santos & Melo-Silva, 2005; Super, 1969; Trusty et al., 2000); a família (Bohoslavky, 1987; Fiamengue & Whitaker, 2003; Leserman, 1981; Levine, 1976; Roe, 1956; Soares, 2002); o status socioeconômico (Afonso & Taveira, 2001; Bain & Anderson, 1974; Hannah & Kahn, 1989); a religião (Constantine, Miville, Warren, Gainor, & Lewis-Coles, 2006; Greeley, 1973; Howard & Howard, 1997; Lips-Wiersma, 2002); e a escola (Astin, 1968; Primi et al., 2000).

A escolha vocacional, contudo, não envolve apenas o conteúdo da decisão, mas também o seu processo. Nesse sentido, a consistência da escolha, ou grau de certeza em relação à escolha, é um fator que pode afetar o comprometimento e o envolvimento de um indivíduo com a profissão escolhida.

 

Socialização na Carreira de Enfermagem

A socialização profissional é um aspecto crítico do desenvolvimento do estudante de enfermagem e ela ocorre tanto no contexto educacional como no clínico (Nesler et al., 2001). Vários autores analisaram, através de pesquisas empíricas, o processo de socialização profissional que ocorre na carreira de enfermagem. Dentre eles, pode-se destacar Davis (1968), Shinyashiki et al. (2006), Simpson (1967), Waugaman e Lohrer (2000).

Waugaman e Lohrer (2000) analisaram a influência da idade e do gênero no processo de socialização profissional de enfermeiros anestesistas, que são profissionais especializados em dar suporte às anestesias em procedimentos cirúrgicos. Os resultados obtidos mostram que quanto mais velho é o indivíduo, menor é a orientação pessoal para a profissão; e que os homens possuem uma relação mais positiva com papéis relacionados à concepção burocrática, enquanto as mulheres são orientadas culturalmente para o cuidado com a saúde. Desta forma, os autores são enfáticos em afirmar que o gênero e a idade são fatores influenciadores do processo de socialização profissional na amostra utilizada.

Shinyashiki et al. (2006) realizaram uma pesquisa comparando alunos de enfermagem de duas faculdades distintas, do sudeste do país. Os autores coletaram dados demográficos, socioeconômicos e vocacionais, utilizando escalas testadas e validadas de socialização profissional (Du Toit, 1995), valores da prática de enfermagem (Weis & Schank, 2000) e de socialização nas profissões da saúde (Eli & Shuval, 1982). Os resultados deste estudo mostraram que alguns valores, normas e comportamentos são influenciados pelo tempo de permanência dos alunos na faculdade; no entanto, outras variáveis também têm uma influência importante no processo de socialização profissional, como a escolaridade da mãe e as escolhas vocacionais. Os autores continuaram os estudos sobre o processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem, aumentando sua amostra para 2657 alunos, de 15 instituições de ensino superior, localizadas em 9 estados brasileiros (Shinyashiki, Trevisan, & Mendes, 2006). A pesquisa apresentada neste artigo deriva-se deste estudo maior, e utiliza os dados da amostra ampliada.

 

Método

Este estudo teve caráter descritivo, com abordagem quantitativa. A técnica utilizada para a coleta de dados foi a de levantamento ou survey, e os dados para a realização da presente pesquisa foram retirados da base de dados primários, obtidos no estudo intitulado Socialização Profissional - estudantes tornando-se enfermeiros (Shinyashiki, Trevisan, & Mendes, 2006), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, em parceria com a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. A população é composta por estudantes de enfermagem de quinze faculdades, sendo oito instituições públicas, quatro instituições privadas e três instituições religiosas. A amostra obtida foi de 2657 estudantes, utilizando-se a abordagem cross sectional. Para tanto, as instituições foram contatadas, primeiramente, eletronicamente, e, em seguida, por telefone, para a solicitação da permissão do envio do questionário. Assim que a permissão foi obtida, os questionários foram enviados via correio, aplicados por um docente da escola e devolvidos.

O questionário foi preenchido pelos alunos mediante consentimento livre e esclarecido, e a pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. O questionário original desenvolvido por Shinyashiki, Trevisan e Mendes (2006) contém 109 questões, das quais 26 foram utilizadas para a análise do presente artigo. Dessas 26 questões, 12 são relacionadas a dados sociodemográficos dos sujeitos, 3 sobre dados vocacionais e 11 sobre socialização profissional.

Operacionalmente, a consistência da escolha vocacional foi definida pela união das informações de duas questões: se a enfermagem foi a primeira escolha como carreira profissional; e se na época dessa escolha, o aluno teria escolhido outra carreira, que não a enfermagem. Foi considerada escolha consistente a situação em que os sujeitos escolheram a enfermagem como primeira opção e não escolheriam outra carreira; e foi considerada escolha inconsistente qualquer outra combinação de respostas. A socialização profissional foi obtida por meio da escala desenvolvida por Du Toit (1995) e adaptada, no Brasil, por Shinyashiki, Trevisan e Mendes (2006), a qual avalia a socialização profissional sob três fatores, os valores de carreira (5 questões relacionadas ao sentimento que o sujeito possui com relação à carreira de enfermagem), os valores profissionais (3 questões relacionadas a atividades profissionais de enfermagem como supervisão, trabalho em equipe e capacidade de tomada de decisão) e a personalidade (3 questões avaliando a opinião do sujeito sobre responsabilidade, bom senso, e autodisciplina). Esta escala é do tipo Likert de cinco pontos, variando de muito baixo a muito alto. Para a análise foi calculada a mediana da escala total e os sujeitos com valores abaixo da mediana foram considerados menos socializados e os com valores obtidos acima, mais socializados.

Normalmente, as pesquisas nas áreas sociais desenvolvem hipótese nula, na qual, a sua rejeição acarreta na aceitação da hipótese alternativa; desta forma, a hipótese alternativa representa aquilo que o pesquisador supõe estar correto (Hair Junior, Babin, Money, & Samouel, 2005). Portanto, a hipótese nula geral desta pesquisa é:

Ho: A consistência da escolha vocacional não se relaciona com o processo de socialização profissional.

No entanto, analisar unicamente a influência da consistência da escolha vocacional no processo de socialização profissional poderia causar a omissão de fatores importantes que, provavelmente, interferem na relação. Sendo assim, foram inseridos alguns fatores de teste com o intuito de controlar e verificar se a hipótese de que a escolha vocacional interfere no processo de socialização profissional é uma relação real e se existem fatores que podem potencializar este efeito ou, até mesmo, anulá-lo. Portanto, foram definidos como fatores de teste, neste estudo: (a) gênero, (b) idade cronológica, (c) status socioeconômico, (d) tamanho da cidade em que passou a infância, (e) religião, (f) escolaridade dos pais, (g) tipo da faculdade, (h) idade da escolha pela carreira de enfermagem, (i) ano em que o aluno estava cursando no momento em que respondeu o questionário, (j) se o aluno já trabalhou em função ou atividade relacionada à enfermagem e se a organização era da área da saúde, e (k) se já realizou estágio em um hospital. E para cada um destes fatores de teste, foi criada uma hipótese para ser verificada.

Os dados foram analisados em duas etapas. Primeiro, pelo teste de hipótese e, depois, pela construção da árvore de decisão. Tanto a variável dependente (socialização profissional), quanto a variável independente (consistência da escolha) são consideradas variáveis categóricas, portanto foi utilizado o teste estatístico não-paramétrico χ2 de Pearson, no qual foi assumido um nível de confiança de 95% e α = 5%. Foi utilizado o software estatístico SPSS 13.0 e, por meio do procedimento Custom Table, foi possível identificar a relação entre as duas variáveis principais do estudo e a interferência de cada fator de teste separadamente. Portanto, nesta primeira etapa, foram analisadas as relações com, no máximo, três variáveis de cada vez, possibilitando uma imagem fragmentada do comportamento entre as variáveis.

Com o objetivo de entender como todas as variáveis do estudo relacionam-se, foi utilizada a análise multivariada, por meio da árvore de decisão, utilizando o software estatístico SPSS - Answer Tree 3.0. Utilizou-se o algoritmo CHAID - Chi-squared Automatic Interation Detector, que consiste na análise exploratória de uma grande quantidade de dados categóricos (Kass, 1980). Ele é utilizado para estudar a relação entre uma variável dependente, ou também chamada variável-alvo, e uma série de variáveis preditoras ou independentes que interagem entre si. O CHAID é processado em níveis: primeiramente, para cada variável independente é determinada qual a melhor divisão; em seguida, o sistema procura, por meio do teste χ2 de Pearson, o preditor que melhor se relaciona com a variável-alvo, assim, os dados são divididos de acordo com a significância de cada preditor. Cada uma dessas partições é analisada independentemente e novas subdivisões são criadas para a análise (Kass, 1980). O resultado da análise gera uma árvore de decisão apresentada graficamente, na qual cada agrupamento é chamado nó. Nesta análise, a variável-alvo é a socialização profissional, e as variáveis preditoras são a consistência da escolha e todos os outros fatores de teste disponíveis.

 

Resultados e Discussão

A idade média dos 2657 respondentes é de 22 anos, com desvio padrão de 4, tendo uma variação entre 16 e 54 anos. A amostra é constituída por 89% de pessoas do sexo feminino, confirmando a grande preferência das mulheres pela profissão de enfermagem. Flanagan (1988) afirmou que apenas 2% dos enfermeiros eram do sexo masculino, alertando que este índice, apesar de aumentar gradativamente, não deveria sofrer alterações bruscas. No entanto, mais de 20 anos depois desta pesquisa, percebe-se que houve um aumento do gênero masculino na carreira de enfermagem, mas que os estereótipos da profissão ainda continuam atraindo um número muito maior de mulheres do que de homens.

Com relação à religião dos alunos, 61% são católicos, 16% são evangélicos, 12% são espíritas, 8% não tem religião definida, 2% professam outras religiões e 1% não respondeu. A média geral de idade da escolha pela carreira de enfermagem foi de 19 anos, época que coincide com a entrada na faculdade. Com relação à classe econômica, 78% da amostra divide-se entre as classes C, B2 e B1, sendo a renda destas classes entre R$ 927,00 e R$ 2804,00.

Para verificar se existe relação entre a consistência da escolha vocacional e o processo de socialização profissional, aplicou-se o teste do χ2, considerando um nível de confiança de 95% e α = 5%. O resultado do teste foi significante; desta forma, rejeita-se a hipótese geral nula de que a consistência da escolha não se relaciona com a socialização profissional (χ2 = 43,39; gl = 1; p < 0,05). Portanto, pode-se afirmar, estatisticamente, que as variáveis são relacionadas, ou seja, a consistência da escolha vocacional tem relação com o processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem.

De acordo com a Tabela 1, percebe-se que entre os estudantes que fizeram escolha consistente, 55,3% socializaram-se mais e 44,7% socializaram-se menos. Já nos alunos que fizeram escolha inconsistente, o índice de mais socializados cai para 40,6% e de menos socializados aumenta para 59,4%. Portanto, a escolha consistente aumentou o índice de mais socializados em 14,7%.

 

 

A indecisão na escolha pela carreira pode acarretar vários prejuízos para os indivíduos, como por exemplo: a baixa auto-estima (Creed, Prideaux, & Patton, 2005), a tendência à depressão, à insegurança e ao nervosismo (Lucas, 1993), e o medo de assumir compromissos (Leong & Chervinko, 1996). Com os resultados aqui apresentados, acrescenta-se que a escolha inconsistente da carreira de enfermagem pode resultar em indivíduos menos socializados, podendo refletir, futuramente, no ambiente de trabalho destes profissionais.

No entanto, poderia ser arriscado afirmar que a consistência da escolha vocacional relaciona-se com a socialização profissional dos estudantes sem mencionar outros fatores que também podem influenciar este processo. Por isso, com intuito de melhorar a análise desta relação, foram inseridos os fatores de teste, que verificam se a relação continua existindo ou se ela desaparece pela introdução de alguma variável.

A Tabela 2 apresenta o resumo das categorias dos fatores de teste que foram significativos e os que não foram, percebendo-se então, que pela introdução desses fatores, algumas categorias são significativas e outras não. Os fatores de teste gênero, tipo de faculdade, ano cursado, trabalho e estágio em hospital foram significativos em todas categorias; já os fatores de teste idade cronológica, status econômico, tamanho da cidade, escolaridade dos pais e idade da escolha foram significativos apenas em algumas categorias conforme descrito na Tabela 2.

Em seguida, foi estudada a relação da socialização profissional com todas as variáveis disponíveis no estudo em um mesmo modelo, ou seja, a árvore de decisão, com o intuito de descobrir qual é o comportamento destas relações. O resultado deste modelo revelou que o fator que está mais diretamente relacionado à socialização profissional é o tipo da faculdade em que o aluno está matriculado. A primeira divisão agrupou as faculdades privadas e religiosas de um lado (nó 1) e as faculdades públicas do outro (nó 2), conforme Figura 1.

Nas faculdades privadas e religiosas, percebe-se uma melhora nos índices de mais socializados de 9,3% (54,8 versus 45,5%), e, para as faculdades públicas, este nível declina em 8,3% (37,2% versus 45,5%). Este resultado corrobora a pesquisa de Shinyashiki et al. (2006), que concluíram que o processo de socialização profissional é fortemente influenciado pela faculdade em que o aluno está matriculado. Portanto, a variável que possui maior influência sobre o processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem é o tipo da faculdade em que ele estuda, pois elas podem apresentar diferenças de currículo, de perfil do corpo docente, de estrutura institucional, entre outros fatores.

Analisando o ramo esquerdo da árvore de decisão, no qual estão agrupadas as faculdades privadas e religiosas, o segundo fator mais significativo para a divisão foi a consistência da escolha (nós 3 e 4). Se o aluno estuda em uma faculdade privada ou religiosa e fez uma escolha consistente para o curso de enfermagem, o nível de mais socializados agora cresce em 10,1% (64,9% versus 54,8%), e se a escolha foi inconsistente, o índice cai 4,1% (50,7% versus 54,8%). Pode-se perceber claramente que a consistência da escolha, sob estas circunstâncias, aumenta o nível de socialização profissional. Confirmando, novamente, a idéia de que a consistência da escolha se relaciona com o processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem, principalmente os das faculdades privadas e religiosas.

Passando para a análise do ramo direito da árvore, que contempla os alunos das faculdades públicas, a segunda divisão ocorre em função do ano em que aluno estava cursando no momento em que respondeu a pesquisa: de um lado são os alunos do primeiro e segundo ano (nó 5), e do outro, os alunos do terceiro e do quarto ano (nó 6). Analisando o grupo dos mais socializados nos alunos dos dois primeiros anos (nó 5), percebe-se que eles se socializam mais (43,5%) do que os alunos que estão no terceiro e no quarto ano (30,2%, nó 6). Sendo assim, os alunos das faculdades públicas do primeiro e do segundo ano apresentam índices maiores de mais socializados do que os alunos do terceiro e do quarto ano, resultado que pode ter sido ocasionado pela imagem que os alunos fazem do curso. No começo da faculdade de enfermagem, os alunos têm uma visão mais romântica da profissão, mas, no quarto ano, eles já não estão mais totalmente apaixonados pela carreira, questionam as ordens médicas e assumem a enfermagem como uma prática independente (Grainger & Bolan, 2006). É possível que esta mudança de imagem altere o processo de socialização profissional, ocasionando os resultados aqui apresentados. No entanto, é importante mencionar que isso ocorreu apenas nas faculdades públicas, e que seria interessante analisar os currículos de cada uma das faculdades para verificar em que período acontecem os estágios e como é composta a grade curricular desses cursos.

Nesse contexto, por meio da árvore de decisão, é possível afirmar que, nesta amostra, os alunos que fazem parte das faculdades privadas e religiosas e que fizeram uma escolha consistente são os que se socializam mais facilmente, representando 64,9%, e que os alunos das faculdades públicas, que estão no terceiro e no quarto ano apresentam, os maiores índices de menos socializados, ou seja, 69,8%.

 

Considerações finais

O interesse em desenvolver esta pesquisa surgiu dos resultados obtidos por Shinyashiki et al. (2006), nos quais a socialização profissional é influenciada por uma série de fatores, dentre eles, a consistência da escolha vocacional. Portanto, o objetivo foi analisar a influência da consistência da escolha vocacional no processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem.

Com o auxílio dos testes de hipótese, atingiu-se o objetivo proposto com a confirmação de que a escolha vocacional e a socialização profissional são variáveis estatisticamente relacionadas, sendo que a consistência da escolha pela carreira melhora o processo de socialização profissional dos alunos de enfermagem. Além disso, foram introduzidos vários fatores de teste que ajudaram a esclarecer esta relação.

Depois da análise individualizada da relação entre a consistência da escolha vocacional e a socialização profissional, e da inclusão dos fatores de teste, elaborou-se a árvore de decisão, com a finalidade de identificar como todas as variáveis analisadas, juntamente, influenciam o processo de socialização profissional dos estudantes de enfermagem.

A escolha vocacional continuou aparecendo como uma boa preditora da socialização profissional, confirmando o pressuposto de que elas se relacionam. Portanto, pode-se concluir, com este estudo, que a consistência da escolha vocacional tem influência na maneira como os alunos assimilam as normas e os valores da profissão.

No entanto, percebeu-se que, apesar da escolha interferir no processo, o tipo da faculdade em que o aluno estuda é o melhor preditor da socialização profissional, pois podem existir características específicas dos cursos que aumentam ou diminuem a intensidade dessa socialização. Sugere-se, assim, um estudo minucioso do currículo de cada faculdade, do perfil do corpo docente, da estrutura física, das linhas de pesquisa, da quantidade de aulas práticas e de vários outros fatores, que possam esclarecer porque os alunos das faculdades religiosas e privadas obtiveram índices maiores de mais socializados do que os alunos das faculdades públicas.

Com as conclusões aqui apresentadas, revela-se a importância que o tema da consistência da escolha vocacional possui, visto que ele pode ocasionar problemas de socialização profissional durante a graduação, e tantos outros, como a evasão dos alunos, a insatisfação com a profissão e o baixo aproveitamento do curso.

Portanto, sugere-se que os alunos obtenham o máximo de informações disponíveis sobre as possíveis carreiras que desejam seguir, avaliem quais são as suas habilidades e competências para o desenvolvimento de cada uma delas e tomem a decisão por aquela que julgarem ser a melhor. Como este não parece ser um trabalho muito simples de ser feito, existem os orientadores vocacionais que podem auxiliar as pessoas que estão no momento de decidir qual carreira devem seguir.

Infelizmente, para a carreira de enfermagem, ainda são muitos os estereótipos que acabam desencorajando os jovens a escolhê-la, como, por exemplo, a baixa remuneração, o grande predomínio do sexo feminino e a subordinação ao trabalho de outros profissionais da área da saúde. Existem vários estudos que buscam entender quais fatores estão relacionados com a imagem negativa da enfermagem numa tentativa de desenvolver estratégias e meios para reverter socialmente esta imagem. Luchesi (2005) ressalta que é importante fazer uma ampla divulgação da enfermagem enquanto carreira, não somente para os alunos de pré-vestibulares, mas, também, junto à sociedade, por meio de entidades que busquem desmistificar os estereótipos da profissão. Sendo assim, quanto mais o aluno tem certeza da carreira que quer seguir, mais facilmente irá internalizar as normas e os valores característicos da profissão, assegurando um futuro promissor, pelo menos no que diz respeito à realização profissional.

Este trabalho limitou-se em relação aos resultados obtidos, pois, apesar de possuir uma grande base de dados, estes não podem ser generalizados para a população, mas, apenas, indicar a tendência do relacionamento entre as variáveis aqui apresentadas. Neste sentido, sugere-se que pesquisas sobre este mesmo assunto sejam aplicadas em outras áreas de conhecimento, para verificar se estes resultados são confirmados e aplicáveis em outras carreiras. Recomenda-se, também, introduzir novos fatores na análise, pois estes poderão ajudar a esclarecer, ainda mais, esta relação, já que são muitos os fatores que podem influenciar, tanto a escolha vocacional, quanto a socialização profissional.

 

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Recebido: 30/08/2010
1ª Revisão: 17/01/2011
Aceite final:17/02/2011

 

 

Sobre os autores
Thais Accioly Baccaro é Doutoranda em Administração de Organizações pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e Professora da Universidade Norte do Paraná.
Gilberto Tadeu Shinyashiki é psicólogo e Doutor em Administração pela Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, atualmente é professor e pesquisador da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
1 Este artigo é resultado da dissertação de mestrado sob orientação do Prof. Dr. Gilberto Tadeu Shinyashiki no Programa de Pós-Graduação em Administração de Organizações da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
2 Endereço para correspondência: Rua: Tiete, 1208, Vila Nova, 86025-230, Londrina-PR, Brasil. Fone: 43 33717472.
>E-mail: thaisbaccaro@usp.br

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